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[L] [Itarillë][Fragmento de uma mente]

Itarillë

Usuário
[Itarillë][Fragmento de uma mente]

Oi pessoas, meu primeiro texto por aqui.

Gosto de usar bastante fluxo de consciência, embora eu tente organizar mais o texto, ao contrário dos modernistas que gostavam de usar o recurso também.

O texto está quase todo em um único parágrafo de propósito.

Ah, comentem! Nem que seja pra meter o pau, mas de maneira construtiva tá...


Fragmento de uma mente

No meio da aula, a Cristiane veio me oferecer uma bolacha de leite. Ela senta ao meu lado. Muito boa aquela bolacha. Mas dali a alguns minutos me deixou com um gosto azedo na boca. Sabe, aquela coisa de resíduo de comida “em decomposição”, que você tem que tirar escovando os dentes senão fica ruim pra caramba? Putz, e eu não havia levado escova pra faculdade. E agora, aquele gosto ruim na boca? Sem contar o bafo desagradável que fica. Bafo de leite. E as gatinhas, quando filhotes, tinham bafo de leite de gata. Coitadas, não podíamos ficar com elas. Já com sete meses de idade, podiam engravidar. Mas a gente ia ficando. Ia, sabe. Muita pena. Elas podiam morrer, e era bem provável que isso acontecesse mesmo, já que eram tão mansinhas. Tem gente que não ta nem aí. Eu estou. Meu pai também. Quando minha mãe disse que queria jogá-las no Horto Municipal, ele não quis. Disse que elas eram duas inocentes. Como jogar aquelas bichanas na rua? O mais engraçado é que naquele dia eu fiquei com mais pena ainda das pobres. Imaginei, quase sentindo, o medo delas ao se depararem na rua pela primeira vez, elas dali há algum tempo mortas, o sangue que já havia sido de duas gatinhas esparramado no chão... e aí pensei que, nesses momentos, as pessoas têm mais pena dos bichos do que de gente. Meu pai, por exemplo. Gosta mais daqueles bichos do que de mim, ou da minha mãe. Ouve quando eles miam, dá comida, mas a mim ele não ouve. Sempre ignora. Eu disse uma vez que tinha direito de me expressar, mas ele disse que não, que não sou gente, eu sou uma pirralha, que preciso crescer e ver muita coisa ainda. Será que ele, aos 44 anos, é tão extraordinário assim a ponto de não poder me ouvir? Se considera mais que as funcionárias, que os familiares, que todo mundo. Será que a idade, algo sobre o qual não posso escolher, significa tanto assim? Um gato, bonzinho e macio, mas um gato, vale mais do que eu.

Na aula de Literatura, enquanto o professor falava de Política, sem motivo algum, escondi o rosto e chorei.
 
Concordo com vc Gaerwen parace eu pensando...

Mas vc tocou em um assunto que é um ferida em mim,abandonar gatos ou outros animais,eu tive que fazer isso com uma ninhada,pq ninguem quer gato né?até hoje lamento por isso....e por incrivel que pareça eu penso assim um pensamento levando outro tudo meio bagunçado mas arrumado na minha mente entendeu?
 
Obrigada Etuerpe e Gaerwen! :D

Eu também tive que abandonar gatinhos... e foi triste. Só espero que tenham sobrevivido.
 
Seu texto é mto real, e exatamente a forma q pensamos.
As vezes eu fiko me questionando como nossas mentes podem ser tao complexas.
Parabens!
 
Hanna Elawnë disse:
Seu texto é mto real, e exatamente a forma q pensamos.
As vezes eu fiko me questionando como nossas mentes podem ser tao complexas.
Parabens!

Obrigada Hanna ;)

E o pior é que a gente só usa 10% de nossa capacidade cerebral! :mrgreen:
 

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