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[L] [Melkor & Forfirith] [Crônicas Eróticas] TEMPORADA 2005

Enfim, após anos de espera e angústia desesperada dos fãs histéricos e das massas que imploram pela continuação do romance secreto, aqui está. :)
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CAPÍTULO 16 – A VERDADE VEM À TONA – POR FORFIRITH

Tâmara sai do avião que a trouxe devolta ao Brasil. Ela está extremamente ansiosa, sabe que alguma bomba está prestes a explodir, e terá grande efeito. Sua vida e a continuidade de seu amor depende dos acontecimentos que se seguirão.Ela tem que ir com calma, está pisando em ovos, e sabe disso.Mas antes de qualquer coisa, ela precisa ver Diogo.

Enquanto isso, Diogo se sente decepcionado.Não conseguiu ir para a Polônia, não conseguiu se juntar a seu amor.Ele não consegue nada.Se sente fracassado, e a visão de sua esposa o faz se sentir ainda pior.
Ele vai para a casa de Dona Ruth. Ela está extremamente estranha e ousada ultimamente, mas se entrar em silêncio e se trancar no Quarto, conseguirá alguns instantes de sossego.Ele entra sorrateiramente, mas uma de suas filhas o vê. Alguns instantes antes de a garotinha gritar a presença do pai, ele sussurra que está brincando de esconde-esconde, e que ela tem de ficar calada.Assim que termina de subir as escadas, sente que está sendo observado.Ele para, e olha pra trás. Dona Ruth segue em sua direção com um olhar maníaco, ele se desespera, olha para o lado e a primeira porta que vê é a do banheiro.Ele entra e se tranca. Seu coração está palpitante.Ele está assustado. Sente que algo estranho está acontecendo.

Tâmara pega um táxi no aeroporto, e segue direto para sua cidade, nos arredores. O motorista parece não entender o que ela fala e não atende aos pedidos enérgicos da garota para seguir mais rápido. Ela começa a ficar nervosa.
Ele a deixa em sua rua no final da tarde.
_Quanto ficou, moço? – diz Tâmara em tom polido ao velho motorista.
_Ficou em cem pratas, camarada...
Tâmara tem vontade de dar murros no pobre homem, mas se contém, isso apenas a retardaria ainda mais.

Algumas horas se passaram no banheiro. Diogo adormeceu dentro da banheira vazia, em meio aos brinquedos de borracha de seus pequenos. Ele acorda meio lerdo. Se pergunta o que faz no banheiro, e depois se lembra. Dona Ruth. Ela estava esquisita. Precisava dar um jeito naquilo.
Ele seguiu até a pia para lavar o rosto. Se lembrou de quando dormiu demais com sua amante no Quarto. Porque será que dormira tanto?
Ele abre então o armarinho com um espelho que fica preso à parede, e vê um vidro estranho. Ele não reconhece aquele vidrinho.Gira o frasco, e lê o que está escrito no rótulo, com as letras trêmulas de Ruth.
“Será usado para fazer Tâmara e Diogo dormirem no Quarto”
Ele entende, então. Uma luz vinda dos céus o ilumina, de repente ele compreende tudo. Ele ouve um barulho.Uma buzina.Quem será?
Ele ouve a voz de sua amada no andar debaixo.Será uma ilusão? Não, ela está gritando...ela está gritando?Algo muito errado está acontecendo. Ele precisa descer.

Tâmara saiu do táxi e seguiu correndo para a casa de Dona Ruth. Escancarou a porta, arregalou os olhos e entrou gritando, num tom suficientemente perfeito para não ser ouvida por Jorge, na casa ao lado, nem por Magda, na casa do outro lado.
Ruth está com um cigarro aceso na boca, e cutucando a orelha com a unha comprida e vermelha do dedo mindinho.
_Dona Ruth!!!Eu já sei de tudo, sua mentirosa inescrupulosa!!!!Você nos traiu!!!!

Nisso, chega Diogo, vindo do banheiro. Os três se encontram na cosinha.Tâmara impede a passagem que dá para a sala, e Diogo a que dá para o corredor. Dona Ruth acuada em um canto da cozinha, espremida de terror.
O casal se encontra, e dão um beijo ardente. Nisso, Diogo brada ferozmente: _Dona Ruth!!!Eu já sei de tudo, sua mentirosa inescrupulosa!!!Você nos traiu!! – e mostra o frasco de clorofórmio – você usou isso para nos fazer dormir demais naquele dia, no passado!!Não dormimos por causa do calmante, porque na verdade eram anticoncepcionais!!
Tâmara faz cara de horror, e os filhos começam a se agrupar no corredor, todos com medo, e com pesar nos olhos, os mais velhos abraçando e protegendo os mais novos e indefesos.
_Você falsificou meu teste de gravidez!!!Eu não estou esperando mais um filho!!!Só você sabia que eu faço exames periódicos de prevenção e precaução!!Sua víbora!!
Todos estão chocados, o casal abraçado, em demonstração de decepção e consolo. Todos se sentem traídos. É então que a pequena Antares Varda dá dois passinhos para a frente, com sua camisolinha cor- de-rosa e ursinho de pelúcia à mão, e diz em tom choroso:
_Titia Ruth, todos nós te amávamos...agora te odiamos!! – e taca o brinquedo com todas as suas forças ao rosto da velha.

