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[L] [Melkor, o inimigo da luz] [O Livro] (ATUALIZADO 25/02)

Melkor- o inimigo da luz

Senhor de todas as coisas
[Melkor, o inimigo da luz] [O Livro] (ATUALIZADO 25/02)

Esse conto/crônica/livro/sei-lá-o-que é realmente estranho. Não, em si não é tão estranho, mas se for pensar que eu escrevi ele às 2 da manhã depois de desistir de dormir...
O fato é que a narrativa, até a parte que ele abre o livro, aconteceu comigo. Só que o livro era As Relações Perigosas, de Choderlos de Laclos (sempre quis ler, já vi o filme) e eu não deitei de novo, vim pro computador pra escrever a história que estava se formando. Anyway, eu só sabia que ele ia pegar um livro, no fim eu me vi escrevendo sobre duques e duquesas! ^^

Anyway, segue o texto. Ainda não tá terminado, é só a primeira parte de umas cinco ou seis. Depende do que meus dedos decidirem. :roll:


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INTRODUÇÃO


Rolava na cama, o lençol se enroscando em seu corpo totalmente despido, o ventilador rodopiando alegre no teto, a luz do rádio-relógio iluminando um canto do quarto, seus pensamentos o incomodando como se o cutucassem e dissessem “Ei, dormir? Para quê?”. Tentou pensar em alguma coisa boa, qualquer coisa que o fizesse dormir; não, não importava se fosse real ou se tivesse alguma chance de sê-lo, qualquer coisa, mesmo, conquanto que fosse bom. Dadas as exigências, tudo em que pôde pensar era, mais cedo ou mais tarde, ruim.


Entrava em estado de semi dormência, seus pensamentos começavam a se embaralhar, mas... Voilá! Algo o cutucava, mais uma vez. “Se vai acordar mais tarde, é melhor que não durma.”. Suspirava.


O lençol começou a incomodá-lo, grudava no seu corpo, barrava o vento que vinha do alto. Sem ele, porém, sentiu frio e voltou a cobrir-se, desta vez sem sentir calor. Tentou focalizar um pensamento bom, um beijo, um carinho, um abraço... Mas não! Lá vinha o casamento, a traição, o divórcio afugentando a sua última esperança de sono.


Rindo ironicamente, desistiu e decidiu beber um copo do que quer que fosse para enganar sua própria mente. Se fosse um dia qualquer sentaria no seu computador e escreveria até que seus olhos se fechassem sozinhos, deitaria de bruços no chão e leria um livro, meditaria, faria abdominais, tocaria (mentalmente) piano ou uma grande harpa ou o que quisesse. Infelizmente, para ele, não era um dia qualquer. Antecedia ao dia maravilhoso que se abria, cortinas recuadas pelo contra-regra, para ele depois de tanto tempo.


Abriu a porta do seu quarto e começou a descer as escadas rumo à cozinha, mas lembrou-se de que tinha que desligar o computador de seu irmão. Subiu as escadas e quando entrou naquele quarto, luzes acesas, sentiu-se totalmente acordado. Não havia uma nesga de sono nele que, há uma hora e alguns minutos, se dissera esgotado.


Ao ver a estante de madeira de seu irmão com a coleção de livros que por tanto tempo colecionara, resolveu dar uma olhada e escolher alguns para, num futuro distante, ler. Passou o dedo indicador pelas lombadas, desinteressado. Quando no entanto leu em voz baixa, “A História”, intrigou-se e puxou um livro de capa preta, couro falso, levemente.


No momento em que o livro deixou, relutante, os seus companheiros que o comprimiam fortemente tudo parou. Olhou para a estante e passou os olhos pelos livros; tudo podia cair, ali, a qualquer instante. A retirada do livro podia significar o fim daquela imobilidade invejável. Esperou, atento, por qualquer movimento que a estante fizesse, mas, ciente de que não seria capaz de evitar a queda de um único livro. Não obstante, nenhum livro se moveu. O espaço onde A História estava simplesmente permaneceu como se ele ainda estivesse ali, em presença. Não, não estava, conforme os seus dedos verificaram. Melhor assim, ele assumiu, desapontado.


