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[L] [Vinci] [O Pequeno Mago]

Vinci

Usuário
[Vinci] [O Pequeno Mago]

O Pequeno Mago

Era um dia calmo, até. A rua Selive estava até pacata, naquele dia.
O caminho era arborizado, e os jardins eram bonitos. O céu estava nublado, então o dia não estava tão quente.
O jornaleiro passa e deixa um Times em todas as casas. Ninguém nas ruas.

***
Ralf acorda. Sua cama é de uma madeira de tonalidade levemente avermelhada. Ele está coberto com uma manta totalmente negra.
Ele levanta, sonolento. É um sábado. Não devia acordar tão cedo, em circunstâncias normais.
Afinal, como ele próprio dizia, sábado é o único dia que podemos dormir até as duas da tarde e depois ficar acordado até as três da manhã.
Ele passava os sábados brincando com alguns amigos. Ou então, fazendo coisas mais perigosas. Coisas como testar magias uma no outro. Faziam isso com certa freqüência. Algumas vezes, isso também englobava coisas como algumas... Ahn... Poções.
Só que faziam isso com bem menos freqüência, já que isso as vezes resultava em fogo. A maior besteira que já havia cometido com seus amigos, foi num dia de inverno. Ralf infelizmente teve êxito na sua magia de “Perda de Agilidade”. Muito bom. A não ser quando se está testando em si mesmo.
Porém, isso não lhe importava agora. Se conseguisse pensar, dormindo como estava, já lhe seria grande valia.
Tal proeza como essa, ele sabia que não conseguiria. Olhou para sua cama. Um vento frio veio da janela. Era finzinho do inverno, quase o começo da primavera.
Encarou a sua cama de madeira-avermelhada. A manta negra.
Após cinco minutos, estava lá, dormindo novamente. Sua frase era sábia, com certeza:
”Sábado é o único dia que podemos dormir até as duas da tarde e depois ficar acordado até as três da manhã.”
 
Tobias

Batia no batente da porta de Ralf. Nada. Será que o preguiçoso ainda estava dormindo? Mas não era possível!
Talvez ele não estivesse ouvindo mesmo. Continuou a bater. Voltou a teoria de que o preguiçoso estava dormindo. Mas seus pais pelo menos teriam de estar ali.

- Ô de casa... – e então bateu com o ossinho do dedo, fazendo um “toc,toc,toc”.

Tobias era um garoto um pouco mais baixo que Ralf, tinha 1,27. Ele era loiro, e, digamos ,gordinho.
Suas bochechas eram redondas e um pouco rosadas, bastante cheias.
Bateu palmas. Não funcionou, então bateu mais forte.
Quando suas pobres mãozinhas estavam já vermelhas, apelou para sua última saída. Juntou suas pequenas mãos ao redor da boca, formando algo parecido com um alto-falante.
Então, encheu os pulmões de ar e gritou:
- Raaaaaaaaaaaaalf!

***
Ralf acordou. Era a voz de Tobias. O Tobby. Trocou de roupa, tirou seu pijama e colocou uma camisa e uma calça. Como resposta ao amigo, gritou na janela:
- To indo!
Amarrou os sapatos, mau, mas rápido. Foi correndo aos tropeços, descendo as escadas.
Ao dar de cara com sua mãe, a senhora Cecily, disse:
- Mãe, eu vou na casa do Tobby, a senhora deixa?
- Agora, mocinho? – disse Cecily – Nem tomou o café ainda.
- Mãe, são dez horas.
- Pois é... Pode ir, mas não me chame mais de senhora antes de eu ter uns 40.
- Ok. – afirmou, com tom brincalhão – Tchau! – então beijou o rosto da mãe.
- Tchau! – disse a mãe.

Saiu,e deu de cara com Tobias, que a esse momento já estava sentado.

- Rapaz! – disse Tobias – Você estava dormindo?

Ralf olhou pra Tobby com olhar atravessado.

- Como você consegue dormir até uma hora dessas? – brincou Tobias, e o assunto morreu ali. – Descobriu algum novo?
- Não... Não tive tempo, essa semana.
- Mas eu descobri um legal. Tem que fazer num lugar escuro, mais ou menos como aquele sótão do Tom.
- Luz?
- Isso... Mas é muito mais legal...
- E o que faz de tão legal assim? – perguntou Ralf
- Ah, você vê na hora. È mais emocionante.
- Então, eu vou na sua casa hoje, né? – perguntou Ralf
- Ahamm. Hoje minha mãe fez um bolo pro café. Agente pode comer um pouco.

