Lórien
Última General de Nanto
[Lorien] [A Primeira Beleza]
A Primeira Beleza
Ela estava de pé, sorrindo, num campo verde, cercada de ovelhas e brisas que carregavam o perfume das flores primaveris. E em meu ímpeto por tocá-la, ela se encolheu, deixando à mostra os tornozelos e os pés descalços, as mãos alvas sobre o rosto, a manhã clara sobre os cabelos, dourados e voando em direção ao horizonte.
- És bela. – disse-lhe
E ela sorriu, mostrando o sorriso aberto e sincero de versos.
- Eu sei. Das Belezas, sou a mais bela. De minhas irmãs sou a mais pura. E a mais feliz. – respondeu-me ela.
- Compreendo que sejas bela, pois tu és da Verdade a mais etérea filha. Mas por que és a mais feliz, se existem tantos poemas tristes?
- Tu és poeta, e compreenderás. A felicidade está em ser aquilo que se é no íntimo. E toda a dor posta em poesia é sincera. Assim como toda a alegria posta em rimas. Venho caminhando por este mundo há muitas eras, e só os puros e sinceros de coração me encontraram.
- Bela, belíssima criança, filha da Verdade e dos homens a mais desejada companhia, pergunto-me por que só agora te encontrei. Antes, já era eu poeta, por que então foi neste momento que tive a bênção de deparar-me contigo em meus devaneios?
- A resposta, poeta, está dentro de ti.
E, tocando meu rosto com a mão macia, ouvi pela última vez o canto de sua voz tão suave quanto a pétala de uma rosa:
- Não me encontraste, e sim fui eu que te alcancei. Mas só pude ter contigo pois encontraste a ti mesmo antes de mim.
A Primeira Beleza
Ela estava de pé, sorrindo, num campo verde, cercada de ovelhas e brisas que carregavam o perfume das flores primaveris. E em meu ímpeto por tocá-la, ela se encolheu, deixando à mostra os tornozelos e os pés descalços, as mãos alvas sobre o rosto, a manhã clara sobre os cabelos, dourados e voando em direção ao horizonte.
- És bela. – disse-lhe
E ela sorriu, mostrando o sorriso aberto e sincero de versos.
- Eu sei. Das Belezas, sou a mais bela. De minhas irmãs sou a mais pura. E a mais feliz. – respondeu-me ela.
- Compreendo que sejas bela, pois tu és da Verdade a mais etérea filha. Mas por que és a mais feliz, se existem tantos poemas tristes?
- Tu és poeta, e compreenderás. A felicidade está em ser aquilo que se é no íntimo. E toda a dor posta em poesia é sincera. Assim como toda a alegria posta em rimas. Venho caminhando por este mundo há muitas eras, e só os puros e sinceros de coração me encontraram.
- Bela, belíssima criança, filha da Verdade e dos homens a mais desejada companhia, pergunto-me por que só agora te encontrei. Antes, já era eu poeta, por que então foi neste momento que tive a bênção de deparar-me contigo em meus devaneios?
- A resposta, poeta, está dentro de ti.
E, tocando meu rosto com a mão macia, ouvi pela última vez o canto de sua voz tão suave quanto a pétala de uma rosa:
- Não me encontraste, e sim fui eu que te alcancei. Mas só pude ter contigo pois encontraste a ti mesmo antes de mim.