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[L] [Lucy][História da minha personagem]

Lucy Folha Dourada

The designer Raccoon!
[Lucy][História da minha personagem]

Esse é um conto que eu comecei faz um tempo, vou postando a cada dia/semana os capítulos. Ele é grande... (vai ser) Hoje eu vou colocar até o capítulo 5.
Espero que gostem ;)
 
CAPITULO 1 - O livro do Dragão.

Cidade do Sol dourado, ano de 3980, era das Lágrimas congeladas

Na bela cidadezinha do Sol dourado, vivia Lucy, uma garota de 17 anos que nunca conheceu seus pais. Ela vivia com a avó, que agora estava velha e doente.
Nesse ano, ano da Lua de inverno, Lucy passava o dia cuidando de sua avó que estava quase morrendo, um pouco antes de morrer, ela chamou Lucy para seu quarto, e, suspirando baixinho, disse:
--- Lucy, Quero que você vá até a casa de sua tia Margareth, e procure um livro, ele ficava sempre em baixo da escada, escondido. Eu quero que você o pegue e abra, e veja o que tem lá. Mas vá rápido, pois o tempo está passando depressa... Traga-o até aqui, mas não deixe sua tia perceber.
--- Mas por quê vó? Porque não passar aqui o tempo com você, cuidando de ti! Não quero te perder! --- Respondeu Lucy, que começou a chorar --- Vou ficar aqui!
--- Não! Você precisa pegar aquele livro... Rápido... Precisarei te dizer o que fazer com ele...
--- Mas... Não posso deixar você aqui sozinha. Você pode precisar de mim.
--- Vou ficar muito decepcionada com você, minha neta. Não fique com medo, Eu sempre estarei com você, onde quer que eu ou você esteja... Vá agora.
--- Tudo bem, mas vou chamar a Mary pra ficar com você enquanto estiver ausente.
Lucy desceu as escadas e entrou na cozinha, que era grande e bonita, simples, mas aconchegante pra época. Lá encontrou Mary, uma amiga da família que morava com elas, Aliás, a única, pois nessa cidade quase ninguém gostava da família de Sami. Lucy fez um aceno para que Mary subisse as escadas e ficasse lá com sua avó, depois saiu.
As ruas estavam escuras, já era bem tarde e estava frio. Começou uma leve chuva, que logo iria virar um temporal. “Acho melhor eu me apressar” pensou a garota consigo mesma, e foi andando. A casa de sua tia ficava do outro lado da cidade, então ela montou em seu cavalo, que ficava em um armazém perto de sua casa, e foi, na chuva, com apenas uma capa.
Após meia hora cavalgando, chegou na casa de Margareth. Deixou o cavalo amarrado ao poste de madeira e bateu na porta:
--- Tia Margareth? Você está aí?
Como ninguém respondeu, ela verificou se a porta não estava trancada; estava. Com frio e pressa, não conseguia pensar em muita coisa, foi quando lhe surgiu a idéia de arrombar a janela, pois sabia que a trava não era muito forte. Então se dirigiu para os fundos da velha casa de madeira e, com um golpe de sorte, conseguiu arrombar, depois explicaria o incidente...
Lucy estava no quarto de Margareth, mas não havia ninguém deitado na cama nem nada. Foi então que percebeu que as roupas da sua tia não estavam no cabide, nem em nenhum lugar. “Deve ter ido viajar...” pesou. Continuando a atravessar a casa, que estava escura e só a lua iluminava a janela, ela chegou até as escadas. Apalpando com as mãos ela percebeu um pequeno lampião em cima de uma estante de madeira. Em baixo do lampião havia um livro, não dava para ver a capa, mas, mesmo assim Lucy o retirou de lá e o trouxe para a janela, sem o molhar, mas para conseguir ver a capa; que tinha um belo Dragão Branco. Ela o pegou e embrulhou em sua capa, saiu, desamarrou o cavalo e montou nele. Não atravessara nem um quarteirão quando seu cavalo escorregou nas pedras da rua e caiu. Lucy caiu e bateu a cabeça, desmaiou, e o cavalo se levantou e ficou ao lado dela, esperando como um fiel cão.
Montado em um cavalo branco apareceu um homem, que, quando viu a garota no chão, correu para ajudá-la. Ele a cobriu com sua capa branca e colocou no cavalo dele, ele subiu e a levou para sua casa. Que era meio longe dali. Quando Lucy acordou, estava com dor de cabeça e espirrando. Então ela se sentou na cama onde estava e esfregou os olhos. Olhou profundamente para os olhos do belo rapaz que estava sentado na cadeira ao lado dela, ele tinha lindos olhos azuis, que combinava com seu cabelo loiro. Havia também uma mulher, bem mais velha do que eles, tinha aparentemente uns quarenta anos. Ela de dirigiu a Lucy e perguntou:
--- Você esta bem jovem? Não quer nos dizer seu nome?
--- Eu... Sou Lucy Goldenleaf. --- Então ela se lembrou do ocorrido ontem à noite. Apalpou suas vestes para ver se o livro estava com ela, e não estava.
--- Onde está meu livro?? Eu preciso ir!! --- murmurou brava e triste.
--- Seu livro esta aqui. --- Falou o rapaz, pela primeira vez, e deu o livro a Lucy.
Então ela se levantou e foi para fora, quando abriu a porta levou um susto: já era dia.
--- Que horas são?? Onde está meu cavalo.
--- São meio dia, seu cavalo a espera lá fora. Aonde vai com tanta pressa? --- o rapaz foi até o cavalo e o trouxe a Lucy. Que começou a chorar. --- Por que choras bela moça?
Ela nada respondeu e montou no cavalo, saiu desesperada cavalgando voltando pra casa. O rapaz montou em seu cavalo também e falou para a mulher “vou a seguir, não me espere” e foi atrás de Lucy.
Quando ela chegou em casa, que estava em chamas, ela chorou desesperadamente, então, ainda vendo a porta que estava de pé, entrou na casa. O rapaz, chegando logo atrás, teria tentado a impedir de entrar, mas ele entrou também, temia por ela. Dentro da casa estava tudo pegando fogo, ele havia começado de manhã, e ainda estava bem forte. Subiu rapidamente as escadas e entrou no quarto, desviando das tábuas que caíam. Então viu o corpo de Sami, sua vó deitada na cama.
--- Mika... Saia daqui... Depressa...
--- Não a abandonarei de novo. --- disse chorando.
--- Quem causou... Quem causou o incêndio... Quem causou o incêndio sabe do livro... Cuidad...... --- Essas foram suas últimas palavras, e ela morreu, deitada na cama em chamas. Então o rapaz entrou, e, com uma rápida troca de olhares entre os dois, ele pegou Sami no colo e, disse:
--- Depressa, vamos sair daqui, isso vai desabar.
A escada havia caído e, eles teriam que se pendurar e pular para baixo:
--- E Sami? --- disse Lucy
--- Desculpe... Não podemos jogar o corpo abaixo... Desculpe...
--- Eu não vou conseguir, eu não vou conseguir pular a baixo.
O garoto desceu, e falou para ela pular, que ele a seguraria; ela pulou e ele a segurou, depois a colocou no chão e, rapidamente, os dois saíram da casa em chamas.
--- Obrigada --- Lucy disse chorando e abraçou o rapaz. --- Não quer me dizer seu nome?
--- Sou Ivan, arqueiro humilde da cidade de Háven.
Então Ivan a colocou em seu cavalo, vamos Goldenleaf, pode ficar em minha casa se não tiver para onde ir.
 
