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[L] [Idril Nénmacil][Crônicas poéticas de uma vida]

  • Criador do tópico Criador do tópico Idril
  • Data de Criação Data de Criação

Idril

Usuário
[Idril Nénmacil][Crônicas poéticas de uma vida]

Vou colocar aqui algumas poesias que eu escrevi em italiano e romanesco (com traduções em português) que falam de momentos bons, ruins, felizes, tristes, etc. da minha vida.

Aliás, não digo momento nenhum que sou eu nas poesias, justamente para dar um ar de "coisas que ocorrem em nossas vidas", ou como o título do tópico sugere: "Crônicas poéticas de uma vida".

Colocarei sobre o que cada poema está falando, sementrar em demasiados detalhes. :wink:

Vou postar dois ou três por dia, dependendo do meu humor para selecionar os melhores e do mesmo humor para escrever algo.

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Vamos ao primeiro, chamado de "26 Maggio", ou "26 de Maio", que eu escrevi em italiano apósreceber, por telefone, uma notícia triste sobre uma colega minha :


Tu, cosa mi racconti questa mattina?
mi porti belle notizie
o mi porti il buio e l'amarezza
perchè non hai niente megliore da dirmi.

La colpa non è tua, lo so
la colpa non è di nessuno
quando il vento viene forte
oppure quando esso viene senza forza nessuna.

La colpa non è mia
se il vento ci toglie tutto,
infatti tutto che abbiamo conquistato
lotando insieme giorno poi giorno.

Davvero la colpa non è di nessuno
se la pioggia ci viene pian piano
mettendo la paura nei nostri cuori,
o anche la felicità.

Se chiudo i miei occhi,
posso sentirla, posso vederla
come se lei fosse ancora qui
con me.



Tradução em português:


Você, o que me conta nesta manhã?
Me trazes belas notícias
ou me trazes a tristeza e a amargura
porque não tens nada melhor para me dizer.

A culpa não é sua, eu sei disso
a culpa não é de ninguém
quando o vento vem forte
ou quando ele vem sem força alguma.

A culpa não é minha
se o vento nos tira tudo,
de fato, tudo que tivemos conquistado
lutando juntos, dia após dia.

Sem dúvidas, a culpa não é de ninguém
se a chuva nos chega lentamente
botando medo em nossos corações,
ou também a felicidade.

Se eu fecho os meus olhos,
posso sentí-la, posso vê-la
come se ela ainda estivesse aqui
comigo.
 
Segue a segunda, logo em seguida, cujo o nome é : Perchè Perchè", ou "Por que, Por que".

Essa eu escrevi hoje, já fala sobre um momento totalmente depressivo e cheio de incertezas- até chega a parecer que eu estava bêbada ao escrever tal poesia.


Perchè, perchè
tutte le notte sò neri pe' me?
"Le notte sò neri pe' tutti, cara".
Ahò, ma parlo su notte neri e messi ar buio!

Er buio, dolce buio pe' alcuni
nun è bello nè dolce pe' me,
perchè ho bisogno della luce
pe' vedè quanto sò nulla.

Oddio, quanto sò nulla!
Quanto sò 'na piccola stella ner cielo,
nell'infinito cielo azzuro
che me sofoca ad ogni giorno!

Ad ogni giorno è sempre la stessa storia,
la stessa vita, la stessa malinconia!
Vojo n'antra prospettiva per me
ma 'na che me porti dove che sia.

Lascio tutto più de 'na vorta
pe' tornà poi o prima
allo stesso punto dov'ero
allo stesso nulla dove mi trovo.

La solitudine è la mia mejò compagna,
ma perchè è sempre e solo lei?
Perchè nun può essere lui,
er dorce e bello amore?



Tradução em Português:



Por que, por que
todas as noites são negras para mim?
"As noites são negras para todos, cara".
Ei, mas eu falo de noites negras em meio ao lúgubre!

O escuro, doce escuro para alguns
não é belo nem doce para mim,
porque eu preciso da luz
para ver o quanto sou nada.

Ódio, o quanto sou nada!
O quanto sou uma pequena estrela o céu,
no infinito céu azul
que me sufoca a cada dia!

A cada dia é sempre a mesma história,
a mesma vida, a mesma melancolia!
Quero uma outra perspectiva para mim,
mas uma que me leve a qualquer lugar.

Largo tudo mais de uma volta
para voltar antes ou depois
ao mesmo ponto aonde estava
ao mesmo nada onde me encontro.

A solidão é a minha melhor companheira,
mas por que è sempre e somente ela?
Por que não pode ser ele,
o doce e belo amor?
 
Eu já tinha lido o primeiro, Idril, e realmente pensei em alguém que perdeu uma pessoa, um objeto, até mesmo seu lar em uma enchente... pode ser tanto isso quanto outra coisa... já o segundo eu achei mais solitário, receio de amar, talvez esperando por alguém... por alguém especial. Gostei, gosto de tipo de poesia da qual se pode ter várias visões diferentes, e as vezes até se identificar com as estrofes......... ficaram mto boas, tem bastante concordância tbm, meus parabéns :wink:
 
Tia Idril, vc escreve muito bem!! Quem me dera saber escrever poesias bem assim! ^^

O primeiro eu tb já tinha lido e ele me passa a impressão de alguém que perdeu alguém importante por causa do vento. O 2º tb tá mto bom, gostei!

Suas poesias são sempre meio tristes.... Vc tem alguma feliz?
 
Obrigada pelos elogios e epla paciência, gente! :wink:

Unedë: essas duas poesias tem essa essência de vários sentidos; acho isso legal, pois muitas vezes escrevo pensando em algo que se complementa com tantas outras coisas parecidas.

Mago: Tenho bastante, vou colocá-las aqui também - obviamente, seguindo o critério do tópico.
 