Ruth então, desvia o olhar do chão. Com um ar demoníaco, onde ondas satânicas de mau cheiro eram exaladas de seus dentes amarelados, com sua pele cheia de cicatrizes purulentas, sobrancelhas masculinas e um pelo solitário na verruga, fita o casal.A inveja é claramente expressada naquele olhar monstruoso e viperino. O silêncio que seguia é cortado por barulhos amedrontadores e abafados vindos do armário da cozinha. Diogo os abre com um só movimento, e todos soltam uma exclamação de pavor. Há outra Dona Ruth amordaçada no armário da cozinha.
Dona Ruth arregala os olhos e tenta se camuflar entre a decoração ultrapassada do cômodo. Mas antes que conseguisse tal mimetismo, a outra Dona Ruth tivera sua mordaça removida, e estava livre para gritar:
_Rubi, sua traidora, diaba, bruxa, perversa, você me trancou no armário por todas essas semanas!!!!O que queria com isso tudo??
Rubi desvia o olhar lenta e disfarçadamente na direção de Diogo. Uma expressão de desejo ardente inibido pela diferença de idades se desenha em sua face. Assim que percebe, nosso galã passa mal, tem ânsias de vômito, e segue correndo para o banheiro com as mão tapando a boca.
Quando ele volta, a discussão continua. Tâmara manda os filhos mais novos irem dormir, o que não muda muita coisa, pois eles podem ouvir o barulho do quarto, assustados.
_Você deve estar louca se pensa que pode tirar meu amor de mim!!!Nunca, sua velha suja e decrepta, NUNCA!!!ESTÁ OUVINDO???JAMAIS!!!
_Eu sei que já estava quase conseguindo, mais alguns dias e ele seria meu!!! – diz Rubi com os olhos completamente arregalados, sua única arma de ataque – ele já estava se rendendo ao meu charme!!Eu sei!!!!
Diogo passa mal outra vez, e volta para o banheiro, mas dessa vez a conversa continua. A verdadeira Ruth chora sentada no chão da cozinha, miúda e esquecida.
_Diogo é só meu e da Magda, está ouvindo?Caia fora, sua velha. E veja se consegue tratar desses dentes imundos.
Ofendida, Rubi sai em prantos da casa, para nunca mais retornar.

A chuva começa a cair do céu acinzentado. Dentro da casa, um ar fúnebre se instala. Logo a paz retornará.
 
Moça, adorei! Bom, os comentários sobre o texto eu mando depois por mp ou te falo por msn, ok?

De mais, ficou ótimo! Sério... Hahaha, a Antares foi a mais fofa... Eu te amava... Mas agora odeio! Nossa, imagino isso num filme, sério! =)

Parabéns! =)

Logo escrevo a minha parte, amorzinho.

Agora preciso ir porque estou fazendo biscoitinhos lá na cozinha e eles devem estar queimando! ^^
 
Capitulo 17 – A Família Mignelli – Por Melkor


São apenas sete horas e ambos estão aflitos, a espera dos Mignelli. A gente não devia tê-los convidado, pensa Diogo. Droga, acabou meu absorvente, pensa Tâmara. O tempo não passa. Os segundos, os minutos, as horas... Sempre se atropelando e não saindo do lugar!


Os Mignelli tinham se mudado fazia algumas semanas, mas só há alguns dias que haviam estabelecido contato com nossos amantes. De um certo modo eles já eram bons amigos, os quatro; é claro que eles pensavam que Diogo e Tâmara eram casados, porém isso não parecia fazer tanta diferença


Eles eram, na maioria dos aspectos, um casal muito adorável. Obvio, os dois amantes os achavam caretas, pernósticos, pedantes e antiquados. Mas isso só porque eram certinhos demais e irritavam os dois, que não eram o que se podia chamar de cidadãos ideais. Não obstante, todos os quatro pareciam dispostos a ignorar as diferenças. Mesmo assim, os Mignelli eram o que havia em educação, tradição e etiqueta.


