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Líderes religiosos na política?

Kurt

El Doctor
Só para constar, eu não sou ateu, tampouco não tenho religião, sou espírita kardecista, mas é que nos últimos tempos temos visto vários projetos de leis tidos como "absurdos". Eis alguns exemplos: projeto de lei que propõe tratamento psicológico para homossexuais e o que proíbe games que ofendam a religião local.

Transformar os interesses de um estado laico(mesmo com a controvérsia sobre o assunto, inclusive tem tópico aqui na Valinor, mas a preguiça para procurar é grande) em interesses de comunidades religiosas?

Favor não transformar o tópico em uma disputa entre ateus x religiosos, há um tópico específico para isso!
 
O Estado é laico, mas as leis devem atender à sociedade, que no Brasil não é laica. Concordo com abusos em propostas (como as citadas acima), mas não há como se distanciar a realidade religiosa da sociedade da legislação.
 
Sempre fui contra, mesmo quando era cristão. Ver Crivella, Marco Feliciano, Malafaia e toda a corja cristã no congresso é de dar raiva, até porque a grande maioria demonstra intolerância religiosa. Líderes religiosos devem continuar sendo APENAS líderes religiosos. Entrar na política para quê, se seguem as leis de deus, e não dos homens?

Até porque muitos deles entraram na política para ser marionetes de partidos. Mas começaram a crescer mais do que os demais esperavam, e hoje possuem um número respeitável na câmara federal. Infelizmente.

Agora isso é culpa do povo. Votar em Malafaia pra político e criticar Tiririca é de dar pena, né? Dois palhaços. Mas um é levado a sério.
 
Eu acho que a idéia de uma frente religiosa deveria ser somente para defender os interesses dos cristãos, não para impor suas crenças na legislação.
ps: Mas isso é utopia.
 
Na minha opinião isso não tem nada a ver com religião, o certo é que o governo seja Laico, porem, o certo também é parar no sinal vermelho, todo mundo para?
 
Que remédio? Esses figurões vão continuar tendo o seu eleitorado.
Como proibir sua candidatura seria arbitrário e eles continuarão sendo eleitos, que se há de fazer?
Eu riria desses projetos idiotas se não estivesse custando ($$$) tanto à União manter os seus proponentes nas cadeiras do Congresso Nacional.
Trágico!
 
Por isso admiro que apesar da influência da Igreja romana no Brasil eles nunca defenderam padres e bispos como elegíveis. Isso desde sempre, praticamente, e desde o Concílio Vaticano II, é mesmo uma lei dessa Igreja.

Mas sempre haverão os arruaceiros da Teologia da Libertação e seus padres-de-passeata que adorariam transformar as Igrejas todas em postos avançados do PT e do PC do B. Pra mim Boff e sua corja são tão patéticos quanto Malafaia e sua turma.

E tem também o poder da CNBB, poder político de movimentar as massas e a poderosa mídia católica em favor de ensinamentos católicos a serem defendidos por leigos. Ainda que a representatividade do povo se exerça também por candidatos que defendem projetos que favorecem uma determinada Igreja ou outra, ultimamente estou vendo os absurdos que são querer impor ao Estado que TODO o Brasil se submeta à noção católico-romana de moral. O que é isso senão dominação moral pela força das massas?

Há uns tempos atrás poria as mãos no fogo por esses projetos, hoje eu vejo a hipocrisia que se esconde atrás dessa 'moral objetiva'.
 
Última edição:
Bem, seguindo a lógica de que um país é uma pátria para todos, independente da orientação escolhida, eu vejo as religiões como um recurso natural do qual a nação pode também usar a seu favor para sobreviver.

Lembro que houve momentos difícies da história humana em que foi preciso de um líder religioso para dar estabilidade mínima e o líder precisou assumir um papel político, que estava além do horizonte visado por ele, uma pessoa que tinha convicções pessoais mas liderou pessoas com mentes diversificadas e até mesmo prejudiciais como Ghandi ou Moisés. Se esse encargo lhe cair nas costas e ele for honesto (e não morrer tentando) penso que ele deve lutar pelo status de prudência em seu trabalho e preservar o benefício da dúvida em assuntos mais pessoais.
 
A questão é: enquanto nosso regime político se sustentar na escolha de representantes, não tem como evitar isso. Até porque sim, somos uma maioria de religiosos (protestantes, católicos, whatever). Tanto é que no segundo turno da última eleição presidencial, Dilma e Serra pularam no picadeiro feito loucos para conquistar os votos dos evangélicos da Marina Silva. Para refrescar a memória, um trecho de um texto que escrevi na época no meu blog:

Como já foi comentado por aí, não importa o resultado nesse domingo, quem ganhou as eleições foram os evangélicos. Conseguiram fazer uma candidata escrever uma carta esquisitona afirmando que não mexerá na lei do aborto e acabei de ver hoje Serra fazer o movimento mais estabanado e idiota dessa eleição: dizer para os evangélicos que vetará lei que criminaliza a homofobia. Estado laico, né? Pfft. Que piada.

Então, por mais revoltante que possa ser para quem acredita ter os direitos tolhidos por conta de crenças religiosas, a verdade é que meu filho, você vive no Brasil, uma democracia de maioria religiosa. Você pode tentar botar um candidato ateu no poder, ou simplesmente um religioso que acredite no conceito de estado laico, mas você não conseguirá apagar a tal da "bancada evangélica" e afins. Por mais que se proíba esse tipo de coisa, o máximo que aconteceria seria a extinção de partidos como o PSC. Porque não tem como tirar a religião de um indivíduo, e mesmo que ele não anuncie abertamente suas crenças, elas ainda influenciarão suas decisões. E né, no final das contas dizer "Você é crente portanto não pode ser político" se enquadra em preconceito de credo, crime que pode dar até cinco anos de prisão segundo nossas leis.
 
A principio eu não seria contra se realmente a pessoa governasse "pra todos" e não pra beneficiar mais a sua minoria. Como não dá pra acreditar nisso no Brasil então melhor me posicionar contra.

Um que eu poderia citar sem problemas como perfeito exemplo é o deputado Apolinário aqui de SP. Se chegasse a ser presidente não tenho a menor duvida que seria o presidente mais parcial da história brasileira.
 
Ana Lovejoy disse:
Então, por mais revoltante que possa ser para quem acredita ter os direitos tolhidos por conta de crenças religiosas, a verdade é que meu filho, você vive no Brasil, uma democracia de maioria religiosa. Você pode tentar botar um candidato ateu no poder, ou simplesmente um religioso que acredite no conceito de estado laico, mas você não conseguirá apagar a tal da "bancada evangélica" e afins.

Olha apesar de ser contra a boa parte das propostas feitas pela bancada evangélica, eu acho bom a existencia de grupos que freiem uns aos outros. A discussão entre bancadas no congresso acontecem e normalmente um texto final aprovado é um texto conciliatório que (teoricamente) vai de encontro ao interesse de uma maioria. Por isso essas leis propostas pela bancada evangélica não passam, pelo menos não no cenário político atual. E acredito que o espírito da democracia é esse mesmo, grupos divergentes discutindo e encontrando uma conciliação.

E apesar da força que ganhou o evangélico, eu não acredito que vá representar uma maioria no congresso a ponto de retroceder o laico do estado.
 
O problema não é a representatividade religiosa, isso tem de existir mesmo. O que não tem cabimento é querer que o Estado reconheça uma moral religiosa sendo ele laico, o poder público não pode se curvar a esse tipo de imposição. E o mesmo vale aqui pra qualquer moral ideológica, seja marxista, capitalista etc. Parece utopia mas uma democracia que preste não se submete a ideologias mas as confronta, coloca um debate onde os vários lados se posicionam e se enfrentam. Isso é democracia.

Mas muitos religiosos não querem mais saber de debater nada, querem aprovar leis por força de manipulação midiática, controle de massas, e manobras políticas. Uma pena que o retrocesso ideológico seja tão forte no Brasil.
 
Mas muitos religiosos não querem mais saber de debater nada, querem aprovar leis por força de manipulação midiática, controle de massas, e manobras políticas. Uma pena que o retrocesso ideológico seja tão forte no Brasil.

O tempo dos grandes debates na câmara já passou a horas. Até porque políticos do quilate de um Rui Barbosa ou Pinheiro Machado não existem já há muito tempo. Não que eu concorde totalmente com o Amon, mas duvido da capacidade da maioria da população em escolher seus representantes.
 
Paganus não tem como separar o homem da ideologia. Principalmente se aquele cara foi votado justamente pela ideologia que ele defende. Mas isso não quer dizer que o Estado se curvou porque existe um contrapeso de interesses onde essa lei é votada. Essas leis uni ideológicas ferem não apenas a questão de Estado Laico, mas sim o estado livre de preconceitos e que defende a interação entre os diferentes povos.

Em relação ao capitalismo. O Brasil não é apenas uma economia capitalista. É também um Estado que defende o capitalismo. Isso é colocado na constituição quando determina como valor fundamental o trabalho e a livre iniciativa, além de dar o direito da propriedade privada.

Éomer disse:
O tempo dos grandes debates na câmara já passou a horas. Até porque políticos do quilate de um Rui Barbosa ou Pinheiro Machado não existem já há muito tempo. Não que eu concorde totalmente com o Amon, mas duvido da capacidade da maioria da população em escolher seus representantes.

Apesar de concordar com isso. Deixa eu te perguntar. Qual é a alternativa para isso? Um estado ditatorial?
 
Última edição:
Apesar de concordar com isso. Deixa eu te perguntar. Qual é a alternativa para isso? Um estado ditatorial?

Acho que há um problema mais amplo nesse sentido, inerente à nossa própria cultura política.
Consolidou-se no imaginário político do brasileiro a vinculação intrínseca entre política e corrupção, o que gerou por sua vez um alheamento. Política passou a ser vista como algo necessariamente sujo e maculado. Há um desencantamento (sobre isso, é bastante interessante o diálogo dos filósofos Renato Janine Ribeiro, da USP, e Mário Sergio Cortella, da PUC, no livro "Política para não ser idiota").

