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[L] [Kim Wil-dor][Mudanças de Hábito]

Kiwi

mi perna está jodida.
[Kim Wil-dor][Mudanças de Hábito]

É um conto que escrevi na sétima série ... meio (meio!?) auto-biográfico ...
Sei lá, já não gosto tanto dele. Whatever. Tive coragem de escrevê-lo. E agora de postar aqui.


Mudanças de Hábito

Eu sempre fui um garoto deslocado. Um caso perdido, pois todos mudavam, menos eu. Isso dificultava minhas amizades.
Desde que me lembro, sempre gostei de aparecer, de ser reconhecido, mencionado. Fazia caretas para todas as câmeras, e hoje me arrependo de não ter uma foto descente para mostrar.
Bom, acontece que, não sei por que, mas demorei para mudar. Já pessei várias situações constrangedoras das quais meus amigos me lembram até hoje. Quando todos os meus amigos começaram a trocar pokémon por playboy, eu me senti perdido. Mas não tinha ninguém para brincar de heróis ou para discutir o novo episódio de pokémon comigo.
Foi uma bela duma crise e eu não tinha mais uma turma. No colégio novo, todo um novo mundo se abria. Todos estavam lá, companheiros da próxima (às vezes até da minha) série, se beijando e agarrando ali, bem ao nosso lado.
Eu comecei a entrar nesse mundo. Depois de um tempo, comecei a me masturbar e, nossa (!!), com freqüência!
Eu tava re-conquistando minha turma e estávamos iguais. Exceto pelo fato de que, entre todos nós, eu era o que tinha menos chance. Aliás, chance de que?
É verdade nenhum de nós sabia. A gente estava mudando e as meninas começavam a nos interesar, mas no que nos interessavam? Sexo? Nós não queríamos sexo, pois tínhamos o medo de fracassar, não estarmos prontos ou mesmo vergonha do tamanho e aparência das...coisas. Afinal de contas, nós não estávamos prontos, apesar de nos dizermos prontos. Bom, a verdade é que nós queríamos ser iguais aos mais velhos, ou seja, nunca estávamos prontos, pois sempre haveria um próximo passo à ser seguido, até o dia de nossas mortes. Para nos igualar, eu dizia gostar de algumas garotas, algumas amigas que seria interessante....... fazer algo. Por isso, pensávamos nas nossas amigas mais maduras e atraentes, pensando se elas saberiam o que deveríamos fazer. Todos diziam, mas eu me perguntava se eles gostavam o mesmo que eu, se eles fingiam ou se eles realmente eram afins.
Apaixonados? Amor? Será que algum de nós sabia o que era isso??
Bom, por mais que eu me masturbasse, eu ainda me sentia deslocado, pois eu ainda era diferente, eu ainda era uma criança e aqui, tudo era motivo de piadas ou críticas.
Mas, o que fazer?
Teve um ponto em que entrei em crise, mesmo, o mundo não me aceitaria como uma criança de 11,12,13 anos.
Foi aí que me apaixonei pela primeira vez, de verdade. Ela era meu motivo de continuar vivo, ela me fazia sentir bem, não sei, sei lá, ela me atraia. E parecia ser a resposta para todas as minhas perguntas; meus problemas. Não sei explicar bem. Mas daí, ela não gostava de mim. Hum, isso doeu. Não literalmente, não era como se alguém tivesse me dado um mutto no estômago, naturalmente, mas foi um sufoco, um aperto. Minha tentativa mesmo, frustrada. Que decepção! Não só por isso, ela significava muito pra mim, e eu nem conhecia ela direito... Mas acontece que ela me rejeitou, bonito, formalmente, mas me rejeitou, todos me rejeitaram. Então, depois de me deprimir (sério) mesmo, depois de um tempo de sofrer- - não estou exagerando... - - (mais tarde fui descobrir que isso tem um nome: doença emocional, quando seus sentimentos estão mais do que feridos, estão doentes, de cama, literalmente, miseráveis), depois de tudo isso, eu mudei. Eu me tornei um cara mais maduro e resolvi não apanhar mais, eu procurei novos amigos e me re-haver com antigas amizades. E eu desencanei daquela garota, eu a superei.
Tempo depois, todos estavam ficando (quase todos, eu e minha turma ainda não tínhamos ficado, mas pelo menos eu não sentia necessidade disso, eu não precisava) e agora havia maconha para todos os lados. Todos haviam se tornado manos, minas, malucos (alguns literalmente). E isso até me assustou no começo. Como? Quando? Onde? Havia uma certa pressão para isso e, bem, isso eu também superei. Nunca tive curiosidade e , confesso que até hoje, nunca botei um cigarro na boca, nem apagado, e a única coisa que cheirei foi Vic Vaporung. Nunca tive curiosidade. Acho interessante e tudo mais, não sou contra e nem à favor. Claro que me senti deslocado no começo, mas logo conheci outra garota ( e que garota...!), por quem desenvolvi uma rápida e forte amizade. E então descobri que ela gostava de mim. Ela gostava de mim. Ela gostava de mim. Ela gostava de mim. Ela gostava de mim!! Então .... eu comecei a gostar dela. No começo (acho que até hoje), todos me criticavam e enchiam o meu saco. Aliás, diziam coisas desagradáveis. Mas nem liguei e fui em frente, beeeeeem em frente. Acontece que hoje eu estou namorando ela. Foi tudo ao seu tempo e eu entrei nesse relacionamento quando me senti preparado, confiante, quando perdi o medo de fracassar, quando parei de ligar para o resto do mundo. No começo, quando eu fiquei sabendo que ela gostava de mim foi um choque. Alguém gostava daquele cara que fazia careta nas fotos (ainda tenho medo da idéia da minha mãe mostrando um álbum lotado desse tipo de fotos para Ela, ou de algum amigo meu entrar correndo na sala gritando sobre as minhas situações constrangedoras e minhas mancadas esse cara legal enfiando a língua na sua boca e passando a mão na sua bunda já abaixou as calças na frente de uma menina quando tinha 5 anos! Que demência!!)...
Mas houve toda uma preparação para isso e hoje me sinto bem; masturbação não tem mais graça e eu descobri o que é amor (bom, pelo menos tenho quase certeza de que sim...). Posso dizer que foi tudo que eu sempre quis e que tudo pelo que passei valeu a pena, afinal, por que não?. Tenho certeza de que ainda tem muitos passos à serem seguidos, mas eu não me importo mais. Não tenho mais pressa, let it be. Tudo ao seu tempo.

(teoricamente, agora, eu escreveria O FIM;, mas acho que isso eu não posso fazer. O COMEÇO de que? Acho mais justo dizer...)


...continua...
 

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