Chegou à porta com o livro. O que viera fazer ali? Ah, o computador; desligou-o desanimado e desceu em direção à cozinha. Empurrou a porta e se esquivou quando ela, silenciosa, voltou automaticamente. Como a imobilidade do quarto do seu irmão, a cozinha estava branca, quieta e parada. Na verdade, o mundo estava parado. Tudo que ouvia era o tique taque do relógio da sala, cada vez mais audível, um cachorro com seu latido se perdendo à distância e seus pés grudando levemente no chão.


Apanhou um copo na pia e ele, por um instante, pareceu despencar, mas sua mão esquerda, felina, o agarrou a tempo. Suspirou aliviado, sabendo que não tinha destruído aquela beleza que se revelava aos seus olhos.


Colocou o copo logo abaixo da torneira fina do filtro para enchê-lo e surpreendeu-se quando não ouviu ruído algum. Não era assim, não era assim! Água tinha de fazer som de água, estando o mundo dormindo ou não! Afastou o copo lentamente e, lentamente, o som de água foi nascendo, cada vez mais alto. Levantou o copo mais uma vez, sim, tinha destruído a paz e o silêncio, como fora capaz?


E percebeu, atônito, que a cozinha ainda estava parada, a casa ainda estava parada, o mundo, graças a Deus, ainda estava parado. Que coisa boa, aquela paz indestrutível! Porque ninguém nunca lhe falou dela antes?



Chegou no seu quarto, jogou-se na cama e se colocou a folhear o livro com interesse, no entanto sem concentrar-se em palavra alguma, ciente de que não o leria naquele momento. Passou as páginas em branco, os comentários da editora, o título e chegou no primeiro capítulo. “Primeiro Capítulo”. Sem duvida um nome um tanto quanto sem criatividade, concordou.


Já estava ali, com as mãos entre o livro, as pernas arqueadas contra as costas, a barriga comprimida sob seu próprio peso; ler a primeira frase era uma questão de paz interior, como explicaria para seu corpo, já pronto para uma grande seção de leitura, que estava apenas “folheando”, olhando as figuras (que, naquele livro, ou eram demasiado escassas ou não haviam sido incluídas), dando um passeio, um encontro sem compromisso? Não iria, ora essa!


“A Vida. O que é a Vida?”. Há, começou muito bem! Uma frase profunda, um impacto no seu interior, de fato. O que é a vida? Bah, que pergunta inapropriada para o momento. Não queria refletir, queria sentir-se tomado de uma incrível vontade de ler até não poder mais, como se sucedeu com o último livro que lera, queria dormir tentado a acordar e ler, ler, ler. Mas não, lhe perguntavam o que era a vida!


Pulou uma página, duas, dez, um capítulo, uma parte; todos os lugares em que batia os olhos discutiam a vida. Até onde sabia o livro devia, supostamente, narrar uma história, não dissertar sobre a vida, que o deixasse para os livros de autoajuda.

Fechou e abriu o livro, colocando o dedo em uma linha no fim de uma página próxima do meio. Começou a ler.

“- Margot, o que é a vida? – perguntou Lorde Humington, um tanto inquieto.
- A vida é o que temos na mão; é o que há.
- Não entendo o que sugere, senhora duquesa – indagou Astúria, a copeira, que vinha retirando as xícaras de chá e depositando na bandeja de ferro que dançava firme em suas mãos. – A vida certamente não é um chá!
- Não, não é – disse Margot, torcendo o nariz diante da risada suína de sua criada – Mas como dizia, Humington, a vida está acima de você, de mim ou de Sirene.
- Eu o que? – disse uma voz aguda, vinda detrás do piano, de onde vinha um agradável som.
- Nada, querida – comentou a duquesa, fechando os olhos em uma encenação de cansaço.
- A cansamos, duquesa de Marsui? – perguntou Gregório, o banqueiro, por detrás de seus bigodes grisalhos.
- Oh, de certo que não! Bom... – titubeou – É claro que estou um tanto quanto indisposta, mas não é devido à companhia adorável que me fizeram esta tarde. Sabe, pode ser nossa última...”



