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[L] [Saranel Morevendë][Poemas góticos]

Ei pke apagaram a poesia que eu tinha colocado aki?!?!

Vou colocar di novu...

Ambíguos

Sim; ninguém foi ao irremediável
Enterro de minha última quimera.
Somente a solidão (nem mesmo a ingratidão – quem me dera!)
Foi minha companheira inseparável.
-x-
Como queria eu estar na lama que me espera!
Pois esta lama que, neste mundo insuportável,
Nos joga nas garras da pantera, só torna inexorável
A formação interminável de feras.
-x-
A vida tem gosto de cigarro
O beijo, não se sabe se é escarro
Ou se é ofensa que ao mesmo tempo beija.
-x-
Aquela mão bela que te afaga
Cutuca, mesmo sem querer, a tua chaga
E dizendo verdadeiramente que te ama, te apedreja!
 
Saranel Morevendë disse:
Ei pke apagaram a poesia que eu tinha colocado aki?!?!

Ei, por que as pessoas continuam ignorando os avisos?!?!

Problemas no Fórum, posts foram perdidos, ninguém apagou sua poesia, etc. :wink:
 
Ow aki ta um onde a idealização da morte minha era masculina, eu a hamava de Hades. Faz 2 anos.
Taí!

Ode a Hades

O que é a vida sem o sol?
O que é vida sem o arrebol?
O que és tu perante a vida?
O que é ela sem ser vivida?
Para mim tu és mais que o sol
És mais lindo que o arrebol
Para mim tu és mais que a vida
Sem ti, ela não dá para ser vivida
Contento-me em te contemplar
De ti ter apenas um olhar
Pra mim já basta tua ternura
Vinda de teus olhos, cheios de negrura.
Tu és mais lindo que a lua!
Tu és a noite negra linda
Por ti, vou até o Hades (érebo)
E sobrevivo ainda!
Pois tu estás lá
E é só indo até lá
Que poderei contemplar teu olhar.
Tua pele branca não gosta de sol
E nem mesmo do arrebol
Tu és o contrário da vida
Mas tens controle sobre ela, e sem ti
ela não dá para ser vivida!
Tua pele branca lembra a morte!
A palidez, a alvura linda!
Mas ela tem algo de róseo
Que, na morte, lembra a vida!
Tu és muito mais que o sol!
Diante de tua beleza ajoelha-se,
vencido, o Arrebol!
Tua subordinada é a vida!
Hades!,deixa que ela seja vivida!
Teus cabelos são mais negros que
o Eclipse que causaste!
Mas com teu poder, a vida iluminaste!
Iluminaste tudo com tua escuridão!
Purificaste tudo com a morte!
A morte na vida!
A negrura, sentida!
Negro! Negro! Negro!
Que queres mais para eu te descrever?
A brancura do mármore e do cal das sepulturas
Dos que a ti irão descer?
A brancura da tua pele
Linda como o sol
Mas é branca e sem ele
Sem mesmo o arrebol
Hades!, eu te amo!
Como poderei isto te dizer?
Se sou uma simples mortal
Sujeita ao teu poder
E que a qualquer instante pode...
Morrer?
 
A Névoa (Ode a Hades II)

A névoa que nos separa
Não é nada para mim
Atravesso-a, pois ela é rala
E chego bem perto de ti
A vida não sabe
O quanto eu amo você
Não consegue impedir-me
De atravessá-la e te ver
Necessito da tua presença
Mesmo que seja à distância
Não me importo em não te tocar
Apenas quero tua lembrança
Pois apesar de apenas
Existir entre nós o amor platônico
De consumá-lo ainda tenho esperança
Nosso amor platônico, nosso amor byronico!
A tua pele tem o toque da seda
Teu rosto é a fonte de tua beleza
Teus olhos são duas pérolas negras
Que atravessam meu ser e me encantam por inteira

A névoa que nos separa
Já não me importa, já lhe vou esquecer
Tua magia já se espalha
E a névoa já vai se desvanecer
Meus olhos se encantam
Diante de tua beleza
Teu olhar penetrante
Me atravessa e espanta toda a tristeza
Ninguém te enxerga como eu te enxergo
Te acham uma mera alegoria
Ninguém te ama como eu te amo
Ninguém vê em ti além de uma fantasia
Ninguém sente por ti o que eu sinto
A ponto de tanto te amar
Ninguém além de mim conseguiria
Por uma alegoria se apaixonar
Mas eu já sinto teu poder agir em tudo
Já sinto ele dominando todo o mundo
Eu sinto mais que nunca! Tu existe!
Teu coração a minha alma descobriste

