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Lei anti-greve e congelamento salarial

Maglor

Lacho calad! Drego morn!
Vou seguir o Paulo a abrir um tópico sobre um tema importantíssimo que recebe uma atenção tão pífia da mídia que chega a ser digno de suspeitas.

Antes de mais nada, um texto:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/05/10/295714189.asp

Parece contraditório eu dizer que a atenção dada ao assunto é pouca e logo depois colocar um link, mas não é. Estamos vendo um projeto de lei que extingue o direito de greve. Porque exigir a presença de 2/3 de uma categoria em uma assembléia é absurdo, pra dizer o mínimo. Falar em 2/3 de uma categoria, e não de um sindicato, é algo completamente fora da realidade. São milhares de pessoas em uma assembléia, eu consigo imaginar um quadro do Dalí retratando isso.

Além disso, dizem que o serviço não pode ser paralisado, independentemente se ser um serviço essencial. Ou é greve ou não é, ora. Por isso eu disse que a atenção dada é pouca. É um absurdo tão grande que ser tratado como só mais um assunto é pouco.

Eu recebi um texto de um secretário da CUT sobre isso que expressa bem a opinião de um servidor. E olha que a CUT é majoritariamente governista.

Trechos de artigo de João Felício – Secretário de Relações Internacionais da CUT
“(...)o Projeto de Lei Complementar 01, dando um tiro no pé do PAC ao limitar as despesas com pessoal da União nos próximos 10 anos à inflação mais 1,5% ao ano significa na prática uma política de arrocho salarial para os servidores públicos, engessando a política de concursos públicos, inviabilizando novas contratações e a necessária valorização dos serviços, reconhecidamente sucateados.
Agora, soma-se ao abusivo e absurdo PLP 01, medidas draconianas como a multa a sindicatos, a necessidade de assembléia com a presença de 2/3 da categoria para decretar greve, a classificação de todos os serviços como essenciais e a exigência de que 40% dos trabalhadores permaneçam em seus postos. Ou seja, por um lado o governo anuncia o cadafalso, com uma proposta de arrocho sem precedentes, por outro tenta impedir o direito natural e constitucional dos trabalhadores a dizerem não, querendo impor regras até mesmo para a reação às mazelas que seriam praticadas nos próximos dez anos contra as condições de vida e de trabalho dos servidores. Não é à toa que esse projeto de degradação de direitos navega com tantos ventos a favor na grande mídia e arranca aplausos e risinhos de um ultradireitista como Alexandre Garcia e os pitbuls do neoliberalismo do PSDB e do PFL: ele representa uma afronta aos interesses dos trabalhadores, da sociedade e do país. Em última instância ele é a negação de tudo o que esperamos do presidente Lula.
Qual é a verdadeira situação do funcionalismo hoje? São trabalhadores sem direito à negociação coletiva, cuja imensa maioria ganha mal. Seus sindicatos não são sequer recebidos por governadores e prefeitos, seus dirigentes são perseguidos pelo poder público. Governos municipais e estaduais pressionam a base para não se associar, chegando ao cúmulo de cortarem o desconto em folha das mensalidades dos associados, como ocorreu recentemente em Pernambuco e Rondônia.
Diante desta dura e crua realidade, regada a salários ínfimos, fica fácil de explicar as razões de tantas greves no funcionalismo. Paralisações que muitas vezes se transformam em longas e penosas jornadas, com graves conseqüências não apenas para a sociedade, mas também para os servidores e suas famílias. Como não há prejuízo econômico para os governos, eles apostam na maior lentidão possível para a resolução dos problemas, na ânsia de matar o movimento de inanição, manipulando com a mídia os sentimentos da sociedade, transformando as vítimas em culpados, tentando fazer crer que quem está com a greve está contra a população. Quanto à longevidade do movimento, é bom lembrar que mesmo na iniciativa privada onde o prejuízo econômico é evidente, já tivemos greves de 42 dias, como no ABC.
Como se tudo isso não bastasse, o presidente Lula declarou que quem está de greve por um período mais longo entra em férias, desconsiderando as razões que levam determinadas categorias a lançarem mão deste último recurso. Infelizmente, faltou sensibilidade na apreciação de um assunto tão delicado. No nosso entendimento, é direito dos trabalhadores poderem espernear, assim como é responsabilidade do executivo encontrar a melhor forma de gerir a administração pública, ampliando os canais de negociação e diálogo, com os seus servidores e a sociedade
(...)A exigência da presença de dois terços de uma categoria em assembléia para a aprovação de uma greve representaria dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, o que tornaria praticamente impossível a sua realização. Uma categoria de 200 mil, por exemplo, precisaria colocar 140 mil na assembléia. Se esta categoria for estadual, seria praticamente impossível mobilizar, se fosse nacional, estaria anulada a possibilidade de greve. Além do mais, se uma categoria conseguisse juntar numa única assembléia tanta gente seria desnecessário fazer a paralisação, pois o governo estaria praticamente sitiado.
Ao mesmo tempo, não aceitamos ser culpados pelo não oferecimento de um serviço essencial, quando o responsável é o poder público. Ou seriam as greves as responsáveis pela péssima qualidade do ensino, pelo trágico abandono dos hospitais e pela insegurança pública? Também não é verdade que as paralisações sejam um passeio em busca de um bônus - que na verdade é um direito -, pois o serviço é reposto posteriormente. Ninguém faz greve porque gosta.
(...)Ao defender o projeto de regulamentação de greve, o presidente da República entra em choque com a sua base de sustentação, com o movimento sindical e social que foi às ruas para defender a democracia e derrotar o golpe da direita. Enquanto isso, é aplaudido pela mesma direita que tentou derrubá-lo, o que deve servir de elemento de reflexão e, mais do que isso, intensa preocupação. Definitivamente, o movimento sindical brasileiro não merece uma legislação que regulamente a sua vida.
(...)De Norte a Sul do país, os conflitos com os governos se ampliam quando há uma aposta na terceirização, no não cumprimento de acordos, na imposição de políticas de abonos que arrocham e comprometem a aposentadoria. Ninguém em sã consciência, exceto as coisas e os pitbuls, defende que um eletricitário apague as luzes da cidade, que um operário abra as comportas de um reservatório ou um médico não atenda ao seu paciente agonizante. Mas o fato é que o movimento se auto-regulamenta, estabelecendo alternativas para o conflito, que não é uma luta de vale-tudo.
Assim penso e ajo. Na presidência da Apeoesp, sempre fomos contrários a convocar numa sexta-feira uma greve para que iniciasse na segunda, pois respeitamos o direito da comunidade escolar a estar informada. Por outro lado, como dirigente sindical, há dois anos não recebo do governo de São Paulo o salário devido, e esse é apenas um exemplo da selvageria existente na relação capital-trabalho no Estado mais rico do país.
Vejam a situação do sindicalismo cutista: terceirização no Banco do Brasil, tentativa de imposição do PLP 01, reforma da Previdência, piso achatado do magistério. E ainda querem retirar nosso direito de greve. Durma-se com um barulho desses.
Rechaçamos por extremamente graves esses ataques ao sindicalismo e aos servidores. Na nossa opinião este é um perigoso descaminho a ser trilhado, que irá se enfrentar a uma gigantesca onda de protestos da classe trabalhadora em defesa dos seus direitos e da justiça. Estão enganados os que crêem que essa regulamentação servirá para alguma coisa a não ser a lata de lixo da história. Para nós, está claro que para essa coisa se transformar em política de servidão, só falta a mordaça e as algemas.”


É interessante que esse é justamente o governo do "partido do trabalhadores". Nem a ditadura fez isso, se fosse assim na época do Lula, já pensou?
 
Última edição:
Putz, dá vontade de ignorar o assunto e continuar meu dia feliz, mas vamos lá.
É interessante que esse é justamente o governo do "partido do trabalhadores". Nem a ditadura fez isso, se fosse assim na época do Lula, já pensou?
O Lula não seria presidente, e não estaríamos lendo esse projeto de lei, parece piada.
Congelamento Salarial não existe em mundo capitalista. Em tese, qualquer pessoa no Brasil sabe disso.
Lei Anti-Greve? Fidel, tô precisando de umas dicas. Me ajuda?
 
Na verdade eu ia falar sobre os salários dos servidores também, mas o tópico ia ficar embolado e falei só da lei de greve. O título ficou lá por engano. De qualquer forma, olha no Google sobre o PLP 01/2007.
 

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