Nessa Valië
Usuário
[Nessa] instante estranho
Instante estranho
Duas da madrugada, duas e um, agora sim duas e dois,
quem inventou os contadores de tempo esqueceu de ajusta-
los às noites do meu quarto. Duas e quatro, que evolução
entre um pensamento e outro eu não vi um minuto passar.
Será que isto é um avanço? Duas e cinco. Bom, acho que
vou seguir a receita dos carneirinhos... Tic tac tic tac
tic tic tic tic!!! O meu relógio emperrou no minuto
décimo da décima nona casa da hora quarta do ano estelar
trigésimo segundo. Segundo meus pensamentos estamos
perto do fim do mundo. Pois é as estrelas atravessam o
meu teto. Nossa posso ver os meus poros. Os poros são as
partes mais íntimas de uma pessoa, imagine são as
menores portas entre o interior do indivíduo e o
ambiente habitado, mesmo que seja inóspito, sem sequer
uma habitação, e estão sempre abertas. Somos seres
abertos ao mundo e nos sentimos vestidos! O mundo sopra
ventos estranhos dentro de mim, no minuto anterior eu
estava aqui, agora...bem agora cá estou mas estou nua,
pelada e revelada. Gritei e eles me escutaram. E agora
posso ver formigas que correm os trilhos dos trens de
São Paulo. Do outro lado o travesseiro, não mais a minha
irmã. Duas e seis, acho que o relógio começou a andar, e
como de praxe devo voltar a dormir como todos mortais de
minha raça. Então dedo por cima, passa, dedo por baixo.
Duas e sete tic, outra formiga, desta vez na ponta do
meu nariz, uma roda, uma moeda, um tum tum que se diz
meu coração e o relógio desperta sete e quatorze da
manhã, hora de Brasília. Levantar e voltar a dormir."
Instante estranho
Duas da madrugada, duas e um, agora sim duas e dois,
quem inventou os contadores de tempo esqueceu de ajusta-
los às noites do meu quarto. Duas e quatro, que evolução
entre um pensamento e outro eu não vi um minuto passar.
Será que isto é um avanço? Duas e cinco. Bom, acho que
vou seguir a receita dos carneirinhos... Tic tac tic tac
tic tic tic tic!!! O meu relógio emperrou no minuto
décimo da décima nona casa da hora quarta do ano estelar
trigésimo segundo. Segundo meus pensamentos estamos
perto do fim do mundo. Pois é as estrelas atravessam o
meu teto. Nossa posso ver os meus poros. Os poros são as
partes mais íntimas de uma pessoa, imagine são as
menores portas entre o interior do indivíduo e o
ambiente habitado, mesmo que seja inóspito, sem sequer
uma habitação, e estão sempre abertas. Somos seres
abertos ao mundo e nos sentimos vestidos! O mundo sopra
ventos estranhos dentro de mim, no minuto anterior eu
estava aqui, agora...bem agora cá estou mas estou nua,
pelada e revelada. Gritei e eles me escutaram. E agora
posso ver formigas que correm os trilhos dos trens de
São Paulo. Do outro lado o travesseiro, não mais a minha
irmã. Duas e seis, acho que o relógio começou a andar, e
como de praxe devo voltar a dormir como todos mortais de
minha raça. Então dedo por cima, passa, dedo por baixo.
Duas e sete tic, outra formiga, desta vez na ponta do
meu nariz, uma roda, uma moeda, um tum tum que se diz
meu coração e o relógio desperta sete e quatorze da
manhã, hora de Brasília. Levantar e voltar a dormir."