Melkor- o inimigo da luz
Senhor de todas as coisas
CAPITULO 9 - OLHINHOS BRILHANTES - POR MELKOR
Diogo beija o pescoço nu de Tâmara em um canto da casa de Dona Ruth enquanto as crianças ainda se arrumam para o café. Um cheiro de cigarro invade o ambiente: os vizinhos são uns porcos, ah se são!
Ele sabe que Tâmara deve estar achando estranho todo aquele desejo. Ele também acha. Mas Pedro Luiz estava causando tantos problemas que ele precisa de um refúgio. Foi realmente uma surpresa quando Magda contou pra Diogo, alguns dias atrás, que tinha achado o menino simpático. Menino? Ele devia ter um ano a menos que Diogo, diabos!
Tâmara ficou chocada ao saber que ele estava de volta. Não sai de casa desde que viu o banco quebrado e voltou chorando para os braços de Jorge. Ah, o banco! Ela tinha seus motivos para não gostar de Pedro. Ele amou-a loucamente na adolescência e não mediu esforços para te-la. Tentou separa-la de Diogo, quando soube do romance secreto que eles teriam.
Diogo também queria distância dele, mas não conseguia evita-lo. Ele sabia ser inoportuno. E aqui estão os dois amantes em silêncio odiando a mesma pessoa. Os lábios dele contam à pele dela e eles choram.
A campainha toca. Ruth se precipita e abre a porta com sua cara matriarcal de sempre. Diogo vê os olhinhos brilhantes... Aqueles olhinhos brilhantes... Ah, ele não! Tarde demais, ele já entrou.
Tâmara abotoa seu vestido e olha para a porta, ultrajada. Não, tudo menos ele. Ele nem pede licença, passa por Dona Ruth e abraça Diogo. Depois, ajoelha e beija as mãos de Tâmara. As mãos, as mãos que são de Diogo, não dele!
Nesse momento, os dois se recordam do dia em que Pedro tentou possuir Tâmara. Naquela festa todos estavam reunidos e se divertiam. Diogo e Tâmara ainda não estavam juntos, mas sabiam que estariam. Pedro começou a dançar perto de Tâmara e Camila e... Ah, agora se lembram da coreografia do macaco!
De repente ele pegou-a entre seus braços e beijou-a. Diogo observava tudo de longe. Mas ele acertou o seu olho esquerdo, não a boca, e lá vamos nós mais uma vez pro hospital. Infecção ocular aguda. Tâmara tem que passar uma semana internada.
Depois disso, os amantes sabem que é hora de fugir daquele local. Está tudo fora de controle! Mesmo assim, adiam a fuga e só alguns anos depois que a concretizam. Mas foi naquele dia que ela deixou de ser plano e virou projeto de vida.
E lá estão eles juntos de novo. Os três. Os amantes e ele. O que será dito naquela tarde?
- Como você chegou aqui? – ela pergunta, alterada.
- Eu li os seus planos, lembram? Eu deduzi que vocês tinham uma casa em algum lugar por aqui. E vi o banco... Então ficou tudo claro.
- Você é doente.
- Sou mesmo. Quem mais se apelidaria de Lorde Meneltar? Mas sou um doente obstinado. Porque vocês fugiram de mim?
- De você? Quem é você? Desculpe, mas não vejo direito com meu olho esquerdo! – ela grita
- Você não tá falando sério – ele diz – Vamos todos fazer as pazes, que tal?
- Não, não, não! – ela diz – Diogo, tira ele daqui! Ele vai tentar me estuprar! Não agüento mais ser estuprada! Já não basta o Jorge!
- Amor... Calma – ele tenta acalma-la
- Calma? Calma? Não vou ficar calma! Tira esse feioso daqui!
- Você está fazendo ele chorar! – ele diz quando vê que Luiz Pedro está indo embora, chorando.
Eles pegaram pesado. Eles sabem. O menino não tem culpa. É, eles foram longe demais. Deviam ter aprendido a superar o trauma. Mas ele não tinha o direito de aparecer assim na vida deles. E ambos tem certeza de que ele ainda ia voltar.
Diogo beija o pescoço nu de Tâmara em um canto da casa de Dona Ruth enquanto as crianças ainda se arrumam para o café. Um cheiro de cigarro invade o ambiente: os vizinhos são uns porcos, ah se são!
Ele sabe que Tâmara deve estar achando estranho todo aquele desejo. Ele também acha. Mas Pedro Luiz estava causando tantos problemas que ele precisa de um refúgio. Foi realmente uma surpresa quando Magda contou pra Diogo, alguns dias atrás, que tinha achado o menino simpático. Menino? Ele devia ter um ano a menos que Diogo, diabos!
Tâmara ficou chocada ao saber que ele estava de volta. Não sai de casa desde que viu o banco quebrado e voltou chorando para os braços de Jorge. Ah, o banco! Ela tinha seus motivos para não gostar de Pedro. Ele amou-a loucamente na adolescência e não mediu esforços para te-la. Tentou separa-la de Diogo, quando soube do romance secreto que eles teriam.
Diogo também queria distância dele, mas não conseguia evita-lo. Ele sabia ser inoportuno. E aqui estão os dois amantes em silêncio odiando a mesma pessoa. Os lábios dele contam à pele dela e eles choram.
A campainha toca. Ruth se precipita e abre a porta com sua cara matriarcal de sempre. Diogo vê os olhinhos brilhantes... Aqueles olhinhos brilhantes... Ah, ele não! Tarde demais, ele já entrou.
Tâmara abotoa seu vestido e olha para a porta, ultrajada. Não, tudo menos ele. Ele nem pede licença, passa por Dona Ruth e abraça Diogo. Depois, ajoelha e beija as mãos de Tâmara. As mãos, as mãos que são de Diogo, não dele!
Nesse momento, os dois se recordam do dia em que Pedro tentou possuir Tâmara. Naquela festa todos estavam reunidos e se divertiam. Diogo e Tâmara ainda não estavam juntos, mas sabiam que estariam. Pedro começou a dançar perto de Tâmara e Camila e... Ah, agora se lembram da coreografia do macaco!
De repente ele pegou-a entre seus braços e beijou-a. Diogo observava tudo de longe. Mas ele acertou o seu olho esquerdo, não a boca, e lá vamos nós mais uma vez pro hospital. Infecção ocular aguda. Tâmara tem que passar uma semana internada.
Depois disso, os amantes sabem que é hora de fugir daquele local. Está tudo fora de controle! Mesmo assim, adiam a fuga e só alguns anos depois que a concretizam. Mas foi naquele dia que ela deixou de ser plano e virou projeto de vida.
E lá estão eles juntos de novo. Os três. Os amantes e ele. O que será dito naquela tarde?
- Como você chegou aqui? – ela pergunta, alterada.
- Eu li os seus planos, lembram? Eu deduzi que vocês tinham uma casa em algum lugar por aqui. E vi o banco... Então ficou tudo claro.
- Você é doente.
- Sou mesmo. Quem mais se apelidaria de Lorde Meneltar? Mas sou um doente obstinado. Porque vocês fugiram de mim?
- De você? Quem é você? Desculpe, mas não vejo direito com meu olho esquerdo! – ela grita
- Você não tá falando sério – ele diz – Vamos todos fazer as pazes, que tal?
- Não, não, não! – ela diz – Diogo, tira ele daqui! Ele vai tentar me estuprar! Não agüento mais ser estuprada! Já não basta o Jorge!
- Amor... Calma – ele tenta acalma-la
- Calma? Calma? Não vou ficar calma! Tira esse feioso daqui!
- Você está fazendo ele chorar! – ele diz quando vê que Luiz Pedro está indo embora, chorando.
Eles pegaram pesado. Eles sabem. O menino não tem culpa. É, eles foram longe demais. Deviam ter aprendido a superar o trauma. Mas ele não tinha o direito de aparecer assim na vida deles. E ambos tem certeza de que ele ainda ia voltar.