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[L] [Lord Meneltar][A importância de Tolkien .......]

Lord Meneltar

Argerich
[Lord Meneltar][A importância de Tolkien .......]

Isso era pra ser sério... :roll:
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A Importância de Tolkien e seu trabalho lingüístico

O estudo de uma língua, viva ou morta, real ou fictícia é uma oportunidade ímpar de expansão de conhecimentos na área de lingüística.
O escritor britânico nascido1 na África do Sul2 J.R.R.Tolkien3 registrou um importante marco nesses estudos
Tolkien, como todo bom nacionalista britânico do final do século XIX/início do século XX via a Inglaterra como o centro de tudo, a “Mater Mundi”.Porém, era uma terra sem uma mitologia bem definida, apenas com um conjunto abissal de lendas e superstições pouco integradas, e sem conexão (quase) nenhuma entre si*.Tolkien ambiciava para a Inglaterra algo semelhante à Edda4 poética dos povos nórdicos, descendentes dos Vikings.
Em meados de Junho de 1916, Tolkien foi convocado a lutar na Primeira Grande Guerra5.Suas experiências de guerra (vide nota 5) serviram de “inspiração”(se é que se pode assim dizer) para sua obra literária.
Quando voltou à Inglaterra, começou sua meteórica carreira acadêmica. Antes de partir para a guerra, Tolkien já tinha esboçado a criação de um idioma para seus personagens, o “Qenya”6 mais importante e melhor acabado de seus idiomas.
O Quenya, ou alto-élfico, como também costuma ser chamada essa língua tem suas bases gramaticais fundamentadas principalmente no latim e no grego(mais na primeira**), tendo também influências mórficas e fonéticas fortes do finlandês.Esse idioma, segundo a mitologia Tolkeniana, era falado pelos deuses e elfos na terra abençoada de “Valinor”, no continente fictício de “Aman”, uma terra supostamente a oeste da Europa.
O Quenya é um idioma sintético, tal qual seus idiomas-matrizes, tendo declinações não só para indicar a sintaxe quanto (em alguns casos) a morfologia7.Essa estrutura configura um idioma extremamente formal, usado principalmente em rituais, cerimônias (religiosas ou não), poemas, músicas e elegias.Seu sintetismo permite que se dê ênfase a uma determinada palavra, alterando sua posição na frase para se ter um maior destaque8.
O Quenya deriva de uma língua primordial9 que apresentava uma estrutura fonético-gráfica peculiar.Nessa língua-mãe, a estrutura para todas as palavras segue o modelo vogal-consoante-vogal, ou consoante-vogal-consoante-vogal10.Além disso, nessa língua-mãe, todas as palavras eram proparoxítonas.Essa organização determinou a tonicidade silábica quenyana.Onde é suprimida uma vogal (ocorrendo assim, obviamente, um encontro consonantal) há uma sílaba tônica.Como em Fingolfin.O encontro lf determina a sílaba gol como tônica.Assim também ocorre em Finarfim.Se não houver esse tipo de desvio, as palavras são sempre proparoxítonas11.
Tem uma acentuação bastante simples, que serve para marcar as vogais prolongadas(´)12 ou marcar as que não devem ser omitidas (..)13 .
Como foi fundamentado em idiomas predominantemente vocálicos, o Quenya apresenta uma bela sonoridade musical, muito parecida com o italiano.Não há consoantes bruscas e excessivamente enfatizadas (como o famoso “r” uvular do francês e do alemão), mas sim, sibilantes sutis(como o “th”
mudo do inglês)
Mas, pergunta-se: Qual a importância de se estudar uma língua fictícia?
Como já foi dito: o estudo de uma língua, qualquer que seja, acrescenta sempre,indubitavelmente, conhecimentos gerais e técnicos em lingüística e é uma experiência enriquecedora, já que passa a se conhecer novas estruturas morfológicas e declinações nunca estudadas, o que é extremamente interessante e enriquecedor, seja para um renomado lingüista ou para um estudante amador, fã desse escritor tão renomado e importante, que marcou a lingüística de forma indelével com suas obras e seu trabalho.




















Notas do Autor

1-Seu pai trabalhava em um banco inglês, com filial na África, e sua mãe era dona de cara.Costuma-se chamar Tolkien de britânico, pois aos quatro anos, com a morte do pai, sua mão mudou-se para Inglaterra(de onde veio), lugar onde Tolkien permaneceu morando(excetuem-se viagens) pelo resto de sua vida.Sua mãe voltou temporariamente à casa dos pais, até alugar um chalé na área rural de Birmingham. Ficar próximo aos avós e "no meio do mato" ajudou o menino a não sentir tanta falta da figura paterna e, principalmente, lhe ensinou a importância da natureza, sempre tão presente e viva na sua obra.

2-Bloemfonteim, capital do estado livre de Orange, 3 de Janeiro de 1892

3- John Ronald Reul Tolkien

4- Conjunto de lendas e contos nórdicos agrupados num livro, chamado Edda ou Edda poética que narram história dos deuses nórdicos como Thor ou Odin.

