Washu_Hakubi
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[Washu de Vampiro][O avião e o livro]
Esta história já está na minha cabeça faz muuuuito tempo ( na verdade, pensei nela como história em quadrinhos, mas estou escrevendo para não perder os detalhes enquanto não tenho condição de desenha-la) e este é só um início...ah, tirem suas próprias conclusões
*************************************************************
Capítulo 1: O avião e o livro
Sete horas da manhã, aeroporto de Tokyo.Já cedo, lotado de pessoas chegando, partindo e aguardando voôs, ocupadas com seus próprios negócios.Tudo parece muito confuso, mas depois que se acostuma com essa correria diária, não se tem maiores problemas.
- Será que eu vou me acostumar a tudo isso?
Já vestida com o avental e a touca do uniforme, Ashita tentava andar pelos corredores sem trombar com os passageiros.O fato de conduzir o carrinho com o material de limpeza não lhe ajudava em nada.Em menos de meia hora, havia derrubado pelo menos três pastas de executivos.
- Ai!Me desculpe o mau jeito, senhor!! - acabou de acontecer outra vez.
- EI, VOCÊ! - um dos oficiais viu o que aconteceu - O que está fazendo aqui?Vá logo para a limpeza do avião!!!
- Sim, sim! - ela recolheu tudo e apressou o passo - Ah, se eu não precisasse tanto de dinheiro!!!
É o primeiro dia de Ashita como faxineira no aeroporto, então ela está um pouco confusa e ansiosa.Mesmo morando na capital há cinco anos, o ritmo de vida metropolitano a incomoda, mas ela precisa sobreviver a isso.
- Eu me acalmo por saber que isso é só uma questão de tempo.Assim que o meu livro for publicado, finalmente vou poder viver daquilo que sempre quis.O mundo vai conhecer a escritora Ashita Shiroi!!!
Sorriu, imaginando o futuro glorioso que a esperava.Gostava de fazer isso enquanto trabalhava, deixava o seu coração mais leve - e por consequência o serviço também.
- Eu só preciso de uma boa história.Uma digna de Bernadette.
Entrou no banheiro do avião, a pior parte de seu dia.Suspirou.
- Eu NUNCA gostei de limpar banheiros...
Independente de seus gostos, continuou o trabalho sem esquecer de Bernadette - personagem principal de toda história sua.
- O que será que Bernadette diria se estivesse no meu lugar?Bem, ela não parece ser do tipo que limpa banheiros, hehe...mas... - parou por um instante - Talvez...
Deixando a escova de lado, sentou-se na privada e puxou o inseparável caderninho de bolso.
- Inspiração é um momento sagrado! - justificou-se - Bernadette vai pegar um avião hoje.Ela é uma aeromoça experiente...não. - resgou a folha e jogou fora - ela é uma passageira da primeira classe...sim.Mas o que mais?Isso, boa idéia!
Se Ashita tivesse dado um pouco mais de atenção ao seu horário de trabalho, poderia não ter entrado na confusão.Mas era tarde demais agora.Depois de mais ou menos cinco páginas escritas, um barulho a fez tirar os olhos do papel.
- Será que.. - levantou-se receosa, mas uma turbulência a fez cair para a frente - Me diz que não...
Instintivamente encolheu-se a um canto,zonza demais para se apavorar.Abraçou-se rápido ao cadeninho e fechou os olhos, com medo de vomitar.
- *Será que eu consigo sobreviver a isso???*
A pressão foi aumentando, até que Ashita teve a sensação de estar caindo no vazio, e nem percebeu quando perdeu os sentidos.
O avião decolava.
*****
Quando abriu os olhos, a primeira coisa que Ashita sentiu foi a dor horrível no estômago que a impedia de se levantar, além da câimbra que não sabia dizer onde começava e onde terminav.Pouco a pouco, os pensamentos se estabilizaram.
- *Que dor de cabeça...que dor de tudo...o que aconteceu...o avião decolou...Essa não, eu...ai...*
Depois de algum esforço, levantou-se cambaleando, mas parou à porta.
- *O que eu faço agora?Pense,Ashita, pense!Não sei para onde estou indo...mas esse não é o pior...*
Sentou-se na privada, desacreditada.
- Eu vou acabar perdendo o emprego!!!
O avião não estava lotado, pelo contrário.Muitas poltronas do meio estavam vazias, e tudo estava em silêncio.Devagar, a porta do banheiro abriu-se e Ashita reparou nisso tudo.Havia escondido o avental e a touca, e tinha uma idéia maluca em mente.
- *Eu não posso perder esse emprego.Felizmente, ninguém conhece a minha cara ainda...é loucura, mas preciso agir normalmente enquanto estiver aqui dentro.*
Disfarçando o nervosismo, ela saiu do banheiro e andou até uma das poltronas vazias.Sentou-se silenciosamente, para não acordar a garota que dormia ao ladlhou as comissárias com um certo desprezo.
