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[L][Sombras do mar][Erion Storm Eyes]

[FONT=&quot]INTRODUÇÃO[/FONT]

[FONT=&quot]H[/FONT][FONT=&quot]ouve uma época perdida nos labirintos do tempo em que o homem era apenas uma criatura inferior, recém saída do casulo primordial, sem quaisquer confortos e regalias, vivendo para lutar contra a imensidão da natureza que o cercava. Nessa era a única lei era matar ou morrer, dentro desse cenário surgem os filhos de Átlan, portadores dos segredos do mundo, conquistadores impiedosos e sanguinários, vindos de uma terra a qual foram banidos pelos deuses, querendo obter poder e glória para desafiar seus criadores e conseguir a vingança.[/FONT]
[FONT=&quot]Essa é a era de heróis e lendas, batalhas e desafios que estão muito além de nossas concepções. Essa é a era de sangue e aço que vive reclusa dentro de nossas mentes e corações, pois aqui não existem futilidades, aqui não há paz, aqui a sobrevivência clama pela dança da morte escolhendo apenas os mais fortes. E é para essa época que eu vou transportá-los, então dêem o último suspiro e apreciem a viajem. [/FONT]
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[FONT=&quot]Sombras do mar[/FONT]
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[FONT=&quot]Cortando as ondas do mar revolto em meio a uma tempestade a nau Dranis resistia as interpéries e avançava rumo à costa de uma terra desconhecida, esse era o navio do comandante Arphen Côniors que agora estava no convés se segurando nas amarras e dando ordens aos gritos para organizar seus homens desesperados frente a um provável naufrágio. Arphen era um homem frio e já tinha muita experiência no mar, por dez anos navegou contornando as costas de Átlan e agora no exílio ele não suportaria ter mais uma perda, não queria ficar sem seu navio, um legado de sua terra natal no qual ele nunca mais atracaria, pois ela estava no fundo do mar pela vontade dos deuses.[/FONT]
[FONT=&quot]Deuses! É bom não brincar com eles, pensava Arphen, mas que deuses estariam conspirando contra ele e sua tripulação, porque os deuses de Átlan já não tinham mais interesse no povo que criaram os deixando ao léu de um mundo escuro e desconhecido. Súbito um estalo chamou sua atenção e ao virar-se viu que o mastro principal estava prestes a cair e não havia nada que ele ou qualquer homem do navio pudesse fazer, a não ser esperar pelo pior. Mas Arphen não é daqueles que se sentam e esperam, pois cambaleando pelo convés o comandante chegou até o mastro rachado e com muito esforço tentou desesperadamente amarrar a madeira com uma grossa corda, os homens gritavam quando um raio cortou os céus e iluminou toda a cena, tudo terminou quando o navio foi jogado pelas ondas em um paredão de rocha e a força do impacto arremessou os poucos sobreviventes nas águas gélidas.[/FONT]
[FONT=&quot]Seus olhos estavam fechados, sua mente confusa os sentidos pareciam voltar lentamente, ele respirava, seu coração batia, ele sabia que estava vivo. Era dia, pois a luz do sol fustigava suas costas, então Arphen levantou-se com vertigens, a força voltava aos seus músculos e ao apalpar seu corpo, percebeu que estava inteiro, a barba ruiva cheia de algas, as roupas quase secas. Ao olhar ao redor viu-se em uma praia de pedras negras, ouviu o murmúrio das ondas e o grasnar de pássaros. Terra! Arphen você perdeu tudo, mas encontrou terra e está vivo. Foi pensando assim que o comandante fez um inventário do que tinha consigo. Sua espada, as botas, seu gibão de couro a bússola e uma carta real onde estavam claras as diretrizes de sua missão, pois Arphen e sua tripulação tinham sido incumbidos como batedores sendo os primeiros a saírem da frota com a missão de encontrar terra e voltar para guiar seu povo até a nova morada.[/FONT]
