• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

[L] [Lordpas][Crônicas]

Lordpas

Le Pastie de la Bourgeoisie
[Lordpas][Crônicas]

Começo aqui a postar algumas crônica de minha autoria.

Essa primeira já é velhinha, é bastante simples e nem de longe é tdu o que eu queria falar.
Não vou mudá-la, vai como escrevi originalmente com basicamente a idéia de passar que valores como o "amor ao próximo" tanto estampado na face da hipócrita sociedade, é nitidamente corrompido por um vício fatal, que cada vez mais contamina nossas mentes racionais, o consumismo. Tudo isso em nome do novo Deus: o mercado.


Espíritos Famintos

Quando Lobão solta o verbo, eu escuto. Gosto do jeito excitado que ele tem, um rebelde cheio de causas, um Dom Quixote contra a morosidade dos dias. O ensaio que ele escreveu para a Revista Bravo, ainda sob o efeito do choque provocado pela morte de Cássia Eller, é um texto nervoso como o seu autor, repleto de citações e algumas genialidades pinçadas do caos. Entre elas: "É no consumir por consumir que nasce o vício, essa patologia comtemporânea".

Consumir por consumir. O que é que consumimos aleatoriamente, por impulso? Quase tudo. Chocolate. Big Brother. Caras. Cigarro. Trilha da novela. Bruxos. Médiuns. Tchuchuca tre... (permitam-me não continuar a letra).

Consumir por consumir. Escutar o que toca na rádio, ler os mais vendidos, ver o filme que ganhou o oscar, desejar a garota da Playboy, usar sombra e batom de cores metalizadas, se enfeiar em nome das tendências.

Consumir por consumir. Ir ao Shopping sem precisar comprar nada, abrir um pacote de salgadinhos porque não há nada para fazer, matricular-se na academia porque o instrutor é um gato, planejar uma viajem ao Sauípe sem ter idéia de onde isso fica.

Resorts. BigMac. Daslu. Tatuagem. Botox. Herchcovitch. Blindagem. Champanhe. Marrocos. Ecstasy. Lança-Perfume. Sasha. Beijo. Chapinha. Pessoas...

Mastigamos e engolimos o que nos oferecem sem sentir o gosto. O mundo está a nosso dispor, a vida é uma grande prateleira, tudo a R$ 1,99, mande seu cupom, entre no nosso site, escreva para a caixa postal, ligue para o telefone que você está vendo no vídeo.

Lobão:"O vazio, hospedeiro do vício, é o que a nossa sociedade mais sabe produzir". E seguimos famintos de irreverência, poesia, deslumbramento, amor, idéias, espantos, aventuras, arte, liberdade, sexo sem câmeras e, principalmente, de uma vida que não venha com instruções sobre o modo de usar.
 
Muito legal mesmo, mas se vc tivesse postado um pouco antes, eu teria usado na minha redação...
A vida realmente parece estar estreitamente ligada com o dinheiro, o ato de consumir....acho que quase ninguem hoje em dia consegue dar valor à amizade, lealdade, amor ao proximo(como vc mesmo disse...). Um super exemplo disso é o Big Brother, la da pra ver bem claramente, as pessoas vendendo privacidade, amizade(se é que da pra vender isso..). Tudo em nome de 500 milinhos...vai entender.... :?
 
Hm, gostei bastante.

Especialmente desta frase:

Lobão:"O vazio, hospedeiro do vício, é o que a nossa sociedade mais sabe produzir".

Só uma coisa, não é "ao" sauípe, e sim "a".
 
Lordpas disse:
abrir um pacote de salgadinhos porque não há nada para fazer

:lol: e é verdade, muitas crianças menores de 10 compram, compram, compram salgadinhos só p/ encontrar a figura ou o tazo p/ bater com seus amigos.

Muito bom, ótimo texto :obiggraz:

Há uma palavra relacionada: Consumo Conspícuo :wink:
 
Acho que foi bem conduzido. Só que preferiria que você saisse do Lobão no final.
 
Acho que foi bem conduzido. Só que preferiria que você saisse do Lobão no final.

Isso também me incomoda... Mas essa crônica é já das antigas... Faz tempinho que escrevi e resolvi não mudar... detesto corrigir textos antigos meus... e como se eu quisesse atualizar um sentimento... me incomoda um pouco.

eu costumo escreve-las para nda... tenho o hábito... como não tenho cabeça pra ter um blog decente eu acabo deixando-as na gaveta... Peguei umas esses dias e decidi postar aqui... pretendo postar mais alguma hj ainda... no mais tardar amanhã...