- *Que eu saiba, vocês têm que verificar tudo antes da decolagem...suas folgadas...*
Os minutos se arrastavam.Ashita procurava não pensar na gravidade situação, ou ficaria ainda mais tensa.Limitou-se a reconhecer seu talento de entrar em situações estranhas e constrangedoras.Puxou seu caderninho outra vez.
- *A culpa é toda sua, Bernadette.Só por isso você terá um trauma no seu passado!*
Começou a escrever cheia de razão, mas parou depois de duas linhas.Por mais que rabiscasse os cantos da folha, nenhuma idéia vinha.Bernadette lhe abandonara.Ashita estava querendo chorar, a essa altura.
- *O que eu faço agora...pra onde eu vou...não tenho nenhum dinheiro...não tenho nem idéia do que fazer quando descer!!!*
- Aeromoça, por favor! - falou sem pensar, à passagem da comissária.
- Sim, senhorita? - ela a a atendeu com um amigável sorriso.
- Um café.Bem forte.Por favor.
- Já está saindo. - a aeromoça anotou o pedido e logo voltou com o café.Ashita forçou um sorriso.
- Você salvou a minha vida...
- Qualquer coisa é só chamar. - agradeceu e se retirou calmamente.Ashita tomou o café de um gole só.
- *Ao menos vou aproveitar a viagem...ah ,que Deus me ajude!*
Um movimento na poltrona ao lado distraiu Ashita dos pensamentos.
- Desculpa, eu a acordei?
- Hum?Ah, não se preocupe.Eu dormi até demais, acho.Desde que sentei, apaguei.Nem vi quando a senhorita chegou! - sorriu docemente, sem notar o nervosismo da outra.
- Ah...é mesmo...?Bem...se eu fizer uma pergunta estranha, você não repara?
- Pergunta...estranha? - a moça ressabiou-se.
- Para onde estamos indo? - Ashita sussurrou.
- Ky..Kyoto... - muito discreta, ela não fez nenhum comentário, ou talvez tenha sido por medo mesmo.
- Kyoto? - animou-se - Ótimo, é perto até!Poderia ser beeem pior, poxa, estou aliviada agora!Ahn...não repara, por favor... - Ashita corou inteira diante dos olhos arregalados da moça.Mas depois ela sorriu, parecendo entender Ashita ao menos em parte.
- Claro.Quem sou eu para dizer algo dos seus motivos...meu nome é Tenko Yoko!
- Ashita Shiroi!Prazer em conhecê-la!
- O prazer é meu!
Ficaram um tempo em silêncio.Ashita viu em Tenko um alívio no meio de sua situação desesperadora.
- *Ao menos não desembarco sozinha...parece uma moça gentil! Agora preciso me enturmar com ela!*
Ashita passou os dez minutos seguintes pensando em como iniciar uma conversa, mas tinha medo de acabar falando demais e se entregando.Não queria passar mais vergonha do que o necessário.
- Céus, parece que estamos há horas aqui dentro... - Tenko foi quem quebrou o silêncio - Não teria um relógio, teria?
- Infelizmente não... - Ashita lamentou de verdade.
- Eu quero chegar logo...talvez fosse melhor dormir de novo, mas não conseguiria! - ela sorriu, mas disfarçou a ansiedade contida nele.
- Pois é, eu também fiquei sem sono...*por que fui tomar aquele café extra-forte???*Bem, quem sabe conversando o tempo passa!
- É, acho que só assim!Não tem como encurtar a viagem mesmo!
Um sacolejo interrompeu a conversa, e as duas precisaram se segurar nas cadeiras.Depois que parou elas se olharam, de olhos arregalados.
- Que foi isso? - Ashita sentiu a tonteira voltar.
- Me assustei... - Tenko confessou, afundando-se na cadeira.
Outro sacolejo, dessa vez mais forte e mais longs passageiros começaram um murmúrio que crescia junto com a turbulência, e as comissárias de bordo não davam conta de acalmar a todos.O transtorno chegou ao máximo quando um cheiro de fumaça tomou o ambiente e as máscaras de oxigênio caíram.
Em um segundo, Tenko e Ashita colocaram as máscaras e os coletes salva-vidas.Sem saber o que dizer, olharam-se angustiadas e chegaram à mesma resposta: era a primeira vez que passavam por algo assim.
À mercê da sorte, sentiam o avião descer cada vez mais rápido e um calor infernal vindo de todos os lados.Tenko fechou os olhos, tentando manter-se consciente.Ashita segurou firme nos braços da poltrona, e era como se caísse no vazio novamente.Mas agora, nao era apenas sensação.Era real.