CAPÍTULO 2 - Quem é Ivan?

Duas horas depois, Lucy já havia parado de chorar, e começou a pensar sobre todos os fatos passados.
--- O que tem esse livro de mais? Espere! O incêndio, ele foi causado! Onde estará minha tia Margareth? E Mary? Será que morreu no incêndio?
--- Posso dar uma olhada no seu livro? --- Perguntou Ivan.
--- Pode... quer dizer... eu nem o abri ainda... --- E pegou o Livro.
--- Ele é bonito, o Dragão, você sabe o que significa?
--- Não, não faço a mínima idéia.
--- Nem eu.. --- ele mentiu.
--- Não sei como te agradecer, você... você salvou minha vida.
--- Ora, esse é o meu dever, quer dizer, não seria nobre de minha parte deixar uma dama jogada ao chão na chuva.
Eles conversaram mais um pouco, até a mulher retornar, trazendo comida.
--- Eu a chamo de Daly, Embora nunca soube seu verdadeiro nome, ela não fala Lucy. --- Disse o rapaz.
Já era tarde e eles comeram algo rapidinho e Ivan disse que Lucy poderia ficar em sua cama e que ele dormiria no chão, mas ela recusou e se deitou no chão, e, pela primeira vez depois dos incidentes ela sorriu. E disse para Ivan que ninguém a tiraria de lá.
Na manhã seguinte, ela acordou, mas não havia ninguém em casa, chamou por Ivan, Daly, mas eles haviam saído. Então, ela foi até seu cavalo, viu que o de Ivan não estava lá e saiu também, iria até a casa de Sami.
Chegando lá, a casa tinha desabado, e tudo o que dava para ver eram destroços e cacos. Havia também alguns guardas da cidade, mas eles não deram muita atenção para o caso. Pois pensaram que foi acidental. Lucy então foi visitar Margaterh, ver se ela já havia chegado.
A casa estava silenciosa, parecia não haver ninguém lá. Estava ainda trancada, mas com a janela aberta, então ela entrou, e percebeu que a casa havia sido saqueada, e o Lampião não estava mais lá nem nenhum objeto, ela pensou no livro: “Talvez saquearam procurando o livro...”
Já eram umas três horas da tarde, então ela voltou para a casa de Ivan, mas, não havia ninguém lá, eles não haviam retornado. Ela os esperou até a noite. Mas ninguém retornou, Lucy se sentiu de novo sozinha, abandonada pelo destino e por todos, então se revoltou. E dormiu até bem cedo, quando alguém bateu a porta. Ela acordou e resmungou: “ele tem que bater na porta de sua própria casa?” Então abriu. Mas não era Ivan nem Mary, e sim cavaleiros enviados pelo rei. Um deles chegou à porta e falou:
--- O rei irá fazer um baile, Trago esse convite para Ivan. --- Disse ele. Será amanhã no palácio, será que a senhorita poderia fazer o favor de entregar para ele?
--- Ivan não... --- parou, e falou de novo --- Claro, eu entrego para ele.
--- Certamente ele é um convidado de honra, então se não o entregar poderá ser enforcada.
--- ...
--- Adeus. --- E ele foi caminhando para as outras casas, mas, ainda ela pôde ouvir ele falando: --- Ivan precisa escolher melhor suas namoradas... Essa está um trapo.
--- Trapo é você! --- Disse baixinho e entrou na casa. --- E agora? Como eu vou entregar esse convite a Ivan? E se ele não voltar até amanhã? E porque ele é convidado de honra?
Como Lucy estava morta de fome, ela foi verificar se havia algo para comer. Encontrou Pão e muitas frutas. “Comida é o que não falta nessa casa... Acho que ele não vai se importar se eu comer um pouco” disse ela consigo mesma.
Ela comeu até estar satisfeita, acabou com os pães e comeu algumas maçãs. Então resolveu finalmente abrir o livro. Já que não tinha nada pra fazer. De novo, o dragão na capa. Ela o abriu, e, na primeira folha havia um dragão vermelho, muito belo também. Em baixo havia umas inscrições que Lucy não conhecia. O livro inteiro tinha essas inscrições, também tinha algumas figuras, de dragões naturalmente. Mas, a ultima lhe chamou a atenção, pois eram dois dragões, um vermelho e um branco, parecia que um caçava o outro, em círculos. Como... Como o bem e o mal.
Já era tarde e Ivan ainda não tinha chegado. Lucy começou a ficar preocupada. Então saiu, foi ver se arranjava alguma roupa de festa, mas, sem esperança, pois quem daria tal roupa a uma jovem pobre? Ela chegou em uma loja de alugar roupas, e, lá viu um arco e flecha. Quando ela era pequena, sempre ficava treinando com Mary, com o arco deixado por seu pai e que, agora, já estaria queimado na casa.
