[Lembas] [Aneleh]
Vou postar, por partes, o primeiro capítulo do conto que eu usei para dar forma ao meu mundo de AD&D. Podem palpitar...nem reparem o número de deuses, são 40.
ANELEH
Da orla da floresta podia se avistar uma grande faixa de terra, onde se espichava uma planície verdejante e o capim alto tremulava. Ao longe, o vento uivava nas Serranias de Fogo trazendo do leste as nuvens que marcavam o fim da primavera e o início da estação das chuvas em Herak. Por isso, era dia de festa, dia de Winal, deusa da vida que florescera na primavera. Herak, a terra dos centauros, era um país cercado por lendas de valorosos guerreiros que traziam a glória de toda uma nação na lâmina de suas espadas, fazendo-as brilhar como o fogo das estrelas. Herak era um país de coragem e bravura, que se refletia na hierarquia de todo o povo. O valor de seus feitos se espalhava pela grande planície de Herak, que surgia na borda da floresta de Keltrin ao norte e se espalhava ensolarada até o Lago Sagrado, alimentado pelos dois rios que traziam as notícias das Serranias de Fogo e que depois do Lago tornavam-se um só rumo sul.
Se ao norte a planície era verdejante e úmida, ao sul ela se tornava uma savana, aonde o búfalo corria em manadas e os grandes répteis viviam à beira rio. Havia um bosque perto do Lago, um pequeno bosque onde habitavam pigmeus. Eles viviam de modo selvagem, caçando os búfalos e as cobras, e dormindo sob a copa das árvores. Não travavam conhecimento dos centauros, que tampouco percebiam sua presença mais do que a de qualquer outro animal. Sabiam que nenhum pigmeu era jamais avistado à noite e a lenda que corria era que eles eram os espíritos das árvores velhas, que respiravam a luz do sol de dia para elas, e a noite compartilhavam sua energia para que elas sempre vicejassem. Por isso ele se chamava Bosque das Árvores Velhas. Elas tinham um brilho dourado como o capim da savana, e dourada era a pele dos pigmeus, refletindo o brilho do sol em suas gotas de suor.
Mas, era dia de Winal, e os centauros se reuniam na planície norte de Herak para celebrar a própria força e fertilidade em seus elaborados torneios, cujo Grande Vencedor era o rei do ano vindouro e o mais poderoso centauro de toda Malin. Ao menos por um ano. Essas disputas, que muitas vezes terminavam em contusões, ferimentos e ocasionais mortes, eram sagradas e fechadas a todos aqueles que não competiriam ou julgariam, com exceção dos anciãos e das centauras, que torciam por seus campeões e coroavam os vencedores com uma coroa de narcisos, uma honra incomparável.
O sol estava no centro do céu, já meio encoberto pelas nuvens, e a planície estava tomada de centauros, que aguardavam a chegada daqueles que disputavam a prova de velocidade, correndo os cem quilômetros que separavam a cidade-capital da planície. Aneleh podia vê-los todos, ansiosos, olhando para o horizonte a oeste. De súbito, seus ouvidos apurados captaram o intenso bater dos cascos e surgiram ao longe quatro deles, com as partes eqüinas brilhando com o suor e o esforço. A energia de sua luta pulsava a sua volta, e eles deixavam uma nuvem de poeira atrás de si, disputando palmo a palmo os metros finais. Por fim um deles, um grande centauro negro, atravessou entre as duas piras que sinalizavam a chegada, e empinou em triunfo. Aquela era a sua prova. Aneleh riu, dependurada no galho da goiabeira. Os centauros pareciam tão primitivos aos seus olhos, e, no entanto, guardavam tanta mágica dentro de si.
Agora começavam os preparativos para a grande prova de arco e flecha. Como era dia de Winal, nenhuma vida poderia ser tomada para a disputa, e os alvos, ao invés de pássaros, eram circunferências de madeira presas em postes há oitenta metros dos competidores. Estes postes estavam sendo perfilados cuidadosamente pelos juízes. Em meio a isso, os retardatários da corrida chegavam fazendo estardalhaço.