Comer. Não é a toa que Tobias fosse tão gordo. Ahn...Gordinho. Quem propunha os lanches era sempre ele. Quando alguém queria fazer um piquinique, era idéia dele. Ou ele estava na parte principal da organização...
A casa de Tobby ficava do outro lado da rua. Eram vizinhos.
Sorte, porque com certeza o Tobby não iria andar muito pra chegar na casa dum amigo.
 
A Vizinhança

A vizinhança ali em Selive era completamente estranha, fora seus amigos. Geralmente, pessoas do mesmo grupo se acumulam em algum lugar em especial.
E Selive era um desses lugares. Ô ruazinha tolada de magistas de todo tipo: necromantes, taumaturgistas, alquimistas, feiticeiros. Só faltava um dragão.
Na verdade, não só Selive era estranha, como toda a cidade de Livertown, na Inglaterra.
Volta e meia, Ralf se encontrava com um adulto estranho. Um deles era o Sr.Murtson.
Nunca teve oportunidade de descobrir o que ele era mesmo. Era mago, basicamente.
O que ele sabia é que esse Sr.Murtson era capaz de entrar em seus próprios sonhos. Ele trazia coisas dos seus sonhos. Nem sempre dava certo, claro. Toda Selive já sabia da vez que ele sonhou com um potão de ouro. Ele pegou o potão, e acordou com um rato nas mãos.
Uma coisa que Ralf achava realmente irritante, era o fato de ele usar um monóculo num olho. E esse olho era completamente vesgo, de modo que ele olhava para o lado ao mesmo tempo em que conversava com alguém.
Ele também gaguejava. Todo dia ele andava com um paletó verde grande e ficava jurando pra todo mundo que iria conseguir entrar num sonho e trazer algo realmente útil.
Claro, que nesse ponto todos comentavam do caso do rato. Sr.Murtson ficava irritado. E ele gaguejava ainda mais quando estava irritado.
E como os bruxos de Selive eram bem bondosos, teimaram em chamar o Sr.Murtson de Rato.
Ainda havia o Sr.Lard, e Lady Lina. Casados, ambos eram alquimistas.
O Sr.Lard ainda era menos estranho que o Rato. Lina era muito bonita, mas teimava em tentar ver a sorte de todo mundo.
Ela usava uns brincos que todos os amigos de Ralf, além de ele mesmo chamavam de “batedores de porta”. Ela era bem bonita, e tinha cabelos castanhos.
Mas o pior mesmo era o Senhor Poe. Poe era um necromante que sabia alterar a própria aparência.
Além dele ser pelo menos duas vezes mais estranho que qualquer um de lá, ele adorava transformar a própria cara numa caveira, pra ficar parecido com a visão lendária da morte.
E quando estava irritado, Poe fazia os olhos ficarem vermelhos.
As pessoas o chamavam de “morte” mesmo. As vezes de Poe.

***
Tobby e Ralf chegaram. A casa de Tobias era grande e ele tinha um bicho de estimação interessante.
Era um coelho, com uma inteligência bem acima do normal. Tobby adorava se gabar de que com um mês, o coelho já tinha total consciência de que a comida vinha dele e de que a água vinha da toe. Toe no caso, é uma torneira a vapor que o inglês John Toe inventou para canalizar água. E o seu coelho, na idade em que estava, já havia aprendido também que correndo, aumentava a distância do salto.
Duas grandes janelas eram ostentadas pela fachada principal da casa de Tobby. A porta de madeira, com alguns detalhes em dourado era dupla, mas Tobby não alcançava nenhuma das duas maçanetas, o que lhe deixava bastante irritado.
Ralf, já conseguia, com seu um metro e trinta.

- Você já chamou o Tom? – perguntou Ralf
- Ainda não. Ele mora ali, ó. – e apontou a casa de Tom, que ficava umas quatro a direita da de Ralf.
- Eu sei. – disse Ralf, irônico – Vamos chamar ele... Que acha?
- Ah. – dissse Tobby – Vamos... Mas, acho melhor comermos antes. Eu venho sonhado com aquele bolo.
- Você já comeu. – disse Ralf, dizendo praticamente “seu gordo”.
- Mas... É sempre legal repetir o prato. Além disso, eu fico fortinho.

Ralf teve de ser discreto para colocar a mão na frente da boca. Eu fico fortinho... Que pérola! Só de imaginar a frase “eu fico gordinho...” ele já soltava um risinho agudo.
Ouviu-se o bater de porta. Justamente da casa de Tom.
 
Curinga

Todo baralho tem várias cartas. Vários ases, vários oitos, sejam de qualquer naipe, continuam sendo oito.
Existe uma carta porém, que não se enquadra em qualquer naipe, e não se enquadra as vezes nas regras de muitos jogos de cartas, sendo muitas vezes simplesmente separado do baralho.
Em muitos jogos, porém, o curinga representa o poder supremo, que pode se transformar em qualquer coisa, como um camaleão, ou então o simples poder de poder subjugar todas as outras cartas.
Entre todos os amigos de Ralf, com certeza esse era o mais estranho, e mais dotado de poderes mágicos.
Seu nome era o mais diferente, de origem não inglesa com certeza. Nataniel.

Nataniel acorda. Ele levanta-se rapidamente da cama que aparentemente é feita de mogno.
Como pijama, ele vestia uma túnica negra. Trocou de roupa, colocando uma camisa negra com uma linha vermelha, cortando-a em duas. Sua calça é normal, porém, negra também.
Contrastando com a roupa, seus sapatos são de marrom-escuro, não negros. Porém, não diferem tanto assim do resto de suas vestes.
Nataniel era quase do tamanho de Ralf, pouco mais alto que Tobias. Seus cabelos eram longos e lisos.
Hoje, haviam combinado de irem na casa de Tobby. Rapidamente, pelo menos o mais rápido que pode, pôs-se a fazer o desjejum. Após dar adeus aos seus pais, colocou-se a correr também a casa onde seus amigos estariam.
Infelizmente, ao sair de sua casa, dá de cara com o senhor Murtson. Ele estava ao visto, animadíssimo com a visita que tinha feito a França.

- Olá, jovem Sean! – disse ele animado.
- Oi, Murtson.
- Então, jovem, que me contas?
- Nada de muito importante. – afirmou Nataniel, com tom levemente desinteressado. – E o senhor?
- Rá! Eu fui para a França... E você precisava ver, cada escultura linda?
- Na França? – perguntou Nataniel
- É, no Louvre. Um belo museu.
- Já ouvi falar sim. E então? Conseguiu entrar em algum sonho?
- Hum... – quanto a essa questão, Murtson fazia uma profunda pergunta, a si mesmo – Se entrei, não é de meu conhecimento.
- Aham. Até mais ,senhor.
- Até mais.

Todo o tempo de conversa, o senhor Murtson ficava girando o olho vesgo, olhando para os lados. Fez-o ainda mais quando Nataniel comentara quanto a questão dos sonhos.
Caminhou até o outro lado da rua. Uma carruagem vinha passando.
Chegou até a casa de Tobias. Subiu três degraus para chegar a porta e fez leves toques nela. Toc,toc,toc.
O pai de Tobias atendera. Aparentemente, ia para o trabalho, pois estava com trajes com certeza muito formais.

- Ah, um amiguinho do Tobias... – disse olhando para Nataniel – Pode entrar, eles estão lá na cozinha comendo bolo.
- Obrigado, senhor pai-do-Tobby.

O pai de Tobby limitou-se a soltar um risinho e andar, a espera de uma carruagem.
Nataniel, entrou e fechou a porta, cuidadosamente. Andou até a cozinha e viu os dois comendo bolo.
Puxou uma cadeira e sentou-se.

- Olá... – disse ele, enquanto cortava uma fatia.
- Oi, Natan. – disse Tobby.
- Olá! – disse Ralf.

Comeram, simplesmente, por algum tempo.

- E o Tom? – perguntou Nataniel, levantando assunto do nada.
- Ele foi com a mãe, comprar alguma coisa, acho. – disse Tobby.
- É. Nós vimos ele sair. – disse Ralf.
 
Melkor disse:
Melhor texto votei na Kementari... ^^
Melhor escritor ainda vou dar uma olhada...

E veio aqui só pra falar isso? Eu estou colocando esse mesmo texto num outro fórum e está funcionando perfeitamente...
Então, fico decepcionado com um post que deveria estar no FORUM AWARDS...
 

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