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Esta história já está na minha cabeça faz muuuuito tempo ( na verdade, pensei nela como história em quadrinhos, mas estou escrevendo para não perder os detalhes enquanto não tenho condição de desenha-la) e este é só um início...ah, tirem suas próprias conclusões
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Capítulo 1: O avião e o livro
Sete horas da manhã, aeroporto de Tokyo.Já cedo, lotado de pessoas chegando, partindo e aguardando voôs, ocupadas com seus próprios negócios.Tudo parece muito confuso, mas depois que se acostuma com essa correria diária, não se tem maiores problemas.
- Será que eu vou me acostumar a tudo isso?
Já vestida com o avental e a touca do uniforme, Ashita tentava andar pelos corredores sem trombar com os passageiros.O fato de conduzir o carrinho com o material de limpeza não lhe ajudava em nada.Em menos de meia hora, havia derrubado pelo menos três pastas de executivos.
- Ai!Me desculpe o mau jeito, senhor!! - acabou de acontecer outra vez.
- EI, VOCÊ! - um dos oficiais viu o que aconteceu - O que está fazendo aqui?Vá logo para a limpeza do avião!!!
- Sim, sim! - ela recolheu tudo e apressou o passo - Ah, se eu não precisasse tanto de dinheiro!!!
É o primeiro dia de Ashita como faxineira no aeroporto, então ela está um pouco confusa e ansiosa.Mesmo morando na capital há cinco anos, o ritmo de vida metropolitano a incomoda, mas ela precisa sobreviver a isso.
- Eu me acalmo por saber que isso é só uma questão de tempo.Assim que o meu livro for publicado, finalmente vou poder viver daquilo que sempre quis.O mundo vai conhecer a escritora Ashita Shiroi!!!
Sorriu, imaginando o futuro glorioso que a esperava.Gostava de fazer isso enquanto trabalhava, deixava o seu coração mais leve - e por consequência o serviço também.
- Eu só preciso de uma boa história.Uma digna de Bernadette.
Entrou no banheiro do avião, a pior parte de seu dia.Suspirou.
- Eu NUNCA gostei de limpar banheiros...
Independente de seus gostos, continuou o trabalho sem esquecer de Bernadette - personagem principal de toda história sua.
- O que será que Bernadette diria se estivesse no meu lugar?Bem, ela não parece ser do tipo que limpa banheiros, hehe...mas... - parou por um instante - Talvez...
Deixando a escova de lado, sentou-se na privada e puxou o inseparável caderninho de bolso.
- Inspiração é um momento sagrado! - justificou-se - Bernadette vai pegar um avião hoje.Ela é uma aeromoça experiente...não. - resgou a folha e jogou fora - ela é uma passageira da primeira classe...sim.Mas o que mais?Isso, boa idéia!
Se Ashita tivesse dado um pouco mais de atenção ao seu horário de trabalho, poderia não ter entrado na confusão.Mas era tarde demais agora.Depois de mais ou menos cinco páginas escritas, um barulho a fez tirar os olhos do papel.
- Será que.. - levantou-se receosa, mas uma turbulência a fez cair para a frente - Me diz que não...
Instintivamente encolheu-se a um canto,zonza demais para se apavorar.Abraçou-se rápido ao cadeninho e fechou os olhos, com medo de vomitar.
- *Será que eu consigo sobreviver a isso???*
A pressão foi aumentando, até que Ashita teve a sensação de estar caindo no vazio, e nem percebeu quando perdeu os sentidos.
O avião decolava.
*****
Quando abriu os olhos, a primeira coisa que Ashita sentiu foi a dor horrível no estômago que a impedia de se levantar, além da câimbra que não sabia dizer onde começava e onde terminav.Pouco a pouco, os pensamentos se estabilizaram.
- *Que dor de cabeça...que dor de tudo...o que aconteceu...o avião decolou...Essa não, eu...ai...*
Depois de algum esforço, levantou-se cambaleando, mas parou à porta.
- *O que eu faço agora?Pense,Ashita, pense!Não sei para onde estou indo...mas esse não é o pior...*
Sentou-se na privada, desacreditada.
- Eu vou acabar perdendo o emprego!!!
O avião não estava lotado, pelo contrário.Muitas poltronas do meio estavam vazias, e tudo estava em silêncio.Devagar, a porta do banheiro abriu-se e Ashita reparou nisso tudo.Havia escondido o avental e a touca, e tinha uma idéia maluca em mente.
- *Eu não posso perder esse emprego.Felizmente, ninguém conhece a minha cara ainda...é loucura, mas preciso agir normalmente enquanto estiver aqui dentro.*
Disfarçando o nervosismo, ela saiu do banheiro e andou até uma das poltronas vazias.Sentou-se silenciosamente, para não acordar a garota que dormia ao ladlhou as comissárias com um certo desprezo.
