• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

[L] [Largo Cavafundo][Protuberando]

[Largo Cavafundo][Protuberando]

Aqui está mais um conto que eu escrevi... por favor, leiam e comentem, mesmo que for pra xingar, eu quero saber o que vcs estão pensando...

Boa leitura!

"

protuberando.jpg


Deparou-se, de repente, com uma protuberância. Não em seu braço ou no pudim de pêssego que comera no jantar, mas no teto de seu banheiro, mais precisamente em cima do boxe. Tomava banho de noite, como todos os dias, após chegar em casa do trabalho, quando percebeu o pequeno círculo levemente saliente. Não devia ser maior que uma uva itália, e não se sobresaia do teto mais do que uma espinha do nariz de um adolescente.
Ele olhou torto para a eminência branca (e umida por causa do vapor d’água), mas no primeiro momento a ignorou, acreditando que não se tratava de nada muito mais grave que uma reação com as gotículas de H20 que pingavam do teto, apenas para voltar a evaporar e ir parar no teto até o momento em que pudessem gozar do descanso eterno no fundo do ralo, junto aos fios de cabelo de todos os moradores do apartamento desde 1983 e as células mortas e apodrecidas da pele de um solteiro em processo de envelhecimento. E durante a semana que seguiu, ele sequer lembrou do acontecimento, e por algumas semanas mais, até que mais uma vez viu a saliência.
Agora ela tinha o diâmetro de uma maçã, e a profundidade de um prato de sopa. Cutucou. A protuberância afundou no meio, mas certamente não estava oca. Havia algo lá dentro, algum tipo de líquido. Mas também havia algo mais, que ele não conseguia saber o que era... algo que impedia seu dedo de afundar a ‘bolha’ totalmente. Algo que o deixou curioso, já que o líquido poderia ser simplesmente água. Mas ele não podia passar todo o seu dia nu, debaixo do chuveiro, se indagando sobre uma bolha no teto, e assim ele deixou de mirar a abnormalidade, mas não de filosofar sobre a sua natureza e origem.
A bolha passou a ocupar grande parte de seu tempo. No trabalho, seus pensamentos divagavam de suas tarefas para o estranho fenômeno acontecendo bem ali, no teto de seu banheiro. Inventava, deduzia e calculava possíveis motivos para o seu aparecimento repentino, julgando coisas que fizera diferentemente para ela surgir, ou se o tempo seria o fator por trás de tudo aquilo. Se ela haveria de desaparecer sozinha, ou se ele haveria de fazer algo para que aquilo deixasse o teto de seu boxe e parasse de importuná-lo.
Após mais alguns dias ou semanas, conforme a protuberância continuava crescendo, ele percebeu que, quando as gotinhas de água que se formavam no teto a partir do vapor escorregavam para o centro da bolha, elas eram absorvidas pela fina membrana que permanecia do antigo teto sólido e grosso. Cutucou a eminência uma vez ou duas mais, e percebeu um crescimento estranho no conteúdo dela: não apenas no tal líquido, mas também no ‘algo mais’ sólido que há tempos o incomodava.
Passados alguns meses, quase um semestre inteiro, teve que começar a abaixar para tomar seu banho, além de mover o chuveiro para que a bolha não fizesse isto sozinha. Seu tamanho aproximava o de uma melancia, e ela se alimentava de mais e mais água, diminuindo a qualidade dos banhos diários do proprietário da casa, do banheiro e, pelo jeito, da própria bolha, que se indagava se o teto aguentaria o peso crescente da estranha anomalia. Foi quando aconteceu.
Ele se desnudava calmamente, preparando-se para tomar seu banho após voltar de um especialmente cansativo dia de trabalho. Como sempre, observava a anormalidade que pendia do branco teto, quando percebeu uma mudança. Ao invés de o centro da bolha absorver a já corrente água do chuveiro, ela liberava um líquido de seu interior, não em gotas mas no formato de um fio incessante de alguma coisa. Notou as bordas da empola, onde esta se juntava com o ainda regular teto, e notou rachaduras pequenas mas em grande número. Era possivel notar que elas aumentavam lentamente.
De repente, ele ouviu um barulho estranho, como o que se ouve quando a roupa de alguém sofre um rasgão, e posicionou-se no canto do boxe, instintivamente: assim, ele estaria longe de qualquer coisa que pudesse acertar sua cabeça durante uma possível queda, mas perto o suficiente para agir se houvesse a necessidade. E houve. O barulho que ele ouvira alguns instantes antes era o resultado da junção de todos os mini-rasgos que ele vira antes. E a bolha desabou.
Num rápido reflexo, esticou os braços e endureceu os pulsos, pronto para segurar o que estava caindo. Sentiu a membrana branca (pelo menos do lado de baixo, pois na parte superior desta a coloração era levemente rosada) escorregar por entre seus antebraços, vindo a cair sobre os azulejos amarelos do chão e cobrir o ralo. Imediatamente depois, sentiu cair sobre si um líquido oleoso, de cheiro salgado, que o acertou do cabelo aos pés. E com este líquido, caiu mais algo. O algo. Não tinha mais de cinquenta centímetros, e apareceu primeiramente como um borrão cor-de-rosa em queda. Mas foi apenas quando ele havia se estabilizado nos braços do assustado espectador desta bizarra contemplação, e quando este segundo havia livrado seus olhos do nojento líquido, que ele pode perceber o que segurava.
Apoiado nos seus braços, encostado no seu peito, estava um bebê. Rosadinho, fofinho, pequenininho, nojentinho. Felizmente a ainda cadente água do chuveiro cuidou de limpá-lo, pelo menos um pouco. Seus gritos agudos eram irritantes como o arranhar de um quadro negro, mas a visão um tanto milagrosa fez com que o portador da criança ignorasse este fato. Os poucos cabelos do infante eram claros, e em seu rosto cheio e redondo estavam dois olhos brilhantes como vidro. O seu nariz de batata se mexia levemente, acompanhando sua respiração, e sua boca vermelha era linda, mesmo aos berros. Sua barriga mostrava um umbigo saliente como a protuberância do teto estava na primeira vez que fora avistada. E... era um menino.
Levou o bebê até o quarto e o deitou na cama, ao lado dele mesmo. E dormiu, totalmente molhado, com um rombo no teto do banheiro e um nenê ao seu lado.