Brigado pelos elogios :obiggraz: ...
 
Bom eu vou postar mais um... é mais um apanhado de idéias, meio soltas entre si, mas vale o intuito de se fazer pensar...

O homem aprendendo a ser homem.

Espanto-me ao ver que o homem desaprendeu a ser homem.

O homem, de fato, é um ser multideterminado, mas entre tantas definições eu cito uma característica básica do ser humano: a capacidade de manter relações sociais.

Entendo por grupo social, um conjunto de pessoas num processo de relação mútua, organizado e com a finalidade de atingir um objetivo a um determinado prazo. Mas pergunto de que forma constituímos, hoje, um grupo social?

Levado por uma ignorância, que gera uma conseqüente incapacidade de se lidar com as diferenças, o ser humano é prepotente e com uma incrível capacidade julgadora, somos deuses programados, levados pela onda de morbidez que devasta nossa sociedade.

Tudo consiste na verdade em uma visão dicotômica dos fatos, ou o possuímos uma concepção bárbara e sem nexo do que é socialização, ou uma concepção que reflete uma nobreza e uma cultura que supera preceitos morais equivocados.

O determinismo está em evidência, a socialização primária, aquela que começa a determinar o primeiro estágio de internalização do ser com a sociedade, ocorre de tal forma que uma família que vive em condições precárias, discriminada, passa isso para a criança e é aí que tudo começa. É nesse ponto que a escola/creche entra em ação. Essas instituições tendem a complementar o papel da família nos primeiros passos do indivíduo rumo a sua participação na sociedade e enquanto tais instituições forem falhas, o determinismo nocivo continuará em evidência, o homem determinado pelo seu meio.

Isso reflete em nossa sociedade atual, composta por homens que não aprenderam algumas características básicas do que é ser homem. Assim como o meio carente pode formar um indivíduo sem cultura, o meio burguês acaba formando os acomodados e esses são os mais nocivos ao desenvolvimento social. Esses não querem ser homens.

O comodismo é marca do burguês, bem como a sua insípida caridade. “La maldita carida burguesa” já dizia Dom Pepe, imortalizado nas páginas de Érico Veríssimo. Não existe prática social, existem apenas acomodados, doadores de esmolas, pessoas que não sentem a necessidade de mudar simplesmente porque isso poderia afetar o seu mundo, ou simplesmente porque estão no grupo de concepção ignóbil e sem noção das conseqüências que tal comodismo pode acarretar.

Ideais, hipocrisia, falsidade. O homem não aprendeu a ser homem? Ou seria apenas uma nova forma de homem que foi criada? Mudaram-se os conceitos? Evoluímos? O que nos diz a força invisível que Marx nos disse ser a ideologia e Freud a consciência? A triste constatação é que o novo homem, esse fruto da contemporaneidade não as tem, o homem na verdade nunca aprendeu a ser homem e assim será enquanto não tiver claro o conceito de sociedade e de que papel faz dentro dela.
 
Hmmm... eu gostei, mas tenho ressalvas.

Na parte do meio, que começa aqui
Tudo consiste na verdade em uma visão dicotômica dos fatos, ou o possuímos uma concepção bárbara e sem nexo do que é socialização, ou uma concepção que reflete uma nobreza e uma cultura que supera preceitos morais equivocados.

Eu acho que você podia ter desenvolvido mais, até porque, é um tema que está bem em evidência, e, para não cair no lugar-comum é bom sempre seguirmos uma linha nova.Não estou dizendo que estava lugar-comum, só estou dizendo que você perdeu um gancho muito bom pra explorar o tema. :wink:

O texto, como os outros, está muito bem escrito (esse não me lembra o estilo do Jabor).



Bom, aproveitando que eu falei de desenvolver, vou citar os pontos nos quais eu acho que ficou um buraco:

levados pela onda de morbidez que devasta nossa sociedade.
Podia ter falado sobre a onda.Rendia pelo menos mais um parágrafo.

ou o possuímos uma concepção bárbara
?

ou uma concepção que reflete uma nobreza e uma cultura que supera preceitos morais equivocados.
POdia ter falado dessa visão também, ao invés de se deter só à outra.


O determinismo está em evidência, a socialização primária, aquela que começa a determinar o primeiro estágio de internalização do ser com a sociedade, ocorre de tal forma que uma família que vive em condições precárias, discriminada, passa isso para a criança e é aí que tudo começa.
Ficou confuso, você não desenvolveu suficientemente a parte de "internalização do ser com a sociedade" para mudar de assunto e falar deste processo de transferência hereditário da discriminação.Aliás, só isso já rendia uns bons parágrafos também.

o determinismo nocivo continuará em evidência, o homem determinado pelo seu meio.

