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[L] [Melkor, o inimigo da luz] [Roteiro (Atualizado 20/12!)]

Melkor- o inimigo da luz

Senhor de todas as coisas
[Melkor, o inimigo da luz] [Roteiro (Atualizado 20/12!)]

Não vou explicar aqui o que é Kzaar, não ia conseguir, mas basta saber que a peça de teatro que estou escrevendo se desenrrola nesse estilo de arte, pensamento e vida. A peça não deve ser grande, se der tudo certo eu e uns amigos encenaremos. Vou colocar no título do tópico a cada atualização que fizer, para quem quiser acompanhar. Seguem as quatro primeiros cenas.

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Peça de teatro Kzaar

























PERSONAGENS


Fred, o caranguejo.
Gabriela, o anjo caído.
Ovo, o ovo.
Lobo, o lobo-mau.
Excluído, o oitavo anão.
Árvore prateada.
Árvore dourada.
Gatos, dois gatos pretos carteiros

Coro.

































Primeiro Ato




Cena 1

FLORESTA

CORO Eis que a cortina se abre e a história começa. Eis que a lua é ofuscada pela narrativa que aqui se desenrolará. Eis que, inexoravelmente, é narrada a vida e morte de cinco tristes criaturas. Aquele que foi ignorado, aquele que não pôde superar seus medos, aquele que foi mal julgado, aquele cujos desejos não se realizaram, aquele que nunca teve ambição; todos estes irão encontrar um relato das suas próprias existências aqui, hoje. Aqueles, porém, que nunca se viram nessas condições; esta peça não é para vocês.

(lobo entra assobiando e se senta no meio do palco, em uma cadeira de madeira. Abre o jornal)
(entram os dois gatos pretos)

LOBO (empolgado) Bom dia amigos gatos!
GATO 1 (paralisado) ...
GATO 2 (recuando) E não é ele, o Lobo-Mau? Miaaaaaaaau, vamos, salve seu rabo!
GATO 1 Ele não me parece mau.
GATO 2 E não o pareceu à vovozinha, pobre vovozinha! Sorte nossa que não tem correspondência para ele hoje!

(Gatos saem e o lobo começa a dançar a coreografia previamente ensaiada e no mesmo instante as árvores começam a cantar:)

ÁRVORE PRATEADA O lobo-mau...
ÁRVORE DOURADA Virá!
ÁRVORE PRATEADA Comer a Vovozinha
ÁRVORE DOURADA Ele virá, virá, virá!
ÁRVORE PRATEADA Comer a Vovozinha
ÁRVORE PRATEADA O lobo-mau...
ÁRVORE DOURADA Virá!
ÁRVORE PRATEADA Pegar a Chapeuzinho
ÁRVORE DOURADA Ele virá, virá, virá!
ÁRVORE PRATEADA Pegar a Chapeuzinho
ÁRVORE PRATEADA O lobo-mau...
ÁRVORE DOURADA Virá!
ÁRVORE PRATEADA Pegar o caçador
ÁRVORE DOURADA E se vingar, vingar, vingar
ÁRVORE PRATEADA De todos que o maltrataram...

(Lobo começa a cantar)

LOBO Eles me chamam de Lobo-Mau
ÁRVORE PRATEADA E ÁRVORE DOURADA Wuf, wuf, wuf, wuf, wuf, wuf, wuf!
LOBO Mas na verdade sou um cara legal!
ÁRVORE PRATEADA E ÁRVORE DOURADA Wuf, wuf, wuf, wuf, wuf, wuf, wuf!

(cantando lentamente)

ÁRVORE PRATEADA Mas na verdade...
ÁRVORE DOURADA Ele só é...
ÁRVORE PRATEADA E ÁRVORE DOURADA Incompreendido...

(fim da canção. Lobo saí, cabisbaixo)


Cena 2

DIVÃ

(lobo no divã e árvores em suas posições fixas. O resto está escuro)

LOBO Porque eu?
ARVORE DOURADA Porque és lobo
LOBO E se não fosse lobo, o que seria?
ARVORE PRATEADA Serias lebre.
LOBO Sendo lebre, o que diriam de mim?
ARVORE DOURADA E ARVORE PRATEADA Que és um lobo tolo que pensa que é lebre.
LOBO Não é justa, essa vida!
ARVORE DOURADA Não é justa, essa vida!
LOBO Não é justo, este mundo!
ARVORE PRATEADA Não é justo, este mundo!
LOBO O que é justo?
ARVORE DOURADA E ARVORE PRATEADA O que não é?
LOBO O porquê...