De súbito aconteceu uma agitação na tenda dos anciãos e duas pessoas disparam correndo em direção à floresta, encalçadas por centauros da guarda. Um dos fugitivos era obviamente um humano, o outro era menor, parecia...Um duende? Tão longe de suas terras natais? Aneleh arregalou os olhos e acompanhou-os em sua fuga alucinada, chegando cada vez mais perto da goiabeira onde estava escondida. De repente viu-os escalando rapidamente os galhos e os centauros embrenhando-se na floresta, numa perseguição infrutífera.
Um silêncio estranho seguiu-se então. Ao longe, ainda se escutava o galopar dos centauros pelo meio da floresta, mas nem sinal de vozes. Na planície, os preparativos continuavam, embora a indignação dos anciões fosse evidente.
- Pode pagar – Aneleh ouviu uma voz sibilante às suas costas – dez cobres pela sineta do ancião.
- Está certo, seu duende insano. – a outra voz tinha o sotaque urbano dos humanos de Turia – esses guardas vão correr daqui até Elanorel...
As duas vozes riram, sem aperceber-se de Aneleh, que virava, com a adaga em riste, para os dois intrusos em sua árvore. Árvore que ela mesma plantara, há vários anos, justamente com a finalidade de espiar as festas.
- Quem sois vós e o que fazeis aqui em Herak, em pleno dia de Winal? Poderia muito bem entregá-los para a guarda dos centauros...
Dois pares de olhos se voltaram em meio à folhagem, fitando-a com o olhar assombrado.
- Ora, ora – sibilou a primeira voz, pertencente ao duende – temos companhia.
- Permita-me, minha dama, sou Tchad Trevian e meu companheiro chama-se Felix. E como se chamará tão lindo par de olhos que fazem par com as flores mais belas da floresta? – o humano curvou-se numa reverência cortês. – mas pense, minha dama, o que ganharia em alertar os guardas? No entanto, se ficar em silêncio poderá desfrutar do prazer de nossa companhia, assim como desfrutamos da sua.
- Meu nome é Aneleh, Aneleh Adingankar, do reino élfico de Keltrin. E o que raios tu e teu companheiro fizeram ali embaixo? Porque os guardas não nos perceberam aqui?
- Tolos – Felix, o duende, riu e sibilou – estavam ocupados demais nos perseguindo para nos perceber aqui. Ninguém captura Felix, o Mago da Luz.
-Pois então, tu és um Ilusionista. Logo se percebe que sois dois gatunos. E que gostam de apostas.
- Sorte, acaso, tudo nas mãos de Lanah... – Felix riu, olhando para os céus – faça sua aposta, nós cobriremos.
Um desafio. Aneleh sorriu. Na planície os arqueiros centauros perfilaram-se de frente para o alvo, aguardando o início da prova. Todos estavam compenetrados, aljava carregada em suas costas, flecha preparada no cordão de seus arcos, prontos para atingir a mira perfeita. A platéia ovacionava ao longe. O centauro negro, vencedor da corrida, respirava devagar, recobrando suas forças, com a coroa de narcisos refulgindo em sua cabeça. Ele não seria o primeiro a atirar e parecia estar grato por isso. Outros centauros já estavam prontos.
- Certo. Vês o centauro ruivo, aquele mais próximo daqui? Talvez uns setenta, sessenta e cinco metros. Ele será o primeiro a atirar, e eu acertarei daqui com meu arco a sua flecha. Valendo cinco cobres.
- O quê? Vai acertar a flecha do centauro com esse seu arco curto? Essas flechas são mais rápidas que o som. Isso é proeza para um gênio ou...Ou um avatar. Não consegue isso não, elfinha. Não sem magia.
- Cinco cobres? – insistiu Aneleh – Ande logo, já vai começar o torneio.
- Cinco cobres. – disse Felix – vou ganhar dinheiro hoje.
Tchad soltou um resmungo. Fora limpo pela última aposta com Felix, e agora nem poderia participar desta. Também duvidava que a elfa fosse capaz de tal feito, mas com um elfo, nunca se sabe. Adoraria ver o Felix tomar uma lição.
- Nem no seu sonho mais desvairado... – resmungou Felix.