--- Posso experimentar? --- Lucy perguntou para o dono da loja.
--- Claro.
Lucy o pegou e atirou, bem longe do alvo...
--- Perdi as minhas habilidades. --- Exclamou fracassada.
--- Por que não tenta de novo?
--- Não... --- ela recusou.
Então começou a ver as roupas de festa, e viu um vestido maravilhoso. Ele tinha a saia dourada, e a parte de cima tinha detalhes em preto e dourado.
--- Ficaria lindo com seu cabelo arrumado --- Falou o dono da loja.
--- Quanto custa? --- Perguntou inutilmente Lucy.
--- Ele é caro, custa 20 moedas de ouro e 4 de prata.
Lucy apenas tinha duas moedas de bronze em seu bolso...
--- Eu faço pela metade do preço se você acertar o alvo.
--- Mas... eu só tenho... Tudo bem, eu vou tentar.
Ela pegou o arco e uma flecha. Relaxou os braços e se concentrou: A flecha foi direto ao alvo.
--- Muito bem jovem! --- exclamou o moço.
--- Ivan sempre vem aqui? --- perguntou Lucy.
--- Ah sim! Ivan é meu amigo. Você é a namorada dele?
--- Humm;... Sou sim, vou querer esse aqui, depois você pode cobrar dele as 10 moedas de ouro e 2 de prata.
--- Certo, irei fazer isso. Esse vestido deve ser uma mixaria para ele. Tenho certeza que irá concordar. Onde você irá arrumar seu cabelo madame?
--- Ainda não sei.
--- Posso te indicar a Liv. Ela é divina! E Ivan sempre vai lá.
--- Onde fica?
--- Aqui do lado, daqui umas quatro casas.
--- Obrigada. Irei lá mesmo.
--- Espere, como é seu nome, para dizer a Ivan?
--- É Lucy Folha-Dourada.
Agora Lucy estava decidida a ir no baile. E voltou para sua casa com o vestido, Ivan ainda não tinha chegado. Ela resolveu dar uma olhada no convite, e ver que horas seria o baile: Seria à noite, para a sorte de Lucy, pois ainda teria mais outro dia para Ivan chegar. Ela pensou muito nele, sentia a sua falta, não gostava de ficar sozinha.
No dia seguinte Lucy acordou de bom humor, pois iria a um baile no palácio. Ela pensou se estava fazendo a coisa certa, mas então que tinha o direito de se divertir...
--- Onde está Ivan? Ele precisa voltar... Ou serei enforcada! Pelo menos só depois de me divertir. E, porque aquele vestido é uma mixaria para Ivan? E ele é convidado de honra? Não pode ser. Eles devem estar confundindo “meu” Ivan com outra pessoa.
Lucy era uma garota de personalidade forte. Ela não tinha amigos, casa, nem nada, apenas sonhos, orgulho e vontade. Ela definia o que era certo e o que era errado, falhava com as palavras, mas era doce com quem sabia retribuir o carinho dado. Principalmente com sua Avó. A quem gostava muito mesmo.
Ela comeu mais alguma coisa meio dia e saiu, tomou um merecido banho e foi até a Senhora Liv:
--- Olá senhora, poderia dar um jeito no meu cabelo?
--- Claro, mas, como irá pagar? --- respondeu a Senhora duvidando de Lucy.
--- Bem, foi Ivan quem me mandou aqui, portanto ele irá pagar.
--- Oh! O jovem Ivan? Ah sim! Seu cabelo vai ficar maravilhoso... Como é seu nome?
--- Lucy Folha-Dourada.
--- De que jeito quer seu cabelo?
--- Posso desenhar? --- Perguntou a inocente.
--- Hummm.. Claro, desenhe aqui como quer seu cabelo.
Desde pequena Lucy queria fazer aquele penteado, fora Mary que inventou, e havia ficado esplêndido na pequena Lucy. Ela desenhou um penteado como o da princesa Amidala, o cabelo enrolado dos lados e corrido atrás.
--- Vai ficar lindo... --- Disse Liv quando viu o desenho, mas ela acreditava que iria ficar ridículo, mas mesmo assim fez o desejo de Lucy.
Após uma hora fazendo o tal penteado, o resultado não podia ser outro: Totalmente original, maravilhoso!
--- Maravilhoso! Divino! Vou indicar para as minhas outras clientes também. --- Disse Liv se orgulhando do penteado que acabara de fazer.
--- Mas não para o baile de hoje à noite. --- Piscou Lucy para Liv.
--- Se não quer estragar a surpresa, tome essa capa, assim ninguém verá antes do baile e ninguém copiará.
--- Muito obrigada, Liv, você realmente é um encanto de pessoa!
Lucy vestiu a capa e foi para casa, colocar o vestido, pois o baile seria daqui a meia hora. Ás oito, e Ivan ainda não havia chegado.
 
