O Sujo de Sangue
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[O Sujo de Sangue] [Recuperando a Razão aos Tragos]
É só um prefácio:
"É manha de sexta-feira. Ele acorda irrequieto. Sua visão, ainda fraca, busca desesperadamente reconhecer o local onde jaz o resto putrefato de sua condição física.
Este é escuro, taciturno. Corpos agonizantes jazem ao seu lado, empilhados. Quanto tempo esteve fora? Donde estão seus íntimos neste momento de necessidade?
Apenas uma coisa lhe era certa: nem mais um minuto poderia ele ficar naquele local. De sobressalto, impulsionado pela a angústia que lhe corroía, se colocou de pé. Não, ainda não era possível. Tombou, e lhe sobreveio a angústia. Como pôde chegar a este estado? Mas é persistente. Não na segunda, nem na terceira, mas enfim, numa das tentativas, logrou êxito. Caminhar se tornou prodigioso mister. Na sua angústia mental mal podia divisar os lúgubres corredores nos quais caminhava. Num deles, de soslaio, acuado pela dor de quem a muito se priva da visão, pode perceber uma luz, que, ainda que fraca, cativava sua latejante dor de cabeça.
Ah, como se sentia bem em inspirar ar novo. A luz ainda lhe castigava, mas o suplício era compensado por aquele ar de vida. Não aquele com o qual se acostumara involuntariamente durante tanto tempo, pesado, necrotérico. Sua fortuna agora era constituída por aquilo que envergava. Um japona velha, uma calça de flanela.
Tateia os bolso, como que por hábito, atitude de uma mente confusa. Que surpresa em encontrar um fumo de palha e uma velha caixa de fósforos! Definitivamente a razão ainda não lhe ocorrera. Há sensatez naquele que intoxica os pulmões depois de tanto regozijar-se por estar livre de um ar pútrido? Talvez apenas um tabagista compulsivo possa entender razão qual. A tosse rouca e seca acompanha cada trago, enquanto caminha, meio que sem rumo. Aos poucos, ia recuperando suas faculdades mentais, nos tragos mortíferos de seu cigarro de palha. "
É só um prefácio:
"É manha de sexta-feira. Ele acorda irrequieto. Sua visão, ainda fraca, busca desesperadamente reconhecer o local onde jaz o resto putrefato de sua condição física.
Este é escuro, taciturno. Corpos agonizantes jazem ao seu lado, empilhados. Quanto tempo esteve fora? Donde estão seus íntimos neste momento de necessidade?
Apenas uma coisa lhe era certa: nem mais um minuto poderia ele ficar naquele local. De sobressalto, impulsionado pela a angústia que lhe corroía, se colocou de pé. Não, ainda não era possível. Tombou, e lhe sobreveio a angústia. Como pôde chegar a este estado? Mas é persistente. Não na segunda, nem na terceira, mas enfim, numa das tentativas, logrou êxito. Caminhar se tornou prodigioso mister. Na sua angústia mental mal podia divisar os lúgubres corredores nos quais caminhava. Num deles, de soslaio, acuado pela dor de quem a muito se priva da visão, pode perceber uma luz, que, ainda que fraca, cativava sua latejante dor de cabeça.
Ah, como se sentia bem em inspirar ar novo. A luz ainda lhe castigava, mas o suplício era compensado por aquele ar de vida. Não aquele com o qual se acostumara involuntariamente durante tanto tempo, pesado, necrotérico. Sua fortuna agora era constituída por aquilo que envergava. Um japona velha, uma calça de flanela.
Tateia os bolso, como que por hábito, atitude de uma mente confusa. Que surpresa em encontrar um fumo de palha e uma velha caixa de fósforos! Definitivamente a razão ainda não lhe ocorrera. Há sensatez naquele que intoxica os pulmões depois de tanto regozijar-se por estar livre de um ar pútrido? Talvez apenas um tabagista compulsivo possa entender razão qual. A tosse rouca e seca acompanha cada trago, enquanto caminha, meio que sem rumo. Aos poucos, ia recuperando suas faculdades mentais, nos tragos mortíferos de seu cigarro de palha. "