[Maedhros] [Sobre Radagast]
Eu escrevi esses trechos há muito tempo e achei que seria legal postar. Eu planejava fazer um conto enorme, mas minha inspiração só permitiu fazer dois trechos distintos e sem continuidade. Mas até que ficaram razoáveis...
Abrindo caminho entre os arbustos, Gandalf chegou à borda de uma grande clareira. Ao centro havia um enorme carvalho que aparentava ser velho como as colinas, mas resistente como rocha. Sob a imensa árvore, estava sentado um homem de idade, com longas barbas grisalhas e trajes castanhos. Assobiava de modo espantosamente alto e com várias entonações diferentes, como se tentasse falar com todos os pássaros da mata. Ao longe, podia-se ouvi-los respondendo.
Ao vê-lo, Gandalf sorriu e bradou:
— Salve, amigo dos pássaros! Que notícias traz de sua terra?
Num sobressalto, o velho avistou Gandalf e apoiando-se num cajado, correu ao seu encontro.
— Gandalf, peregrino cinzento!
— Radagast, o castanho!
Ambos se cumprimentaram como se não se vissem há séculos. Os dois magos então começaram a caminhar pela clareira, enquanto conversavam. Em certo momento, Radagast fitou os trajes alvos de Gandalf, e curioso, perguntou:
— O peregrino cinzento parece não tão cinzento agora. O que houve com você?
— Muito sucedeu desde que nos encontramos no Caminho Verde. O destino nos levou para perto de Mordor e a coragem de um hobbit destruiu o mal que assolava a Terra-Média. E após perecer em uma batalha contra um dos servos do Escuro, fui enviado de volta como o Branco.
— Algo me diz que tornei-me alienado do que se passa fora das florestas. A traição de Saruman já foi um duro golpe para mim.
— Não se culpe. Saruman usou a todos nós. Mas já encontrou seu duro destino. Como soube de tudo?
— Gwaihir me contou. Ao menos me sinto aliviado ao saber que enviá-lo à Isengard lhe salvou das garras de Saruman.
Houve alguns momentos de silêncio, enquanto Gandalf aspirava o ar puro da mata e escutava o assobiar dos ventos. Então Radagast tornou a falar:
— E o que o traz à Rhosgobel?
— Na verdade vim me despedir. Queria dar uma última olhada nestas matas, antes de partir para o Oeste.
Depois de uma longa espera finalmente Radagast deixou a cabana. Trajava seus trajes simples de cor castanha e agora carregava um cajado negro. Parecia triste e desolado por deixar seu lar. Andou alguns passos e apertou os olhos, como se quisesse chorar. Então voltou-se para o grande carvalho e disse em alto e bom tom:
Nai lissë rosselya leryuva nóre morenen.
"Que seu doce orvalho liberte esta terra do mal."
Depois tornou a virar e seguiu em frente com o rosto erguido como quem sabe que precisa continuar.
"Valinor enviou-me para defender a luz e a honra dos seres da Terra-Média. Admito que falhei. Minha perdição, quem diria, jazia na beleza das cataratas e nos olhares curiosos dos animais."
"Não mais" disse Yavanna calmamente. "Triste é a culpa que agora assola tua mente. Mas tua passagem não foste em vão. Viveu por sua paixão que brotou como a flor primaveril. Dedicou-se a olhar por aqueles que vivem neste mundo mas nada podem fazer para impedir o mal de brotar, cumpriste sua missão, por mais insignificante que ela pareça. Protegeste tua terra.”
Radagast cerrou os olhos com força e não pôde evitar uma lágrima. Ao reabrir os olhos, nada parecia ter acontecido. Não estava acabado. O mago sabia. Seu coração lhe dizia. Lentamente olhou para sua própria mão - áspera e calejada depois dos vários anos de dedicação aos seus queridos. Então fitou um ponto no ar como se pensasse e sorriu. Um sorriso fraco, mas esperançoso.
Então assobiou com força nos lábios. Um som que toda a floresta poderia escutar. Ao longe muitos pássaros responderam, alegres.
Então abaixou a cabeça e caiu num sono profundo.
E não estava acabado.
Eu escrevi esses trechos há muito tempo e achei que seria legal postar. Eu planejava fazer um conto enorme, mas minha inspiração só permitiu fazer dois trechos distintos e sem continuidade. Mas até que ficaram razoáveis...
Abrindo caminho entre os arbustos, Gandalf chegou à borda de uma grande clareira. Ao centro havia um enorme carvalho que aparentava ser velho como as colinas, mas resistente como rocha. Sob a imensa árvore, estava sentado um homem de idade, com longas barbas grisalhas e trajes castanhos. Assobiava de modo espantosamente alto e com várias entonações diferentes, como se tentasse falar com todos os pássaros da mata. Ao longe, podia-se ouvi-los respondendo.
Ao vê-lo, Gandalf sorriu e bradou:
— Salve, amigo dos pássaros! Que notícias traz de sua terra?
Num sobressalto, o velho avistou Gandalf e apoiando-se num cajado, correu ao seu encontro.
— Gandalf, peregrino cinzento!
— Radagast, o castanho!
Ambos se cumprimentaram como se não se vissem há séculos. Os dois magos então começaram a caminhar pela clareira, enquanto conversavam. Em certo momento, Radagast fitou os trajes alvos de Gandalf, e curioso, perguntou:
— O peregrino cinzento parece não tão cinzento agora. O que houve com você?
— Muito sucedeu desde que nos encontramos no Caminho Verde. O destino nos levou para perto de Mordor e a coragem de um hobbit destruiu o mal que assolava a Terra-Média. E após perecer em uma batalha contra um dos servos do Escuro, fui enviado de volta como o Branco.
— Algo me diz que tornei-me alienado do que se passa fora das florestas. A traição de Saruman já foi um duro golpe para mim.
— Não se culpe. Saruman usou a todos nós. Mas já encontrou seu duro destino. Como soube de tudo?
— Gwaihir me contou. Ao menos me sinto aliviado ao saber que enviá-lo à Isengard lhe salvou das garras de Saruman.
Houve alguns momentos de silêncio, enquanto Gandalf aspirava o ar puro da mata e escutava o assobiar dos ventos. Então Radagast tornou a falar:
— E o que o traz à Rhosgobel?
— Na verdade vim me despedir. Queria dar uma última olhada nestas matas, antes de partir para o Oeste.
Depois de uma longa espera finalmente Radagast deixou a cabana. Trajava seus trajes simples de cor castanha e agora carregava um cajado negro. Parecia triste e desolado por deixar seu lar. Andou alguns passos e apertou os olhos, como se quisesse chorar. Então voltou-se para o grande carvalho e disse em alto e bom tom:
Nai lissë rosselya leryuva nóre morenen.
"Que seu doce orvalho liberte esta terra do mal."
Depois tornou a virar e seguiu em frente com o rosto erguido como quem sabe que precisa continuar.
"Valinor enviou-me para defender a luz e a honra dos seres da Terra-Média. Admito que falhei. Minha perdição, quem diria, jazia na beleza das cataratas e nos olhares curiosos dos animais."
"Não mais" disse Yavanna calmamente. "Triste é a culpa que agora assola tua mente. Mas tua passagem não foste em vão. Viveu por sua paixão que brotou como a flor primaveril. Dedicou-se a olhar por aqueles que vivem neste mundo mas nada podem fazer para impedir o mal de brotar, cumpriste sua missão, por mais insignificante que ela pareça. Protegeste tua terra.”
Radagast cerrou os olhos com força e não pôde evitar uma lágrima. Ao reabrir os olhos, nada parecia ter acontecido. Não estava acabado. O mago sabia. Seu coração lhe dizia. Lentamente olhou para sua própria mão - áspera e calejada depois dos vários anos de dedicação aos seus queridos. Então fitou um ponto no ar como se pensasse e sorriu. Um sorriso fraco, mas esperançoso.
Então assobiou com força nos lábios. Um som que toda a floresta poderia escutar. Ao longe muitos pássaros responderam, alegres.
Então abaixou a cabeça e caiu num sono profundo.
E não estava acabado.