A névoa que nos separa
Já não existe, ela desapareceu.
Da tua imagem eu já me lembro
E da alegria que você me deu
Teus cabelos são negros
Negros como eu nunca vi
São longos, são sedosos
A textura deles eu já até pude sentir!
Nunca te vi, nunca te toquei
Mas é como se eu pudesse te tocar
De tão real que tu pareces
Até do teu cheiro eu posso me lembrar!
Os limites do amor
Sempre são intransponíveis
Mesmo que a névoa me impeça de te ter
Eu a atravesso, a venço, e torno tuas qualidades palpáveis.
Posso sentir teu ser encher-se de esplendor
Posso ver ele apagar a minha dor
Te beijar era tudo que eu queria
És realidade, não és só uma fantasia!

A névoa que nos separa
Não pode contra minha paixão por ti
A névoa é fraca, insignificante
E já vejo tu vindo e direção a mim
Já sinto teu poder!
Teu cosmo obscuro me domina até a morte!
Não precisas possuir-me!
Já sou tua, e estou à sua sorte
Tu vens e me toca,
Me envolve com teus braços e teu manto
Me levas até teu reino obscuro
Causas-me alegria, não espanto
Finalmente levaste-me ao teu lado!
Atravessei a névoa, meu amor realizei!
Agora estamos unidos para sempre!
Nada nos separará, jamais te deixarei!
Agora a névoa não vai mais nos separar
Não me impede do meu sonho realizar
Tens poder sobre a morte e sobre a vida
E é do teu lado que irei viver a minha!
 
Ode a Hades III

Quão linda é a imagem que estou a ver
Estou vendo você!
Quão luzentes os olhos que o sol fazem tremer
Estou vendo você!
Quão lindos os dentes, de pérolas são
Estou vendo você!
Te amo e não digo, pois tua serva sou
Estou vendo você!
Te observo ao longe, não posso te ter
Mas eu posso te ver!
Tua beleza, tão linda, já me satisfaz
Me faz estremecer!
Teu rosto, tão belo, não sabe que faz
Minha mente voar!
Queria ser tua e que tu fosses meu
Queria te abraçar!
Quão longe, distante, te encontras de mim
Distante do alcance, mas te amo mesmo assim!
Queria que soubesses que uma serva tua há
Que se dedica a ti ao máximo e nunca pensa de em ti pensar
Queria tua pele, tão branca, sentir!
Sentir com meus dedos e não te deixar ir!
Queria que tu me dissesses: “Também sempre vou te amar!”
E então, realizando-me, eu pararia de sonhar!

Quão lindo é o teu corpo, o mais perfeito que já vi
Quão lindo é teu olhar, que de tão profundo, suga a mim!
Quão linda é tua boca, formosa, cheia, rósea
Quão lindas são tuas mãos, macias, belas no formato, níveas
Quão lindas são tuas melenas, negras, escuras, brilhantes!
Quão lindo é teu rosto, de alvura pálida, radiante!
Quão linda é tua alma, escura, pura, fenomenal!
Quão linda é tua aura, tão profunda e virginal
Por menos que pareça aos outros olhos assim ser
Tens tua essência pura! Escura! Que cura meu ser!
Nem sempre as trevas são um símbolo de perdição
Nem sempre a luz pode ser vista como a salvação
Teu corpo é não-visto, como te nome já diz
Tu foste difamado por uma grande meretriz!
Não te preocupes, lindo deus, a difamadora vou desmascarar!
Perséfone maldita! Não minta, que o amor do belo Hades nunca teu será!

Tu és intocado, solteiro, mas a maldade já lhe tocou
Eu trago-te de volta, tua pureza de coração já voltou
Mas teu corpo nunca foi tocado, ao contrário do que se pensa!
Acham-te casado com a meretriz falsa, e ela isto salienta!!
Ela dá uma de vítima, diz que tu a raptou!
Mentirosa amarga! Sabe que tu sempre a rejeitou!
Maldita seja! Perséfone maldita, recalcada e sandia!
Mente porque sabe que tu não a quer e nunca irá querer, a doentia!
És meu, apenas meu, negro mancebo arrependido!
Por mais que se arrependas, teu negror sempre estará contigo!
Que tem isso? Não me importo, até gosto dele assim!
A paixão pela tua pele branca e o resto negro nasceu em mim!
Irei pegar-te de qualquer jeito, ó deus virgem e solteiro, és meu sim!
Nunca irei abandonar-te, ó Intocado, vem por mim!
Eu sei que tu me amas, então não fiques mais assim!
Vem comigo! Vamos revelar ao mundo que tu não amas a outra, e sim a mim!

