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Prefácio

Se um dos soldados que atacaram a Fortaleza Cirni na época da Guerra Atlante vasculhasse o forte com atenção, encontraria uma casa que não fora usada como trincheira na batalha. Nesta casa veria uma coisa bastante incomum: um arpão de guerra de prata com coisas escritas. Esta língua, que hoje ninguém mais revela ser conhecida ou entendida, era a língua atlante. Nesta inscrição, poder-se-ia ver a seguinte frase:

Neun ov denoro
Heno ferti-juro
Di Nunin o Fátima
Nin joro mangiro
Escuido dordamo

Estas palavras hoje obscurecidas pelo tempo significariam:

Do Rei dos Mares
Este presente devoto
E Nunin e Fátima
Juntos alcançaram
O destino mútuo

Talvez este arpão fosse utilizado de novo quando eu, o historiador dos atlantes, o encontrasse na mesma casa em que fora deixado. Entretanto, ao toca-lo e reparar que poderia ser importante na busca pelos atlantes que empreendo há anos, desfez-se em pó.

Hoje, ao saber de toda a história, lembro que o arpão realmente me pareceu bastante belo, próprio de um rei. Mas quem poderia adivinhar isto, diante de tal importante descoberta: os restos do Forte? Nem mesmo o mais calmo dos arqueólogos não teria estado cheio da mais completa euforia ao ver os monumentais restos da batalha.

Quanto ao dono do arpão, me parece agora ser possível reconstituir a sua história, na medida do possível. É uma história triste, de sangue e luta, mas que merece ser contada.
 
Promete. Se passa em um cenário diferente e que me interessa muito, parece ser um épico bonito, tem uma introdução chamativa... Mas... É só isso, ainda falta o texto. Não vou avaliar ainda enquanto não ler os primeiros capítulos. Por ora, digo que o prefácio tá jóia, mas não gostei da última estrofe. Acho que você podia reestrutura-la melhor se tentasse. Espero ansioso para o restante do texto! =]
 
Concordo com o Melkor sobre o ultimo paragrafo. A estrutura dele destoa do resto. Fora isso o texto ficou bastante interessante, e me deixou ansiosa pra saber a historia :D
 
Comentário SdL

Pontos positivos e compreensão: O texto promete. Acho que o principal mérito do prefácio é criar essa expectativa no leitor. Isso, porém, faz nascer uma responsabilidade, que é a de corresponder a essa expectativa. Tenho certeza que você vai conseguir.
O tema dos atlantes é bastante interessante. Quando li seu texto, lembrei-me um pouco da Ilíada, pois parece que haverá guerra, uma guerra sem esperança :o?: (eu torço para os troinanos na Ilíada :osigh: ). Tem tudo para ser uma história bem interessante.
Sugestões e Dúvidas:Quanto ao último parágrafo, acho que o pessoal está implicando um pouco por dois motivos:
primeiro, a narrativa é boa demais para se descartar
acho que esta observação é desnecessária. Não precisa dizer que a narrativa vai ser boa. O leitor já deduz isso pelo que você disse antes.
segundo, o mundo precisa conhecer esta saga de feitos incríveis, que o mundo há muito esqueceu.
Há duas vezes a palavra mundo aqui nessa frase.

Mais uma coisa. Isso não é uma crítica, mas uma pergunta. Fiz uma observação parecida num texto do Melkor. Você acha que Fátima (nome em português) é adequado para a Rainha dos atlantes? Talvez você tenha um motivo para isso. Nesse caso não tem problema. Mas pelo menos a princípio não faz muito sentido que ela tenha um nome um português, já que eles não falavam nossa língua.

Seu texto está excelente, porque cria ansiedade no leitor para saber o que está por vir. Parabéns.

Em tempo: agradeço de coração por ter comentado meu texto e depois por tê-lo indicado.
 
É só isso, ainda falta o texto. Não vou avaliar ainda enquanto não ler os primeiros capítulos. Por ora, digo que o prefácio tá jóia, mas não gostei da última estrofe. Acho que você podia reestrutura-la melhor se tentasse. Espero ansioso para o restante do texto! =]

Concordo com o Melkor sobre o ultimo paragrafo. A estrutura dele destoa do resto.

