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[L] [Itarillë][O Demônio que Corrompe Todos Nós]

Itarillë

Usuário
[Itarillë][O Demônio que Corrompe Todos Nós]

Prosa em versos; mais um fluxo de consciência.

É apenas a primeira parte, vai ter continuação.

PS: Todo o conteúdo do texto é ficção. Nada de ficar pensando "Olha, a avó da Ita fez isso e aquilo" só porque o texto está em 1a pessoa, porque a personagem é totalmente fictícia.

O Demônio que Corrompe Todos Nós

Estou triste.
Briguei. Com a minha mãe.
Ela é muito dramática!
E rancorosa.
Não quer saber.
Nem perdoar.
Acha que tem que vomitar tudo e acabou.
Que eu não posso nem me defender!
“Sou sua mãe”, ela diz.
Como se ser mãe fosse desculpa para sempre ter razão.
Tudo por causa de dez reais!
Eu até que quis dar eles de volta
Mas ela não aceitou, dizendo:
“Se precisar, eu pego.”
E eu, a boba, pensei que ela havia perdoado.
Mas hoje de manhã, sem mais nem menos,
Ela veio e me cobrou tudo.
Jogou tudo na minha cara,
Só porque o dinheiro foi embora rápido.
“Por que não aceitou quando eu te ofereci?”,
Eu perguntei,
“E agora fica jogando tudo na cara?”
Ela veio com um papo muito sem noção
E quando fui replicar,
Disse que a magoei.
Que a deixei triste.
Que estraguei seu dia.
Mas quem começou?!
Eu tentei me redimir;
Quem não perdoou foi ela.
Mas com tanta chantagem emocional
Pensei: “De quem é a culpa?”
Fiquei pensando se eu não era mesmo a megera egoísta que ela pintou.
E agora pergunto novamente: de quem é a culpa?
 
Ka Bral o Negro disse:
Prosa em verso. Poema Modernista.

Feita outra belissíma história
de uns versos e pensamentos
(Lamentos d'outra memória)...

Sem escória, sem choro,
que ouro recobre uma mente.
E dela faz surgir mais versos;
reversos e belos, simplesmente.
 
Skylink, o tópico é meu! :lol:

Aí vai a segunda parte (mais o último verso da primeira, para fazer a ligação entre uma parte e outra):

E agora pergunto novamente: de quem é a culpa?
Dela, que exagera tudo?
Minha, que não deixei nem minha própria mãe ficar com 10 paus
E exigi eles de volta?
Do meu pai, que não dá valor a ela e deixou seu copo transbordar em mim?
Da minha avó materna, que bateu tanto na minha mãe
Que a deixou traumatizada?
Do meu avô, que a detestava
E que casou com ela só por causa duma barriga?
Da minha bisavó, que foi mãe solteira
E amante de homem casado?
E que negligenciou minha avó para ter homens
Deixando-a assim revoltada?
Da minha tataravó, que batia mais na minha bisa
Do que sua neta bateria na minha mãe?
E que nem a ensinou que homens casados se aproveitam de mocinhas ingênuas de 16 anos,
E depois de terem suas purezas, as largam,
E que isso pode, indiretamente, afetar gerações posteriores,
E agora, depois de uns 65 anos,
Estar afetando outra mocinha de 16 anos
Que sou eu?
E que não engravidei (pelo menos até agora)
Mas sofro pelos erros de meus antepassados?
Ou a culpa é da minha avó paterna,
Que mimou demais o meu pai
E fez dele esse cheio-de-razão que é hoje?
Ou a culpa é do meu avô, pai dele?
Ou é da minha outra bisavó, que praticamente abandonou os 13 ou 14 filhos
Tanto que chegou até a botar todos num orfanato
Só pra poder viajar sosegada pro país de origem?
Ou é dos meus tataravós, que a obrigaram a casar com um homem bem mais velho
Aos 10 anos de idade, tendo que parir um filho por ano
Com um marido que batia nela?
E depois, só pra vir ao Brasil e continuar penando
Até a morte do marido?
Ou é da minha avó paterna (novamente), que casou só pra não ficar pra titia
Só porque a sociedade considerava mulher solteirona um "aleijão social"?
E até hoje é quase uma empregada dele,
O qual a trata tão mal como se fosse a um cachorro?
Uma coisa é certa:
Não é culpa da minha bisavó, mãe da minha avó paterna.
Pois ela casou sem ser obrigada,
E sem ser amante de ninguém.
Sem largar os filhos só pra ter namorados por aí,
Sem ser maltratada pelo meu bisavô, marido dela.
Deu uma boa educação pros filhos (até onde eu sei).
E eles até que aproveitaram bem,
Pois minha tia-avó casou bem
E teve 4 filhas que, se hoje são fofqueiras
A culpa não é da mãe delas.
(Minto; apenas três, pois uma delas morreu há mais de dez anos.)
E meu tio-avô era um chato, mas nunca deixou crianças por criar pelo mundo afora, pelo que eu saiba.
E não chegou a casar.
Só teve uma namorada durante muitos anos,
Eles desmancharam não sei por quê,
Mas tenho certeza de que ele não a deixou com uma criança
No colo pra criar sozinha.

Off: ainda não acabou.
 
Eu sei, tava só brincando. :mrgreen:

A última parte:

Será que a culpa é de todos eles?
Ou de ninguém?
Ou dos meus antepassados, que porventura educaram mal meus tataravós?
Se for indo assim, vou acabar jogando a culpa
Em Adão e Eva.
A culpa, afinal, é de quem??
A culpa não é de ninguém.
É só dela mesma.
Nós seres humanos somos apenas fruto
Do que o mundo nos oferece.
Somos todos inocentes.
A culpa é da própria Culpa
Ela, e somente ela, tem culpa por existir.
E só existe porque temos o impulso de jogar os erros nas costas dos outros.
E porque a culpa é fruto do rancor,
Pois seria logo apagada
Se o perdão predominasse
E o arrependimento também.
Se estivéssemos dispostos a perdoar, e esquecer
Definitivamente tudo que nos fizeram,
E se tivéssemos capacidade de virarmos
Totalmente as costas aos nossos erros e nunca mais os desenterrássemos,
Seria bem mais fácil minha mãe
Aceitar os 10 reais
E esquecer todo o resto,
Independentemente do que ela passou.
E aí tudo ficaria bom
E a culpa cessaria,
E eu não precisaria escrever toda essa baboseira
E ocupr o tempo de quem está lendo.
























Agora sim, eu gostaria de agradecer o pessoal que leu (até o Ka Bral :mrgreen: ), e principalmente o mini-poema do Sky! Adorei! :grinlove:

PS: Não liguem pro final do texto! :lol:
 

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