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Leonard Cohen

Anica

Usuário
(ok, provavelmente só eu postarei aqui, mas vale a tentativa)

Eu não conhecia a música desse canadense até poucos meses atrás. Aí na minha brincadeira de artistas similares no allmusic achei ele, e já tinha visto tanta gente batuta falando que curte o som dele que pensei, ok, vamos nessa, conhecer o sr. Cohen.

Ele é cool. Ele é tão cool que está até na trilha sonora de Assassinos por Natureza. É aquele tipo de música que parece que o cara está conversando com você, não sei explicar, só sei que é muito bom.

Da wiki:

[align=justify]Leonard Norman Cohen (Montreal, 21 de setembro de 1934) é um cantor, compositor, poeta e escritor canadense.

Embora seja mais conhecido por suas canções, que alcançaram notoriedade tanto em sua voz quanto na de outros intérpretes, Cohen passou a se dedicar à música apenas depois dos 30 anos, já consagrado como autor de romances e livros de poesia.[/align]


Álbuns

* 1967 - Songs of Leonard Cohen
* 1969 - Songs from a Room
* 1971 - Songs of Love and Hate
* 1973 - Live Songs (ao vivo)
* 1974 - New Skin for the Old Ceremony
* 1977 - Death of a Ladies' Man
* 1979 - Recent Songs
* 1984 - Various Positions
* 1988 - I'm Your Man
* 1992 - The Future
* 1994 - Cohen Live (ao vivo)
* 2001 - Field Commander Cohen: Tour of 1979 (ao vivo)
* 2001 - Ten New Songs
* 2004 - Dear Heather

Coletâneas

* 1975 - The Best of Leonard Cohen
* 1997 - More Best of Leonard Cohen
* 2002 - The Essential Leonard Cohen

Livros

* 1956 - Let Us Compare Mythologies
* 1961 - The Spice Box of Earth
* 1963 - The Favorite Game
* 1964 - Flowers for Hitler
* 1966 - Beautiful Losers
* 1966 - Parasites of Heaven
* 1968 - Selected Poems 1956-1968
* 1972 - The Energy of Slaves
* 1978 - Death of a Lady's Man
* 1984 - Book of Mercy
* 1985 - Credo
* 1993 - Stranger Music
* 1995 - Dance Me to the End of Love
* 2000 - God Is Alive, Magic Is Afoot
* 2006 - Book of Longing

Para saber mais sobre ele -> http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=11:aifrxql5ldte~T1

(btw, fica a dica, allmusic é o que há para quem gosta de música.)
 
Bem,o que posso dizer sobre o Leonard Cohen é que é o tipo de artista que gostaria de conhecer toda a obra,mas pelo que conheço(os três primeiros álbuns,um ao vivo e algumas faixas avulsas)já é suficiente para o colocar na categoria de gênio.
Realmente não é uma música de fácil assimilação,é bastante intimista,densa,e como a Anica disse,muito cool.
São fãs confessos do cara artistas como Michael Stipe, Bono, Nick Cave,Ian McCulloch entre outros.

Alguns links com bons textos sobre a história dele:

1969-1974

1975-1980

1980-1985

1986-1990

1991-1996


Para terminar deixo o texto publicado sobre o seu álbum de estréia(e talvez o melhor),Songs of Leonard Cohen(1968),publicado na sessão Discoteca Básica,da finada revista Bizz,que serve como uma espécie de introdução ao universo dele:

