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Ler devia ser proibido - Nada contra quem lê, mas...

Zuleica

Usuário
Pensando a respeito acho que ler devia ser proibido. Nada contra quem lê, mas de certas coisas não se duvida e ler não é nada bom.

A leitura nos torna incapazes de suportar a realidade. A leitura tira o homem de sua vida pacata e o transporta para lugares nada convencionais.

Para uma criança o perigo é ainda maior pois ela pode crescer inconformada com os problemas do mundo e querer até mudá-lo. Dá pra imaginar?

Outra coisa, ler pode estimular a criatividade e você não quer uma criancinha bancando o geniosinho por aí, quer?

Além disso a leitura pode tornar o homem mais consciente e ia ser uma confusão se todo mundo resolvesse exigir o que merece.

Nada de vagar pelos caminhos da imaginação, simplesmente porque leu um bom livro.

Há quem diga que ler engrandece, mas eu não conheço um caso sequer.

Quer um conselho? Silêncio! Ler só serve aos sonhadores e sua vida não é uma brincadeira!

Cuidado! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas.

Fonte >> Vídeo Urupês
 
"75% dos adultos analfabetos do mundo estão reunidos em 12 países"
Apenas 12 países! E entre eles o Brasil...

:susto:
 
É lindo esse vídeo, eu o mantenho no meu orkut. Perfeita definição.
Um amigo mandou-me isso:



"Aquele que tem por vÍcio a
leitura, droga alucinógena das
mais leves, acabará cada vez
mais dependente dela. E o pior,
passará para drogas mais
pesadas, como a escrita. Nesta
fase crítica, o leitor, agora
escritor, tende a fugir
regularmente da realidade e ter
devaneios de que, assim como
Deus, é criador de Universos
inteiros."


Jefferson Luiz Maleski

Perfeito tb, não?
 
obrigado pela citação, barbie.

kuintyzao, o texto original, do guiomar de grammon, é bem maior q este trecho.

fiz um post dele no meu blog ano passado e vou citá-lo na íntegra.

LER DEVIA SER PROIBIDO, de Guiomar de Grammon

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

Guiomar de Grammon, In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro - Argus, 1999. pgs.71-73.
 
Ah, que delícia! Tenho vários trabalhos sobre "A formação do leitor", mas desconhecia esse texto.

Eu estava procurando um texto do Rui Barbosa, daqueles que se acha quando procura outro, sabe?
No geral, eu já salvo. Mas, naquele dia estava procurando manter o foco e deixei pra lá. Nesse sábado estava decidida a reencontrá-lo, porém, não precisava manter o "foco"... e salvei esse.

Guiomar de Grammont > é uma escritora bem interessante, eu não a conhecia.
SUDARIO, Autor: GRAMMONT, GUIOMAR DE - Editora: ATELIE EDITORIAL - Assunto: LITERATURA BRASILEIRA-CONTOS E CRONICAS.
Neste livro, Guiomar de Grammont apresenta diversos contos impactantes que tratam do trágico e do erótico, fazendo com que o desejo do ser humano de desmascarar a condição trágica da existência por um realismo feito de anotações cotidianas e triviais torne-se o tema central das narrativas.
A crítica a favorece em Saiu na imprensa
 

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