Sete e dois. Diogo bate os dedos na mesa, fazendo uma música irritante de velho oeste. Tâmara responde, irritada, fazendo soar a melodia inconfundível de Lua de Cristal. Ele a encara e começa a tocar Für Elise; ela bate lentamente os dedos e logo o suave Danúbio Azul preenche a sala; ele relembra Chiquinha Gonzaga com Atraente; ela bate as duas mãos com força e começa a, penosamente, fazer a Sonata 45 de Mozart; ele pula, joga os pratos no chão e, já com socos na mesa, toca Tocatta e Fuga em Ré menor, de Bach. Ela respira, Diogo acha que ganhou.


Tâmara salta de sua cadeira e começa, aos poucos, a mostrar toda paz – e fúria – da Sonata ao Luar. Diogo começa a chorar, a abraça e sabe que perdeu. Nenhum homem em sã consciência é capaz de resistir ao turbilhão insaciável de sentimentos que é esta música. A raiva de Rubi, o desprezo por Magda, o amor pela sua filha – ah, Antares, tão inocente! – e, sem dúvidas, o desejo por Tâmara se fazem naquela melodia maravilhosa e tudo parece despencar.


Ela o abraça. O abraça como uma irmã, como uma mãe. Mas então Diogo se sente tentado ao incesto. Eles vão, enquanto se despem, para cima da mesa e começam seu ritual. Às vezes um barulho de um prato caindo os distrai, às vezes é o molho do macarrão... Não doravante, Diogo não resiste à sua amante naquela roupa chinesa e ela não resiste ao seu amante com toda aquela fúria incontrolável. Eles se completam, naquela noite, como há tempos não faziam. Sentem que finalmente vão ter paz.


Mais alguns pratos, um garfo ou uma faca que insistem em se unir aos dois no sexo e acabam por serem constrangedores, a campainha tocando em algum vizinho, alguém batendo na porta, uma porta abrindo, um grito de uma criança... Ei!


Diogo olha para o lado, ainda meio envolto no aroma doce de Tâmara e vê uma menininha ruiva, com sardinhas, olhos brilhantes, óculos-canudinho do Chaves e um vestidinho florido. Ele não se move, não sabe o que fazer.

- Tâmara, essa aí é nossa filha?
- Não... Pêra, hm, acho que não, amor – ela responde, enrubescendo.
- Sabe quem ela lembra? A Priscila, filha dos Mignelli... Alias...
- Alias! Ah!


Eles não falam mais nada. Marta e Ricardo chegam na sala de jantar, chamando pela sua filha, e petrificam-se. Os amantes reconhecem uma cesta na mão de Marta e conseguem distinguir algumas margaridas e alguma coisa embrulhada em papel alumínio.


Priscila murmura alguma coisa, mas sua mãe a puxa para o lado e cobre seus olhos, a mão ainda trêmula. Eles parecem esperar alguma reação de Diogo ou Tâmara, mas... O que fazer? Eles estão totalmente desnorteados. Merda, o garfo! – pensa Diogo – O que ele está fazendo aí?
Quando Diogo ergue, vitorioso, o tal garfo, Marta arregala os olhos e Ricardo parece mastigar seu próprio lábio inferior com tal fúria que Tâmara tem certeza de que vê uma pontinha de sangue em algum lugar.


O Diogo não presta pra nada nessas horas. Eu preciso fazer alguma coisa... Rápido... – ela pensa – Já sei! Eles estão assim porque acham que o molho no meu corpo é sangue!

- Mocinha, não precisa ter medo! – ela diz, com uma voz meiga, para Priscila, que abre um dos olhos – É molho, não é sangue!

Tâmara passa o dedo na própria barriga e depois o leva a boca, fazendo uma cara de prazer, como se para indicar que o molho está excelente. Priscila para de fazer bico, se solta dos braços atônitos dos pais e corre para a mesa. Tudo parece em câmera lenta. Seus pais gritam, ela abaixa, passa o dedo no molho de tomate, que contém, ao contrário do molho que está na barriga de Tâmara, – como todos sabem – um pouco do fruto do amor dos amantes, e põe na boca.


Marta a pega pelo braço, a faz cuspir tudo e dá um copo de água para ela beber. Por algum motivo mágico só a jarra de água não caiu da mesa. Depois de recompostos, os Mignelli dizem que estão muito constrangidos e, para concertar o mal entendido causado por eles ao entrarem daquela forma, oferecem um jantar, na sua casa, no dia seguinte.


Diogo e Tâmara, totalmente vermelhos, aceitam. No meio da juventude e estamos aprontando como adolescentes insaciáveis, que depravação! – os dois pensam.
Quando os três saem e batem a porta, eles suspiram. Reparam que seus sexos ainda estão unidos e sentem-se totalmente inapropriados. Os Mignelli, sempre tão certinhos, nunca passariam por isso... Depois de um tempo, começam a rir descontroladamente. Estão felizes pelo que são. Se eles comeram o macarrão, deixo para a imaginação do leitor.
 