"
 
Tá legal, Largo!!

mas é o tipo d conto q t deixa querendo saber + , vc ñ consegue se contentar com o q ficou sabendo, vc quer saber o resto, o como, porque, depois....

(se bem q essa provavelmente era a sua intençao :aham: )
 
_Niphredil_ disse:
Tá legal, Largo!!

mas é o tipo d conto q t deixa querendo saber + , vc ñ consegue se contentar com o q ficou sabendo, vc quer saber o resto, o como, porque, depois....

(se bem q essa provavelmente era a sua intençao :aham: )

Com certeza era :D

Eu acho que um conto sobre um acontecimento tão bizarro quanto este não pode explicar muito, ou o conto perde um pouco do elemento estranho... se vc soubesse por que isto aconteceu, seria tão esquisito?

Quanto ao depois, nao tinha o que dizer! E o ultimo paragrafo tambem era pra contribuir pra estranhice...
 
liteeliniel disse:
Nossa Largo, q história estranha!! Vc tah dizendo q o teto teve um filho??? :o?:

Estranha, com certeza, essa era a idéia :lol:

Err... pode-se dizer que sim... ou então foi o próprio homem que teve um filho, já pensou nisso? :?
 
Gostei muito da sua historia largo, um conto bem interessante, acho que tem um moral nessa hiostoria mas eu nao entendi, mas ficou bom, apesar de eu nao ter entendido o que vc quis passar... bem talvez eu tenha entendido, mas ai vc nao passou o que eu acho que vc poderia passar, logo eu estou viajando numa coisa que nao precisa de viagem, então me explique.
 
Uma palavra pra definir esse conto: surreal. :eek:

Mas ficou maneiro! Bem escrito e desenvolvido... eu ainda vou inventar um significado pra isso. Um dia desses vou me ocupar dando significados metafóricos e simbólicos pra essa história, ocupar minha mente que nem o carinha do conto fez. :mrgreen:

Ou vai ver que essa era a intenção... :roll:
 
Aurus_DragonFist disse:
acho que tem um moral nessa hiostoria mas eu nao entendi


Então releia, e se entender me conte pq eu nao vi moral nenhuma! :lol:

Foi um conto que eu escrevi por escrever mesmo, pra ser estranho e inutil...
Mas acho que tem algo pra se tirar dele.. sei la... quem espera sempra alcança...? :tsc:

Ristow disse:
Ou vai ver que essa era a intenção... :roll:

Err... isso! :lol:
 
Largo Cavafundo disse:
Err... pode-se dizer que sim... ou então foi o próprio homem que teve um filho, já pensou nisso? :?