Menina, vc escreve super bem :grinlove: !

O primeiro poema realmente é muito bom mesmo, mas deve ser bem melhor de escutar declamado em italiano mesmo, língua com uma sonoridade íncrivel.

Tipo, as vezes, a gente se sente sufocado pelo nada mesmo, pela imensidão das coisas.
 
Primeiramente: muito obrigada pelos elogios! Fico feliz em saber que as duas primeiras poesias agradaram a vocês. :wink: :oops:

Agora, vamos a terceira, que eu escreverei aqui de improviso, pois me bateu uma inspiração momentânea que não posso deixar fugir.


La Forza dei Piccoli

Lasciamo l'amarezza andare via
...via,via,via, lontana da noi!
Ora mi è venuta la voglia,
la grande voglia da berciare...

... da urlare contro il cielo,
da berciare contro il vento,
da gridare contro il suono,
da silenziare contro il silenzio.

Adesso, pian piano,
guardo a me stessa,
sento la mia anima fervere
ma non mi lascio bruciare.

Perchè un sorriso di ciascuno
è la medicina meglio contro il dolore,
ed anche perchè sorridere
butta via tutta l'amarezza dei nostri cuori.

E tutto ciò
E' la forza dei piccoli,
che diventano grandi
davanti a questo mondo infame!


________________________________________________________

A Força dos Pequenos

Deixemos o amargor ir embora
embora, embora, embora, londe de nós!
Agora me veio a vontade,
a grande vontade de berrar...

... de uivar contra o céu,
de berrar contra o vento,
de gritar contra o som,
de silenciar contra o silêncio.

Agora, devagarinho,
olho eu mesma,
sinto minha alma ferver
mas não me deixo queimar.

Porque o sorriso de alguém
é o melhor remédio contra a dor,
e também porque sorrir
manda embora todo o amargor de nossos corações

E tudo isso
É a força dos pequenos,
que se tornam grandes
perante a este mundo infame!
 
nossa esta foi 1000.. adorei, vc escreve muito bem parabens :wink:
vc deveria tentar escrever texto vc ia se sair muito bem :D
 
Séculos mais tarde, Idril Nénmacil, A Lerda, resolve postar mais um poema.

Este é beeeeem monossilábico, deve ser devido o fato de que eu estava com sono na hora de escrevê-lo. :gotinha:

Primeiro, em italiano, depois, em português. Nada de romanesco dessa vez.


La Marea

Le onde se ne vanno
e ritornano
bruscamente o serenamente
nel mare.

L'infinità
azzura o verde,
la serenità
me sorpreende.

Ormai ci sono
sulla spiagia
a vedere la marea,
crescere soto i miei piedi.

Sento la brisa,
dolce...
e il sole,
a casttigare mia pele.

Serenità , pace,
i miei desideri
che ora
sono veri.




A Maré

As ondas se vão
e retornam
bruscamente ou serenamente
no mar.

A infinidade
azul ou verde,
a serenidade
me surpreende.

Neste momento estou
na praia
vendo a maré
crescer sobre os meus pés.

Sinto a brisa,
doce....
e o sol,
a castigar minha pele.

Serenidade, paz,
os meus desejos
que agora
são verdadeiros.
 
Todas são muito boas, mas Perchè Perchè chama a minha atenção... É como se esta angústia que o poeta sente se transportasse para quem lê sem deixar de ser a angústia do outro. Gostei mesmo! :roll:
 
Meus parábens,o primeiro concordando com a Unedë parece realmente que alguem perdeu um ent querido..

Eos outros são divinos tbm,vc sabe mesmo escrever em italiano e romanesco,que chique hein querida amiga

Eu nem em Português sei escrever :oops: mas tudo bem vamos empurrando com a barriga :lol:
 
Agradecendo aos elogio antes de mais nada: obrigada pela audiência e paciência para com a depressão descontinuada em 90% destas poesias.

Como vocês pediram, eis que trago mais poesias depressivas ou nem tanto assim para cá. Essa que eu posto hoje não tem nome e nem fou vertida para o italiano. Escrevi no começo do ano.


Eu busco no pálido frio
o calor que não podes me dar.
Eu busco no outono
a flor que não brota na primavera.

É melhor que seja assim
do que nada ser...
permancer aqui
numa descontinuidade frenética.

Vejo um sorriso em teus lábios,
mas não é o que eu quero.
Se os teus olhos brilhassem mais,
talvez eu não pudesse te querer.

O que eu não vejo,
eu posso ter
e o que eu sinto, não,
não posso querer.
 
Não vou comentar as escritas em italiano (apesar de me agradarem) pois não sei falar esse idioma.

Em termos das traduções, acho que suas experiências são muito boas, saindo do lugar comum de dor de cotovelo sertaneja. A melancolia realmente é transmitida, e sente-se uma empatia com o sofredor. Algo raro pois o egocentrismo de "poetas" nos remete a raiva e impaciencia normalmente (o que não acontece com POETAS... estes sim conseguem passar a dor e nos fazer simpaticos à dor, já que todos seremos acometidos da inquietação e da impotência que eles retratam)

O título também foi muito feliz e saiu do lugar comum e do vulgar - atiça um leitor mais exigente como eu. E como o desenvolvimento não foi pobre, manteve o interesse até o último poema.
 
Vc escreve mto bem!
Me surpreendo a cada nova poesia!
Vc consegue expor bem os seus sentimentos e nos identificamos com eles... Qdo vira a proxima?
 
Agradeço as críticas de todos novamente. É muito bom ver que o que eu escrevo agrada a vocês. :wink: :oops:

A próxima ainda está por vir, ando meio sem tempo pra entrar aqui e colocar algo novo. Mas prometo escrever uma nova em breve aqui.
 

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