Olha,eu comentei por msn,mas,parafraseando o quisito,isso foi f****** pra c***** p***!

Diogo,essa é a melhor cronica que eu já li :lol:
 
Capítulo 18 – O Piano – Por Forfirith

Tâmara ajeita os últimos detalhes de sua roupa e ajeita a gravata de seu amor. Em nome de nada, irão desperdiçar uma noite de amor, na casa dos Mignelli.Diogo a observa enquanto ela arruma sua gravata e mal pode se conter: ela fica extremamente sensual e irresistível naquele vestido vermelho, e ele sabe que ela o pôs de propósito.
Ambos permanecem parados em frente à porta, desconfortavelmente ansiosos.Ansiosos para comerem e irem embora.
Tocam a campainha da casa, e aguardam.Marta abre a porta, Ricardo ao lado, com o braço tocando as costinhas de sua filha, num gesto que tanto simbolizava carinho quando medo de que ela se aproximasse dos visitantes.
Uma música clássica barata de algum autor desconhecido enche a sala, toda decorada em branco.Sofá de couro branco, paredes e teto brancos, tapete de pele de carneiro branco, prateleiras e estante brancas.Apenas um piano, branco, perto dos sofás, que atrai a atenção de nosso galante e sensual Diogo.
Os amantes se sentem desconfortáveis com toda aquela brancura.Tâmara tenta se ajeitar no sofá, desconfortável, o vestido vermelho quebrando o padrão da sala, na altura dos joelhos.Não sabe se é o vestido ou as suas voltas bem esculpidas que atraíram a atenção de Ricardo.Ela prefere não descobrir.
Diogo, de terno e calça negros, acompanhando o piano, e uma gravata amarela que o esgana todo o tempo – ele não está acostumado a usar esse tipo de roupa, mesmo no trabalho.
Os anfitriões, cordiais, e bem mais discretos que os convidados.Marta veste um vestido longo e branco até os pés com brilhantes, distribuídos aqui e ali, e um chale de crepe de seda, da mesma cor do vestido.Ricardo, de fraque, cartola e bengala à mão, todos brancos, os recebe com um sorriso cordial na boca fina, quase sem lábios.
Todos se sentam no sofá, os convidados não precisam de palavras para saberem que ambos preferiam estar em um churrasquinho na casa dos Silva, outros vizinhos, muito mais naturais que os Mignelli.
Um silêncio embaraçador se segue, e Ricardo não desvia os olhares famintos das pernas de Tâmara; até que Marta propõe que todos sigam à mesa.
Todos se levantam e se sentam na mesa de jantar.Os pratos já estão postos, e o silêncio só é cortado pela música horrível.
Nos pratos brancos, um minúsculo filé de peixe com uma aparência estranha, um molho amarelo desbotado, e algumas folhas de uma verdura irreconhecível para Tâmara espalhadas como decoração.Dentro dos copos de cristal, apenas água.Vendo a falta de compreensão dos comensais, Marta explica:
_Nós não bebemos – e em sussurro, para que a filha, também sentada à mesa não ouça – vinho.
_ Não queremos expor a pequena Priscila a esse tipo de conduta vergonhosa e nojenta – explica Ricardo.
Os amantes se olham, com sorrisos amarelos estampando à face, se lembram das inúmeras e incontáveis latinhas de cerveja e garrafas de vinho consumidas e de quantas vezes não ficaram entorpecidos pelo álcool, e não respondem; também não puxam assunto.Diogo, de tempo em tempo, dá olhadelas no piano, todo lustroso, quase num pedido desesperado para que fosse tocar.
_ Hum..o que acham de usarmos o piano depois? – ele sugere.
_Ah, claro, Diogo, será um prazer lhes mostrar como a pequena Priscila toca divinamente bem!Parece mais um anjo...
Tâmara é a que mais demonstra estar farta daquilo tudo.Aquele teatrinho idiota já encheu sua paciência, e ela não consegue mais disfarçar, odeia crianças bem comportadas, e inveja a boa interpretação de diversão de seu falso marido.Começa a ficar emburrada.
_O molho do peixe é da cor da minha gravata! Hahaha...
A frustrada tentativa de Diogo de elevar os ânimos não funciona.Pelo contrario, apenas piora: Marta faz constar que se trata de frango, e não peixe.
Depois de toda aquela alimentação, a população segue para a sala, e todos exceto a garotinha, se sentam no sofá.Ricardo volta a fitar as pernas da convidada, que tenta escondê-las debaixo do vestido curto.Ainda bem Que Diogo não percebeu.
Priscila se senta no banquinho e começa a apertar as teclas do piano, numa tentativa de tocar Liszt.Mais parece que ela está tendo um ataque epilético e por coincidência aperta uma ou outra tecla.Ela balança e ergue a cabeça, soltando os cabelos do recatado coque, e fecha os olhos, numa interpretação de inspiração.