Seu dedo escapou. Havia perdido a página, procurou-a em vão e então contentou-se com seu descuido. Se fosse lê-lo, acharia a página mais tarde. Ou será que aquele trecho estragaria sua leitura, com alguma informação importante que não devia ainda ter sido revelada? Provavelmente não, tudo que extraiu dali foi um diálogo entre duques, duquesas, lordes, etc. sobre coisas fúteis, típico daquela gente. A vida. Tópico de estudo de todos sábios que fracassaram, ele diria.
Contudo... Aquela seria a última... A frase permanecera na sua cabeça, ainda incompleta. Ou teria lido e se esquecido da última palavra? Não importava, seria a última reunião? Ceia? Noite? Tarde? Conversa? Tudo parecia dar na mesma, no fim. Mas queria saber o que não se repetiria para aqueles personagens desinteressantes. A História! A história de que, afinal?

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Quer uma idéia, rapaz? Escreva uma história épica de aventura... De gente 1 estilo só, já basta o Shayamalan... :mrgreen:
 
Duas possíveis respostas:


*ignorando o comentário anterior*

Melkor,eu acho que vc devia compilar todos os seus contos e publicar com o título de "O Diário Metafórico de mim mesmo"

*aceitando o comentário anterior*

Claro,nunca fz mal inovar :mrgreen:
 
o ventilador rodopiando alegre no teto,

boas palavras para se descrever o trabalho do ventilador heheheh! qdo eu li, comecei a ri sozinho....

mas indo pro texto, gostei, e bom, mas ate agora apenas a curiosidade da continuação! vamu esperar pra v! :mrgreen:
 
Obrigado a todos os que leram. ^^

Sobre escrever um texto épico... Hm, não se esqueçam que eu não coloco tudo que escrevo/penso no Fórum. Eu tenho um livro épico medieval que estou reescrevendo para mandar para qualquer editora (e falta o fim, o fim!) e um conto/livro que se passa nos dias de hoje em uma escola que ainda está tomando forma. O problema é que é difícil escrever um conto épico (acho que Embla Eldhimnir é algo épico) em uma página como faço com esses contos/reflexões. Depois que descobri que conseguia escrever coisas legais e interessantes rapidamente, comecei a faze-lo mais frequentemente do que escrever livros (porque, afinal, eles são grandes e ninguém gosta de ler coisas grandes como gosta de ler contos pequenos).

Anyway, se você quer algo épico meu, recomendo alguns textos que coloquei no CdE que fazem parte da história do mundo onde se passa meu livro. Do Amor, Da Desarmonia, etc. Não lembro todos, vai no pesquisar e procura por Melkor aqui no CdE. Só devo ressaltar que são contos um pouco antigos, e alguns dias fazem diferença nos meus textos, já que comecei a "evoluir" há poucos meses e estou fazendo rapidamente. (isso não quer dizer que estou bom, não entendam errado).

Nossa, esse post ficou enorme.... Sorry, é que estou aqui no Rio de Janeiro num PC no trabalho do meu pai e to tentando acabar com a abstinencia de comunicação. Sem fofocar no telefone, no icq, no blog e no fórum, eu comecei a me sentir na necessidade de me comunicar. ^^

Mais uma vez, obrigado. Quando eu colocar a segunda parte (hoje, amanhã) eu coloco no título do tópico que ele foi atualizado, ok?

Até mais ver!
 
ô, Melkor! você que produz tantos textos já pensou em fazer algo tipo um blog para deixá-los organizados na hora que as pessoas fossem ler? É uma boa até para divulgar em outros lugares além daqui do fórum, não acha?