Ninguém nunca te retratou como alguém bom! Sempre foste mau!
Também nunca te retrataram como um ser vivo, real
Mas eu, que te amo muito, te encontrei e agora sei
Que tu és real e se tornaste bom! E fui eu que te transformei!
Eu sinto que antes de te conhecer já te amava!
Pois logo que te vi já me senti como que há muito apaixonada!
Tu eras mau, e por me conhecer mudaste totalmente!
Mas só vejo-te de longe, e tu, belo deus, amorosamente, parece-me indiferente
De repente sinto teu cosmo! Sinto que tu perto estás!
Tu vira-se para mim, e comigo agora quer então falar!
“Bela serva, o que escreve? Deixa eu ler!”, tu então me diz
Tu lês, e um belo sorriso em tua fronte agora vi!
“Não sou indiferente a ti, querida donzela! Também te amo!
Mas também nunca te disse, porém não é por ser teu amo!
Disso eu nem sabia, mas duvidava dos teus sentimentos por mim
Agora que tenho certeza, serei teu, e tu minha sim! Não sai mais de mim!”

Que alegria radiante agora de mim se apossou!!
Não acredito que meu devaneio efêmero se realizou!!
Nunca mais do teu sentimento por mim eu vou duvidar!!
Agora tenho certeza absoluta: tu vais sempre me amar!!!
E quanto à charlatona?! Esta já desmascarei!!
Leia, meu querido, a história verídica que aconteceu! Eu já a narrei!
Com isso nas mentiras da deusa suja não vão mais acreditar!
E ao invés de pensarem que é ela tua amada, agora todos vão saber: ela é tua odiada, e é a mim que tu hás de para sempre amar!
 
Nussa, estou desenterrando essas do fundo do baú...é de antes de eu amar o Frodo, só pra cs verem...o_O

Glória (Ode a Hades IV)
Como a noite tua presença chega e domina
Domina os corações, os subjuga e os fulmina
Faz nascer um sentimento inexplicável
Um terror que é sublime, arrebatador e afável
Traz uma paz que é terna e perturbadora
Uma negrura calmante, avassaladora
Só de ter tua presença a nos guiar
Sente-se um vazio, tão destruidor, que vai nos salvar.
Tu nos guia e servimos-te com prazer
Pelo menos eu irei seguir-te e amar-te até morrer
E quando morrer finalmente poderei te encontrar
Em teu lar sombrio, escuro castelo, a reinar
Em tuas terras só reina a escuridão
Noite Eterna que está em meu coração
Para lá irei, em teu sombrio salão vou te encontrar
E ao ver-te, direi, exultante, glória!

Glória! Glória! Glória! Glória!

Tua presença importante inspira respeito
Tua imagem parece não ter defeito
No teu mundo é que eu quero habitar
Vem, leva tua serva para aí morar
Uma linda noite escura, cheia de estrelas
É o teto do teu lar sem labaredas
Que iluminem, lá nem mesmo entra fraca luz
É tudo penumbra e cada vez mais escuro ela produz
Tu és soberano nesse mundo de escuridão
Tristeza e alegria no teu mundo habitam
Tristeza, pois só escuridão lá há
Alegria, por causa da sensação que a escuridão nos dá
Lá a presença da morte é constante, sim
A morte na vida, e esta já sinto em mim
Esta bela terra negra tu, com sabedoria, governa!
E diante disso só posso exclamar “glória”!

Glória! Glória! Glória! Glória!

Teu palácio, lindo, tem toda a escuridão do mundo
Faz-me sair da tristeza à alegria em um segundo
O que sinto quando ela vejo é inexplicável
Alegria igual a essa é inverossímil
O tel lar transmite uma frieza gélida
Que se reflete em tua fronte extremamente pálida
O ar que lá dentro há é tépido e gelado
E lhe confere tua beleza mórbida, que o negror tem lhe dado
As torres do teu palácio são lindas!
Parecem esculpidas com a maior das perfeições, ainda!
Não encontro palavras para descrever
A beleza do teu lar que agora estou a ver!
Me sinto tão bem em toda essa escuridão!!
Amo o teu negror profundo! Não gosto do sol, não!
Já perco a fala, não consigo mais falar!
Por tanta beleza atordoada, só consigo dizer: glória!