- *Que eu saiba, vocês têm que verificar tudo antes da decolagem...suas folgadas...*
Os minutos se arrastavam.Ashita procurava não pensar na gravidade situação, ou ficaria ainda mais tensa.Limitou-se a reconhecer seu talento de entrar em situações estranhas e constrangedoras.Puxou seu caderninho outra vez.
- *A culpa é toda sua, Bernadette.Só por isso você terá um trauma no seu passado!*
Começou a escrever cheia de razão, mas parou depois de duas linhas.Por mais que rabiscasse os cantos da folha, nenhuma idéia vinha.Bernadette lhe abandonara.Ashita estava querendo chorar, a essa altura.
- *O que eu faço agora...pra onde eu vou...não tenho nenhum dinheiro...não tenho nem idéia do que fazer quando descer!!!*
- Aeromoça, por favor! - falou sem pensar, à passagem da comissária.
- Sim, senhorita? - ela a a atendeu com um amigável sorriso.
- Um café.Bem forte.Por favor.
- Já está saindo. - a aeromoça anotou o pedido e logo voltou com o café.Ashita forçou um sorriso.
- Você salvou a minha vida...
- Qualquer coisa é só chamar. - agradeceu e se retirou calmamente.Ashita tomou o café de um gole só.
- *Ao menos vou aproveitar a viagem...ah ,que Deus me ajude!*
Um movimento na poltrona ao lado distraiu Ashita dos pensamentos.
- Desculpa, eu a acordei?
- Hum?Ah, não se preocupe.Eu dormi até demais, acho.Desde que sentei, apaguei.Nem vi quando a senhorita chegou! - sorriu docemente, sem notar o nervosismo da outra.
- Ah...é mesmo...?Bem...se eu fizer uma pergunta estranha, você não repara?
- Pergunta...estranha? - a moça ressabiou-se.
- Para onde estamos indo? - Ashita sussurrou.
- Ky..Kyoto... - muito discreta, ela não fez nenhum comentário, ou talvez tenha sido por medo mesmo.
- Kyoto? - animou-se - Ótimo, é perto até!Poderia ser beeem pior, poxa, estou aliviada agora!Ahn...não repara, por favor... - Ashita corou inteira diante dos olhos arregalados da moça.Mas depois ela sorriu, parecendo entender Ashita ao menos em parte.
- Claro.Quem sou eu para dizer algo dos seus motivos...meu nome é Tenko Yoko!
- Ashita Shiroi!Prazer em conhecê-la!
- O prazer é meu!
Ficaram um tempo em silêncio.Ashita viu em Tenko um alívio no meio de sua situação desesperadora.
- *Ao menos não desembarco sozinha...parece uma moça gentil! Agora preciso me enturmar com ela!*
Ashita passou os dez minutos seguintes pensando em como iniciar uma conversa, mas tinha medo de acabar falando demais e se entregando.Não queria passar mais vergonha do que o necessário.
- Céus, parece que estamos há horas aqui dentro... - Tenko foi quem quebrou o silêncio - Não teria um relógio, teria?
- Infelizmente não... - Ashita lamentou de verdade.
- Eu quero chegar logo...talvez fosse melhor dormir de novo, mas não conseguiria! - ela sorriu, mas disfarçou a ansiedade contida nele.
- Pois é, eu também fiquei sem sono...*por que fui tomar aquele café extra-forte???*Bem, quem sabe conversando o tempo passa!
- É, acho que só assim!Não tem como encurtar a viagem mesmo!
Um sacolejo interrompeu a conversa, e as duas precisaram se segurar nas cadeiras.Depois que parou elas se olharam, de olhos arregalados.
- Que foi isso? - Ashita sentiu a tonteira voltar.
- Me assustei... - Tenko confessou, afundando-se na cadeira.
Outro sacolejo, dessa vez mais forte e mais longs passageiros começaram um murmúrio que crescia junto com a turbulência, e as comissárias de bordo não davam conta de acalmar a todos.O transtorno chegou ao máximo quando um cheiro de fumaça tomou o ambiente e as máscaras de oxigênio caíram.
Em um segundo, Tenko e Ashita colocaram as máscaras e os coletes salva-vidas.Sem saber o que dizer, olharam-se angustiadas e chegaram à mesma resposta: era a primeira vez que passavam por algo assim.
À mercê da sorte, sentiam o avião descer cada vez mais rápido e um calor infernal vindo de todos os lados.Tenko fechou os olhos, tentando manter-se consciente.Ashita segurou firme nos braços da poltrona, e era como se caísse no vazio novamente.Mas agora, nao era apenas sensação.Era real.
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