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[L] [Masei®][Os Andarilhos]

Masei®

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[Masei®][Os Andarilhos]

Autor: Bruno Portella (Masei®)
Gênero: Fantasia
Título: Os Andarilhos

Bom, antes de postar um pequeno trecho do primeiro capítulo eu gostaria de dizer que é uma história longa de capítulos relativamente grandes, de forma que vou ter que partir os capítulos em pequenas partes para não ficar enfadonho. Postarei a primeira parte da narrativa e se gostarem continuarei postando até a história terminar ou vocês se cansarem.

PS.: Os pontos antes dos parágrafos é só para não ficar grudado na margem, eu simplesmente acho muito feio. Então enjoy it.

Grato.
 
Capítulo 1 – Nas Veias do Misterioso

PARTE I

......Era uma noite qualquer de uma sexta-feira como todas as outras. Deus deitava seu manto de veludo celeste adormecendo o Dia e fazendo florescer a Noite, os Anjos acendiam os lampiões de prata que iluminavam o céu e salpicavam o firmamento de estrelas, embora a poluição da metrópole ocultasse esse brilho esplendoroso. E por fim, a fina lua vinha aparecer com uma roupagem emprestada do sol, não menos bonita e sem esplendor, mas muito vigorosa e romântica. Bailando no céu, presenteava os enamorados.
......As nuvens que passeavam galanteadoras seguindo os passos do vento, compunham, junto aos demais elementos astrais, uma sinfonia de imagens quase invisível para os paulistanos que, da terra longe do céu, viam apenas uma gigante massa cinzenta e pesada oriunda das chaminés que vomitam fumaça para o céu e até mesmo da boca cheia de cigarros dos paulistanos viciados. Bruno Portella, que não mata a atmosfera fumando, mas de outras formas assassina a natureza como todo bom ser humano, está sentado sozinho na Praça de Alimentação de um Shopping novo e rico do Centro de São Paulo.
......Os olhos verdes do garoto passeiam pelas folhas brancas, porém envelhecidas, duma edição dum livro de Fernando Sabino. Recostado numa cadeira artesanal, ele lê, compenetrado, as linhas divertidas do escritor recém falecido. Não liga sequer para a música aterradora que formam as vozes bestiais de toda gentalha que compõe o Shopping naquele momento. Cada um falando de uma coisa, mas todos falando no mesmo tom; ora ou outra alguém arrisca um tom maior, mas logo retorna ao normal sendo abafado pelo burburinho que se faz e refaz sem regra nem métrica nenhuma.
......Sentado sozinho numa mesa para seis pessoas, ele era rechaçado pelos olhares repreensivos dos ricos fadados de hipocrisia. Devolvia olhares sucintos e batalhava, sempre que podia, com garotas empinadas de dinheiro. Fixava o olhar em qualquer delas e desnudava a própria alma das garotas até que elas desviassem o olhar, um prazer peculiar, mas que jamais o deixaria. Foi quando, ao término dum capítulo do livro, ele levantou o olhar por sobre um casal que se enamorava e viu ao longe, perto da escada rolante, quatro rapazes distintos olhando para os lados. Procuravam alguém: ele.
 
Aeeeee... Uma boa alma hehe... Ganho meu dia... Legal que vc gostou... Será que eu já posso postar a segunda parte, ou melhor esperar mais alguma outra boa alma? :roll:
 
oiiiii :D nao posso deixar de ler :grinlove: , olha acho que cada vez que vc post uma historia vc fica muito melhor , super 10... :D adorei, muito bem escrito e vc descreve cada coisa e lugar isso e muito bom :grinlove: parabens e continue logo tá Masei
Muito beijinhos
 
Valew... Mto bem... Postarei a continuação mais tarde... Vai que alguém lê né... Então logo logo, já vou postar... Fiquem atentos hehe...
 
Ae galera, estou postando a parte II do PRIMEIRO CAPÍTULO de Andarilhos, a história que eu estou escrevendo... Espero que gostem e opinem sobre a história.

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Parte II

......Um deles era alto e magro, o cabelo baixo e as mãos deveras grandes. Carregava no rosto uma barba grossa e suíças ralas, seu nome era Felipe Zacchi e era o mais próximo da nobreza odiável do que todos os outros. Danilo Medeiros, o segundo, era negro, o que inocentava o grupo de qualquer acusação racista; vinha vestido de uma jaqueta verde e um gorro preto. O terceiro vinha de boné, onde se lia “New York City”, traços latinos e silhueta magricela compunham aquela imagem de Diógenes Muniz, Diógenes feito o filósofo e Muniz feito sei lá quem. O último e mais admirável de todos, destacava-se pela sua inexpressividade, vinha despreocupado com o mundo, vestido da pior maneira possível, um tênis, dantes usado para futebol, uma calça clara e uma camisa cheia de estampas da mesma cor pastel. Seu nome era não menos interessante do que ele, Daniel Lozano, vulgo Picolino feito um palhaço, mas que do picadeiro mantivera apenas o grande nariz vermelho, embora jamais tivesse ido a um circo.
......Bruno guardou seu livro e foi logo desviando das cadeiras jogadas e das mesas enfileiradas, fugindo do toque abismado das pessoas que compunham o lugar. Gritou o nome de um deles, Danilo, atraindo para si, num ato de puro egocentrismo, a atenção do povo castrado que o rodeava. Danilo logo assentiu e avisou aos outros. Encontraram-se a meio caminho e cumprimentaram uns aos outros. Zacchi apoiou sua grande mão no ombro do pequeno Bruno e falou-lhe com ares espantado.
.... - Eu juro que tinha te visto lá embaixo. – argumentou ele apontando algum lugar inespecífico.
.... - Você tá ficando louco. Não saí daqui, acho que sua visão ta piorando seu velho cegueta.
......Zacchi, ao contrário de sua fama de “velho” só era mais velho, de fato, do que Picolino, e os dois muito mais novos do que todos. E sua fama de cegueta não era por menos: era tão míope que a cidade de longe era toda enevoada para ele. Todos sentaram em uma nova mesa onde as boas novas foram logo sendo colocadas em dia. Picolino narrava sem muitos escrúpulos mais uma de suas aventuras sexuais, e, galgando o assunto, Danilo veio logo com suas bandeirolas de “Já Transei” tentando adicionar alguma coisa ao grupo. Diógenes conversava baixo com Zacchi sobre algumas questões sociais e, pelas caretas e facetas de Zacchi, dava para ler nos seus olhos pequenos os velhos preconceitos morais que também exalavam de seus poros, daí vem a sua cunha de “velho”. Mas logo a conversa se tornou geral abordando desde assuntos pessoais até assuntos de preocupação mundial, sem tabus nem barreira de opiniões.
 
Ninguém vai ler não? Rs...

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Parte III

......Os cincos ficaram ainda por um bom tempo conversando e conjeturando sobre o mundo e traçando planos para o futuro. Cada sexta feira o mundo era tomado de uma forma diferente. O tempo passou sem que eles notassem, e o povo rico do Shopping foi logo saindo se dirigindo cada um às suas casas. A novela das oito há muito já tinha terminado, uns deitariam seus olhos cansados sobre algum clássico que tenham na estante de casa adquiridos duma coleção de capa dura quaisquer; leriam sem, no entanto, absorver absolutamente nada. Outros ainda vagariam pelos canais abertos em busca de algum escândalo, ou de um filme já velho e dublado.
......Os companheiros ficaram na companhia distante de algumas garotas, provavelmente aguardando serem abordadas por eles, mas ficaram esperando de bobas e logo foram embora. Diógenes foi o primeiro a levantar-se, e bastava que um deles tivesse feito isso e o recado seria o mesmo a todos: era hora de ir. A Praça de Alimentação já estava sendo arrumada pelos empregados das diversas franquias de restaurantes. Foram ao banheiro.
 
muito legal e bem escrito embora vc tenha me detonado :obiggraz: brincadeirinha ,muito legal eles foram ao banheiro e..........??????????to curiosa
 
Valew Etuerpe... Espero contar com comentários em todas partes que eu lançar? Valew mesmo... Quanto á próxima parte, ela logo será postada... Rs
 
PARTE IV

......Saindo do toillet, toparam, do lado esquerdo na parede que seguia caminho até o banheiro feminino, com a porta branca da Saída de Emergência entreaberta, demorando-se a fechar como se chamasse com voz de sereia os cinco andarilhos a entrar e vislumbrar sua falsa e maliciosa paisagem. Os cinco Andarilhos entreolharam-se, de tantas aventuras vividas, jamais tiveram a idéia de penetrar fundo naquele Shopping que, acima da igreja e da escola, era, de fato, suas segunda casa. Eles iam para aquele Shopping como um fumante vai para um cigarro, “por inércia” profetizou Diógenes certa vez.
......Não havia atalhos que eles não conhecessem daquele lugar, não existia corredor ao lado do Shopping que eles não tivessem visto ou usado em aventuras amorosas. Mas subir até onde não se podia mais, isto eles jamais fizeram, mas ali jazia a Sereia Encantadora chamando-os e dando para eles a oportunidade de ver, finalmente, o que se escondiam depois daquela porta e além dela. Uma Sereia em forma de porta, os lábios róseos de uma Sereia eram a própria maçaneta negra da porta; o nadar límpido e maravilhoso dela seria o abrir e fechar daquela pesada placa de madeira branca, onde as palavras escarlates que dizia “Saída de Emergência” seriam os olhos cinzas da mulher-peixe e finalmente sua voz, não seria mais nem menos do que o ranger dum gemido que clamava por ser aberta.
......Não agüentaram, Danilo postou-se à frente e girou a maçaneta rápido antes que ninguém mais pudesse ver. Ela se fechou assim como uma Sereia some dando risada dos tolos. Ninguém se importou e olharam bem pela seguinte paisagem, uma escada para cima e uma para baixo, assim como todas as outras escadas que eles conhecem, sempre subindo e sempre descendo. Escolheram, como era de se esperar, a que subia magricela até uma porta, também branca. Subiram duvidando da segurança da escada e Danilo novamente sem hesitar escancarou a seguinte porta.
 
Muito bom Masei, continue assim. Como foi dito pelos outros, sua parte descritiva está ótima.
Isso é um bom exemplo para quando for escrever. Como você conhecia os personagens (pois foram inspirados em seus amigos), foi fácil descrevê-los. Isso também deve acontecer quando nós formos escrever sobre personagens totalmente fictíceis. Deve-se caracterizá-los como se fosse alguém conhecido da gente.

Isso é uma dica para todos. Nos meus próximos textos vou pensar mais nisso também...

Muito bom cara, estamos esperando continuações.
 
Masei,

Adorei todas as partes de seu texto. Você descreve os personagens e o local onde acontece a história tão bem que eu pego um dos personagens e eu caio no mundo da imaginação. :mrgreen:

By the way, estou esperando a próxima parte! :wink:
 
PARTE V

......Lá estavam eles num corredor sinistro, todo branco e com um cheiro de lixo no ar. Corria uma pequena névoa com aroma de repolho do lado esquerdo, de forma que começaram a andar para o lado oposto. Zacchi se contorcia.
......- Nossa e se tiver alguém? – perguntou ele.
......- Qual o problema? A gente fala que tava perdido.
......Diógenes respondia como se já tivesse formulado todas as perguntas que seriam feitas e todas as respostas para elas. Continuaram andando e viram, arrumados dos dois lados do corredor, utensílios de limpeza, sacos pretos de lixo mal cheirosos e ainda algumas marcas de água suja no chão de algum vazamento líquido de lixo. Um grande tubo inoxidável atravessava todo o corredor, imaginaram que fosse a tubulação de ar. Este, por sinal, era carregado e denso, cheirava a lixo com um toque de repolho advindo da cozinha já longe.
......Notaram bem depois que havia um barulho de vozes no ar, e não era pra menos, sem prestar atenção no corredor e apenas andando nele, muitas portas se revelavam dos dois lados, a vitrina quadrada das portas marrons eram embaçadas impossibilitando qualquer vista, de forma que não veriam nada e não seriam vistos. Isso fez com que começassem a correr trôpegos uns esbarrando nos outros, corriam como se alguém estivesse ao encalço deles, embora acreditassem, todos ao mesmo tempo, que correr os levaria logo ao fim daquilo e os traria logo de volta ao começo.
......- Que tal voltarmos? – tentou dissuadir um deles.
......- Fica quieto, Zacchi. – falou Picolino tentando ganhar alguma autoridade.
......Os cinco amigos já estavam quase no fim e numa curva para a direita duma estrada sinuosa e branca eles chegaram, enfim, ao fim da linha. À frente apenas rodos e vassouras penduradas com ganchos de aço e dos dois lados do corredor, portas como todas as outras. Optaram pela direita novamente e um espinhaço percorreu-lhes o corpo ao notarem que ela estava aberta e livre para ser vasculhada. Um a um foram entrando e vendo que dentro daquela saleta encontravam-se estantes de ferro com caixotes de papelão cheios dum conteúdo que eles não ousaram olhar nem tocar, embora imaginassem que fosse algum tipo de comida.
......À frente deles estava um freezer com sorvetes e congelados misturados. Bruno, enquanto os outros olhavam ao fundo a procura de algo interessante, embora não fizessem idéia do que poderia haver para eles encontrarem, olhou bem no freezer e abriu-o calmamente, retirando do fundo um pote dum líquido amarelo e cremoso: um sorvete de milho.
......- Nossa, que delícia. – comentou ele com gosto e com fome aparente, embora um sorvete estivesse longe de acariciar seu estômago da falta de comida.
......- Nossa, com certeza. – e Picolino pegou um de cor azul-escuro, de uva.
......Cada um pegou o seu e, desapontados com a sala mas excitados por terem feito algo incrivelmente novo, eles saíram rindo e tomando sorvete. Bruno, muito esperto, pegou dois e guardou um deles na mala que tudo cabia. Saindo da sala, a porta fechou-se silenciosamente atrás deles e à frente estava uma nova porta guardando uma nova sala para um novo vasculho.
......- Aposto como nessa vai ter um monte de atendentes maravilhosas e peladas.
 
Muito obrigado.... Acabei de terminar o Sétimo Capítulo...

E Gaerwen essa comparação com a Serei eu tb gosto muuuuito... E utilizo dela no decorrer da história...
 

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