CAPÍTULO 3 - O baile

Lucy estava linda, com o vestido, o cabelo e seu rosto encantador. Só havia um defeito; ela sempre estava triste, o seu sorriso, que encantava mais ainda, fazia tempo que não aparecia. Sua expressão de tristeza a deixava sombria, a mais bela dama da escuridão. Ela queria que Ivan estivesse lá, com ela. Não porque achava que iria ser enforcada, ninguém a reconheceria, não dava para comparar a antiga Lucy em trapos com essa senhorita nobre, mas não queria ir no baile sozinha.
Havia outro problema também, como ela iria até o Baile? Se ela fosse de cavalo, seu vestido poderia rasgar... Mas não havia outro jeito. Ela colocou uma capa para ninguém a reconhecer e foi até o baile. Porém, antes, viu o dono da loja de roupas fechando seu armazém. Deu um breve aceno, embora ele não a reconheceu devido a sua capa. O palácio do rei ficava longe dali, embora, por ficar em cima de uma colina em frente para o mar, todos podiam facilmente chegar até lá.
Já havia passado uma hora quando ela chegou no palácio, e eles estavam fechando as portas pois Ivan, o convidado de honra, ainda não havia chegado; No convite estava escrito o nome dele, mas Lucy nem imaginava que eles notariam e, quando foi tentar entrar no palácio, os guardas a barraram e perguntaram por Ivan. Ela estava encrencada, agora pensava que ia para a forca realmente, quando, subitamente Ivan apareceu atrás de Lucy e falou:
--- Como ousam prender a jovem senhorita? Ela está me acompanhando! Soltem-na ou algo ruim vai acontecer com vocês!!
Os guardas, assustados e envergonhados, soltaram Lucy rapidamente e disseram:
--- Me desculpe senhor Ivan, não o tinha visto. Me desculpe, prometo que isso não irá se repetir, é que nós pensamos que...
--- Não me interessa o que vocês pensaram! Guardas inúteis! Vamos senhorita Lucy?
--- Vá... Vamos --- Ela respondeu assustada.
Eles entraram no salão principal, que era enorme e muito bonito, havia vários convidados, todos com roupas chiques. A maioria dos casais estavam dançando já, e Ivan estendeu a mão para Lucy e disse:
--- A senhorita não gostaria de ser meu par nessa dança?
Lucy sorriu, mas respondeu:
--- Eu não sei dançar...
--- Eu te ensino, vamos.
--- Tudo bem.
Os dois começaram a dançar, e, conversar:
--- Lucy, você está linda. --- Disse ele.
--- Você também. Obrigada Ivan.
--- Como conseguiu esse vestido?
--- Depois eu te explico tudo... Mas onde você esteve que me deixou sozinha?
--- Sentiu minha falta?
--- Senti... quer dizer, não quero mais ficar sozinha, me sinto abandonada.
--- Sei... Eu tive que resolver uns assuntos com o meu pai, mas acabei brigando feio com ele.
--- Seu pai? Quem é seu pai? E, porque você é convidado de honra?
--- Lucy, tem algo que eu preciso lhe contar. Mas antes...
Ivan, olhando nos profundos olhos verdes de Lucy e ela também olhando nos profundos olhos de Ivan, se beijaram, sem ninguém notar.
--- Pela dança os casais trocam de par, e Lucy e Ivan se separaram. Ela começou a dançar com um outro convidado. E Ivan foi arrastado para perto do rei. Lucy chamava mais atenção de que qualquer outra dama, por sua beleza encantadora. Chamou a atenção também de um homem, alto e misterioso, que não parava de olhar pra ela. Lucy, parando um pouco de dançar, perguntou para um empregado quem era aquele moço. O garçom falou que ele havia chegado na cidade há pouco tempo, e se hospedou na casa do rei pois tinha muito dinheiro. Ele se chamava Hank.