"Monocórdico", "lúgubre", "um anacronismo ambulante". Com tais adjetivos aplicados a seu desempenho enquanto músico, parece incrível que ele tenha se tornado objeto de adoração para tantas pessoas. A explicação para o paradoxo pode estar na identificação do público com a passividade romântica de suas canções. Quem sabe até o mais importante não fosse tanto o que ele tinha a dizer, mas o modo como expressava sua visão de mundo.
Antecipando a corrente dos "cantores-compositores" do início dos 70 (Jackson Browne, James Taylor, Randy Newman etc.), Leonard Cohen exibiu ironia e sofisticação narrativa capazes de rivalizar com Bob Dylan. Curiosamente, sua profissionalização musical fora tardia: Cohen contava 34 anos quando lançou o primeiro LP, mas havia muito era respeitado no meio intelectual.
Aliás, palavras e sons disputaram sua atenção desde a adolescência. Aso 20, o jovem canadense cursou letras na universidade McGuill e descobriu a poesia de Garcia Lorca ao mesmo tempo em que ingressara num grupelho folk, The Buckskin Boys. Por sua vez, a estréia como escritor (vide os livros Let Us Compare Mythologies e The Spice-Box Of Earth, ambos de 55) coincidiram com as primeiras composições ao violão.
Se tivesse dependido apenas do aval da crítica literária, é provável que Leonard Cohen jamais viesse a gravar. Em 66, o romance Beautiful Losers fez dele "a grande esperança da literatura do Canadá". O redirecionamento da carreira veio por acaso: um de seus "songbooks" chegou à cantora Judy Collins, que, fascinada, incluiu a música "Suzanne" no LP In My Life. Meses depois, ela o convidou para um show ao ar livre, no Central Park de Nova York. Ali, Cohen revelou-se ao grande público sem disfarces: tímido, vulnerável e dono de um fio de voz que mal podia qualificá-lo como cantor.
Em janeiro de 68, cada uma destas características foi explorada a seu favor no LP Songs Of Leonard Cohen. Na capa, o rosto tenso (fotografado por ele mesmo através de uma câmera automática) parecia anunciar a abordagem de temas incomuns para a época. Era o auge do flower power, mas as canções de Cohen falavam de impulsos conflitivos, tédio e violência espiritual. Mesmo quando o assunto era amor, suas letras expunham um desespero latente. E, nos momentos em que a autopiedade ameaçava pôr tudo a perder, ele surpreendia o ouvinte atazanando-o com images de escalpos, afogamentos e navalhas...
Os LPs posteriores a Songs... não trouxeram grandes variações de conteúdo. É aí que estão as melhores músicas de Cohen, cujo caráter esparso surge realçado pelo approach minimalista do produtor John Simoon. Voz e violão são os elementos constantes em todas as faixas; vez por outra coadjuvados por violinos ("So Long Marianne"), jews harp ("Hey, That's No Way To Say Goodbye"), órgão ("Stories Of The Street") e orquestra ("Suzanne").
Por ocasião de seu lançamento, houve quem o saudasse como "a trilha ideal para se cortar os pulsos", mas as 71 semanas consecutivas (!) em que permaneceu nas charts confirmaram a dimensão maior da arte de Cohen.
Nos anos seguintes, o medo confesso de tocar ao vivo e a índole reclusa impediram-no de consolidar a fama. Ainda assim, alguns membros da geração pós-punk (Nick Cave, Clock DVA, Sisters Of Mercy, Morrissey) redescobririam nele vários pontos de interseção.
Há pouco, por iniciativa de Christian Fevret (editor da revista francesa Les Inrockuptibles), foi editado na Europa o CD I'm Your Fan, no qual astros como Ian McCulloch, Pixies, John Cale e R.E.M. reinterpretaram suas músicas. Um tributo em atraso, é verdade, mas que faz jus ao talento de "Laughing Len".


Arthur G.Couto Duarte(Edição 79,Fevereiro de 1992)
 
Recomendo o filme Jogos e Trapaças (McCabe & Mrs. Miller, 1971), dirigido por Robert Altman. É uma espécie de velho oeste revisitado, com a trama focada no nascimento de uma cidade, e mais especificamente no relacionamento de um casal dono de um bar/prostíbulo. A trilha sonora é toda feita com músicas do Cohen e o filme parece de fato feito sob medida para as músicas dele. Muito bom, quando o filme acaba você sente como se tivesse vivido naquela cidade.
 
Conheci a pouco tempo através do meu baterista, no começo relutei um pouco em ouvir, mas o cara insistia tanto que acabei ouvindo, e confesso que me surpreendi, é muito bom o som.
 
Leonard Cohen vai lançar box com dois CDs e um DVD ao vivo

Live in London registra show ocorrido no O2 Arena em julho de 2008


O compositor canadense Leonard Cohen anunciou o lançamento de um pacote com dois CDs e um DVD ao vivo.

Live in London foi gravado no casa de shows londrina O2 Arena em 17 de julho de 2008, e será lançado em 6 de abril. A apresentação integrou a turnê mais recente do cantor, que não visitava a capital britânica há 15 anos. Os grandes destaques são "The Future", "Hallelujah", "So Long, Marianne" e "I'm Your Man".

O último álbum de inéditas de Cohen foi Dear Heather, de 2004. Confira as músicas dos CDs abaixo. O DVD traz as mesmas faixas.

Disco 1
"Dance Me to the End of Love"
"The Future"
"Ain't No Cure for Love"
"Bird on the Wire"
"Everybody Knows"
"In My Secret Life"
"Who by Fire"
"Hey, That's No Way to Say Goodbye"
"Anthem"
"Introduction"
"Tower of Song"
"Suzanne"
"The Gypsy's Wife"


Disco 2
"Boogie Street"
"Hallelujah"
"Democracy"
"I'm Your Man"
"Recitation w/ N.L."
"Take This Waltz"
"So Long, Marianne"
"First We Take Manhattan"
"Sisters of Mercy"
"If It Be Your Will"
"Closing Time"
"I Tried to Leave You"


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...
 
conheci através do 1001 pra ouvir antes de morrer...é um daqueles artistas q tu te vicia em pouco tempo.
me viciei qndo ouvi "hey that's no way to say goodbye" :amor: foi amor à primeira vista e até hj continua no playlist.
 
Old Ideas, o disco que o Leonard Cohen lançou agora em 2012, é ótimo.Tenho escutado ele muito nestes últimos dias.


Segue uma boa resenha do disco:



Cohen: classe, dignidade e elegância

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“Old Ideas”. Leonard Cohen fez questão de deixar claro desde o título: estamos em mundo de valores antigos. O que não significa dizer valores retrógrados. Quando cantou “The Future”, no começo dos anos 1990, o “godfather of gloom” já dava como certa a degradação na maneira com que os seres humanos se relacionavam. A questão que se impunha era: como viver nessa terra desolada? “Old Ideas” é sua melhor resposta a tal interrogação.

“Going Home” abre o disco com um breve coro feminino, como se estivéssemos em um lugar sagrado. É o retorno de um mito, afinal. A primeira coleção de canções inéditas em oito anos. Em tom jocoso, o compositor subverte essa aura divina, recitando de modo monótono: “Amo conversar com Leonard Cohen / Ele é um esportista e um pastor / Ele é um bastardo folgado”.

Para entender o retorno deste mito é preciso saber o motivo que o levou a voltar a compor e a cantar. Se dependesse de Cohen, ele ainda estaria meditando sobre a vida num mosteiro budista, local em que talvez tenha passado mais de metade de sua existência – vem daí esse desapego com a própria pessoa, um humor agora depurado pela finitude da vida.

Para azar dele, e sorte nossa, sua empresária roubou todas as suas economias, fazendo com que Cohen se dispusesse a voltar aos palcos em uma longa turnê (que rendeu dois álbuns ao vivo: “Live in London”, de 2008, e “Songs From the Road”, 2010) e às gravações. Isto é, seu retorno surge a partir da corrupção de alguém em quem o “grocer of despair” confiava. Assim como os salmistas oferecem suas canções a Deus, Leonard Cohen nos oferta suas dúvidas: como ser verdadeiro com os outros, tanto quanto se é verdadeiro consigo mesmo?

“Ele quer escrever uma canção de amor / Um hino ao perdão / Um manual para viver com a derrota”. São ideias antigas, de dignidade e resistência, que Cohen transmite. Ele sabe que não precisa mais cantar, recitando quase todas suas meditações contra bases de Hammond (o que dá um som quente a muitas canções) e baixos sintetizados, auxiliado por coros delicados e discretas bases de bateria.

A sensação é de ouvir um grande monólogo, uma grande meditação sobre a existência, já que não temos grandes sobressaltos com a melodia e a harmonia das canções. É a depuração de um processo que começou em “Various Positions” (1984), com a adoção de sintetizadores, e se aprofundou com “I’m Your Man” (1988), quando Cohen uniu bases eletrônicas e orquestrações. Neste sentido, como não apresenta novidades nem arranjos complexos, “Old Ideas” pode levar alguém a pensar que é um disco mais para ser lido do que ouvido.

Não se pode, contudo, esquecer que a voz é um dos elementos principais do disco. Na época de “Various Position”, Leonard Cohen recebeu um conselho do mestre zen-budista Sasaki Roshi: “Você devia cantar mais triste. Porque você é assim”. Agora o conselho foi seguido à risca e, com o minimalismo dos arranjos, faz com que nossa atenção se volte inteiramente para sua voz.