[FONT=&quot]Lembrando do dia em que o próprio rei o recebeu e lhe deu essas ordens Arphen ressentiu-se por ter perdido sua nau, mas já começava a pensar em um jeito de navegar para tentar encontrar outros navios batedores. Então estralou seus ossos e passou a percorrer a praia em busca de algo que a maré poderia ter deixado na costa dessa terra estranha. Depois de percorrer uma curta distância encontrou barris de batatas, vinho e água doce, arrastou tudo para fora da água e tratou logo de dar uns goles no vinho, pois sua garganta estava seca, comeu três batatas para forrar o estômago e depois de tirar a areia do corpo continuou a percorrer a praia, alguns metros dali viu um grande aglomerado de gaivotas e já esperando o pior para lá rumou. Encontrou os corpos de dois de seus homens, Tarigh e Delvoth, eram bons marinheiros e agora serviam de almoço para os pássaros e caranguejos, Arphen rezava para não ser o único sobrevivente e espantando os animais foi revistar os corpos, encontrou um cachimbo e um punhado de tabaco molhado junto a um carretel de linha com uma agulha. Já guardando os espólios e praguejando, observou os arredores procurando um local para se refugiar, viu que bem perto dali havia uma encosta rochosa onde ele poderia se sentar na sombra do paredão para descansar, pois seu corpo estava dolorido depois da caminhada, antes de rumar para a encosta, voltou e num último esforço levou os barris consigo.[/FONT]
[FONT=&quot]Sentando-se o homem esticou as pernas, bebeu água e comeu mais duas batatas, por uns instantes apreciou a vista privilegiada que tinha ali de cima, mas seus olhos inquietos buscavam algum sinal de embarcações na linha do horizonte marítimo. Nada! Só água salgada e muitas gaivotas! Suas esperanças já deixavam de ser apenas expectativas se transformando em sonhos desesperados, veio em sua mente à imagem do cataclismo que arruinou a terra que seu povo habitou por centenas de anos. Morte! É só isso que o homem pode esperar, pois é a única certeza! Que fazer agora em terras estranhas sem uma nau para cumprir os desígnios do rei. Arphen era leal e honrado e uma vez que empenhasse sua palavra empenhava também sua vida, talvez seja essa virtude que levou o rei a dar a ele essa missão. Sem perceber o lobo do mar adormeceu em um sono profundo e as horas passaram chegando o entardecer.[/FONT]
[FONT=&quot]Ruídos! Pareciam de uma fogueira crepitante. Arphen levantou com a mão crivada no cabo de sua espada, procurou ficar em silêncio buscando ouvir de qual direção vinha o ruído, sentiu cheiro de carne assada. Parecia vir de cima do paredão, silencioso como um gato escalou a rocha e ao chegar no cume viu uma cena medonha. Seres parecidos com homens estavam sentados ao redor de uma fogueira e comiam com muito gosto partes do que pareciam ser de um corpo humano e no fundo dessa clareira dois de seus marinheiros Galegh e Merik estavam deitados e amarrados com cipó, ambos estavam muito feridos e pareciam inconscientes.[/FONT]
[FONT=&quot]Deuses me amaldiçoem! Pois não vou perder mais nada! Com essas palavras ditas a si mesmo Arphen apoiado no paredão começou a maquinar um plano de ataque aos macacos comedores de gente. Eram cinco, estavam armados com lanças de madeira com ponta de pedra afiada, eram fortes e atarracados, cheios de pelos e com rostos de aparência simiesca. A fúria de Arphen explodia silenciosa e ele esperava o momento certo de agir. A honra o impedia de aguardar o sono dos monstros para matá-los, mas cinco bestas contra um homem de quarenta anos não seria um desafio justo. Ou seria? O comandante lembrou-se do dia em que seu pai lhe apresentou as armas, mais especificamente a espada Átlan, recordou da frase que o velho deixou escapar depois de algumas lições que ministrou ao pirralho. Maldito seja esse dia! Pois você pirralho foi abençoado com o dom de matar e que os deuses tenham piedade de minha alma que te apresentou ao aço! Arphen sabia que poucos homens eram páreos para ele e chegou o momento de testar suas habilidades contra essas aberrações.[/FONT]