Nesse momento a música parou, e o Rei apareceu na escada principal do palácio. Silêncio total: o Rei começou a falar:
--- A maioria de vocês sabem que meu filho quase nunca está em casa, e, aproveitando que ele está na cidade, eu resolvi dar uma festa para anunciar o casamento do príncipe! Ivan, por favor, venha aqui.
Lucy não entendia porque o rei precisava de Ivan, e nem se passava em sua cabeça que Ivan...
--- Meu filho Ivan, futuro rei dessa província irá se casar com Tina, princesa da nossa província vizinha, e assim teremos paz entre as nações. --- continuou o rei.
Nesse momento uma bela dama estava a descer das escadas.
Ivan deu um leve suspiro para Lucy, que estava do outro lado do salão foi ao encontro do Rei, seu pai. Então ele disse baixinho só para o rei escutar:
--- Pai! Eu te disse! Não quero me casar com ela! Eu não a amo, e a nossa conversa de ontem?
--- Meu filho... precisamos fortificar os laços entre as nossas províncias, você sabe! Eu decido com quem irá se casar.
--- Você não é minha mãe para decidir! Tenho certeza que ela não concordaria.
--- Sua mãe está morta! Cale-se e receba a sua futura rainha!
Lucy, que não se conformava, saiu correndo do palácio. E Hank foi atrás dela, sem ela perceber.
Lá fora Lucy foi correndo a ponta da colina, em frente ao mar, era um profundo abismo. Ela estava prestes a se jogar, quando uma voz falou atrás dela:
--- Ora, Lucy Folha-Dorada, vai se jogar por um príncipe? Você sabe que nunca ficaria com ele! Suas vidas são muito diferentes! E outra, está na cara que você só quer chamar atenção, A pobre menininha que pensou que iria ser feliz com o príncipe... Esquece! Isso só acontece em contos de fada. Venha, desista de pular daí. Dê-me a mão.
Lucy se virou, para ver quem era, e reconheceu o homem, que era Hank.
--- Quem é você? E que vantagens você teria se eu não pulasse? --- disse ela com lágrimas nos olhos.
--- Sou Hank! Não se lembra de mim bela Lucy... Quando você tinha apenas 13 anos, nos encontramos em uma taverna. Que vantagens eu teria? Hum.. Poderia ficar como herói. Mas você que poderia ter vantagem comigo... --- riu maliciosamente.
--- Eu não me lembro de você. Você deve ser mais um amiguinho do príncipe... --- Se virou de novo para se jogar.
--- Você não lembrar de seu juramento? Jurou se vingar de mim, nessa ou outra vida. Por causa de sua amiga, de um apelido que não me esqueço jamais: Faith.
Lucy levantou a cabeça, olhou nos olhos vermelhos de Hank, e finalmente se lembrou. E falou com firmeza se afastando da borda, com um olhar de ira:
--- Me lembro de você, você é Hank, o vampiro.
--- Finalmente se lembrou, está feliz em me reencontrar após todos esses anos?
--- Eu decidi esquecer. Esquecer os elfos, os vampiros e todos vocês que só me fizeram sofrer.
--- E agora quer jogar sua vida fora com um humano de quinta?
--- Cale a boca vampiro desgraçado. Porque voltou? O que você quer?
--- O livro! Dê-me o livro!!!
Nesse momento Lucy sentiu um desespero. Uns calafrios e uma única lágrima escorreu de seu olho:
--- Você! Seu desgraçado!! Você matou Sami!!!
--- Não querida, eu não a matei. Foi Mary que a matou.
--- Não. Não acredito em você!
--- Bem, eu te conto a história inteira, mas se você vir comigo. Agora. E traga o livro.
Não vendo outra solução, Lucy o acompanhou até a casa de Ivan, que na verdade, era a casa de Daly.
 