(luz se apaga lentamente)


Cena 3

GATO 1 Ontem não teve correspondência, mas hoje tem! O que faço?
GATO 2 Oras pois, entrega!
GATO 1 E ele não é mau?
GATO 2 Decerto que é, mas você é o carteiro e aos carteiros está reservado uma estrada longa e perigosa.
GATO 1 Quer ir no meu lugar então?
GATO 2 Não, não! Nem brinque!
GATO 1 E não é carteiro, como eu?
GATO 2 Sou carteiro, não bobo.
GATO 1 Um patife, é isso que você é.

(Gato 1 chega perto do lobo e deixa a carta no chão, com medo)

LOBO Olá, senhor gato. Fazia tempo que eu não recebia cartas, o que será que é?
GATO (paralisado) ...
LOBO Não consegue falar? É dor de garganta?
GATO (concordando com a cabeça) ...
LOBO Pobrezinho! Entre em minha casa, te dou um chá que é infalível. Palavra de lobo!

(gato 1 sai correndo. Gato 2 espera um pouco e vai também)

LOBO E agora, o que fiz?
ARVORE PRATEADA O que não fez?
LOBO Diabos, ainda pego esses gatos e...
ARVORE DOURADA E...?
LOBO E faço tanto carinho que eles se morrem de rir!
ARVORE PRATEADA E ARVORE DOURADA Desisto! Algum dia há de acordar o verdadeiro lobo que só ele não vê!

LOBO Vamos ver o que é essa carta, afinal!

(abre a carta)

LOBO E não é uma carta de um tal de Schrödinger, um gato. Quer que eu o encontre, na cidade. Negócios a tratar. Abraços, cordialmente. Hm, me parece tentador, sempre quis ir à cidade. Não perco esta por nada!

(pega seu chapéu e saí para o lado oposto para que os gatos saíram. Os gatos voltam de mansinho)

GATO 1 Miaaaaaaau... Ele se foi!
GATO 2 Coisa boa que não vai fazer! Miau, miau, miau, miau, miau!
 
LOBO E não é uma carta de um tal de Schrödinger, um gato. Quer que eu o encontre, na cidade. Negócios a tratar. Abraços, cordialmente. Hm, me parece tentador, sempre quis ir à cidade. Não perco esta por nada!
Né, Dr. Philip von Schrödinger? :aham:
 
Eu gostei do texto.Se vc deixar,eu faço um projeto de teatro com ele ano que vem


Claro,jah tirei o endereco de Kzaar
 
Eu tava brincando, seu bobo!

Mas é melhor mesmo, eu tinha gostado da idéia, mas agora que você tirou acho melhor deixar sem... Ainda não tá pronto. ^^

É claro que deixo você fazer um projeto de teatro com meu roteiro, seria uma honra ^^
 
Vou viajar, então achei melhor postar até onde eu tinha escrito.


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Cena 4

(Gabriela entra, cambaleando, e se coloca no meio do palco, de pé. Árvores em suas posições fixas)

ARVORE PRATEADA Oh Gabriela... (no ritmo de Tom Jobim)
GABRIELA Quem me chama? (silencio) Sois vós, meu Pai? Como sinto vossa falta, este mundo é tão solitário!
ARVORE DOURADA Deus te esqueceu. (não mais como música)
GABRIELA Nunca!
ARVORE PRATEADA E ARVORE DOURADA Sempre Gabriela! (mais uma vez no ritmo, mas retardando lentamente)

(Gabriela cai sentada, a face escondida entre as mãos e a luz diminui até ficar escuro, com luz apenas nela)

(Ovo entra)

OVO (imitando uma voz grossa) Não serve para omelete, já está muito adiantado! (já com sua voz normal) Há, não acredito no que acabo de ouvir. E ele ainda se diz Chef! Antigamente me diziam que eu era muito novo e eu me contentava, mas nunca mais hei de aceitar essas injustiças! Que todos tenham o mesmo direito, sob os pés de Deus!
GABRIELA O que disseste?
OVO Que disseram que eu não sirvo para omelete.
GABRIELA E eu concordo, és enorme! Mas não, não foi isso que perguntei. O que disseste sobre Deus?
OVO Eu disse que ele ainda há de punir pessoas como você! Então sou muito grande, não é? E eu que sempre achei que quanto maior fosse melhor! (gritando em tom de zombaria)
GABRIELA Me desculpes, amigo... É que eu não tenho tido dias bons.
OVO A culpa não é minha!
GABRIELA Sim, sim. A culpa é minha. Como gostaria de poder voar!
OVO Ha! Todos vocês, humanos, querem; mas só nós, aves, podemos.
GABRIELA Me expressei mal. Deveria ter incluído “mais uma vez”.
OVO Não tente me dizer que já pôde voar.
GABRIELA Claro que sim, todos de onde eu vim o fazem.
OVO E de onde vem, do céu? (ironicamente)
GABRIELA Sim.
OVO Bah...