[FONT=&quot]Com muito cuidado ele escalou o restante da parede chegando ao topo e agachando-se desembainhou a espada, só estava oculto por alguns arbustos, posicionou-se chegando o mais próximo do banquete e súbito investiu atacando o primeiro em seu caminho, degolou a criatura que emitia sons guturais enquanto seu sangue banhava a terra , os outros surpresos foram pegar suas armas, mas em um movimento rápido da espada Arphen decepou a perna de outra criatura que só teve tempo de gritar, só restavam três, e esses com lanças em mãos vieram para cima do comandante, ele se esquivou de uma estocada desferindo um golpe certeiro na testa do atacante, logo cortou a ponta da lança do segundo ao mesmo tempo em que chutava o peito do terceiro que caiu estatelado ao chão, aquele que estava de pé agora só com um pedaço da arma saltou na direção de Arphen que só deixou o aço fazer seu papel varando o tórax do macaco, e nesse instante o outro se levantou e pôs-se a correr. O comandante pegou a lança deixada pelo covarde e arremessou na direção do fugitivo. Onde pensa que vai aborto do demônio! A lança cravou nas costas da criatura que caiu e ficou ajoelhada apoiada pela ponta da arma encostada no chão.[/FONT]
[FONT=&quot]O suor lhe escorria pela testa, e o sangue estufava seus músculos, deu um golpe de misericórdia no que estava sem a perna e foi apagar a fogueira, logo libertou seus companheiros, cortou as amarras e com tapinhas acordou Galegh e Merik. Vamos seus moleques! De pé! Galegh não estava acreditando muito menos Merik, o grande comandante havia sobrevivido e acabara de salvar suas vidas. Depois de Galegh pegar alguns objetos nos corpos das criaturas eles debandaram indo na direção da praia temendo encontrar mais canibais que poderiam ter ouvido os sons da luta.[/FONT]
[FONT=&quot]Na praia ocultos pelas rochas Galegh e Merik contaram ao comandante suas desventuras depois de terem sido jogados ao mar até quando foram capturados pelos demônios. Deuses! Era o cozinheiro! Essa foi a reação de Arphen ao saber que a carne do banquete dos símios era Holdhs o encarregado da cozinha de seu navio. Arphen tratou de costurar as feridas mais profundas de seus marujos e pensativo mandou que eles descansassem até o amanhecer, ordem que foi cumprida com muita rapidez. O sono não viria para o comandante ainda mais sabendo que essa terra estava cheia de bestas. Arphen vagueou pelo perímetro sempre vigilante e de espada em punho, a ronda foi longa e a noite foi passando dando lugar ao dia.[/FONT]
[FONT=&quot]Galegh abriu os olhos e os esfregando viu o comandante sentado em uma pedra ao lado de três barris, ficou feliz quando viu batatas, vinho e água, acordou Merik e reuniram-se ao chefe que lhes oferecia o primeiro desjejum depois de dois dias sem comer nada. Enquanto comiam e bebiam Arphen dizia ter encontrado mais destroços do navio durante sua ronda noturna, mas esses estavam bem distantes então eles deveriam estar prontos para caminhar. Merik estendeu a mão para Galegh com ar sério, e Galegh lhe entregou um punhal de ferro que as criaturas haviam lhe tirado na captura, Arphen vendo que Galegh ficaria desarmado fez para ele um porrete com um pedaço de madeira que encontrou e que provavelmente era uma parte do Dranis. Agora todos tinham algo para se defender e já estavam prontos para partir seguindo os passos largos do comandante até os destroços da nau.[/FONT]