CAPÍTULO 4 - Hank, o vampiro.

Na casa de Daly, Lucy se sentou e acalmou-se. Ainda escutava as baladas do Rhapsody na sua cabeça.
--- Vamos, fale logo o que você quer. Me deixe em paz!!
--- Primeiro quero perguntar por que você me odeia tanto. Embora você nada saiba do que aconteceu depois daquele dia na taverna.
--- Porque eu te odeio?? Matar a minha melhor amiga já não é razoável?
--- Mas eu sou um vampiro, preciso de sangue para viver.
--- Ela não é mais a mesma desde aquele dia, ela nunca conseguiu se recuperar da maldição. Mesmo comigo... não me lembro direito o que fiz por ela depois mesmo.
--- Por isso voltei, quero te contar!
-- Fale, mas seja breve.
--- Depois que eu transformei Faith em uma vampira e ela se matou, você quis se sacrificar por ela, e todos os seus amigos que eu havia transformado, então você havia feito um círculo de proteção na clareira das árvores, afinal, o episódio aconteceu na floresta, depois de bebermos um pouco na taverna. Depois do círculo você pegou um punhal e tentou se matar, se lembra? Você realmente enfiou o punhal em seu coração, mas eu furei o círculo de proteção e te levei até o velho pátio dos Vampiros, onde sabia que talvez eu poderia te salvar, há apenas uma poção com os mestres vampiros das cidades, e essa poção traz alguém à vida se ela ainda esta na passagem. Se é que você me entende.
--- Mais ou menos, estou confusa,
--- Bem, eu sabia onde estava a poção, o Velho havia me falado uma vez, e eu te dei essa poção. Então voltou à vida, eu te levei de volta para a taverna. E te deixei do lado da sua amiga Faith.
--- Você não fez isso. Não poderia. Porque me deixou viver?
--- Porque... não vou te falar isso agora.
--- Por que quer o livro?
--- Lucy, esse livro, esse livro tem haver com o nosso destino. Ele pode, bem, como te explicarei, ver o futuro e o passado. Como o dragão vermelho e o branco.
--- Sei, até parece. Esse livro pode fazer você voltar a ser um humano, certo?
--- Não!! Mesmo que ele me tornasse um humano, ser vampiro é muito melhor, quer experimentar? --- Riu.
--- Saia de perto de mim!
Então, de súbito, Lucy pegou o livro e saiu correndo. Quando estava abrindo a porta encontra Daly, que suspeitava que Lucy estivesse lá. Quando ela viu Hank, sentado sorrindo malicioso, ela gritou para Lucy:
--- Fuja!!!
Então Lucy passou por Daly, e saiu correndo. Enquanto isso Hank se levantou e enfrentou Daly, que era uma vampira também. Depois de vários arranhões que Daly deu em Hank, ele a jogou para a parede, fazendo-a desmaiar. E foi correndo atrás de Lucy, que corria desesperada. Depois de várias ruas, ela chegou no porto da cidade, e, pulou no barco de madeira que já estava saindo. Hank parou, olhou para ela e ficou rodeando de um lado para o outro no porto.
Lucy se sentou no barco. O porto estava vazio, todas as pessoas já haviam partido, só havia Hank, minutos depois ela resolveu entrar dentro do barco, que parecia haver bastante gente comendo e bebendo. Foi quando ela notou que ainda estava com o seu vestido rasgado e seu cabelo todo desarrumado. Ela foi logo para fora e se deitou no chão frio do barco.
Na manhã seguinte o barco já estava no porto da cidade. Ela desceu e foi andando, faminta e sem dinheiro algum, as pessoas olhavam para ela com desprezo. Mas ela ainda assim implorava por algo para comer. Finalmente uma velha senhora havia lhe dado dois pães velhos e secos, que ela comeu com rapidez e gosto. Então, se lembrou do livro, ele estava no barco. Voltou rapidamente e o pegou de volta.
Andando pela cidade ela viu alguns cartazes, que diziam que quem conseguisse matar o dragão vermelho que atormentava cada vez mais a cidade ganharia uma recompensa bem valiosa. É lógico que Lucy iria tentar o matar, mas não tinha nenhum arco nem flecha. No cartaz dizia também que ele vivia dentro de uma montanha próxima à vila.
Não conseguia pensar em nada. A fome apertava cada vez mais, então, vendo um peixe fresco no barril, ela o furtou sem ninguém, felizmente, perceber. Foi o carregando até a floresta que contornava a vila. Não tinha a mínima idéia de como iria cozinhar o peixe, nada para fazer uma fogueira havia. Então, não vendo outra saída, começou a comer o peixe cru mesmo.
Era noite, a lua estava alta no céu estrelado. Então duas pequenas criaturas se aproximaram de Lucy e do peixe. Primeiramente Lucy ficou assustada, mas eles não pareciam maus.
--- Vocês querem um pedaço? --- ofereceu Lucy.
--- Podemos? --- respondeu uma das pequenas criaturas.
--- Claro, sentem aqui comigo. ---
Eles sorriram em resposta e se sentaram. Após terem comido um pouco, ela perguntou:
--- O que vocês são?
--- Somos Gnomos senhorita.
--- E porque não vivem na cidade? Lá na minha terra não há nenhuma criatura como vocês.
--- Os humanos não gosta da gente. Pensa que nós só da trabalho.
Lucy não respondeu, mas depois de algum tempo eles falaram:
--- Não quer conhecer nossa vila? Fica meio longe, mas a senhorita vai gostar.
--- Bem, ... claro.
Então Lucy seguiu os dois, mas eles tinham uma pele escura e difícil de se ver, mas mesmo assim conseguiu chegar na vila dos Gnomos.
Ela estava silenciosa, parecia que todos já estavam dormindo, mas também, já era uma hora da manhã. Lucy também estava muito cansada.
--- Pode dormir na nossa casa, se quiser. --- disse o Gnominho.
--- E eu entro nessas pequenas casas de vocês?
--- Claro que entra.
--- A casa era maior do que se parecia. Só a porta era um pouco baixa. Mas deu para Lucy dormir na cama de madeira sem problemas.
De manhã ela acordou e não encontrou ninguém em casa, havia apenas comida em cima da mesa e água para beber, havia também algumas moedas.
Ela devorou a comida e a água, e pegou as moedas. Lucy era literalmente folgada, mas nesse caso ela pensara que precisava daquilo mesmo. Depois pediria desculpa pelo incomodo e tal. Lá fora ela só encontrou algumas filhas dos gnomos brincando, e ela perguntou onde haviam ido todo mundo:
--- Vocês poderiam me dizer onde estão o povo dessa vila?
--- Eles foram todos caçar, esse mês eles caçam em dobro, para garantir comida pro inverno. --- Respondeu a pequena. --- Mas ainda há os comerciantes que estão na outra rua.
Lucy então foi para lá, havia uma loja de armas, poções e armaduras. Quando ela se aproximou o comerciante falou:
--- O que você quer aqui?
--- Só vendo, senhor.
--- Gnomos não gostam de humanos, nem ele de nós.
--- Eu sei, mas eu não tenho nada contra vocês, você tem armaduras para nós?
--- Não!!
--- E aquela espada ali? Parece ser grande para um Gnomo. --- Disse Lucy notando a espada.
--- É muito caro. Você não consegue pagar.
--- E aquele belo arco? Será para Gnomos mesmo?
--- Não. Mas também é muito caro.
--- Como você arranjou essas armas?
--- Eram do meu mestre. --- disse ele pensando que falara demais.
--- Seu mestre? Será que pode me apresentá-lo? --- Disse Lucy alegrando-se com a possibilidade de encontrar um outro mortal por aquela vila. Já que não tinha a mínima idéia de como voltar para a cidade.
--- Meu mestre... meu mestre está morto.
--- Morto? Como?
--- Gluk não gosta de falar sobre isso.
--- Porque não? Fale comigo, vamos...
--- Não!!
--- Tudo bem, já que você insiste em não me contar.
Então Lucy saiu da loja, e foi para a outra de poções. Lá havia uma senhora que disse:
--- Bem vinda mortal, espero que tenha um bom motivo para estar aqui, logo o povo chegará, e eles não gostam do seu povo.
--- Paz senhorita. Sou de uma outra cidade, longe daqui. Gosto de seu povo.
--- Bem, o que está procurando? Poções, encantamentos...
--- Você tem um mapa?
--- Tenho, mas não posso te vender, não é meu, e sim do Gluk.
--- Posso pelo menos dar uma olhada nele?
--- Er... Bem, acho que não tem problema --- então ela foi buscar o mapa.
Lucy se sentou na pequena cadeira de madeira, aguardando.
--- Aqui está --- Disse a senhora voltando.
Então ela abriu o mapa, e se sentou junto com Lucy, que procurava a cidade do Sol Dourado.
--- Onde nós estamos? --- Perguntou Lucy.
--- Aqui --- apontou a senhora. --- O que procura?
--- Cidade do Sol Dourado, consegue achá-lo?
--- Claro, está bem aqui. Nesta outra ilha.
Lucy viu que não estava tão longe da cidade.
--- Posso te perguntar uma coisa?
--- Pergunte
--- Como morreu o mestre do Gluk?
--- Foi uma morte triste... Não sei se devo te contar.
--- Conte, por favor.
--- Tudo bem, ele primeiro implorou para o rei que enviasse guardas para matar o Dragão vermelho, que estava chegando cada vez mais perto da nossa vila, e queimando muitas árvores por aqui. Porém o rei não lhe deu ouvidos, então, sem ver outra saída ele foi até a montanha Chama Negra, matar o dragão por si próprio. Pois ele mora ha pouco tempo do dragão. Jovem e corajoso, era o único mortal adorado por todos os Gnomos. Ele foi e nunca voltou, ele está morto pois o Dragão deve te-lo devorado e depois jogou suas armas fora, na floresta, até os gnomos caçadores acharem-na. Senti muita pena do Gluk, pois ele tinha um carinho especial por Dhik, o destemido. E Dhik também era muito amigo dele. Agora o rei quer que alguém vá matar o Dragão pois ele está começando a importunar a cidade dele...
--- Pois eu irei matar esse Dragão!!! --- Disse Lucy destemida.
 