O barulho fere os ouvidos bem treinados de Diogo, que não consegue esconder a careta de desgosto.Sente que um punhal envenenado é fincado em seu peito.Já basta, nossa conhecida amasia precisa tomar uma atitude, se continuarem assim, algo trágico vai acontecer, aquilo está se tornando desesperador e asfixiante.
Em meio aos barulhos tortos vindos do piano judiado, ela grita, talvez até alto demais:
_Diogo toca piano muito bem, gostariam de ouvir?
_Talvez em alguma outra ocasi... – começa a responder o casal.
Diogo então se levanta, antes mesmo de terminarem a frase.Só mesmo um piano para aliviar aquele seu sofrimento.Ele sabe que o amor de sua vida também se sentirá melhor, ambos adoram o som do instrumento, ambos se deliciam com a melodia maravilhosa dos famosos pianistas.
Ele se senta, e começa a tocar Tocatta e Fuga em ré menor.Tâmara fecha os olhos vagarosamente, numa demonstração de mais puro prazer.A música a leva às alturas, ao topo de montanhas gelados, onde brisas leves a envolvem e ela está ao lado de seu amor.A música acaba, e ela percebe que Marta e Ricardo a observam; ela está de olhos fechados e gemendo.Ela percebe que Ricardo se concentra em especial em seu busto, agora.
_Di, poderia tocar Chopin?Que tal o Prelúdio das gotas de Chuva?
Ele já imaginava que ela iria pedir.Ela já imaginava que ele imaginava que ela iria pedir, ele sabe que ela ouve a música todos os dias e vive cantarolando enquanto faz seus deveres caseiros e para irritar Jorge, que parecia ter congestões ao ouvir boa música.
A música começa, e nossa amante se deixa levar mais uma vez.Começa a se esquecer de que está viva e nos vizinhos.Um desejo louco lhe invade a mente, ela se levanta do sofá, anda até o companheiro, e começa a beijá-lo.Ele não resiste, ambos começam a respirar mais rápido, e logo ambos se deitam no piano, começam a retirar um a roupa do outro, gemidos preenchem o silêncio e gritos de prazer abafam a música ruim, a qual tocava sem cessar.
Os amantes não escutam os gritos desesperados dos anfitriãos, nem o escândalo que Priscila faz, não se incomodam com as roupas de baixo com desenhos do piu-piu de Diogo nem com a meia calça para diminuir a barriga de Tâmara, apenas continuam a transar ferozmente no piano, de vez em quando o pé de um deles tocava alguma tecla, ambas as bocas sem se separar, o piano manchado do fruto do amor, embaçado com o calor dos corpos unidos e com a respiração ofegante do casal.
Ambos fantasiam com um fundo musical de Tchaikovsky, onde fadinhas de açúcar dançavam em volta do casal, como numa celebração do amor carnal.
Tâmara e Diogo começam a rolar, e caem no chão, mas isso não impede que continuem a fazer amor.Começam a se esfregar no tapete de pelos longos de carneiro, e se sentem envoltos em nuvens libidinosas e cheias de volúpia, com beijos entorpecentes de um em outro, os movimentos intermitentes como ondas, os longos cabelos de Tâmara caídos docemente pelo tapete, com alguns cachos tocando levemente a pele de seu ombro, como os primeiros flocos de neve do inverno_O rosto sensual de Diogo, exprimindo todo o prazer e o amor que sentia naquele momento.
O casal pára logo após o ápice.Logo descem do mundo Ideal e percebem que não estão em nuvens, mas sim no tapete dos vizinhos.Ambos param e se olham.
Priscila está chorando soluçantemente, Marta desmaiou e Ricardo observa fascinado e vidrado, com a boca entreaberta.O Piano está quebrado e há marcas do amor por todos os cantos do cômodo.
Deitados no chão, se desatam, pegam suas roupas rapidamente e, mal se vestem, saem correndo e vão para a casa de Ruth, do outro lado da rua.
Quando chegam, terminam o que começaram na casa dos vizinhos.Já começam no corredor, vão seguindo até as escadas, onde caem bruscamente e permanecem por alguns momentos.Depois Tâmara se levanta, começa a correr para o quarto, mas Diogo dá um mergulho e a derruba.Ela cai em cima dele e o machuca, mas ele não se importa.O espírito de Baco se apoderou dele, juntamente com a ferocidade de um Briareu.Diogo se tornou uma máquina, tudo que pensa agora é em prazer, tudo que quer é satisfazê-la e a ele mesmo.Se levanta, e a arrasta até o quarto, machucando-a, mas ele sabe muito bem que ela gosta daquilo.Abre a porta com um ponta-pé, a joga na cama, fecha a porta e se joga em cima dela com um urro selvagem.Ele bate a perna na cabeceira da cama e se corta, acaba caindo, mas sua mente enlouquecida não o deixa perceber.
Lá embaixo, Dona Ruth escandalizada agradece ao Senhor Jesus pelas paredes do quarto serem à prova de som.
 