[FONT=&quot]Foi uma longa caminhada pela costa até que chegaram em uma enseada onde viram cravado nas pedras um grande pedaço da proa do navio, Arphen fez sinal aos companheiros para que fossem devagar e de armas em punho, pois poderiam ter companhia, chegando aos destroços averiguaram todas as direções para somente depois começar a procurar por quaisquer coisas que lhes ajudassem a sobreviver. Galegh encontrou um bom arco e algumas flechas, Merik achou um escudo e um gibão, Arphen encontrou um pequeno barril de pólvora de chifre e alguns metros de corda. Revistaram toda a carcaça e depois de terem pego tudo que podiam carregar voltaram para o refúgio.[/FONT]
[FONT=&quot]Arphen estava contente pensando em usar a pólvora como sinal caso outro dos navios batedores estivesse á vista, Merik vestiu o gibão e Galegh avaliava seu arco tramando pescar alguns peixes. Merik voltou-se ao comandante perguntando quais eram as ordens, o comandante apenas deu um breve sorriso e praguejando ordenou que eles tentassem ficar vivos e não se afastassem muito da posição atual.[/FONT]
[FONT=&quot]No entardecer acenderam uma fogueira em um buraco no meio das pedras e assaram os peixes que o jovem Galegh conseguiu pescar, em quanto comiam, Arphen sabendo que essa tranqüilidade não iria durar muito, afiava sua espada e olhava o céu noturno buscando nas estrelas respostas para incontáveis perguntas. Estamos ao leste da rota que tomamos inicialmente, eles vão passar por aqui. E calculando latitudes e longitudes o comandante traçava em seu mapa mental, prováveis rotas que seus compatriotas podiam tomar, ao final de muitas deduções, caminhou até a praia e voltou-se olhando a terra, coçou a espessa barba e ordenou aos homens que dormissem, pois amanhã seria um longo dia porque ele pretendia subir na elevação mais alta onde construiria um farol para sinalizar sua presença aos navios que ele tinha certeza que surgiriam.[/FONT]
[FONT=&quot]O sol raiou e Arphen e seus companheiros estavam prontos, seguiram encosta a dentro rumando na direção de um espigão de rocha onde seria o farol do comandante, foram adentrando a floresta ao qual poderiam encontrar perigos ocultos como os símios comedores de gente e sabe se lá que outras coisas.[/FONT]
[FONT=&quot]O grupo seguia atento, já haviam percorrido uma boa distância dentro da escura floresta, as mãos de Galegh gotejavam suor, tamanha era sua tenção, Merik tinha os dedos crivados no cabo de seu punhal, os olhos de Arphen pareciam não parar em suas órbitas um segundo sequer. Pararam um instante em uma clareira onde puderam ver melhor o espigão de rocha que teriam de escalar, devia ter uns vinte ou trinta metros e no seu topo agudo podiam ser vistos ninhos de pássaros e algumas plantas que cresciam na pedra querendo alcançar o sol saindo da penumbra da floresta. Voltaram a caminhar e transpondo os obstáculos da mata chegaram aos pés da elevação rochosa, Arphen precavido circundou o perímetro da rocha seguido pelos companheiros e assim escolheram um ponto de partida para iniciar a subida. O plano era que Galegh deveria subir, pois era mais jovem e ágil, levaria uma corda que ao chegar a uma altura acima das copas das árvores seria bem amarrada e estirada para que Arphen e Merik prendessem o barril que deveria ser puxado para cima e encaixado na pedra, o engenho estava em detonar a pólvora e novamente Galegh seria a chave, pois ele guardaria uma seta que acesa em chamas detonaria o barril depois de um tiro certeiro. Determinado o plano deram início à ação, Galegh aliviou-se dos pertences e começou a escalada, enquanto Merik e o Comandante vigiavam os arredores, a rocha estava cheia de ranhuras e buracos feitos pela chuva, não foi uma escalada difícil a corda tinha quinze metros, altura suficiente para dar uma boa margem acima da maioria das árvores. O jovem a amarrou em uma saliência propícia e jogou a ponta restante para seus companheiros que logo prenderam o barril, quando Galegh puxava o artifício repentinamente uma lança cortou o vento fincando na pedra cerca de um palmo da cabeça de Merik que ficou sem ação, Arphen surpreendido sacou sua espada e em segundos avaliou a situação, havia no mínimo dez das criaturas que os cercavam em uma meia lua, todos armados com lanças e tacapes avançando juntos e emitindo sons indescritíveis.[/FONT]