Quanto ao último parágrafo, acho que o pessoal está implicando um pouco por dois motivos:
primeiro, a narrativa é boa demais para se descartar
acho que esta observação é desnecessária. Não precisa dizer que a narrativa vai ser boa. O leitor já deduz isso pelo que você disse antes.
segundo, o mundo precisa conhecer esta saga de feitos incríveis, que o mundo há muito esqueceu.

Há duas vezes a palavra mundo aqui nessa frase.

Mais uma coisa. Isso não é uma crítica, mas uma pergunta. Fiz uma observação parecida num texto do Melkor. Você acha que Fátima (nome em português) é adequado para a Rainha dos atlantes? Talvez você tenha um motivo para isso. Nesse caso não tem problema. Mas pelo menos a princípio não faz muito sentido que ela tenha um nome um português, já que eles não falavam nossa língua.

Corrigido! Retirei a parte final do prefácio. Acho que o que eu deixei do último paragrafo está bom e coerente.

Quanto ao nome de Fátima... bem... acho que se eu falar é sacanagem, não? Mas quem disse que ela é a rainha dos atlantes?

Só uma coisa, os três primeiros capítulos são mais introdutórios. É a partir do 4º que a história começa a tomar forma.

E quanto ao comentário favorável ao seu texto, de nada Liurom. Se estivesse ruim eu falaria.
 
Capítulo I – O Dia da Ruína

Era nos dias em que havia dois reinos na Terra: o reino dos homens e o reino dos atlantes.

O primeiro ainda há, e você está nele; é uma grande massa de terra que está emersa, e hoje em dia está inteiramente colonizada pelo homo sapiens. E todos vemos as atrocidades que são cometidas por este grande mal da humanidade que foi a raça humana, pois ela agride seu lar indiscriminadamente, não reconhecendo a Grande Obra Universal que está presente diante de seus olhos.

Já o reino dos atlantes era na época que contarei imerso, embora já tenha havido um momento em que ele foi emerso, estando na gigantesca ilha de Atlântida. Contudo, esta ilha foi abençoada pelo Bom Deus Atlante, embora a sua população tenha começado a se tornar mesquinha. Quando houve o ápice da ignorância dos atlantes de Atlântida, e todo seu orgulho se revelou, o Grande Deus Atlante deixou de ser um aliado dos ilhéus (como eram chamados pelos atlantes d’água, de Cyria e Ferínia), e resolveu pôr fim ao orgulho dos atlantes de lá.

Houve então um grande relampejar, e o próprio Grande Deus comandou as águas e os trovões para uma tempestade sem igual. E as águas colaboraram, sendo extremamente cruéis ao bater nos rochedos. Navios dos atlantes naufragaram, e a grande ilha de Atlântida foi engolida pelo mar.

Mas eis que, da Ilha Que Imergiu saíram oito navios. Estes oito navios traziam de volta a população que conseguiu escapar do cataclismo. Eles eram diferentes dos outros atlantes de Atlântida, que no auge do seu orgulho desistiram de fugir, pois preferiam a morte a se misturar com os Atlantes Imersos.

O capitão de um destes navios era o saudoso Rerian, que comandou exércitos e levou navios a extremos pontos do globo. Ele, junto com os outros capitães foram até o fundo d’água e criaram o reino no exílio de Imória. Ele foi assim chamado por ser um nome vindo do radical Imor, que significa Deus em atlante. E passaram a chamar o reino recém-criado de Reino de Deus, ou Reino Regido Por Deus.

A isso tudo os homens comuns, que hoje habitam todos os cantos do globo, assistiram sem guardar muita recordação. O nome de Atlântida virou lenda, e de lenda passou a mito. De mito passou a uma simples história da carochinha, que se contava às crianças menores com o intuito de diverti-la. Poucos a consideram verdadeira, embora muitos não queiram confirmar que ainda há restos da grande civilização que outrora foi Atlântida. Mesmo podendo ser encontrados em várias partes do Oceano, devido a fúria que houve naquele dia, todos se recusam a acreditar na história por demais fantástica, de Atlântida e seus habitantes.