Nossa, eu fiquei meio :oops: de escrever e colocar, mas me lembrei do último do Melk, e pensei " :lol: :lol: "...Aí resolvi escrever e não ligar pra essas baboseiras de vergonha e pudor...
hehe... :mrgreen:

:twisted:
8O
 
Capitulo 19 – Pêlos

Diogo está dançando. O som de sua casa toca, no volume máximo, a música tema de Showbar. Ele se sente um coiote. Começa a fazer um strip-tease, sua mulher assiste a tudo da cama, maravilhada. Ele se sente mal por estar traindo Tâmara, mas a verdade é que ele às vezes também gosta de satisfazer sua própria mulher. Não como com ela, não como com ela, mas à sua maneira.

You can try to resist, try to hide from my kiss, but you know, but you know that you... Can’t fight the moonligh!, ele grita, tirando sua camiseta. Ela está tendo um orgasmo múltiplo – ou uma convulsão epilética aguda, Diogo não sabe distinguir – e ele se sente bem, satisfeito, completo...


E pensa em Tâmara. Gostaria de nunca se sentir tentado a possuir sua esposa, porque afinal, ele não a ama. Ela não chega a ser repulsiva, mas não tem toda a magnificência de sua fruta oriental. Infelizmente, às vezes era com ela que ele queria estar, para esquecer Tâmara. Isto quando seu amor talvez soasse possível e concreto.


Ele pula, como um tigre, em cima dela; como se para não pensar em Tâmara. Liberta o que há de selvagem dentro dele para que possa dar à sua amante o que há de poeta.


Quando está atingindo as nuvens, tenta segurar qualquer coisa para poder continuar nas alturas sem cair. Coloca a mão por baixo do colchão, desesperado em todo seu prazer. Sente seu dedo sendo cortado e interrompe o sexo. Magda grita e bate nele, se contorcendo e gemendo.
Ele corre para o som, o desliga e olha para seu dedo, já vermelho de sangue, onde se encontram alguns amontoados de pêlos.


- Nossa! O que tem embaixo dessa cama? Um castor mutante? – ele brinca, sem perceber o que ocorre.
- Nada! Não tem nada. Amor, venha, venha provar da reentrância do meu pêssego, quero sentir seu... – ela apela
- Espera, deixa eu ver o que tem aí, deve ser uma mola... – ele levanta o colchão e dá um grito
- Amor, não é o que parece, eu acho que...
- Magda. Porque tem um monte de giletes aqui, embaixo do colchão?
- São suas, querido! – ela titubeia
- Cor-de-Rosa?
- Hm. Eu comprei e você não gostou
- Ah – ele acredita e suspira
- Viu só? Agora venha aqui e...
- Ei. Se eu não gostei, porque estão cheias de pêlos?
- Porque... Não sei!
- Você usou estas giletes, Magda?
- Não! Pelo que você me toma?
- Magda – ele olha no fundo dos seus olhos, como só ele sabe fazer.
- Está bem. Eu usei, para não jogar fora! Você sabe como as coisas estão difíceis!
- Magda. Aqui tem gilete pra depilar um elefante peludo!
- Eu quis que meu pêssego fosse...
- Em primeiro lugar, isso – ele grita, apontando o sexo de sua mulher, com certa repulsa – não é um pêssego! Em segundo, você não me engana! O que significa isso? Você tem um amante! É isso?
- Não! – ela grita por alguns segundos, se jogando no chão e babando – Eu confesso! Eu tenho hirsutismo!
- Você tem o que? – ele surpreende-se. Era melhor que ela tivesse um amante, poderia sentir-se menos culpado quando a traia.
- É uma doença... Na verdade, uma anomalia... Faz crescerem alguns... Hm, pêlos no meu corpo.
- Então essas pintas nas suas costas!
- São toquinhos de pêlos raspados! – ela sorri
- Ah – ele contorce seu rosto – Magda. Querida. Porque você não jogou as giletes fora?
- Porque? – ela gira o rosto, olha para longe, pensa... – Não pensei nisso!
- Como você é burra! – ele grita, desesperado – Não acredito nisto!
- Para, amor... Tá me assustando... – ela chora – Isso não vai mudar nosso amor, vai?
- Não – ele suspira e responde, indiferente – Mas perdi todo o tesão, desculpa. Vou trabalhar.
- De domingo?
- O que é isso no seu ombro, um pêlo?
- Ah! – ela grita e corre para o banheiro.



