Lórien
Última General de Nanto
[Lorien] [Azul]
Sigo em frente neste desafio insustentável de ser gente, e me perco em obras escuras de escuros poetas, que, como eu, amaram e viveram, tiveram sangue em suas veias. Contemplei os olhos azuis de meu anjo, e eles disseram: “Sou eu tua perdição, sou eu e este reflexo pálido de um céu primaveril. Terei mãos e braços e palavras macias, terei um sorriso abandonado em lábios ágeis e astutos. Sou eu quem vai te levar novamente ao antigo barco abandonado, e lá fitarei teu desespero ante as minhas promessas caveis. Mas não te magoes comigo. Sou poeta, mesmo em outro corpo que não sabe que me engendra. Sou poeta, mas poeta de carne, ossos e vivência, sou um poema escrito em rimas esquecidas. Sou essência. Sou o que te resta, e o que sempre irá amar.”
Sentimento de perda e desistência, alma invadida pela esperança, então desfeita. Desta vez não acreditarei na Poesia. A Inspiração me assalta:
- Ofereça tua alma a mim, cuidarei bem dela.
Larguei a pena e o tinteiro ao chão. Não, não escreverei mais versos, não pelo amor.
Sigo em frente neste desafio insustentável de ser gente, e me perco em obras escuras de escuros poetas, que, como eu, amaram e viveram, tiveram sangue em suas veias. Contemplei os olhos azuis de meu anjo, e eles disseram: “Sou eu tua perdição, sou eu e este reflexo pálido de um céu primaveril. Terei mãos e braços e palavras macias, terei um sorriso abandonado em lábios ágeis e astutos. Sou eu quem vai te levar novamente ao antigo barco abandonado, e lá fitarei teu desespero ante as minhas promessas caveis. Mas não te magoes comigo. Sou poeta, mesmo em outro corpo que não sabe que me engendra. Sou poeta, mas poeta de carne, ossos e vivência, sou um poema escrito em rimas esquecidas. Sou essência. Sou o que te resta, e o que sempre irá amar.”
Sentimento de perda e desistência, alma invadida pela esperança, então desfeita. Desta vez não acreditarei na Poesia. A Inspiração me assalta:
- Ofereça tua alma a mim, cuidarei bem dela.
Larguei a pena e o tinteiro ao chão. Não, não escreverei mais versos, não pelo amor.