CAPÍTULO 5 - Caminho até a montanha.

Na manhã seguinte já estava tudo preparado para Lucy partir em busca do Dragão, ela carregava o Arco, espada e malha de prata do Dhik, estava com uma pequena mochila onde carregava seu livro e comida, todos os Gnomos Hakki, como era chamada a sua raça, estavam se despedindo dela e lhe desejando boa sorte. Deram um mapa pra ela também, e uma bússola, para não se perder. Apenas Gluk não estava presente para se despedir de Lucy, e, quando ela já estava quase partindo com dois Hakki acompanhando ela para até fora do Vilarejo, Gluk apareceu:
--- Lucy, espere!
Ela se virou e viu que era Gluk, que continuou:
--- Boa sorte. ((eu ia escrever que a força esteja com vc mas...)
Ela sorriu em resposta e foi embora. Os dois Hakki acompanharam-na até a entrada secreta para a floresta dos Espíritos, explicaram que depois dessa floresta havia um pântano, e de lá ela já conseguiria avistar a montanha onde mora o Dragão.
Agora Lucy estava sozinha, naquela floresta sinistra, só com a cara e a coragem. Quando a noite veio, ela fez uma pequena fogueira em uma clareira na floresta, e passou a noite em claro, descansando um pouco de vez em quando, mas estava muito ansiosa para chegar ao Dragão. Logo de manhã comeu um pouco de comida de sua mochila e pegou o livro, ela o abriu e parecia que os dragões vermelho e branco haviam virado um pouco, mas nada muito significativo, então Lucy fechou o livro e continuou sua caminhada.
Parou um pouco para descansar, o sol estava alto e brilhante, então começou a escutar uma canção, que parecia estar bem longe, logo ela foi ficando mais alta e Lucy pode reconhecer que era A Past and Future Secret, do Blind Guardian, ela era fanática por Blind e Rhapsody, aliás, naquela época, quem não era? Então, a medida que a música se aproximava ela começou a ficar com medo. Resolveu sentar atrás da arvore, e aguardar, mas, como na outra noite não havia dormido, acabou adormecendo ali mesmo, ao som da música.
Quando Lucy acordou, ainda estava deitada apoiada na árvore, ela se levantou rapidamente, e pensou que a musica fora apenas um sonho. Olhou dos lados e depois para a bússola, resolveu seguir em frente. Após duas horas de caminhada, um cheiro horrendo chegava de um lugar longe dali, então Lucy resolveu se afastar um pouco e contornar a floresta, indo para o lado. Até que ela chegou em um rio, lá bebeu água e encheu suas garrafinhas, mas ainda deveria passar por ele. Como não havia outra solução, iria nadar até o outro lado, afinal ele não parecia ser muito comprido. Ela pulou e começou a nadar, mas percebeu no fundo um brilho cor prata muito belo, mergulhou um pouco para checar o que era aquele brilho, mas parecia que a medida que ela chegava mais perto, o brilho afundava ainda mais, não tendo o rio fim. Ela voltou a superfície, acabou desistindo dele pois estava ansiosa a chegar até o Dragão, ela chegou até a margem e continuou um pouco o caminho, até aquelas grandes árvores escuras lhe darem um pouco de sol, ela tirou suas vestes e deixou secar um pouco, colocou de novo, comeu o pouco que sobrara em sua mochila e estava pronta para chegar até a montanha.
O dia começou a ficar escuro, á medida que ela chegava mais perto do pântano. Então, cansada já de andar, percebeu que era a noite mais escura que havia tido desde que partira da cidade. Ela se deitou, estava mais cansada do que o normal, de repente ela viu uma luz branca e pálida, que chegava cada vez mais perto, ela estava de todos os lados, e espíritos mortos apareciam do lado dela, e, com medo começou a gritar: “saiam daqui!! Saiam daqui!!!” Mas eles se aproximavam ainda mais, ficavam rondando ela. Olhos escuros e vermelhos apareciam, e deles surgiam lobos-fantasmas. Ela corria, mas aparecia cada vez mais, até que caiu, bateu a cabeça e desmaiou.
Lucy acordou, com muita dor na cabeça, mas não havia nada em volta dela. Aos poucos se lembrava da noite medonha anterior. Estava com sede, e bebeu mais um pouco da água do rio que estava em sua mochila. Dessa vez prosseguia com cuidado, com a espada á mão. Mas não eram nem meio dia e ela estava com um cansaço infernal, e de novo o dia ia escurecendo, até que ela deitou em uma pedra, procurando descansar, não havia cochilado nem cinco minutos e, quando abriu os olhos novamente, tudo estava escuro. Os brilhos brancos e pálidos voltavam, assim como os olhos dos lobos-fantasmas. Lucy se levantou com cuidado, e pegou a espada, mas estava tão cansada que deixou-a cair no chão. Agora zumbis também apareciam, e criaturas jamais imaginadas na terra também, cavalos-fantasmas alados, vermelhos como sangue vinham na direção dela, e, quando o espírito chegou até ela, ela desmaiou, não suportando olhar por muito tempo aquela criatura morta.
O fato se repitira de novo, Lucy havia percebido, ela acordou e não havia mais ninguém. Mas agora estava com muita sede, e, quando pegou a garrafa, matou a charada: “A água!! A água deve estar envenenada ou coisa assim. Ela deve ter me causado alucinações! Isso não deveria me surpreender...”
Então ela jogou toda aquela água fora, e continuou a caminhar, o dia começou a ficar escuro de novo, mas dessa vez era por causa de chuva: começou a pingar e dar um vento frio em toda a floresta. Até que finalmente conseguiu atravessar a floresta. Estava no pântano, ela afundava a cada passo no lodo que se formava. Ia atravessando com dificuldade e lerdeza, então as floretas cada vez mais se abriam, mas Lucy ainda não podia ver a luz do sol, com toda aquelas nuvens escuras. Quando ela conseguiu chegar em uma árvore razoavelmente fácil de subir, ela escalou-a até sua copa, e de lá pela primeira vez contemplou a mais linda montanha que havia visto em toda a sua vida: A montanha Zimbelo, ou montanha do Dragão.
Ela ficou horas lá, só olhando para a montanha e para a floresta interminável que havia atravessado. Tomando chuva e vento; até começar a espirrar e descer da árvore.
O pântano não era muito comprido, mas era difícil de se atravessar. Ela pretendia chegar na montanha antes do anoitecer, pois naquele pântano sinistro não gostaria de passar a noite. Aquele lugar parecia ser mais comprido do que se esperava, apesar de tudo estar aparentemente tranqüilo. Já eram quase meia noite, só havia atravessado metade do pântano, agora podia ver a montanha claramente, ainda longe a sua frente. Com muita sorte, achou no meio daquele mato e lodo um vilarejo de pedras, pedras grandes. Então ela subiu em uma delas e agradeceu seu mestre por finalmente achar um lugar para descansar.
Agora Lucy estava com uma expressão séria. A manhã estava escura, não havia tido aurora. Lucy continuava com precaução, mas ela via que nenhum ser habitava por aquelas terras. “Dragões não são amigos de ninguém” repitia isso várias vezes. O sol começou a aparecer, e ela estava agora ao pé da grande Zimbelo, pronta para enfrentar um Dragão. Mas o problema é que ela nunca havia enfrentado um dragão de verdade, então sua confiança foi abaixando a medida que chegava mais perto. Mas mesmo que não quisesse, não teria outra opção...
 

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