Já no Quarto, Tâmara o questiona sobre o ferimento no dedo. Ele vira o rosto e suspira. Ela não gosta e, com suas mãos-de-seda, o faz olha-la nos olhos. Ele odeia que entrem na sua vida, nem ao menos Ela pode faze-lo!
Ele levanta-se da cama, acende um cigarro que estava no seu bolso e começa a fumar, escondido em um canto. Ela corre até ele, pega o cigarro e o joga no chão.



- Você não fuma! – ela grita
- Agora eu fumo – ele responde, frio.
- Onde você conseguiu essa merda?
- Roubei da Dona Rubi.
- Porque?
- Porque não agüento mais. Isso está entrando em colapso.
- Isso o que?
- A gente – ele confessa. Ela começa a chorar.
- Diogo... Én nagyon seretlék tegerét – ela fala, em húngaro.
- Que? – ele grita
- Em húngaro, quer dizer...
- Não quero saber! Estou cheio de húngaros! – ele a empurra, abre a porta e vai embora.


Tâmara vai para a janela e o vê correndo rua abaixo, desesperado.
 
Right, Melk!!
Aqui está! 8-)

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Capítulo 20 – O Sono dos Concubinos – Por Forfirith

Tâmara observa Diogo pela rua através da janela. Ele não escolheu um bom dia para ter um piripaque, ela pensa. Ele não escolheu mesmo.
_Idiota, ele faz isso comigo só porque sabe que é meu único amor verdadeiro. Mas eu hei de me vingar, e plenamente. Ah, se vou, ele não perde por esperar. Ele vai ver só.

Só que ela não sabe como fazer isso. Ela podia se vingar de qualquer um, devido à quaisquer causas, mas não dele. Nunca pensou que fosse preciso saber. Preciso pegar em seu ponto fraco, ela pensou, e saiu pelo Quarto, bateu a porta com um estrondo, preenchida pela raiva, pela ira. Ele não tinha o direito de fazer isso com ela! Seus pés eram socados no chão conforme pisava, e ao acabar de descer as escadas, encontrou com seu filho M45 Felagund.
_Mamãe, sabe o que eu estou estudando na escola, mamãe? – ele lhe diz com seus olhinhos brilhantes.
_Não, o quê?
_Pedro Álvares Cabral! – e continua seu caminho até seu quartinho, saltitante.
_Eu tive um amigo que se chamava Cabral... – ela pensa alto consigo mesma.

É então que uma idéia avassaladora arrebata a mente dela: o ponto fraco de Diogo é ela mesma. Idéias perversas lhe preenchem a mente, e ela sabe como vai se vingar.

Decide Ligar para seu amigo. Pega a antiga agenda telefônica, se pergunta porque aquele número ainda está lá, e disca. Uma voz de mulher responde:
_ Alô?
_Oi, é da casa do Fábio?
_Que Fábio?
_Fábio Cabral.
_Não. Talvez ele seja o antigo inquilino, mas já se mudaram há anos.
_Ah, sim, obrigada.

Desapontada,Tâmara decide usar outros meios para encontrar seu amigo remoto. Não está afim de procurar Estado por Estado, nem de procurar pela internet – a tecnologia avançara em todos esses anos e nossa queria amante ficara para trás.
Por meios obscuros, Tâmara descobre o telefone de Fábio, onde ele mora, o que faz de sua carreira e se está solteiro. Descobre também o número de seu CPF, seu CIC e seu RG.
Fábio virou um artista famoso no Uruguai, onde mora há sete anos.Teve vários casos amorosos e se casou cinco vezes, mas, como muitos artistas, nenhum durara até então. Não se encontrava casado, era a grande chance de Tâmara.
Ela decide ligar para ele, e a revanche é então confirmada.Cabral atende o telefone, eles conversam e matam as saudades, e combinam de se encontrar no Uruguai. Fica combinado que Fábio a buscará no Aeroporto.
Tâmara não conversa com Diogo, nem ele com Tâmara pelo dias que se seguem.
Enquanto saía de casa para a viagem, achara ter visto alguém sentado no banco da praça, lendo um jornal, mas ignorou. Agora ele iria provar do veneno glorioso da vingança viperina de Tâmara.

Ela desce do avião, está nervosa. Treme, e seu coração acelera. E se ele não a aceitar, se estiver apenas namorando e for fiel? Ela vai ter gasto todo o dinheiro para encontra-lo e ir até ele à toa. Não, ela tem que dar um jeito, ela é uma víbora sedutora. Ela consegue.