(se fizer isso não esqueça de me passar o link :obiggraz: )
 
PARTE 1


Despertou na manhã seguinte usando o livro no lugar no travesseiro. Seu pai o acordou e logo saiu, enrolado em uma toalha azul, para acabar de se arrumar, posto que estavam atrasados. Chateado e cansado, anuiu e, como um gato, espreguiçou-se na cama e levantou cambaleante. Seus olhos ainda estavam grudados, um perfeito filhote.


Jogou na mala dois livros que estava por terminar, três das suas melhores camisetas (elas ocupavam uma pilha separada no armário), três bermudas, duas calças e roupas de baixo. Entediado e irritado, desceu para a cozinha batendo seus pés sem se importar em acordar ninguém; nem iria, só estavam ele e seu pai naquela manhã.
Quando abriu a porta, e desviou-se dela, viu no chão os cacos de um copo. Não, ele não havia quebrado copo algum, que não o acusassem! Mas... Realmente não fora ele? Lembrava-se de ter quase quebrado um, ou será que a noite mal dormida havia alterado sua memória?


Não, impossível. Se ele tivesse quebrado um copo saberia, no seu rosto haveriam as marcas da culpa por ser ele o assassino, aquele de destruiu o silêncio, a paz, e trouxe o sol de volta com toda sua energia e inquietude. Havia acordado o gigante flamejante que dormia tão sereno, longe dali!


A manhã, é claro, também tinha sua calma e beleza, porém, inevitavelmente, era o prelúdio para o dia que só terminaria em uma sonata ao luar, à noitinha, com os boêmios voltando para suas casas apoiados uns aos outros.


Seu pai veio, já arrumado, e engoliu um pedaço de pão duro. O saco com os pães novos é o outro, pai. Subiu, sem argumentar perante a fúria de seu ascendente, e lavou seu corpo, alma e mente. Enquanto a água caía nele e depois desaparecia, lembrou-se do livro, aquele, de capa verde. A História, não era isso?


Esqueceu-se de lavar o cabelo, apenas se enrolou na toalha, feito seu pai, e foi para o quarto. Enxugou-se e começou a folhear o livro mais uma vez. “Quero que se retire, Ésper – disse a Duquesa de Marsui – Agora! Para longe de mim, para sempre!”, leu.


Ah, como queria ter tempo para ler mais um trecho que fosse. Não queria ler tudo, era muito grosso e não lhe parecia divertido ou interessante. Mas queria ler, numa curiosidade quase infantil, como uma criança que fica na beira do lago esperando por horas a Vitória-Régia abrir-se para, após um sonoro “oh”, virar-se de costas e voltar para casa e contar a todos o que viu.


Jogou-o na mala de mão, substituindo-o por outro que não esta com tanta vontade de ler, e correu para baixo, onde o carro de seu pai já roncava aflito. O caminho até o aeroporto foi calmo, pela janela ele pôde observar a crescente agitação que se dava nos corações dos homens e nas copas das árvores. Até o vento parecia soprar mais rápido após ter acordado. Sentiu falta da noite passada, quando, por um momento, imaginou que para todo o sempre nada acordaria. E seria bom. Só ele e seus pensamentos, mais ninguém.


Enquanto seu pai fazia os procedimentos de praxe para o embarque um pensamento perturbou-lhe a paz que ainda lhe restava: será que alguém perceberia se ele quebrasse um copo ali, no meio daquela multidão? Não, provavelmente não. Todos tão apressados, tão ocupados com suas maletas e celulares, tão abstraídos para não perceberem um copo morrer. Sim, morrer, ser estilhaçado e destruído irremediavelmente para sempre. E ainda sim só pensavam em seus ternos amassados, seus filhos glutões cujo choro não cessava, a revista que iriam comprar antes de embarcar para lerem uma ou duas vezes.



Já dentro do avião, esperando o avião decolar, começou a sentir-se aflito. E se caísse, a águia de ferro? Todos aqueles rostos agressivos, aqueles narizes cansados de tanto torcerem-se... Todos mortos, juntos no mesmo destino. Claramente, a morte e a vida não distinguiam, em teoria, as pessoas. Mas elas se distinguiam.
O aviso foi dado, deveria apertar os cintos. Já estava apertado há tempos. O avião acelerou e começou a ir freneticamente adiante, sempre adiante, deixando claramente que talvez não fosse realmente voar. Era tudo uma bobagem, voar... O homem não deve voar, assim foi feito o mundo.


Após o frio na barriga inicial e a contemplação do fato de não estar mais no chão, ficou calmo. Não era a primeira vez que entrava em um avião, longe disso, não havia razão para medo, claro que não. Pensando, porém, por outro lado, havia sim motivos. Em todas vezes que havia voado não tinha se sentido nem um pouco diferente, mas naquele dia ficou totalmente maravilhado; as casas de afastando, o chão de nuvens abaixo, um lugar onde sempre está sol (a não ser de noite)! Voar, como é belo! E, se existem razões para se maravilhar depois de tantas contemplações do mesmo paraíso, porque não existiria calor no inferno capaz de causar uma dor acima das outras?


O serviço de bordo se iniciou e ele ficou à espera do que quer que fosse que seria servido. Abriu sua mala de uma alça, pegou o livro e o apoiou na mesa já abaixada. “E porque não ler um capítulo todo, já que estou aqui mesmo?”, pensou. E o fez.
Começou:
 
Mas queria ler, numa curiosidade quase infantil, como uma criança que fica na beira do lago esperando por horas a Vitória-Régia abrir-se para, após um sonoro “oh”, virar-se de costas e voltar para casa e contar a todos o que viu.

:clap: adorei essa passagem....

quero a continuaçao hehehe!!?? 8-)
 
“Os peões estavam no tabuleiro, uma mão fria os movia. Era o enredo de Margot se desenrolando sem encontrar limites. A festa estava pronta e os convidados começavam a chegar.
Astúria fora colocada ao lado da porta com fortes recomendações sobre como agir diante de cada convidado e de cada situação. Depois de três tardes tendo aulas com o Duque Pleir ela foi, contrariando todas expectativas, capaz de adquirir um resquício de fleuma.
Margot tinha tudo nas suas mãos. Estava sentada em uma poltrona com um vestido preto, exibindo as pernas cruzadas, e tomava champagne. Ninguém podia ouvir – ainda não havia ninguém – mas ela ria.


O primeiro a chegar foi o Lorde Humington, em cujos braços se apoiava Catherine. “Bem vindo, meu lorde. Oh, Catherine, não esperávamos que viesse, mas seria uma honra imensa compartilhar de sua companhia esta noite.”, Margot pôde ouvir Astúria dizer. A porca havia aprendido, então! Riu, pela última vez e calou-se. Ajustou seu semblante e levantou o rosto à medida que eles se aproximavam da poltrona.


- Henrich – ela abaixou a cabeça quando Lorde Humington se aproximou – Catherine
- Margot – ele disse, segurando as mãos da Duquesa entre as suas e beijando-as.
- Duquesa – Catherine fez uma reverência
- Não imaginava que tivessem se acertado. É realmente uma ótima surpresa.
- Digamos que tivemos um pouco de... Ajuda. Devemos infinitos agradecimentos à Sirene.
- O que aquela velha tola fez desta vez? – Margot disse, erguendo levemente as sobrancelhas.
- Marcou o horário da minha aula de piano no mesmo horário da aula de canto de Catherine – disse Henrich – O resto você pode imaginar.
- Ah, posso! – ela riu, mas não como fazia antes deles chegarem. Fez um sinal com os dedos pedindo por silêncio. Ouviu a voz de Astúria anunciar: “Senhor e senhora Macwish!”. – Temo que eu tenha que, infelizmente, levantar-me e começar a circular. Os convidados estão começando a chegar como formigas diante do açúcar e com eles sempre vêm pessoas indesejáveis, oh não, querida, não me referi a você. Com licença.