Aneleh se posicionou no galho e fez mira. Na planície, o centauro disparou. A flecha de Aneleh saiu zunindo em sua direção...Os dois ladrões fixaram o olhar em feroz expectativa. De fato, a flecha atingiu o alvo, cravou-se certeira na aljava de couro de búfalo do centauro, que deu um salto, assombrado por ter disparado uma flecha e ela cravar-se atrás de si. Os outros centauros riram e relincharam, rolando na relva, até perceber que a flecha dele havia atingido o centro do alvo, e aquela era outra.
- Bem, acho que o Sr. Duende me deve cinco cobres.
- Hey, isso não está certo. Você disse que acertaria a flecha do centauro ruivo.
- E acertei. Sua aljava está abarrotada de flechas, ou achas que eu me referia a flecha que ele disparou?
Tchad começou a rir. Aneleh também. Felix ficou vermelho, de seus olhos saía um olhar mortífero. Sua mão agarrou o cabo de seu espadim. Por fim ele deu de ombros, relaxou o punho e sorriu.
- Cinco cobres – ele estendeu as cinco moedas para Aneleh, que as pegou triunfante. Era realmente estranho um duende aceitar ser tapeado assim tão facilmente. Geralmente eles discutiam dias a fio. Esse ao menos tinha senso de humor.
- Aquele centauro ruivo está cravado pela sorte – disse Tchad, rindo ainda – pelo visto ganhou a competição.
- No entanto é melhor irmos, nossa goiabeira já chamou atenção demais e os pobres coitados querem celebrar a vida em paz. Qwert Poiuy Asdfg. – disse Aneleh
- Para onde?
- Ora, para Elanorel. No anoitecer de amanhã terá um banquete em Elanorel e eu não perco isso por nada nesse mundo. – Aneleh desceu agilmente da árvore e começou a acenar para eles. Eles se entreolharam.
- Vamos? – disse Tchad.
- A elfa falou banquete – disse Felix – isso quer dizer...COMIDA!!!
Os dois desceram apressados da árvore e seguiram Aneleh em direção à estrada que cortava a floresta.
Vou postar, por partes, o primeiro capítulo do conto que eu usei para dar forma ao meu mundo de AD&D. Podem palpitar...nem reparem o número de deuses, são 40.
ANELEH
Da orla da floresta podia se avistar uma grande faixa de terra, onde se espichava uma planície verdejante e o capim alto tremulava. Ao longe, o vento uivava nas Serranias de Fogo trazendo do leste as nuvens que marcavam o fim da primavera e o início da estação das chuvas em Herak. Por isso, era dia de festa, dia de Winal, deusa da vida que florescera na primavera. Herak, a terra dos centauros, era um país cercado por lendas de valorosos guerreiros que traziam a glória de toda uma nação na lâmina de suas espadas, fazendo-as brilhar como o fogo das estrelas. Herak era um país de coragem e bravura, que se refletia na hierarquia de todo o povo. O valor de seus feitos se espalhava pela grande planície de Herak, que surgia na borda da floresta de Keltrin ao norte e se espalhava ensolarada até o Lago Sagrado, alimentado pelos dois rios que traziam as notícias das Serranias de Fogo e que depois do Lago tornavam-se um só rumo sul.
Se ao norte a planície era verdejante e úmida, ao sul ela se tornava uma savana, aonde o búfalo corria em manadas e os grandes répteis viviam à beira rio. Havia um bosque perto do Lago, um pequeno bosque onde habitavam pigmeus. Eles viviam de modo selvagem, caçando os búfalos e as cobras, e dormindo sob a copa das árvores. Não travavam conhecimento dos centauros, que tampouco percebiam sua presença mais do que a de qualquer outro animal. Sabiam que nenhum pigmeu era jamais avistado à noite e a lenda que corria era que eles eram os espíritos das árvores velhas, que respiravam a luz do sol de dia para elas, e a noite compartilhavam sua energia para que elas sempre vicejassem. Por isso ele se chamava Bosque das Árvores Velhas. Elas tinham um brilho dourado como o capim da savana, e dourada era a pele dos pigmeus, refletindo o brilho do sol em suas gotas de suor.
Mas, era dia de Winal, e os centauros se reuniam na planície norte de Herak para celebrar a própria força e fertilidade em seus elaborados torneios, cujo Grande Vencedor era o rei do ano vindouro e o mais poderoso centauro de toda Malin. Ao menos por um ano. Essas disputas, que muitas vezes terminavam em contusões, ferimentos e ocasionais mortes, eram sagradas e fechadas a todos aqueles que não competiriam ou julgariam, com exceção dos anciãos e das centauras, que torciam por seus campeões e coroavam os vencedores com uma coroa de narcisos, uma honra incomparável.
O sol estava no centro do céu, já meio encoberto pelas nuvens, e a planície estava tomada de centauros, que aguardavam a chegada daqueles que disputavam a prova de velocidade, correndo os cem quilômetros que separavam a cidade-capital da planície. Aneleh podia vê-los todos, ansiosos, olhando para o horizonte a oeste. De súbito, seus ouvidos apurados captaram o intenso bater dos cascos e surgiram ao longe quatro deles, com as partes eqüinas brilhando com o suor e o esforço. A energia de sua luta pulsava a sua volta, e eles deixavam uma nuvem de poeira atrás de si, disputando palmo a palmo os metros finais. Por fim um deles, um grande centauro negro, atravessou entre as duas piras que sinalizavam a chegada, e empinou em triunfo. Aquela era a sua prova. Aneleh riu, dependurada no galho da goiabeira. Os centauros pareciam tão primitivos aos seus olhos, e, no entanto, guardavam tanta mágica dentro de si.
Agora começavam os preparativos para a grande prova de arco e flecha. Como era dia de Winal, nenhuma vida poderia ser tomada para a disputa, e os alvos, ao invés de pássaros, eram circunferências de madeira presas em postes há oitenta metros dos competidores. Estes postes estavam sendo perfilados cuidadosamente pelos juízes. Em meio a isso, os retardatários da corrida chegavam fazendo estardalhaço.
De súbito aconteceu uma agitação na tenda dos anciãos e duas pessoas disparam correndo em direção à floresta, encalçadas por centauros da guarda. Um dos fugitivos era obviamente um humano, o outro era menor, parecia...Um duende? Tão longe de suas terras natais? Aneleh arregalou os olhos e acompanhou-os em sua fuga alucinada, chegando cada vez mais perto da goiabeira onde estava escondida. De repente viu-os escalando rapidamente os galhos e os centauros embrenhando-se na floresta, numa perseguição infrutífera.
Um silêncio estranho seguiu-se então. Ao longe, ainda se escutava o galopar dos centauros pelo meio da floresta, mas nem sinal de vozes. Na planície, os preparativos continuavam, embora a indignação dos anciões fosse evidente.
- Pode pagar – Aneleh ouviu uma voz sibilante às suas costas – dez cobres pela sineta do ancião.
- Está certo, seu duende insano. – a outra voz tinha o sotaque urbano dos humanos de Turia – esses guardas vão correr daqui até Elanorel...
As duas vozes riram, sem aperceber-se de Aneleh, que virava, com a adaga em riste, para os dois intrusos em sua árvore. Árvore que ela mesma plantara, há vários anos, justamente com a finalidade de espiar as festas.
- Quem sois vós e o que fazeis aqui em Herak, em pleno dia de Winal? Poderia muito bem entregá-los para a guarda dos centauros...
Dois pares de olhos se voltaram em meio à folhagem, fitando-a com o olhar assombrado.
- Ora, ora – sibilou a primeira voz, pertencente ao duende – temos companhia.
- Permita-me, minha dama, sou Tchad Trevian e meu companheiro chama-se Felix. E como se chamará tão lindo par de olhos que fazem par com as flores mais belas da floresta? – o humano curvou-se numa reverência cortês. – mas pense, minha dama, o que ganharia em alertar os guardas? No entanto, se ficar em silêncio poderá desfrutar do prazer de nossa companhia, assim como desfrutamos da sua.
- Meu nome é Aneleh, Aneleh Adingankar, do reino élfico de Keltrin. E o que raios tu e teu companheiro fizeram ali embaixo? Porque os guardas não nos perceberam aqui?
- Tolos – Felix, o duende, riu e sibilou – estavam ocupados demais nos perseguindo para nos perceber aqui. Ninguém captura Felix, o Mago da Luz.
-Pois então, tu és um Ilusionista. Logo se percebe que sois dois gatunos. E que gostam de apostas.
- Sorte, acaso, tudo nas mãos de Lanah... – Felix riu, olhando para os céus – faça sua aposta, nós cobriremos.
Um desafio. Aneleh sorriu. Na planície os arqueiros centauros perfilaram-se de frente para o alvo, aguardando o início da prova. Todos estavam compenetrados, aljava carregada em suas costas, flecha preparada no cordão de seus arcos, prontos para atingir a mira perfeita. A platéia ovacionava ao longe. O centauro negro, vencedor da corrida, respirava devagar, recobrando suas forças, com a coroa de narcisos refulgindo em sua cabeça. Ele não seria o primeiro a atirar e parecia estar grato por isso. Outros centauros já estavam prontos.
- Certo. Vês o centauro ruivo, aquele mais próximo daqui? Talvez uns setenta, sessenta e cinco metros. Ele será o primeiro a atirar, e eu acertarei daqui com meu arco a sua flecha. Valendo cinco cobres.
- O quê? Vai acertar a flecha do centauro com esse seu arco curto? Essas flechas são mais rápidas que o som. Isso é proeza para um gênio ou...Ou um avatar. Não consegue isso não, elfinha. Não sem magia.
- Cinco cobres? – insistiu Aneleh – Ande logo, já vai começar o torneio.
- Cinco cobres. – disse Felix – vou ganhar dinheiro hoje.
Tchad soltou um resmungo. Fora limpo pela última aposta com Felix, e agora nem poderia participar desta. Também duvidava que a elfa fosse capaz de tal feito, mas com um elfo, nunca se sabe. Adoraria ver o Felix tomar uma lição.
- Nem no seu sonho mais desvairado... – resmungou Felix.
Aneleh se posicionou no galho e fez mira. Na planície, o centauro disparou. A flecha de Aneleh saiu zunindo em sua direção...Os dois ladrões fixaram o olhar em feroz expectativa. De fato, a flecha atingiu o alvo, cravou-se certeira na aljava de couro de búfalo do centauro, que deu um salto, assombrado por ter disparado uma flecha e ela cravar-se atrás de si. Os outros centauros riram e relincharam, rolando na relva, até perceber que a flecha dele havia atingido o centro do alvo, e aquela era outra.
- Bem, acho que o Sr. Duende me deve cinco cobres.
- Hey, isso não está certo. Você disse que acertaria a flecha do centauro ruivo.
- E acertei. Sua aljava está abarrotada de flechas, ou achas que eu me referia a flecha que ele disparou?
Tchad começou a rir. Aneleh também. Felix ficou vermelho, de seus olhos saía um olhar mortífero. Sua mão agarrou o cabo de seu espadim. Por fim ele deu de ombros, relaxou o punho e sorriu.
- Cinco cobres – ele estendeu as cinco moedas para Aneleh, que as pegou triunfante. Era realmente estranho um duende aceitar ser tapeado assim tão facilmente. Geralmente eles discutiam dias a fio. Esse ao menos tinha senso de humor.
- Aquele centauro ruivo está cravado pela sorte – disse Tchad, rindo ainda – pelo visto ganhou a competição.
- No entanto é melhor irmos, nossa goiabeira já chamou atenção demais e os pobres coitados querem celebrar a vida em paz. Qwert Poiuy Asdfg. – disse Aneleh
- Para onde?
- Ora, para Elanorel. No anoitecer de amanhã terá um banquete em Elanorel e eu não perco isso por nada nesse mundo. – Aneleh desceu agilmente da árvore e começou a acenar para eles. Eles se entreolharam.
- Vamos? – disse Tchad.
- A elfa falou banquete – disse Felix – isso quer dizer...COMIDA!!!
Os dois desceram apressados da árvore e seguiram Aneleh em direção à estrada que cortava a floresta.