O teto era o útero do homem? :lol: 8O :D

Tipo, ficou legal, pq fiquei na maior expectativa pra saber o que era a protuberância. Mas que ficou bizarro ficou =P
 
Acho que você anda lendo muitos livros do Stephen King! :lol:

Mas sério, ficou muito legal seu conto! Parabéns!
 
Laurelin Vox disse:
O teto era o útero do homem? :lol: 8O :D

Tipo, ficou legal, pq fiquei na maior expectativa pra saber o que era a protuberância. Mas que ficou bizarro ficou =P

Sei lá, era? Vc me responde :obiggraz:

A idéia principal era causar uma expectativa, mesmo... e a quebra da tal era o 'Grand Finale'...

Sméagol disse:
Acho que você anda lendo muitos livros do Stephen King! :lol:

Na verdade, só li um continho naniquinho dele na minha vida :D :obiggraz:
mas parece que isso foi um elogio, então eu agradeço...


Agora eu tb quero achar um significado pro conto :tsc:
 
Largo, fiquei curiosa com uma coisa: tem alguma coisa a ver o cara ser solteiro e, ao que parece, não muito jovem?
 
Swanhild disse:
Largo, fiquei curiosa com uma coisa: tem alguma coisa a ver o cara ser solteiro e, ao que parece, não muito jovem?

Nao sei direito..

Enquanto eu escrevia o conto, eu achei que era necessario explicitar isto, e que isto era importante pra historia... mas nao sei exatamente explicar o por que. Mas sim, tem a ver...
 
Outra coisa que eu notei também é que o cara parece que gostou da criança. Veja como você descreveu o bebê:

Apoiado nos seus braços, encostado no seu peito, estava um bebê. Rosadinho, fofinho, pequenininho, nojentinho. Felizmente a ainda cadente água do chuveiro cuidou de limpá-lo, pelo menos um pouco. Seus gritos agudos eram irritantes como o arranhar de um quadro negro, mas a visão um tanto milagrosa fez com que o portador da criança ignorasse este fato. Os poucos cabelos do infante eram claros, e em seu rosto cheio e redondo estavam dois olhos brilhantes como vidro. O seu nariz de batata se mexia levemente, acompanhando sua respiração, e sua boca vermelha era linda, mesmo aos berros.

E ainda por cima era um menino e o cara foi dormir em seguida. Dá para pensar em várias coisas aí...
 
Swanhild disse:
Outra coisa que eu notei também é que o cara parece que gostou da criança. Veja como você descreveu o bebê:

Apoiado nos seus braços, encostado no seu peito, estava um bebê. Rosadinho, fofinho, pequenininho, nojentinho. Felizmente a ainda cadente água do chuveiro cuidou de limpá-lo, pelo menos um pouco. Seus gritos agudos eram irritantes como o arranhar de um quadro negro, mas a visão um tanto milagrosa fez com que o portador da criança ignorasse este fato. Os poucos cabelos do infante eram claros, e em seu rosto cheio e redondo estavam dois olhos brilhantes como vidro. O seu nariz de batata se mexia levemente, acompanhando sua respiração, e sua boca vermelha era linda, mesmo aos berros.

E ainda por cima era um menino e o cara foi dormir em seguida. Dá para pensar em várias coisas aí...

Ah, com certeza :D essa era uma das coisas principais! O cara passa meses se irritando com a tal bolha e no final sai aquilo, aquela coisa que nao tem como nao amar (pelo menos pra ele)!

E o ultimo paragrafo, como eu ja disse, era sim essencial... eles irem dormir era o extremo do que eu disse acima... nao importa mais nada, o ruim passou e ele quer aproveitar...
 
Bom, não vou te tirar o prazer de achar um significado para a história. :obiggraz:

Mas uma coisa que eu lembrei quando li o final foi do final do 2001 (o livro). Não acho que tenha a ver, mas foi uma das idéias que me ocorreram.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo