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[L] [Maedhros][Amargura]

Maedhros

Whadahell?
[Maedhros][Amargura]

Escrever em prosa é meio atípico de minha parte, mas esse texto veio em forma de fluxo de consciencia na noite passada. Apenas escrevi de maneira surpreendente, tomado por uma súbita inspiração. Pode não se tratar de nada, e não ter um tema aparente, mas este foi o resultado:


AMARGURA
A cálida porta maciça deslizou lentamente ao toque de minhas mãos. Rodeado de homens largos envoltos em escuros capotes, eu sentia meus passos hesitarem a tocar o solo e via a chuva cair em perfeita verticalidade. Era tudo imóvel e assustador.
Um baque de ar pútrido soprou em meus olhos enquanto as cortinas rendadas dançavam ao vento de maneira fantasmagórica. Tive a impressão psicológica de ter visto um vulto; coisa comum naqueles dias. Andava freqüentemente sobressaltado com aqueles à minha volta e comigo mesmo, preocupado com a velocidade dos ponteiros apressados, correndo pelas ruas em busca de algo que já perdera.
Ali, imóvel sob o batente da porta e servindo de alvo para o ar vespertino, eu vi meus olhos perderem-se em um campo de visão cheio, e ao mesmo tempo absolutamente vazio. Eu adentrava um transe certeiro e reflexivo, digno de durar uma vida ou um único minuto. Minha mente abriu-se em um plano dormente onde a realidade tornara-se inerte e abrupta, sem limites ou fronteiras visíveis. Eu me via cercado de luz e trevas em um paraíso único e solitário onde tudo era límpido e singelo. Onde meu capote escuro não era apenas escuro como os demais. Tal perfeição fazia de mim um coringa bem-vindo em qualquer baralho, mesmo sem noções de quem é o jogador que maneja a minha posição.
Mas voltei a mim. Ou ao menos acho que voltei.
Como um relâmpago, todas as imagens piscaram e eu me peguei a fitar um ponto fixo na parede oposta coberta de manchas. O ar frio ainda serpenteava ao meu redor e os murmúrios esparsos dos pedestres ainda se faziam presentes. O Sol se punha.
É impossível impedir.
Volta e meia tais lembranças escapam por frestas que não foram vedadas em nossas mentes. Fogem como amores profundos. E não resta mais nada a ser feito, a não ser procurá-las em meio a um vasto turbilhão de almas que nos aprisiona sem perdão.
É inútil.
 
Po, cara, tá muito bom! A única coisa que tem de prosa aí é a estrutura, já que apesar dessa às vezes usar uma linguagem própria, você manteve uma linguagem quase poética, mesmo. Talvez por costume, já que você disse que não costuma usar a prosa.

Parabéns!
 
Muito Legal.
Esses lampejos onde a gente decifra os mistérios do universo pra depois esquecer eu também tenho. Mas por que amargura? Voltar ao "mundo real" causa tamanha desilusão...
Em pequenos trechos eu achei a linguagem um tanto rebuscada demais, mas é questão de estilo.
 
Muito Legal.
Esses lampejos onde a gente decifra os mistérios do universo pra depois esquecer eu também tenho. Mas por que amargura? Voltar ao "mundo real" causa tamanha desilusão...
Em pequenos trechos eu achei a linguagem um tanto rebuscada demais, mas é questão de estilo.
 

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