• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

[L] Shadowrunner - Desejo Macabro

Shadowrunner

Usuário
Shadowrunner - Desejo Macabro

Este é meu primeiro conto. Então, por favor, me deêm um desconto, caso eu cometa algum erro grotesco.

Críticas construtivas são bem vindas!
 
Jonas está deitado na cama em seu quarto imundo, olhando para o teto mofado, perdido em pensamentos. Seu quarto a muito tempo não sabe o que é uma limpeza, com pedaços de pizza, copos descartáveis e seringas espalhados pelo chão. As paredes é um misto de posteres de bandas colados e pichações feitas em momentos de tédio.
Depois de mais de duas horas deitado ouvindo apenas o grito abafado de uma garota, ele levanta e diz:
- Hoje é o dia.

A muito tempo ele se prepara para este dia. Desde sua adolescência ele é um maníaco por magia negra, satanismo, mortes macabras e demais coisas que só uma mente doentia gostaria. Foi então que um dia ele roubou da casa de um velho um antigo livro que ensinava a fazer uma invocação e pacto com um demônio. Ele não queria ter matado o velho, mas ele não quis dar o livro, dizendo que ele não sabia no que ele estava se metendo. Foi o primeiro assassinato de Jonas.

Adão, um amigo que conheceu na Internet em um fórum sobre satanismo, foi quem lhe deu o endereço deste velho, dizendo que ele era um velho bruxo, que a muito tempo havia abandonado as artes arcanas, mas ainda mantinha alguns livros trancafiados à sete chaves. Jonas quis saber como Adão sabia disso, mas ele disse que tinha alguns contatos no meio e não deu mais detalhes.

Mas agora o livro estava em suas mãos (o único que o velho ainda tinha, por sinal) e já tinha preparado tudo como o livro manda. Tinha matado um gato preto a meia noite da primeira sexta - feira do mês de agosto com uma adaga que nunca foi usada antes. Depois de matar o gato, colocou a adaga dentro do corpo do gato, costurou-o e enterrou-o no local onde seria feito o ritual (no caso, no porão de sua casa). Ele só poderia desenterrar o gato depois de seis meses na meia noite, quando começaria o ritual.
E hoje era o dia. Jonas andava lentamente em direção ao porão, de onde vinha os gritos desesperados da garota.
 
Ao chegar no porão, ele admira seu trabalho. A menina está amarrada no canto do porão, há um círculo desenhado no chão com mais ou menos dois metros de raio, em volta de onde foi enterrado o gato. Ele caminha em direção ao centro do círculo, onde já estava uma pá para começar o trabalho. Colocou seis velas pretas em pontos estratégicos do círculo, acendeu-as e começou a cavar.

A garota começou a chorar mais ainda.

Naquelas horas em que ficou amarrada, Michele (era esse seu nome) começa a pensar nos últimos dias que viveu. Se soubesse o que ia acontecer com certeza não teria tomado as decisões que tomou.
Ha dois meses atrás ela conheceu Jonas em um show do Nightwish que houve na cidade. Ela economizou muitas mesadas para ir a esse show, pois não era todo dia que sua banda preferida tocaria em Porto Alegre, (talvez eles nunca mais tocassem!) e tudo ficou melhor ainda quando conheceu Jonas. Ele era alto, com cabelos pretos até o ombro e olhos negros e penetrantes. Ela se encantou de imediato por ele. Ela nem acreditava que um rapaz daquela idade (devia ter mais ou menos 25) iria olhar para ela, uma garotinha que mal tinha completado 16 que só conseguiu entrar no show por que era emancipada.

Mas ele se interessou e eles ficaram juntos a noite inteira e trocaram telefones.
Dias depois ele ligou marcando um encontro no centro da cidade e assim eles começaram a sair praticamente todos os dias. Ela percebia que ele era diferente dos outros rapazes, pois tinha uma paciência que os outros garotos que ela tinha ficado não tinham. Quando ele fazia carinhos mais ousados, ela o empurrava, pois queria se dar ao respeito. Na verdade tinha medo, pois era virgem e tinha receio. Ele apenas dava um sorriso e não insistia dando um abraço nela e dizendo que enquanto ela não se sentisse preparada, ele apenas esperaria.

Com o tempo, ela começou a sair cada vez mais com ele, esquecendo de suas amigas, família, estudos...só queria estar com ele.
Todos tentavam alertá-la, mas ela não dava ouvidos, pois as amigas deviam estar com inveja dela estar saindo com um homem, não com uma criança e os seus pais eram uns caretas que não aceitavam que um homem daquela idade namorasse sua garotinha.

Ontem ela decidiu que iria se entregar a Jonas, pois agora ela se sentia mais madura, não aguentava mais seus pais e decidiu que iria morar com ele, pois ele já tinha oferecido mais de uma vez para ela morar em sua casa, pois sabia que seus pais eram contra o namoro.

Então, naquela noite ela colocou seu vestido e langerie mais bonitos para essa noite especial. Quando chegou na casa dele, a primeira coisa que estranhou era a imundície do lugar, mas ela preferiu pensar que ninguém é perfeito, como até agora ela não tinha visto nenhum defeito nele, aquele era só um que com uma boa limpeza iria melhorar. Então eles comeram pizza e conversaram até tarde sobre música e outras coisas para relaxar e tentar não pensar nas consequências de sua fuga.

A certa hora da noite ele ofereceu um baseado para ela. Ela não quis, e pensou que ele não usasse drogas o que causou uma desilusão para ela. Ele então insistiu, dizendo que seria melhor para depois. Ela ficou enfurecida com ele, pois não iria na sua primeira transa ficar chapada. Isso era ridículo. Como ele pensou nisso. E com isso ela se levantou da cadeira e começou a ir embora quando ele a pegou pelo braço com força e disse:

- Daqui tu não sai tão cedo.
- Me larga senão eu grito. - ela disse com lágrimas começando a brotar em seus olhos.
- Então grita - ele disse e a arremessou contra a parede. Ela correu desesperada para a porta quando percebeu que estava trancada. Então ele começou a rir. Aquele sorriso não era do homem que ela se apaixonou, era de uma pessoa insana que começava a vir lentamente em sua direção. Ela então correu atrás de um sofá rasgado para atrasá-lo enquanto pensava em como fugir. Ele apenas riu e se sentou no sofá como se estivesse esperando. Aquilo deu um ódio nela. Então ela pulou para cima dele, começou a unhá-lo e a enfiar a mão nos bolsos da calça dele, na procura de uma chave para sair daquele inferno. Ele a agarrou pelos cabelos, atirou-a no chão e começou a socá-la. Ela nunca sentiu tanta dor em sua vida, quando desmaiou.

Quando acordou, estava amarrada em uma sala escura e úmida e começou a gritar por socorro. Mas ninguém vinha. Então ele apareceu descendo uma escada com velas nas mãos. Como alguém tão legal se transforma em um monstro de um momento para o outro? Como ela pode ser tão estúpida para ser enganada daquele jeito? Agora ela só rezava para sair viva dali.
 
Quando Jonas terminou de escavar, retirou a adaga da carcaça do gato, que agora era apenas ossos, e começou a pronunciar palavras em uma língua antiga e secreta, esquecida por muitos a muito tempo atrás. Quando terminou de falar, andou em direção de Michele e arrastou-a para o centro do círculo.

- Por quê? - pergunta ela com a voz gorgolejante, metade pelo medo e tristeza que estava sentindo, metade por seu rosto inchado que não deixava que sua boca pudesse mecher adequadamente.

- Você foi escolhida. Eu precisava de uma virgem para o sacrifício e depois que me certifiquei de que tinha encontrado a pessoa ideal, apenas esperei para o momento certo. O melhor de tudo é que nem precisei capturá-la, você veio para minha casa como uma cordeirinha preparada para a imolação.

- Por favor, não. Eu te imploro. Pense em tudo que vivemos juntos!

- Aquilo foi uma ilusão. Agora fique quieta, para eu concluir o ritual.

Michele já não tinha mais forças nem para chorar. Só ficou ali, parada, naquele chão úmido e fétido esperando o pior.
Jonas foi para um canto do porão e trouxe um vaso de cerâmica, agarrou Michele pelos cabelos, cravou a adaga em sua garganta e pôs o ferimento na boca do vaso para que o sangue escorresse.

Michele não soltou grito algum, somente ficou com o olhar triste, vendo aquele vaso enchendo-se com seu sangue.

Quando ela morreu, Jonas atirou seu corpo para um canto do porão, agarrou o vaso de cerâmica e bebeu o sangue daquela pobre moça, enganada e desiludida.
Depois de alguns minutos de euforia de sua mente insana, as velas se apagam como se um vento repentino soprasse-as. Jonas fica parado com um olhar desconfiado e diz:

_Quem está aí? Ordeno que o pacto seja cumprido agora.

Uma voz gutural e inumana soa da escuridão:
_ O que queres?
_ Quero poder. Poder para destruir meus inimigos e escravizar os fracos.
_ Tem convicção de seus desejos, mortal. Saibas que é uma escolha sem volta.
_ Sim! O sacrifício já foi feito e quero que o pacto seja cumprido agora!
_ Que assim seja.

Nos primeiros segundos foi apenas silêncio. Depois Jonas começou a sentir algo roçar em seu corpo, como se um tecido estivesse sendo passado em sua pele. Então começou a dor. Uma dor indescritível tomou todo seu corpo, como se lâminas cortassem toda sua pele, mas sem rasgá-la. Seus olhos começaram a arder e começou a vomitar sangue. Sangue saía também de seu nariz, ouvidos e canais lacrimais. Aquela dor era insuportável. Aquele maldito demônio tinha traído-o, e estava matando-o.

Mas a realidade era pior do que ele pensava. Ele se sentiu como se algo o invadisse, arrancando sua alma. A dor foi maior do que antes. Sua mente forçava para permanecer no controle, mas aquela força era muito superior. Ele sentiu sua mente afastando-se de seu corpo, como se fosse apenas um espectador de um mórbido espetáculo. Seu corpo começou a sofrer mudanças. Seus cabelos começaram a se tornar brancos e seus olhos se tornaram vermelhos com apenas um ponto negro em seu centro.

Quando voltou a seu corpo percebeu que não tinha controle sobre ele. Seu corpo estava subindo as escadas e estava observando sua casa, como se fosse algo novo para ele. Foi quando ouviu em sua mente aquela voz novamente:

_ Agora seu corpo me pertence. Você será apenas um espectador do meus atos, não cotrolando mais suas ações. Você não queria poder? Agora você tem. Através de seu corpo, começarei novamente meu reinado de caos e destruição.
E Jonas se amaldiçoou por sua cobiça.
 
Fico bem legal cara... Mas o final eu acho que pode ser melohr trabalhado... Pra causar um espanto maior quando o demônio toma conta do corpo dele...
 
Eu num acho que uma continuação cairia bem... Tá bom nesse formato mais de conto e tal... Mas é só minha opinião... :)
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.404,79
Termina em:
Back
Topo