Vikingaälva
Samson came to my bed
Deixo avisado que isto não é uma fanfic.
Autor: Luciana M.
Gênero: Ficção.
Título: "Parole"
Primeira Parte - "Manhã"
Esses dias eu me lembrei da época que eu te mandava metáforas embrulhadas junto com a garrafa de leite; sempre às seis horas, eu acordava junto com o carteiro e com o gato que ia pegar o jornal, e as deixava ali, penduradas na sua porta.
Foi numa manhã em que eu me lembrei disso, justo quando eu tomava o leite deixado na varanda por um senhor muito simpático. Não vi o carteiro naquela manhã; não quis pegar o jornal e nem o resto da correspondência que estava certamente me esperando, e por um motivo que desconheço, pensei que você pudesse ter tomado o lugar do carteiro e estivesse me esperando ali, na frente da minha casa, perto da caixinha de correio.
Há um bom tempo não mando cartas, mas não que isso me faça muita falta. Aliás, eu escrevia para um amigo que faleceu há algumas semanas, e por vezes me pego lendo algumas setenças soltas, e corrigindo algumas palavras. Exclamações soltas. Não faz sentido ler cartas que você nunca mandou. Mas tenho permissão de guardar coisas que amei; o fato de que algumas sentenças falavam de você talvez ajudem-no a entender o porquê que passei uma boa parte de meu tempo lendo aquelas cartas.
Acho que meu problema não seja a correspondência, e sim o jeans que eu estava usando. O jeans que você me deu, com quem de pé em pé eu me levanto. A sapatilha como sempre fazia tap tap, naquele dia, e eu a usava porque o sapateado não ficou menos interessante depois da sua partida. Cheguei a procurar Desyon no rádio, mas você continua a não pensar muito em música, certo? O rádio acabou fazendo tap tap também, e morreu logo depois. O rádio, por sinal, era aquele mesmo que você me deu.
Autor: Luciana M.
Gênero: Ficção.
Título: "Parole"
Primeira Parte - "Manhã"
Esses dias eu me lembrei da época que eu te mandava metáforas embrulhadas junto com a garrafa de leite; sempre às seis horas, eu acordava junto com o carteiro e com o gato que ia pegar o jornal, e as deixava ali, penduradas na sua porta.
Foi numa manhã em que eu me lembrei disso, justo quando eu tomava o leite deixado na varanda por um senhor muito simpático. Não vi o carteiro naquela manhã; não quis pegar o jornal e nem o resto da correspondência que estava certamente me esperando, e por um motivo que desconheço, pensei que você pudesse ter tomado o lugar do carteiro e estivesse me esperando ali, na frente da minha casa, perto da caixinha de correio.
Há um bom tempo não mando cartas, mas não que isso me faça muita falta. Aliás, eu escrevia para um amigo que faleceu há algumas semanas, e por vezes me pego lendo algumas setenças soltas, e corrigindo algumas palavras. Exclamações soltas. Não faz sentido ler cartas que você nunca mandou. Mas tenho permissão de guardar coisas que amei; o fato de que algumas sentenças falavam de você talvez ajudem-no a entender o porquê que passei uma boa parte de meu tempo lendo aquelas cartas.
Acho que meu problema não seja a correspondência, e sim o jeans que eu estava usando. O jeans que você me deu, com quem de pé em pé eu me levanto. A sapatilha como sempre fazia tap tap, naquele dia, e eu a usava porque o sapateado não ficou menos interessante depois da sua partida. Cheguei a procurar Desyon no rádio, mas você continua a não pensar muito em música, certo? O rádio acabou fazendo tap tap também, e morreu logo depois. O rádio, por sinal, era aquele mesmo que você me deu.