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[L] [Lord Hugo] [As Guerras dos Mundos]

Lord Hugo

Usuário
[Lord Hugo] [As Guerras dos Mundos]

Esse texto é um pouco mais longo do que os minis que vou acabar postando mais freqüentemente por aqui. Ele não é muito recente, mas eu gosto dele.

Vou aproveitar esse tópico e convidar todos a visitar o site da Oficina Literária Alternativa, grupo do qual faço parte, que entrou no ar essa semana última. O link pode ser encontrado na minha ssinatura. A Oficina esta aberta à todos que quiserem dar uma olhada e, quem sabe, participar (ainda existem vagas, mas elas são limitadas). :mrgreen:

No mais era isso. Um abraço e espero que gostem do texto.



As Guerras dos Mundos

No visor doméstico passava um filme muito ruim, mas, Rouph não se importava nem um pouco. Ele estava tão deslumbrado com o novo modelo de visor que tinha comprado, que, nem prestava atenção no que passava. Só se interessava em contemplar a imagem em 3-D que, como dizia na propaganda, fazia com que os atores estivessem representando na sua sala.

Enquanto tomava uma caneca de néctar siriano em frente a seu novo “Home Theater”, o filme ia terminando. Quando ele finalmente terminou, Rouph levantou-se de sua poltrona magnética e foi ao banheiro.

Levemente embriagado voltou para a sala e notou que o filme que deveria ter começado no visor não tinha começado. Ao invés dele estava passando um estranho noticiário com um repórter que ele nunca tinha visto, mas que não chamava a atenção. O que prendia sua atenção era o que acontecia por trás do repórter. Uma multidão corria para lá e para cá de prédios que desabavam e explodiam por todos os lados. De repente um clarão enche a sala e Rouph se atira no chão instintivamente, herança do tempo em que servia como fuzileiro na Frota imperial.

Quando tudo se normaliza ele levanta os olhos e o repórter e a multidão correndo não estão mais lá, agora, no visor aparece a imagem de uma bancada onde está uma mulher que leva a mão ao ouvido e espera silenciosa. Aquilo, reconhece Rouph, é o estúdio de algum telejornal. Quando a jornalista começa a falar, forma as palavras lentamente.

– Estamos recebendo, agora, informações de que a Zona Militar de Arkturus, onde estava nosso correspondente, foi completamente destruída. Não há possibilidade de haver sobreviventes num raio de 15 Km. Ainda não se tem idéia da dimensão dos danos ao planeta. O Comando Central da Frota acaba de enviar uma nota em que confirma que o Imperador acaba de declarar guerra contra a Confederação Terrestre. Todos os recursos disponíveis do Império estarão destinados a total destruição do planeta Terra e seus domínios. Todos os reservistas serão convocados para engrossar a frente de batalha. A Almirante Phiark declarou que um ataque de tal magnitude contra a soberania do Estado é uma afronta irreparável e que requer retaliação imediata. Todas as forças disponíveis da Frota Imperial estão se deslocando para a zona de conflito

Rouph não podia acreditar no que seus olhos viam, a imagem da jornalista foi substituídas por gravações da batalha que estava ocorrendo. Belonaves terrestres, centenas, dizimando as poucas naves de guerra imperiais e dezenas de cargueiros que tentavam escapar de Arkturus. Aquilo só poderia ser uma brincadeira, o Império Guiltariano mantinha boas e saudáveis relações diplomáticas com a Confederação Terrestre, apesar do pouco tempo decorrido desde o primeiro contato.

A Confederação Terrestre era um conjunto de planetas que foram colonizados por uma mesma espécie com origem no planeta Terra, daí o nome da Confederação, sua capital era o próprio planeta Terra. Era uma civilização relativamente jovem se comparada com o Império Guiltariano, com sua expansão ininterrupta durante 5700 anos de guerras e conquistas de muitos sistemas e raças diferentes, mas que se mantém em uma paz duradoura de mais de 300 anos.

– Naves terrestres invadem o espaço Imperial na região de Tukals – recomeça a jornalista – elas fazem incursões rápidas entre as naves imperiais e depois se afastam escondendo-se em campos de asteróides nos arredores do sistema.

Campos de asteróides nos arredores de Tukals? Rouph não podia acreditar, era onde ele morava. Tudo aquilo era por demais incrível de se acreditar, a guerra estava batendo em sua porta. Com um ar austero Rouph se levantou, foi até seu quarto, arrumou algumas roupas em uma sacola, pegou seu fuzil energético e partiu em sua nave, uma antiga nave militar usada como batedora de grandes frotas devido a sua velocidade, praguejando contra a Terra e pronto para matar alguns terrestres.

Quando Rouph saía do campo de asteróides onde morava, detectou duas naves que não estavam registradas no computador. Quando conseguiu visualizá-las pelo telescópio não reconheceu imediatamente o desenho daquelas naves. Só podiam ser naves terrestres, mesmo sendo um pouco diferentes das que apareceram no visor. Não pensou duas vezes, se escondeu entre os asteróides e carregou seus canhões desrruptores de massa, herança de um tempo menos civilizado, e, quando as naves inimigas entraram no raio de ação de suas armas, disparou fazendo com que uma das naves, um cargueiro, brilhasse de repente e explodisse em mil pedaços. A outra nave que a acompanhava imediatamente detectou a pequena nave de Rouph e antes que ele pudesse ter qualquer reação, respondeu ao fogo e a partiu em milhares de pedaços usando seus canhões laser com a perícia que somente as melhores tripulações da Marinha Espacial Terrestre podiam ter. Com a mesma rapidez que respondeu ao fogo a nave de guerra terrestre partiu dali de volta para casa, a Terra, com uma péssima impressão da recepção guiltariana.


* * *


Paulo estava estudando para a sua próxima prova de História. Ele lia um capitulo que começava assim:

“CAPITULO 32 : A Guerra Terra – Guiltar

A guerra Terra-Guiltar foi a primeira guerra de proporções galácticas da História da Humanidade. A Confederação Terrestre entrou em conflito com o Império Guiltariano numa guerra que iria durar mais de um século.

Esse sangrento período de nossa Historia teve impulso político de acordo com a maioria dos historiadores, pois, de acordo com os meios oficiais, teve início com a destruição por uma nave guiltariana do cargueiro que transportava o embaixador terrestre. Porém, de acordo com alguns estudiosos...”


* * *


Rouph em sua pressa desvairada se esqueceu de desligar seu visor que continuou a mostrar o noticiário da guerra por mais uma hora. Depois que ele terminou uma mensagem da diretoria da emissora apareceu prestando contas de:

“Este filme que acabamos de transmitir é uma história de ficção que tenta reproduzir os efeitos de uma guerra de proporções galácticas, como seria um conflito entre o Império Guiltariano e a Confederação Terrestre, os maiores Estados civilizados da galáxia. É com imensa felicidade que transmitimos este filme para representar algo que nunca iremos ver. Há, neste momento, um embaixador terrestre a caminho de Guiltar para as negociações de um tratado de ajuda mútua entre o Império e a Confederação, o que fará dessas imagens que acabamos de assistir exatamente o que elas são, ficção. Uma ficção bem longe de nossa realidade.

Com grande entusiasmo
A Direção”
 

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