:think: Acho que você se confundiu.Determinismo é baseado nas idéias de Laplace e não tem muito a ver com o conceito social.Acho que o que você estava querendo dizer é fatalismo .

no grupo de concepção ignóbil e sem noção das conseqüências que tal comodismo pode acarretar.
Ora, mas isso se opões ao que você disse antes:
ou uma concepção que reflete uma nobreza e uma cultura que supera preceitos morais equivocados.
Se ele tem nobreza, como pode ser ignóbil? Bom, a menos que tenha sido uma ironia, mas, mesmoa ssim, eu não percebi.

Ideais, hipocrisia, falsidade. O homem não aprendeu a ser homem? Ou seria apenas uma nova forma de homem que foi criada? Mudaram-se os conceitos? Evoluímos? O que nos diz a força invisível que Marx nos disse ser a ideologia e Freud a consciência? A triste constatação é que o novo homem, esse fruto da contemporaneidade não as tem, o homem na verdade nunca aprendeu a ser homem e assim será enquanto não tiver claro o conceito de sociedade e de que papel faz dentro dela.
:amem:

Bom, só pra ratificar o que eu disse antes, você escreve muito bem e eu gostei muito do texto.

:amem:

:obiggraz:
 
Acho que você se confundiu.Determinismo é baseado nas idéias de Laplace e não tem muito a ver com o conceito social.Acho que o que você estava querendo dizer é fatalismo

Na verdade eu usei o príncipio de H Taine, que diz que o comportamento humano é determinado por três aspectos básicos:
*meio
*raça
*momento histórici.

Citação:
no grupo de concepção ignóbil e sem noção das conseqüências que tal comodismo pode acarretar.


Ora, mas isso se opões ao que você disse antes:
Citação:
ou uma concepção que reflete uma nobreza e uma cultura que supera preceitos morais equivocados.


Se ele tem nobreza, como pode ser ignóbil? Bom, a menos que tenha sido uma ironia, mas, mesmoa ssim, eu não percebi.

é ficou confuso, agora percebo.

Na real, eu quiz dizer que dois grupos existem: o nobre e o ignóbil. Quiz dizer que os comodistas estão no ignóbil.


Bom, só pra ratificar o que eu disse antes, você escreve muito bem e eu gostei muito do texto.

:obiggraz: :obiggraz: :obiggraz: :obiggraz: :obiggraz:

Muito obrigado! Adorei os seus comentários e realmente os pontos que vc citou poderiam ter sido melhor abordados.
 
O comodismo é marca do burguês, bem como a sua insípida caridade. “La maldita carida burguesa” já dizia Dom Pepe, imortalizado nas páginas de Érico Veríssimo. Não existe prática social, existem apenas acomodados, doadores de esmolas, pessoas que não sentem a necessidade de mudar simplesmente porque isso poderia afetar o seu mundo, ou simplesmente porque estão no grupo de concepção ignóbil e sem noção das conseqüências que tal comodismo pode acarretar.


Me lembrei que tinha escrito isso e posto um link legal...

http://forum.valinor.com.br/viewtopic.php?t=37389

Clica aí e comenta, começa a faze alguma coisa. :mrgreen:
 
Isso ficou mais parecendo um ensaio :wink: normal eu também faço isso de vez em quando.
 
Isso ficou mais parecendo um ensaio normal eu também faço isso de vez em quando.

Sim... eu sei... é que eu não tava afim de criar um outro tópico... aliás eu tinha que postar mais umas... mas tô com preguiça de passar pro computador... :D
 
Finalmente dignei-me a ler os dois textos.

Ambas as dissertações agradaram-me imensamente. Exelente proposta temática, explorada por pouquíssimos membros do Clube.

No entanto, como Meneltar salientou, seria mais interessante se você desenvolvesse, principalmente, essa segunda dissertação.

Toda dissertação precisa de exemplos concretos que comprovem e ratifiquem o que deseja passar. Exemplos do cotidiano é uma boa opção.

Seja menos geral e mais específico: essa é a idéia; dessa fora, pois, atingirá maior clareza, e seu argumento ganhará força.

Reescreva esse segundo texto, pensando nos comentários meus, ou escreva um terceiro, atentando para tais recursos.

8-)
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo