Sister Jack
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Laranja Mecânica de Stanley Kubrick
Sempre que escuto comentários sobre Laranja Mecânica e como ele está cheio de seu humor negro e é uma sátira a sociedade. Sim, eu concordo. Mas o filme é muuuuuuito mais do que apenas uma sátira. Fala sobre a verdadeira natureza humana(assim como a maioria dos filmes de Kubrick) ou o que é necessário em um ser para que ele seja considerado um humano e não apenas uma máquina superficial. O título sugere que algo pode ter uma aparência orgânica por fora e ser uma máquina fria. A maioria das pessoas que eu conheço fazem essa associação diretamente com o estado de Alex, o jovem delinquente protagonista do filme no seu estado inicial, no começo do filme. Pois eu penso que é nos primeiros 50 minutos e nos últimos 10 minutos que Alex está mais humano do que qualquer outro personagem do filme.
Ele realmente se transforma em uma Laranja Mecânica após a sua prisão e tratamento no Centro Ludovico, onde tem o seu cérebro lavado por imagens horríveis de estupros, violência e guerra. Isso faz com que ele automaticamente começe a se sentir mal sempre que tenha vontade de cometer atos de violência. Ele é tirado o seu direito de escolha. É aí sim que ele deixa de ser um ser humano, pois ele agora é obrigado a seguir as leis dessa sociedade sem direito de recusá-las. Não pode usar a violência nem para a auto defesa.
O personagem de Alex no seu estado humano tem um grande tom de superioridade, como se ele fosse um comandante, um chefe de sua gangue, o dono da cidade. Quando o chefe da prisão pergunta que crime ele cometeu, ele diz "Assassinato" com um pequeno sorriso na face. E ele assim mente quando chega na prisão, mentindo para o padre sobre o seu comportamente. Pois até mesmo quando está lendo a Bíblia, se mostra superior que o resto, como quando aparece como o soldado romano espancando Jesus ou lutando na guerra e dormindo com várias mulheres. Alex é um ser humano, mesmo sendo triste e desprezível, cheio de falhas, ele é um ser humano.
Após a lavagem cerebral, ele vira apenas um jovem humilde que se sente injustiçado, sempre dizendo que sofre e sofreu, e agora, ironicamente, está sendo mal tratado pela sociedade na qual ele ajudou a apodrecer. Só chora e sofre, não podendo reagir. Nos minutos finais do filme, depois de ser operado na cabeça para que o seu velho instinto humano volte, ele é livre novamente. É curado. Deixa de ser a Laranja Mecânica de antes e volta a ser o jovem delinquente fã de Beethoven e ultra violência.
"As cores realmente parecem mais vivas na tela do cinema", diz Alex durante a lavagem cerebral. Provavelmente é um piada feita apenas para o próprio Stanley Kubrick, que abusa das cores distintas nesse filme. Ele faz as cores realmente pularem, se destacarem nesse filme. A edição do filme é totalmente revolucionária, uma das melhores que eu já vi em um filme. Quando ele escuta Ludwig pela primeira vez em seu quarto, Kubrick faz uma montagem de imagens metafóricas representando o estado da mente de Alex naquele momento, de caos e alegria.
O diretor passa o sufoco em que Alex está passando para o seu público, mas ao invés de nos mostrar o que o Alex está vendo, ele mostra a própria visão nojenta e agressiva dos olhos do jovem presos abertos, sendo molhados por um assistente, e a expressão de terror e desespero na cara. Com certeza, Kubrick consegue chocar quando quer, e a sua demonstração de violência na sociedade futuristica de Londres é extremamente realista. Dizem que o filme gerou vários assassinatos e aumentou o índice de violência em alguns países. Os cenários, casas, prédios, objetos, e figurindo são todos feitos para ter uma aparência estranha, futurista. Mal se pode perceber que o filme foi feito a 30 anos atrás se não fosse pela a aparência do jovem Malcolm McDowell, numa performance espetacular como Alex. Laranja Mecânica é um dos poucos filmes que jamais vão parecer velho ou ultrapassado. Um dos melhores filmes de ficção científica já criados, e um dos melhores filmes feitos por Kubrick.
NOTA 10
Sempre que escuto comentários sobre Laranja Mecânica e como ele está cheio de seu humor negro e é uma sátira a sociedade. Sim, eu concordo. Mas o filme é muuuuuuito mais do que apenas uma sátira. Fala sobre a verdadeira natureza humana(assim como a maioria dos filmes de Kubrick) ou o que é necessário em um ser para que ele seja considerado um humano e não apenas uma máquina superficial. O título sugere que algo pode ter uma aparência orgânica por fora e ser uma máquina fria. A maioria das pessoas que eu conheço fazem essa associação diretamente com o estado de Alex, o jovem delinquente protagonista do filme no seu estado inicial, no começo do filme. Pois eu penso que é nos primeiros 50 minutos e nos últimos 10 minutos que Alex está mais humano do que qualquer outro personagem do filme.
Ele realmente se transforma em uma Laranja Mecânica após a sua prisão e tratamento no Centro Ludovico, onde tem o seu cérebro lavado por imagens horríveis de estupros, violência e guerra. Isso faz com que ele automaticamente começe a se sentir mal sempre que tenha vontade de cometer atos de violência. Ele é tirado o seu direito de escolha. É aí sim que ele deixa de ser um ser humano, pois ele agora é obrigado a seguir as leis dessa sociedade sem direito de recusá-las. Não pode usar a violência nem para a auto defesa.
O personagem de Alex no seu estado humano tem um grande tom de superioridade, como se ele fosse um comandante, um chefe de sua gangue, o dono da cidade. Quando o chefe da prisão pergunta que crime ele cometeu, ele diz "Assassinato" com um pequeno sorriso na face. E ele assim mente quando chega na prisão, mentindo para o padre sobre o seu comportamente. Pois até mesmo quando está lendo a Bíblia, se mostra superior que o resto, como quando aparece como o soldado romano espancando Jesus ou lutando na guerra e dormindo com várias mulheres. Alex é um ser humano, mesmo sendo triste e desprezível, cheio de falhas, ele é um ser humano.
Após a lavagem cerebral, ele vira apenas um jovem humilde que se sente injustiçado, sempre dizendo que sofre e sofreu, e agora, ironicamente, está sendo mal tratado pela sociedade na qual ele ajudou a apodrecer. Só chora e sofre, não podendo reagir. Nos minutos finais do filme, depois de ser operado na cabeça para que o seu velho instinto humano volte, ele é livre novamente. É curado. Deixa de ser a Laranja Mecânica de antes e volta a ser o jovem delinquente fã de Beethoven e ultra violência.
"As cores realmente parecem mais vivas na tela do cinema", diz Alex durante a lavagem cerebral. Provavelmente é um piada feita apenas para o próprio Stanley Kubrick, que abusa das cores distintas nesse filme. Ele faz as cores realmente pularem, se destacarem nesse filme. A edição do filme é totalmente revolucionária, uma das melhores que eu já vi em um filme. Quando ele escuta Ludwig pela primeira vez em seu quarto, Kubrick faz uma montagem de imagens metafóricas representando o estado da mente de Alex naquele momento, de caos e alegria.
O diretor passa o sufoco em que Alex está passando para o seu público, mas ao invés de nos mostrar o que o Alex está vendo, ele mostra a própria visão nojenta e agressiva dos olhos do jovem presos abertos, sendo molhados por um assistente, e a expressão de terror e desespero na cara. Com certeza, Kubrick consegue chocar quando quer, e a sua demonstração de violência na sociedade futuristica de Londres é extremamente realista. Dizem que o filme gerou vários assassinatos e aumentou o índice de violência em alguns países. Os cenários, casas, prédios, objetos, e figurindo são todos feitos para ter uma aparência estranha, futurista. Mal se pode perceber que o filme foi feito a 30 anos atrás se não fosse pela a aparência do jovem Malcolm McDowell, numa performance espetacular como Alex. Laranja Mecânica é um dos poucos filmes que jamais vão parecer velho ou ultrapassado. Um dos melhores filmes de ficção científica já criados, e um dos melhores filmes feitos por Kubrick.
NOTA 10