Enquanto Margot se afastava Henrich e Catherine se entreolhavam, esperando até que fosse seguro.
- Ela me odeia – disse Catherine
- Oh, decerto que sim. A pobre velha é apaixonada por mim!
- Nem em sonho, Henri! A Duquesa não ama ninguém senão ela própria. Quem mais vem para a festa?
- Não faço a mínima idéia. Duvido que alguém falte. A noite promete – ele responde, num sussurro.
- Visconde de Will’Emar! – a voz da criada anunciou, da porta.
- A minha pergunta foi outra. Quero saber quem ela deixou de convidar.
- Além de você? – ele riu
- Você ainda não entendeu. Ela teria me convidado, se soubesse que estamos juntos. Ela sabe quem eu sou e do que sou capaz. Refiro-me àquela pessoa.
- Aquela que não podemos mencionar?
- Sim. Bom, a não ser que você tenha outra pessoa em mente. Refiro-me à senhora E. M.
- Você não tinha me dito que havia descoberto o sobrenome da megera!
- Não tenho certeza ainda. Mas use sua imaginação e transforme a letra em um nome.
- Não pode ser...
- Voilá, querido!
- Se for verdade será melhor do que eu imaginava. Devo notificar o Reverendo Hugo?
- Ainda não, ainda não. Agora, chega. Não quero mais pensar nisto. Sorria e cumprimente os convidados como se nada estivesse acontecendo.



O Visconde de Will’Emar foi anunciado e após algum tempo a Duquesa veio recebe-lo, radiante. Ele não pode deixar de notar, porém, que Lorde Humington e Catherine de Beauvoir conversavam animados, em tom de zombaria, em um canto. Eles sempre tinham que se julgar alheios a tudo, sempre!


- Não imagina quão imenso é meu prazer em recebe-lo, querido! – a Duquesa disse, pausadamente – Não me diga que veio da França até aqui só para comparecer à minha humilde festa!
- Não, não desta vez. Tenho negócios a tratar com o senhor Henrich. Mas, vim um dia antes para poder estar aqui a tempo – ele corrigiu, ao ver o desapontamento se estampar do rosto de Margot.
- Claro, claro. Bom, já conhece a maioria dos convidados, presumo, então creio que eu possa deixa-lo sozinho, pois vejo que minha irmã acaba de ser anunciada.
- Na verdade – ele segurou-a pelo braço quando ela virou-se – Eu não conheço aquela senhorita ali – apontou uma jovem que se apoiava de costas na parede, aparentemente sem companhia.
- Ah! Não a conhece mesmo. Que distraída que sou, é o segundo desta noite a perguntar por ela e eu continuo esquecendo de apresenta-la. Pobrezinha, prometi que a introduziria a corte e a esqueci ali, no canto!”.



A comissária de bordo o interrompeu, perguntando pela segunda vez o que ele iria querer. Teve de responder e acabou fechando o livro – não sem antes marcar a página onde estava – para poder comer. Quando finalmente acabou, o avião estava pousando e não havia mais tempo para ler. E queria tanto saber quem era a moça encostada na parede!
 
Apesar d não ter comentado ainda,eu tenho acompanhado ansioso. Esse é uma das melhores coisas q vc postou por aki Melkor (só não é A melhor pq vc postou tantas coisas boas q não da pra dizer uma coisa dessas com certeza :mrgreen: ). (to parecendo o Meneltar(sem ofenças :mrgreen: ) pagando um pau p/ vc agora :roll: :lol:)


obs: A história do livro acabo d me lembrar do "assassinato em gosford park" q eu assisti ontem, mto bom, tanto o filme quanto o seu texto.
 

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