Glória! Glória! Glória! Glória!

Mais lindo que teu lar é tu mesmo
És uma jóia negra, perdida a esmo!
Mas agora alguém esta linda jóia conseguiu achar!
Este alguém sou eu! E já comecei a te amar!
Te adorarei como quiseres, sou tua serva do Escuro!
Te farei um altar negro e profundo
O encherei de jóias e pérolas, ambas negras
Porém não tão negras quanto o teu olhar!
Não há coisa neste mundo que supere teu valor
Nenhuma jóia brilha como teus lindos olhos, com tanto ardor!
Nenhum mármore supera tuas mãos em palidez!
Nenhuma seda supera a maciez de tua tez!
Queria ser tão branca quanto você!
Odeio o sol, teu Eclipse novamente eu queria no céu ver!
És uma jóia, alva e negra, brilhante, muito rara!
Diante de teu valor insuperável, apenas suspiro: Glória!

Glória! Glória! Glória! Glória!
 
Saranel ,eu me identifico com suas poesias e talvez não sou a única ,porque acho que muitos já tiveram pensamentos góticos.
 
:clap: Muito bons os poemas! Eu gostei ainda mais desses.
Continua escrevendo! :wink:

Saranel Morevendë disse:
Ambíguos

Sim; ninguém foi ao irremediável
Enterro de minha última quimera.
Somente a solidão (nem mesmo a ingratidão – quem me dera!)
Foi minha companheira inseparável.
-x-
Como queria eu estar na lama que me espera!
Pois esta lama que, neste mundo insuportável,
Nos joga nas garras da pantera, só torna inexorável
A formação interminável de feras.
-x-
A vida tem gosto de cigarro
O beijo, não se sabe se é escarro
Ou se é ofensa que ao mesmo tempo beija.
-x-
Aquela mão bela que te afaga
Cutuca, mesmo sem querer, a tua chaga
E dizendo verdadeiramente que te ama, te apedreja!

Vc tirou inspiração pra escrever esse num poema do Augusto dos Anjos, não? 8-)
 
Sim^^
É uma analogia ao poema Versos íntimos, dele.
PS: Nienna, eu achava lindu o seu avatar antigo (o do olhu azul). C mesma q fez? :D
 
Eu tirei de uma imagem que encontrei por aí. :wink: Eu queria colocar o rosto inteiro, mas como ele era um tanto largo, ficava estranho, então só coloquei o olho, que era a parte mais legal :mrpurple:
 
Olhaí outra:
PS: Eu sonhei com isso de verdade.

Morwen

Tu me viste... sim... tu me visitaste...
Foi sonho ou não foi?
Amor por mim, donzela, declaraste
Mas foste embora... teu semblante se foi...
Moça do palor, moça do silêncio do érebo!
Por que foste? Por que partiste?
Me faz acalmar a mente, o cansado cérebro
Faz pensar que, de alguma forma, a esperança existe...
Eu te salvei, eu te salvei, donzela!
Mas donzela já não és...
Tua pureza, forçosamente, se perdeu
Foste, e és, meretriz... para teu revés
E tua alegria, teu ânimo, morreu...
Quando viste que tua salvadora fui
Acabaste por me amar
Em tuas veias novamente o sangue flui!
E teu sorriso de novo, qual flor, veio a desabrochar...
Me acompanhaste, me abraçaste
Mas acabaste por ir embora
Nem teu nome tu disseste!
Não posso chamar-te mais agora!
Qual é ele? Morevendë, Mowen, Moriel?
Diz-me, ó reencarnação de Lucíola!
Revela, forma feminizada de Iorhael!
Volta, ó aquela cuja brancura cintila!
Gótica dos olhos tristes,
Dos cabelos negros brilhantes;
Da vestimenta lúgubre te despiste
E foste, enojada, a teu próximo amante...
Deixa-me libertá-la! Deixa-me, irmã de gélidas mãos!
Deixa-me levar-te! Deixa-me devolver a pureza
Dos dias de quando ainda amavam-se os irmãos
E ainda não deturpavas tua beleza.
Mas não... minha melhor amiga, minha amada
Foi-se embora... e já não volta mais.
Na certa continua a Morte a se prostituir, desgraçada
Espalhando seu amor no último suspiro de todos os mortais...
 
