[Kementari][Suicídio Persa]
Suicídio Persa.
Hoje volto a ser fantasma. Sei agora pois disso já não mais me lamento. Esqueci onde viviam as minhas esperanças, suas bases se esvaíram. E minha melancolia se transforma em vazio, não mais em solidão. Faltam-me as lágrimas e as alegrias, e ao néctar falta sabor.
Não existe bálsamo, pois já não existe chaga. E hoje me descubro, como muitos já antes de mim haviam feito. Caem as pétalas, em musical harmonia duvidosamente homicida. Deito-me em sangue e já não espero. Por muito esperei, e por muito vivi.
Sentimento vil, causa e alívio de minha tormenta, afasta-te e cala-te. Aprende a amar o imutável, e assim o torne instrumento da tua vontade. Ilusão é a minha tormenta, e para só aqueles que não a sentem. Ilusão é o meu sentimento, que enrubesce o vazio e nos canta o eco, em verdade nossa própria voz. Inusitadamente inevitável.
Hoje volto à terra, e deixo os homens, pois já não mais celebro o presente, tampouco o condeno. Hoje me junto aos fantasmas, e os celebro mesmo em total obscuridão.
Alísia brisa, amarelo domingo em vermelhas folhas de jardins secretos. Deito-me em outono e já não espero. Minha poesia se foi com o vento, e eu não percebi.
Não mais me atormentam quaisquer dúvidas, e minha condição se tornou um paradoxo. E a angústia da certeza já não dói quando se sente, pois se agora é o próprio paradoxo.
Hoje me confundo com o crepúsculo, e já não me sinto mais.
************************************
Tentando voltar a escrever...
*Kementari ao som de David Bowie - Rock'N'Roll Suicide*
Suicídio Persa.
Hoje volto a ser fantasma. Sei agora pois disso já não mais me lamento. Esqueci onde viviam as minhas esperanças, suas bases se esvaíram. E minha melancolia se transforma em vazio, não mais em solidão. Faltam-me as lágrimas e as alegrias, e ao néctar falta sabor.
Não existe bálsamo, pois já não existe chaga. E hoje me descubro, como muitos já antes de mim haviam feito. Caem as pétalas, em musical harmonia duvidosamente homicida. Deito-me em sangue e já não espero. Por muito esperei, e por muito vivi.
Sentimento vil, causa e alívio de minha tormenta, afasta-te e cala-te. Aprende a amar o imutável, e assim o torne instrumento da tua vontade. Ilusão é a minha tormenta, e para só aqueles que não a sentem. Ilusão é o meu sentimento, que enrubesce o vazio e nos canta o eco, em verdade nossa própria voz. Inusitadamente inevitável.
Hoje volto à terra, e deixo os homens, pois já não mais celebro o presente, tampouco o condeno. Hoje me junto aos fantasmas, e os celebro mesmo em total obscuridão.
Alísia brisa, amarelo domingo em vermelhas folhas de jardins secretos. Deito-me em outono e já não espero. Minha poesia se foi com o vento, e eu não percebi.
Não mais me atormentam quaisquer dúvidas, e minha condição se tornou um paradoxo. E a angústia da certeza já não dói quando se sente, pois se agora é o próprio paradoxo.
Hoje me confundo com o crepúsculo, e já não me sinto mais.
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Tentando voltar a escrever...
*Kementari ao som de David Bowie - Rock'N'Roll Suicide*