[FONT=&quot]- Pegue a lança homem! Essa faca não vai ser de muita ajuda![/FONT]
[FONT=&quot]Com essa advertência o velho lobo do mar despertou Merik para a luta, girou sua espada e intimou os inimigos. – Podem vir macacos do inferno! Antes de cair vou levar alguns de vocês! Merik de lança em punho e escudo pronto posicionou-se já estudando um meio de se defender, nesse instante quatro das criaturas investiram com seus tacapes prontos a esmagar os crânios dos invasores, com uma agilidade quase que sobrenatural Arphen aparou dois golpes e revidou com estocadas no tórax de dois símios que foram ao chão, Merik bloqueou um atacante do flanco e perfurou o pescoço do outro que vinha na dianteira, Galegh ainda segurava o barril pela corda e não sabia o que fazer, tinha deixado o arco com o comandante e sem ação, assistia o embate.[/FONT]
[FONT=&quot]Merik bloqueou outro potente golpe do símio em seu flanco, girou a lança atingindo a criatura na tempora, o símio cambaleou e caiu desacordado sangrando em bicas, Arphen viu que os outros seis restantes já preparavam suas lanças para um arremesso conjunto e só teve tempo de berrar. – Artilharia! Merik ergueu o escudo e vieram as lanças, Arphen estava no chão e ao levantar-se sentiu um corte no braço direito olhou para o lado e horrorizado viu Merik estatelado com uma lança cravada no abdômen ainda de pé sustentado pelo paredão, as criaturas vinham em sua direção, pareciam sorrir satisfeitas. Galegh que viu toda a cena reuniu forças, terminou rapidamente de puxar o barril e o deixando em uma saliência da rocha pôs se a descer pelo outro lado do espigão. Enquanto isso Arphen entregou-se a uma fúria irracional e mesmo com o braço da espada ferido investiu cegamente contra os seis demônios, foi como um raio que corta os céus tempestuosos, fulminante em cada golpe o velho lobo do mar partiu as criaturas em pedaços e no final do ataque caiu ao chão lacerado pela dor de ferimentos que recebeu no percurso de sua vingança.[/FONT]
[FONT=&quot]Estava escuro, ele tentou abrir os olhos, seu corpo formigava seus sentidos voltavam lentamente, frio muito frio, as pupilas dilatavam tentando acostumar-se as sombras, percebeu que estava deitado, mas não tinha forças para levantar-se, pensou ter morrido e agora habitava a casa dos mortos, mas veio a dor e ele soube que estava vivo. Tentou mover-se e sentiu mais dor, então ficou imóvel e recordou a emboscada no paredão e a morte de Merik, moveu a cabeça para os lados e de nada adiantou, pois nada enxergava, foi quando uma luz crepitante rompeu a treva um vulto a carregava, e súbito ouviu uma voz que reconheceu. – Comandante! Pelos deuses você acordou! Era Galegh, mas o garoto estava mudado, sua barba cresceu e seu rosto parecia carregado de preocupações. Ele ajoelhou-se ao lado de Arphen e retirando um cantil da cintura ofereceu água ao velho moribundo que bebeu em grandes goles, pois sua garganta parecia um deserto, Galegh! Diga o que aconteceu! Com a voz rouca e fraca Arphen pronunciou essas palavras e em resposta o garoto lhe contou que depois do confronto ele encontrou Arphen desacordado e muito ferido, pegou o que poderia carregar e com muito esforço levou o seu comandante para a praia, pois teve sinais de que mais inimigos aproximavam-se, já na praia procurou refúgio e depois de muito caminhar encontrou uma gruta que lhes serviu de esconderijo até o presente momento. Arphen queria saber quanto tempo havia ficado em torpor, e pelos cálculos de Galegh foram três longos meses esses que Galegh cuidou das suas feridas e das convulsões que o comandante tinha pela febre ocasionada pela infecção das feridas mais profundas.[/FONT]
 

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