Ninquë mornië

Incenso... acendi-o.
Maravilhoso, aroma de paraíso...
No entanto com um tom que era estranho
Como a embriaguez enjoativa do ópio.
Os fumos subiam, enrolando-se espalhados
Por todo o recinto, formando figuras...
Figuras delirantes... às vezes belas, às vezes vãs
Às vezes da sandice guardiãs
E às vezes da sandície um laivo...
Uma delas parecia sorver, fumar o próprio incenso
Com voluptuosas baforadas estranhas e apaixonadas,
Como se a fumaça fosse a pureza de sua amada.
Condensava-se cada vez mais, formando distintamente um homem... ou uma mulher?
Era realmente alguém? Ou ilusão da embriaguez?
De repente, enquanto a figura concretizava-se cada vez mais, tornando-se sempre mais clara
Tive a impressão de que dois olhos verdes, ácidos, me olhavam de soslaio.
Um sorriso deturpado, irônico, vivido
Que era idêntico ao brilho daqueles olhos.
Quem seria aquela terrível criatura?
Repentinamente, como que num sopro, a fumaça se abriu, qual cortina
E vi o dono daqueles olhos...
Coroado de fumos, sentado na cadeira de espaldar
Estava um estranho homem, a fitar-me sem parar.
Sua figura, ao contrário do que a peçonha dos olhos revelava
Era tão linda, que quase não contive uma exclamação de espanto ao contemplá-la.
As molduras de seus verdes punhais eram negras,
Belas e espessas, contrastando com a tez
Que era branca, feérica, fulgia qual estrela naquela escuridão.
Perfeita, lisa, sem nódoa ou imperfeição.
Os traços, finos como quase os de uma moça.
As sobrancelhas negras, bem feitas, arqueadas
Como se me interrogassem.
Olhei enquanto pude; quando finalmente já não agüentava mais
Desviei os olhos e perguntei:
"Quem és tu? Que fazes aqui?"
O homem fechou os belos e afiados olhos, deu outra baforada afetada e, com um sorriso quase inocente, disse:
"Quem sou eu? Queres saber, sem nem ao menos saber quem és tu?
Eu pergunto: Quem és tu? Que fazes aqui?"
Sua voz era profunda, vinda das trevas, tão negra quanto seus cabelos
E suas palavras tão sinuosas quanto as ondas das mesmas longuíssimas melenas.
"Sou a dona desta casa.", disse eu, "E aqui estou porque a comprei com meu esforço."
Observei, surpreendida, o riso descontrolado que se seguiu.
"Tua?", indagou ele em incredulidade,
"Tua? Isto não é teu. Foi de outrem antes de ser 'teu'
E será de muitos outros antes que o mundo se dê por findo."
Seu olhar malicioso e melífluo me deixou atordoada, sem resposta
E as sobrancelhas pareciam ainda ser um enigma eterno.
"Queres saber quem és tu?", disse-me afinal.
Eu, sem pensar, disse que sim.
Um sorriso torto, sarcástico, perpassou por seu rosto
Antes de ele se levantar e andar até meu pequeno vaso de flores
Reparei como era alto...
Pegou um punhado de terra e me atirou o punho cheio no rosto:
"Isto és tu! Vês! Vieste daqui, e para cá voltarás!"
Passou um dos longos e brancos dedos pela parece.
"Tu és isto também", disse. "Tu és tudo. E não és nada."
Por um segundo, seu olhar foi límpido, transparente, livre de qualquer mácula ou acidez.
Seus olhos eram como dois recipientes de líquido balsâmico,
Com a virgindade de um anjo, de alguém que já viu Deus, o Céu, a perfeição absoluta.
Porém, no instante seguinte, o fio cortante voltou ao seu ser
E também o lodo, a nódoa, o sarcasmo, a maldade.
Caiu novamente sobre a cadeira
E languidamente recomeçou a tragar a fumaça do incenso.
Fiquei longos instantes contemplando sua esplendorosa beleza,
Sua pureza já corrompida
E no entanto seu corpo ainda tinha algum rastro dela
Em seus lábios frescos, sua tez branca, seus cabelos brilhantes, seu rosto imberbe.
Sua roupa negra, porém, demonstrava revolta, engano, corrupção.
"Por que vieste até mim e disseste tais coisas, senhor?"
Refletiu por alguns instantes antes de responder:
"Vim? Ora, venho e vou. E para onde quero.
Em celebração não necessito convite
Em porta não necessito bater
Em cerimônia não necessito pedir licença
Pois vou e ainda volto, e a humanidade tola pensa
Que tudo isto
(Abriu os braços num gesto que mensurava o mundo)
É seu... quando na verdade
Isto tudo é meu. Eu que vos engano..."
Segurou o incenso com suas belas mãos
Tragando o fumo, e com tamanha volúpia, que parecia estar beijando sua amante.
"Sinto, mas tenho de ir", disse afinal.
A fumaça foi-se condensando, se avolumando, e então ele me olhou novamente
Como se quisesse dizer adeus.
Quando sua forma já estava indistinta, gritei,
Como se só tivesse me apercebido naquele instante
Que ele estava indo:
"Diz-me, senhor, ao menos o teu nome!"
Estava temerosa, já inconscientemente sabendo a resposta.
O mais paradoxal dos sorrisos, triste e alegre, inocente e mordaz, benévolo e agressivo, angélico e demoníaco
Surgiu em seu rosto.
E num último olhar, antes de finalmente partir,
Disse, com sua voz profunda, porém calma,
A qual nunca esquecerei:
"Meu nome é Lúcifer"
 