Entra no saguão de chegada, ansiosa, e já avista quem a espera: Fábio Cabral, de bombacha, calça preta, botas pretas de couro, cinturão vermelho, lenço e chimarrão à mão. Tâmara nota que uma bolsa contendo uma garrafa térmica e um pacotinho de erva permanece depositada ao lado de seus pés.Nota também que o aeroporto está movimentado, mas como nunca fora ao Uruguai antes, ignora.
Ela corre ao seu encontro, e os dois se abraçam. Tâmara jura ter visto uma lágrima singela e atrevida nos olhos do amigo, mas não comenta.
_Que saudades de você, Tâmara!
_Eu também, meu bem!Hehe...Há quanto tempo a gente não se vê, hein?
_Oito anos e cinco meses!
Tâmara estranha a precisão da data, mas interpreta como uma brincadeira. Na saída do aeroporto, uma multidão histérica aguarda a saída do ator, seguranças tentam conter os mais desesperados, uma ambulância mais ao lado, helicópteros e jornalistas, o assédio a assusta e ela hesita; Fábio tenta lhe dizer alguma coisa mas ela não consegue ouvir devido ao barulho. No caminho até a limusine, ela ouve um dos jornalistas:
_O famoso ator Fábio Cabral, também conhecido como O Negro, veio hoje ao aeroporto ao encontro de uma mulher; não se sabe se ela é apenas uma amiga ou ...
A porta do veículo se fechou e ela não ouviu mais nada. Sua estratégia começava a entrar em ação. Ela não iria embora dali sem antes ter vivido uma noite de amor bandido.
Sentados lado a lado no banco de couro do carro, começam a conversar sobre algum assunto, algo que nunca faltou nas ocasiões em que estiveram juntos.
Quando tocam no assunto das saudades, o moço deposita o chimarrão em um suporte na porta do carro e segura as mãos de Tâmara.
_Você não sabe o quanto senti sua falta, eu mal agüen...
Antes que terminasse a frase, nossa atraente visitante brasileira beija o jovem moçoilo, um beijo ardente, um beijo que parecia beijo de cinema, mas não era. Logo começam a se abraçar e a se sentir, e aproveitam a longa viagem para dizerem olá com muito sexo e muito prazer. Para aqueles que acharem desconfortável, aqui vai um detalhe: o banco traseiro da limusine era reclinável e passava por uma boa cama de casal se necessário. Há também um cobertor de pele no porta-malas. Tudo estava pronto e dentro dos conformes.
Os dois se beijam, se abraçam e estão ofegantes; o vidro do carro embaçado com todo o calor emanado dos corpos. Eles não têm tempo a perder, e o carro balança enquanto segue pela rodovia.

Chegam no apartamento do jovem ator, à noite, depois da chuva. O casal sai do carro e vai ao apartamento.
_É bem singelo, sabe, mas dá pra viver. Aqui é meu cantinho, meu antro-seguro, aqui me sinto bem e equilibrado.
Tâmara observa bem a fachada com a decoração em ouro, e jura que os botões do interfone são de cristal lapidado.

Ele mora na cobertura do prédio duplex. Vai mostrando o apartamento que por pouco não ultrapassa o tamanho da casa da jovem, e familiarizando- a com o ambiente que será sua casa por dois dias.
Eles chegam no quarto. Uma decoração ‘clean’ escura, caindo mais na cor negra, um aquário marinho com peixes que Tâmara nunca vira antes, mesmo com toda sua experiência em cidades praianas. Ela se admira com o lugar, e enquanto observa fascinada os peixinhos nadando, Fábio deposita sua garrafa térmica no chão, e se aproxima dela.
_Vou te mostrar agora minhas coisas mais preciosas...
Ele charmosamente segura nas mãos delicadas da mulher, e a leva para a cozinha para lhe mostrar sua coleção de cuias e bombas, dos mais diversos tamanhos, desenhos e materiais.
_Eu amo e cuido da coleção como se fossem meus próprios filhos...
Decepcionada, Tâmara responde:
_Eu gosto de chimarrão!Mas agora eu gosto mais de outro tipo de coisa...
Ela o abraça vagarosamente, ele a beija, os dois vão para o quarto aceleradamente, derrubam a garrafa térmica enquanto tateiam pela cama, se beijam freneticamente e começam a se emaranhar nos lençóis de seda da cama.
Ele despe sua parceira, ela o despe, eles unem os sexos, se tocam, se esquentam. Os longos cabelos sedosos dela, emaranhados pelo lençol de seda, denunciam o prazer. As mãos másculas e bonitas do jovem redesenham as voltas voluptuosas de Tâmara. Não censuram os gemidos nem os gritos, nem a força. No ápice do orgasmo mútuo e simultâneo dos amantes, a cama, que nem de longe fora feita para agüentar o tipo de pessoa que Tâmara se tornava no sexo, não agüenta, e quebra.
Os dois não percebem, ou se percebem, pouco se importam, e continuam. Continuam pela noite afora, e quando se dá o alvorecer uruguaio, alaranjado e com tons em violeta, nos olhos dos dois, eles dormem o sono dos concubinos.
 

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