(silencio. Ovo se senta ao lado de Gabriela)
(Fred entra andando de lado e os dois olham para ele)

FRED O que foi? Nunca viram um caranguejo?
OVO Não, na verdade só virei para ver se meu... Amigo já havia chegado.
FRED Mentira, mentira!
GABRIELA Não é não, juro que não!
FRED (gaguejando) Ola, senhora! Como vai?
OVO Posso saber porque não brigou com ela como fez comigo?
FRED Fluxus, meu caro. Fluxus.
OVO Tudo se explica.
GABRIELA Eu vou bem, obrigado. E tu, como vais?
FRED De mal a pior.
GABRIELA E porque?
FRED Fui rejeitado para um papel em um filme em que eu fazia questão de estrelar!
GABRIELA Pobrezinho! Você não era o que precisavam?
FRED Não, não. Foi puro preconceito, e tudo sabe porque? Porque ando de lado! Ah, se eu andasse para frente...
OVO E que papel era, senhor...
FRED Fred. Era o papel de Mercúcio.
OVO Romeu e Julieta?
FRED Exato, meu culto amigo! Queria interpretar Mercúcio, mas não! Não podia, não podia...
GABRIELA Que injustiça! Estais aí a ouvir, meu Pai? Que seja feita vossa justiça, nem que seja pelas minhas mãos!
FRED Hm. Religiosa?
OVO Eu arriscaria louca.
GABRIELA Surda não sou.

(Silêncio. Fred senta ao lado de Ovo.)
(Excluído entra, cantarolando)

EXCLUIDO Bom dia, amigos!
GABRIELA Bom dia!
EXCLUIDO Ah, esse sol... Como adoro esse sol.
OVO A alegria deste aqui é pior do que o mau humor do peixe.
FRED Que peixe?
OVO Você.
FRED Caranguejos não são peixes, somos...
GABRIELA São o que então? Pra mim tudo que é molhado é peixe.
FRED E baleias são o que?
GABRIELA (refletindo) São... Peixes gordos!
EXCLUIDO Gente, gente... Parem! Para que tanta violência, tanta agressão... Vamos celebrar a alegria da vida!

(todos param e olham para ele, quietos, por alguns instantes)

EXCLUIDO Como sempre, a magia do meu perfume de flores acalmou os ânimos. Aquela cigana tinha razão!
FRED Razão no que?
EXCLUIDO Ela me disse, certa vez: Nunca aperte o botão vermelho, nunca aperte o botão vermelho.
GABRIELA (interessada) Nossa, que profundo...
OVO Vocês aí, todos vocês... Afinal, o que vieram fazer aqui?
FRED Quanto a mim, estou aqui a pedido do Sr. Schrödinger.
GABRIELA Eu também!
EXCLUIDO Mas que linda coincidência! Eu também! E você, amigo ovo?
OVO Posso dizer que estou pelo mesmo motivo. Mas... Algum de vocês sabe porque estamos aqui?
GABRIELA A carta...
OVO Não, o porquê, da carta eu já sei.
FRED (sóbrio) Eu sei.
OVO Sabe? E o que é?
FRED Esse tal de Schrödinger, que se diz gato, é na verdade um lobo enorme e horrendo que quer nos devorar vivos e usar nossos ossos em um ritual macabro que irá deslocar o centro de gravidade da lua e causar um tsunami no Japão que destruirá a sede da maior editora de mangas do mundo. É tudo culpa deles!
GABRIELA Deles quem?
FRED Dos poloneses (trovões). Eles querem fazer uma arte para dominar o mundo culturalmente, uma arte maior que o cinema norte-americano e as histórias em quadrinhos japonesas. Uma arte sem limites, uma arte para todos. Kzaar! (trovões)
GABRIELA Não sei se acredito.
OVO Se ela não acredita, quem acreditaria?
GABRIELA O que estás a sugerir?
OVO Que é tola e inocente. Está estampado em seu rosto.
GABRIELA (se levantando e engrossando a voz) Como ousas falar assim com um anjo! Abaixes tua crista, te ponha a meu dispor e assumas tua posição de animal!
FRED Mas anjos não tem sexo, não é mesmo? Então o que são esses... (imitando seios com as mãos)?
GABRIELA Não temos sexo? Há, há! E jacarés albinos povoam os esgotos. E a tola sou eu, pobre de mim!
EXCLUIDO Eu acredito nela. Mas, se é um anjo, o que faz na terra?
GABRIELA (quieta) ...
FRED Quietos! Ouço passos!

(todos se viram em direção á um lado do palco por onde Lobo entra)

OVO É ele, o lobo polonês! (falando baixo, imobilizado)
FRED E ainda duvidaram de mim, eu disse!
EXCLUIDO Gente, gente. Ele pode ser um lobo bom, parem com essa algazarra. Não devemos julgar os outros antes de conhecê-los! Para mim tudo isto é um grande engano.
GABRIELA Melhor enganados vivos do que enganados mortos! Corram!


(continua...)
 

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