Essa é em inglês, qqr erro não reparem, é minha primeira tentativa.

Se alguém quiser tradução, MP me. :D

The return

You don´t love me
But I loved you so much
(So I´ll never, so I´ll never)
So I have fallen
You didn´t care about me
You weren´t thankful for my feelings
You left me crying under the rain
On the dark plain of the bitter tears...
So let me now... so let me and go away
With your hard thankless...
From the wage of the Estige
I´ll get up and walk to Elysium.
-x-
You didn’t love me
But you needed me after
(And I´ll never, and I´ll never)
And I still loved you
I was deceived by your sweet and false smiles
So then you said that I was false with you...
You didn´t see my affection
What great it was at that time...
You treated it worse than garbage
And you didn´t notice I´m crying so far...
But the love can become in hate
And you´ll be odious, not lovely anymore.
-x-
You´ve never loved me
Now you don´t need me
(Now you´ll never, now you´ll never)
You never called me anymore
Neither a simple and fast phone call...
You don´t care...
You told it clearly
Without thinking if I would feel or not a pain
That would never pass thoroughly
It beated me deeply, so deeply...
But now I´m trying to forget
Your hardness, your coldness.
-x-
Now I don´t love you
And you don´t want my love
(I know you´ll never, I know you´ll never)
You´ve never wanted it
But now you´ll give more than what you got
You will suffer more than before ...
I didnt want to bring the evil for you
But you wanted, you asked it...
I won´t be obliging qith your cruelty
Even if you implore for it on your knees
My worst curse will fall over your head
Your hell will be my heaven, then I´ll can smile.
 
Mediocridade

Ai, filho! Tu achas que o pior
É ter total desolação?
Te enganas; isso são truques do coração.
Pois isto é, sim, melhor.
"Melhor do que o quê?", tu me iondagarás.
E eu te direi: é melhor do que amor ter
E esse amor vir a te fazer sofrer.
O dia em que isso tiveres, realmente sofrerás!
-x-
Ai, filho! O amor que te coloca atrás
De outros e te despreza
Não é amor; é um martírio cruel e sem pressa
Que te cozinha, te corrói voraz.
Leve e incontrolavelmente, sentirás
Necessidade de ser amado.
E onde está tal quimera? Onde estão os verdes prados?
O dia em que assim pensares, sucumbirás!
-x-
Ai, filho! Se sofreres tais dores
E do Destino indagares: "Por quê?"
Apenas o Silêncio escutarás dizer
O Nada profundo, ambíguo, dos horrores...
E então, amigo, te desiludirás...
O véu doce da ilusão
Não mais enriquecerá teu coração...
O dia em que tua alma assim enfraquecer, adoecerás...
-x-
Ai, filho! Vês que o amor é vão
E não é assim limpo e transparente!
Já não é aos teus olhos veemente
A beleza do enlevo e da emoção!
O próprio amor te deglutirá,
Te deixará no limiar da Morte,
Em teu desgosto, jogado à própria sorte.
O dia em que tua cabeça assim se perder, morrerás!
 

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