5-Tolkien pertencia ao batalhão de fuzileiros de Lancashire (onde era segundo-tenente), que lutou na França, nas trincheiras.Tolkien participou da terrível batalha de Somme, onde alemães, franceses e ingleses perderam mais de um milhão de homens por um trecho de apenas quatro quilômetros.Nessa batalha ele perdeu dois de seus melhores amigos, que futuramente se tornariam personagens de suas histórias. Lá ele contraiu a "febre das trincheiras", comum por causa das péssimas condições sanitárias. Foi mandado de volta à Inglaterra e passou um mês num hospital, onde rascunhou as primeiras versões de suas histórias.

6-A pronúncia correta é “kênia”.Essa é uma língua primitiva que deu origem ao Quenya.

7- Como no caso de "máryat" "ambas as mãos", onde há a terminação rya indicando o pronome possessivo e a t para indicar o dual (número intermediário entre singular e plural, para indicar pares naturais de coisas)

8-Que é o que se tenta em “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas...”

9-Não nomeada.

10-Vogais separadas por consoantes, como é citado por um personagem em seus livros “(...) nossos ancestrais separaram as vogais com consoantes, como se separa os cômodos de uma casa com as paredes(...)” O que , obviamente, impossibilita os encontros vocálicos/consonantais.

11-Excetue-se: acentuação.

12-Como o mácron em latim.

13-Esse recurso foi utilizado para forçar os falantes de língua inglesa a pronunciar as vogais no final das palavras.


*(N. da R[1].)Não é verdade que existe um "conjunto abissal" de lendas e superstições sobre a Inglaterra; na verdade, muito pouca coisa de mitologia genuinamente anglo-saxã foi transmitida da Idade Média inicial para os nossos dias. Grande parte do conhecimento que temos hoje em dia dessa mitologia vem de fontes indiretas e compõem-se de fragmentos, e mesmo esses são bastante escassos. Não creio que sequer um ciclo mitológico de origem anglo-saxã haja sobrevivido daquele tempo até o nosso.
Nota que o ciclo arturiano, por exemplo, não é de origem anglo-saxã, e sim bretã. O Tolkien não considerava este ciclo como legitimamente inglês, ligado às origens do povo inglês, por esse motivo. Foi justamente essa falta de lendas genuínamente inglesas que lhe deu o impulso para escrever uma mitologia da Inglaterra.]

**(N. do R.[2].) A palavra Quenya para dourado é “laurë”, bem semelhante ao latim, “aurus”(ouro)



















Alguns trechos relevantes da biografia de Tolkien, fundamentais para a melhor compreensão do texto:

“(...)Na época em que se dedicava exclusivamente aos estudos, Tolkien fundou com seus amigos de colégio a T.C.B.S (Tea Club Barrovian Society). O clube do chá (tea club) remete às tardes em que os garotos passavam na biblioteca tomando chá enquanto estudavam para as provas finais. Depois, já de férias, eles mudaram os encontros para a loja do Barrow, daí o nome Barrovian Society, ou sociedade barroviana...”
“...na guerra, as baixas para o T.C.B.S. foram mais profundas do que isso. Alguns de seus membros fundadores acabaram sucumbindo. A amizade entre eles, porém já havia transformado suas vidas. Toda esta cumplicidade pode ser vista na obra de Tolkien...”
“...Enquanto se recuperava da doença(a febre das trincheiras)* começou a rabiscar O Livro dos Contos Perdidos(..)É neste momento que Tolkien começa a desenvolver o seu universo de orcs e elfos baseados nas lendas finlandesas que ele tanto estudou. Com o fim da Guerra, Tolkien volta a Oxford e retoma seus estudos e carreira acadêmica.”

“(...) Em 2 de setembro de 1973, em Bornemouth, J.R.R. Tolkien faleceu, aos 81 anos”.
* (N. do A.)
Agradecimentos a:

[1] Estela “Swanhild” Rodrigues

[2] Reinaldo “Imrahil” Lopes

Ana P. “Lovejoy” Bittencourt



Bibliografia:

http://www.omelete.com.br/games/artigos/base_para_artigos.asp?artigo=604

http://senhordosaneishp.tripod.com/oficial/id31.html


http://www.valinor.com.br/


http://forum.valinor.com.br/

O Silmarillion, J.R.R. Tolkien
Palestra dada por Sr. Reinaldo Lopes (sob pseudônimo de “Imrahil”)
 
Pô gostei do texto :clap:

Não sou muito de entrar aqui, mas achei ele bem informativo 8-)
 
Exatamente como o Tisfy disse, é muito informativo. Um pouco cansativo, sim, porque afinal, é recheado de informações...

Anyway, eu gostei sim. Algumas dicas:

- Separe o texto em blocos, isso diminui muuuuito o cansaço que a gente sente só de vê o texto.

- Coloque espaço depois de ponto final, é horrível ler com essas frases todas grudadas! Também tem umas vírgulas sem espaço depois delas, seria legal dar uma olhadinha nisso.

Tirando isso, tá ótimo e bem escrito. ^^

Parabéns! =)
 
Sabe, eu me sinto muito brm com vcs me dizendo que o texto é informativo.Embora seja tbum trabalho de escola, postei aqui para isso mesmo, para que fosse informativo :wink:

Tisf e Melky, thanks! :cheers:
 
Legal pra quem naum sabe muito sobre isso... li ele todo, porque eu realmente preciso aprender mais sobre sda em geral e as obras de Tolkien!

:kiss:
 

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