Neithan
Ele não sabe brincar. Ele é joselito
O seu post foi mais lendário, porque depois você quebrou a cara com a LDU na final.
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Enfim, acabaram-se as piadas. =/
Texto legal do Juca:
O JUÍZO FINAL
Por RICARDO FERRER
O dia enfim chegou. Tão sonhado. Tão renegado.
A última barreira que diferenciava as conquistas dos grandes times paulistas foi extinta. Para o delírio. Para o horror.
Hoje o corintiano vive a festa a plenos pulmões, enquanto o anticorintiano vive a ressaca, expressa por espasmos vagos e retóricas torpes que tentam anular o fato consumado: “Para ganhar a América é preciso subir o Aconcágua”, poderá professar um antitorcedor de cotovelo inflamado neste intento. Mas a ressaca como a festa duram muito pouco.
E esta conquista em particular representa o juízo final de todas as conquistas: a partir daqui, todos os grandes clubes ostentarão os mesmos grandes títulos e as vitórias passadas pouco servirão nas tentativas de exaltar a superioridade do time do coração. Serão somente história e nostalgia.
E de fato, as vitórias e as derrotas são delimitadas no tempo e espaço, como um ponto qualquer numa linha imaginária, cada vez mais distantes, mais pálidas e mofadas. As vitórias e derrotas têm o seu verdadeiro sabor no momento presente em que são vividas.
Se então, estas conquistas perderem o status que carregam, o que então alimentaria o fogo futebolístico? Acabaria a rivalidade? A paixão? O sofrimento?
Eu acredito que não.
Eu acredito que um dia os torcedores perceberão que sua conexão com o seu time do coração vem da alma que cada grande clube carrega em si, da sua identificação com um conjunto de valores que seu time representa. Cada time uma bela faceta da complexa alma paulistana. Estes sim, aspectos muito mais profundos e imutáveis do que os títulos que os torcedores gostam de ostentar.
Assim, os corintianos perceberão cada vez mais claramente que o que faz deles corintianos, é a identificação com tantos imigrantes e migrantes que povoaram São Paulo na promessa do trabalho e no compromisso do suor, que constrói a grandeza no anonimato e no sofrimento de cada dia. Na luta e labuta do operário que precisa deixar a família lá longe para ganhar a vida. O Corinthians nasceu como “o time do povo” e esta é a sua faceta paulistana.
Fruto da mesma costela popular que o Corinthians, os palmeirenses e palestrinos, por sua vez, se identificam com o orgulho do sangue. A tradição familiar, a honra de pertencer a uma linhagem que ajudou a construir São Paulo pelas gerações. O palestrino cultiva o trabalho cuidadoso e talentoso, desde o zeloso artesão da madeira do antigo Bom Retiro ao comerciante carismático da Pompéia, que faz tudo o que faz em nome da família. A tradição de pai pra filho, o orgulho do legado para mim é a faceta paulistana que melhor representa o espírito palmeirense. Não por acaso, o maior ídolo recente do Palmeiras, o goleiro Marcos, é o protótipo do filho exemplar, que durante 20 anos de clube, agiu como um verdadeiro primogênito responsável, que não se omitia a puxar orelhas de irmãos mais jovens, sempre em nome do bem da família palmeirense.
E para não ficarem de fora, eu vejo tanto a Portuguesa como o Juventus como versões amálgamas entre os espíritos corintiano e palmeirense, essa mistura do popular com a tradição de família, de bairro.
“Non dvcor dvco” (Não sou conduzido, conduzo), eis que chegamos na identidade do são paulino, tão perfeitamente expressa como o lema da cidade de São Paulo. A cidade que gosta de projetar a sua aura magnânima para o resto do país e assim ser reconhecida. Esta faceta da cidade encaixa perfeitamente com os valores do tricolor paulista. O são paulino é a expressão da São Paulo industrial, moderna, onipotente, grandiosa metrópole. A beleza da glória, da pujança, que conduz o progresso, o arquiteto das grandes realizações.
E finalmente o Santos. Assim como a família real chegou ao Brasil pelo mar, o Santos chega em São Paulo pelo litoral. O Santos é o time da realeza, tão inefável que não está nem sediado na cidade, mal toca os pés no duro chão do planalto paulista. A realeza representa o poder que vem dos céus, a benção de brilhar sem quase a necessidade de esforço. A luz alva e pura. O direito de nascença: de coroar de tempos em tempos novos reis, novos encantos. Talvez Santos represente as qualidades idealizadas de São Paulo que inspiraram os jesuítas a abençoar um terreno vazio, o paraíso na Terra, semeando aquilo que estava predestinado a se tornar uma grande cidade.
Eu espero que tenha conseguido expressar um pouco do espírito que emana em cada um dos grandes times, e assim tocar nestes valores que as torcidas cultivam por seus times sem nem sempre ter completa consciência.
Como paulistano, admiro-os todos eles, como admiro todas as facetas desta cidade, mesmo diante das sombras que elas às vezes projetam.
Um sonho ingênuo, bobo talvez, mas se a minha profecia do juízo final acontecer, torcer para um time não será mais torcer visceralmente, a favor ou contra, até adoecer.
Será como apreciar uma arte sublime, um espetáculo ritualizado no qual os protagonistas se alternam, será recuperar um estado de inocência que existia na época em que o futebol era amador, sem perder toda a evolução conquistada no profissionalismo.
As facetas se reconhecendo num único rosto. E nós torcendo pela fração da alma paulistana de nossa preferência e apreciando tudo de camarote.
http://blogdojuca.uol.com.br/2012/07/o-juizo-final/
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Agora, os 4 estão "parecidos" na questão de títulos. Óbvio, SPFC e Santos tem 3 liberta, Santos e Palmeiras 8 nacionais, e Corinthians 3 copas do brasil. Mas...está mais equilibrado. E com o estádio corintiano, ficam ainda mais equilibrados.
Enfim, Parabéns Zorba, Tronco e Olórin. Gambás com os quais conversei nas vésperas da decisão. FINALMENTE, hein?
E algumas piadas "boas":
-Argentino é tão fdp, que entregou o título pra não dar alegria pros brasileiros;
-Corinthians continua virgem da América. Ninguém perde o cabaço com a Boca.
E a "resposta" pra carta da Nike:
![[F*U*S*A*|KåMµ§]](/forum/data/avatars/m/0/141.jpg?1380926003){kind=avatar}