Parece-me que o brasileiro, em geral, não tem consciência política. E isso parece-me contrastar bastante com outros países da América Latina.

Quando olhamos pro Chile e vemos uma mobilização gigantesca por educação pública de qualidade, envolvendo estudantes universitários e secundaristas, professores e parcela substancial da Sociedade Civil. Quando vemos que eles conseguiram colocar 100 mil pessoas nas ruas em um único dia de protesto. Quando vemos que ante a repressão da polícia, a população fazia um panelaço de suas casas em protesto contra a criminalização de uma mobilização popular. Quando vemos algo assim no Brasil?
Olho para as últimas greves do professorado em Minas Gerais e vejo pouca adesão da sociedade civil. Vejo o Governo de Minas usando a máquina pra desqualificar o sindicato, lançando comerciais mentirosos na Globo. Vejo o Estado de Minas, maior jornal do Estado e plataforma dos tucanos, lançando matérias como "Ante o ENEM que se aproxima, pai é obrigado a pagar aulas particulares para filhos por causa da greve". Aí parte da sociedade civil se revolta contra o professorado que não recebe o piso salaria estipulado na esfera federal. Vejo policiais jogando bombas de gás lacrimogênio e dando tiro de borracha em professores grevistas organizados. Além disso, fica patente a fragmentação de bandeiras.

Quando olhamos pra Argentina, vemos que a Lei de Anistia naquele país foi derrubada ante a pressão da sociedade civil. E vemos que centenas de pessoas já foram condenadas por crimes contra a humanidade no período da ditadura militar naquele país, incluindo ex-presidentes militares, que pegaram prisão perpétua. No Brasil nem se fala nisso. Em 2008 a OAB pediu revisão da Lei de Anistia do Brasil, para que agentes do Estado que tivessem promovido tortura e homicídios pudessem ser julgados. Em abril de 2010, esse pedido caiu no Supremo.

Nossos Parâmetros Curriculares falam tanto em formar o "cidadão crítico", mas isso não passa de letra morta. Por que isso? Porque discutir política nas escolas é erroneamente considerado doutrinação. Os alunos se formam sem entender a organização institucional do país em que vivem. Sem saber a diferença de atribuições entre Câmara dos Deputados e Senado. Sem possuírem noções de economia política. Aí de quatro em quatro anos o Governo Federal solta aquelas propagandas: "Vote consciente!" Mas de que maneira? Se a educação oferecida não promove subsídios pra isso? Política não é sinônimo de política partidária. A sociedade é permeada por relações políticas. Da macro à micro-esfera, tudo passa por relações de poder. Acho que começar a discutir política nas escolas seria um passo importante.
 
Apesar de concordar com isso. Deixa eu te perguntar. Qual é a alternativa para isso? Um estado ditatorial?

Claro que não, já se viu que isso não funciona. A solução é a melhor qualificação dos eleitores e, consequentemente, dos candidatos. Mas isso é um processo looooooooooongo.
 
Por isso admiro que apesar da influência da Igreja romana no Brasil eles nunca defenderam padres e bispos como elegíveis. Isso desde sempre, praticamente, e desde o Concílio Vaticano II, é mesmo uma lei dessa Igreja.

Se algum membro do clero sair candidato a qualquer cargo político, estará automaticamente suspenso de todas as suas funções eclesiásticas. Mesmo assim, é verdade, não há incentivo para que saiam candidatos, até se pede que evitem ... mas os TL ...
 
Pearl disse:
Apesar de concordar com isso. Deixa eu te perguntar. Qual é a alternativa para isso? Um estado ditatorial?

A democracia é o melhor sistema que existe por causa da própria limitação humana.

Não é possível a uma pessoa menos sábia reconhecer aquela que o seja mais, a compreensão mais aprofundada de alguma coisa está embutida na própria definição de sabedoria, conhecimento, inteligência e coisas afins. É absurdo que alguém se declare o mais sábio e o mais apto a governar, pois ele pode não estar compreendendo e ignorando um ponto no qual o outro está pensando melhor. A grande população, que por definição está na média, também não vai escolher o melhor de seus representantes, pois a própria compreensão dela sobre o que seria desejável e sobre a maneira através da qual este modelo de Estado possa ser alcançado é incompleta.

Um voto sempre tem um elemento às cegas, isso partindo-se do ponto de vista que existam pessoas realmente mais sábias que as outras.
 
Última edição:
Lei do pai nosso obriga crianças a orarem o pai nosso todos os dias antes das aulas...

http://g1.globo.com/bahia/noticia/2...a-ser-praticada-nas-escolas-de-ilheus-ba.html

"Começa a ser colocada em prática a lei de número 3.589/2011, que ficou conhecida como lei do "Pai Nosso", nas escolas da rede municipal de ensino da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia. Os alunos, que recomeçaram as aulas no dia 13 de fevereiro, devem rezar todos os dias antes das aula"

Na minha opinião a pessoa deveria decidir entre seguir no trabalho religioso, ou assumir o cargo politico. não que esteja dizendo pra negar a deus caso seja eleito, mas nada de ter pastores, bispos e afins na bancada.
 

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