Aos 77 anos, a voz de Cohen está esculpida pelo tempo, pelo álcool e pelo cigarro, uma voz de autêntica sabedoria, a quem se deve prestar atenção: “Mostre-me o lugar / onde a Palavra um homem se tornou / Mostre-me o lugar / onde o sofrimento começou”. Em alguns momentos ouvimos a penitência de um homem, bem ao estilo Cohen, é claro, como em “Anyhow”, que termina com o apelo “Tenha piedade de mim”. Vai longe o tempo em que escrever e cantar “Chelsea Hotel #2″ parecia correto.

O início de “Darkness”, com seu dedilhado pontuado pelos bordões, pode fazer os fãs mais saudosos pensarem que o Leonard Cohen do período voz e violão está de volta. Mas logo com cerca de 30 segundos entram o teclado, a bateria e o coro, numa das canções mais empolgantes do disco, apesar do tema: “Apanhei as trevas / bebendo do seu copo / e perguntei: é contagiosa? / Você disse: beba-a”.

“Crazy Love” reverte a decepção nostálgica com “Darkness”. No entanto, ele adota um distanciamento frio: “Estou velho e os espelhos não mentem / Mas o louco tem lugares mais profundos / para se esconder do que dizer adeus”. Poucos compositores são capazes de escrever versos desse quilate hoje em dia. Em alguns momentos, como em “Amen”, Cohen se aproxima de uma expectativa rilkeana por Deus: “Estamos sozinhos e estou ouvindo / ouvindo com tanta força que chega a doer”.

Chegamos então a “Come Healing”, centro espiritual do disco. Se você não se arrepiar aqui é melhor deitar e não levantar mais. Um coro feminino canta as primeiras estrofes, pedindo pela cura do corpo e da mente. A canção flutua num espaço quase sagrado. Uma pausa curta e então Cohen, com a voz esmagada, mas inacreditavelmente firme, diminui suavemente a entonação, como se descesse à Terra para cantar: “Eis as portas da misericórdia / no espaço arbitrário /n enhum de nós merece / graça ou crueldade”. Este é o espaço onde o ser humano pode alcançar a redenção, ainda em plano terreno.

É difícil acreditar que o disco tenha ainda mais três canções depois deste testamento musical, poético e espiritual. Cohen louva o mundo material novamente em “Banjo”, folk despretensioso e até leve perto do que acabamos de ouvir. Com slide guitar e gaitinha “Lullaby” encaminha o disco discretamente para o final. “Different Sides” encerra o disco com uma letra complexa, que demanda muitas audições até uma compreensão mais clara sobre quais lados seriam esses (amorosos, religiosos, ambos talvez).

Alguém mais ranzinza pode dizer que tudo não passa de veneração a um mito que poderia estar enterrado. Que álbuns vindos da cova já se tornaram um novo nicho no mercado (Johnny Cash resgatado por Rick Rubin, Bob Dylan cantando do outro lado de lá em “Time Out of Mind”). Argumentos como esses soam mesquinhos diante de uma meditação desprovida de sentimentalismo, tão distante da superficialidade despreocupada e da exaltação vazia, comuns em nosso tempo. Cantar a morte não dá ibope.

“Old Ideas” continuará a ser ouvido, não apenas porque podem ser as últimas palavras de um mito, mas porque dizem respeito à existência, porque são transmitidas com sabedoria e gravidade, compaixão e humor. A obra e a vida de Cohen são uma busca de valores como disciplina, integridade e generosidade. Comportar-se com dignidade na hora da morte, este é apenas um dos legados de Leonard Norman Cohen, um homem que certa vez escreveu: “Se não se tornar o oceano / você vai ficar enjoado / todos os dias”.

por Gabriel Innocentini​


Link da resenha



Alguns vídeos com músicas do álbum:




 
Última edição por um moderador:
Nunca tinha ouvido falar até ler uma matéria na Veja contando o perrengue que ele passou, com a empresária dando o golpe, o que o fez voltar a cantar. Resolvi experimentar e estou achando Old Ideas muito bom.
 
Esse nome não me dizia nada, daí procurei no YouTube para ver o que aparecia.
Para minha surpresa, a música "Hallelujah", que foi usada no filme "Watchmen" para a cena de sexo entre o Coruja e a Espectral. :D

http://www.youtube.com/watch?v=WJTiXoMCppw

(Não, não é a cena de sexo; não encontrei.)
 
Eu já o conheica(tbm por essa música que o Calib postou) e tbm pq li uma vez falando que Regina Spektor o tinha como uma de suas influências... porém nunca procurei mt sobre ele(em parte por esse meu preconceito por música pop - e no caso dele, Folk - de antigamente :dente:)
 

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