Aquele dia foi chamado O Dia da Ruína.
 
Capítulo II – Ulneris

Aos que não conhecem absolutamente nada do povo atlante (e essa é a extrema maioria), este capítulo servirá de guia para que se saiba diferenciar o homo sapiens do homo ulneris, que é o nome científico que dei aos atlantes, por motivos que serão logo revelados.

Enquanto o homo sapiens possui cinco dedos em cada mão e em cada pé, os atlantes possuem quatro dedos nos pés e três nas mãos. Esta é uma diferença básica. Mas há outras, que são menos notáveis por serem internas.
O homo sapiens não possui grande resistência à pressão atmosférica, e para se aventurar no Oceano Profundo precisa usar roupas apropriadas. Os atlantes mais fracos não necessitam disto, podendo chegar à profundidade de mil metros, embora existissem atlantes mais fortes que chegavam a tolerar profundidades absurdas, com até mesmo quatro mil metros.

O modo de se construir cidades dos atlantes era diverso do nosso em vários pontos. Enquanto hoje em dia temos que construir muitos prédios, eles já pensavam em uma cidade-prédio, ou melhor, uma cidade com vários níveis. Era assim que se fazia nas cidades dos Reinos Imersos, que eram dois: Cyria, regido pelo Mosder Geriun III na época de nossa historia, e o reino de Ferínia, onde o rei Thethis XX era soberano. Em Atlântida se faziam cidades usando o mesmo sistema, embora as cidades acabassem ficando mais baixas e largas, pois não se conseguia subir muito mais.

Além de todas estas diferenças, os atlantes viviam mais. Ficavam neste mundo por no mínimo cento e trinta anos, e os mais longevos chegavam a cento e noventa anos, talvez duzentos. Eram muito comuns as guerras entre os reinos imersos, pois como nós os atlantes possuem orgulho e avidez por riquezas. Assim, apesar de serem uma raça mais forte, os homo ulneris acabaram por se extinguir, pois se reproduziam lentamente, e as gerações acabavam se perdendo em guerras.

Como vemos, embora existam diferenças entre as raças, os homo sapiens prevaleceram por dois motivos: primeiro, os atlantes se extinguiam, e estavam praticamente desaparecidos quando os sapiens surgiram e ficaram mais espertos; segundo: porquê a raça dos atlantes foi decaindo lentamente, e quando chegaram os Novos Tempos eles já não agüentavam mais tanto a profundidade. Passaram então a fazer incursões à terra firme, e passaram a se misturar com os sapiens. Assim, os últimos atlantes propriamente ditos eram apenas uma sombra do que foram os ulneris gloriosos do tempo que contarei.

Os povos que necessitam do mar, outrora ou hoje em dia, podem ser descendentes dos últimos atlantes. Pois, embora tenham decaído completamente, eles ainda possuíam suas principais características: o amor ao mar e ao Oceano, e suas habilidades de natação que jamais serão igualadas por qualquer sapiens, por maior e melhor que seja.
 
vou postar o capítulo 3 logo, e a introdução estará então completa.
a partir do proximo a história começa pra valer - e no melhor estilo Os Supremos!!!

Capítulo III – Novo Reino

Como já foi dito, os atlantes vindos da lendária ilha de Atlântida fundaram outro reino que não possuía nenhum vínculo com os reinos antigos. Este era o Sagrado Reino de Imória, e Rerian, o comandante do maior navio que saiu de Atlântida foi escolhido para ser o Regente do Reino, pois eles tinham a crença que o rei de Atlântida um dia voltaria, pois ele seria salvo pelo Grande Imor, o deus dos atlantes. Diziam que ele fora salvo das ondas que engoliram a ilha e estava somente aguardando para retornar. Mas não era só isso que as lendas diziam.

As lendas afirmavam que quando o rei fosse encontrado, ele seria rechaçado três vezes pelo Regente de Imória, pois não se saberia que ele era o rei. Mas, da quarta vez, o Rei seria saudado por um terço da população, que se revoltaria contra os dois terços restantes. Mas então viria uma tempestade anunciando a chegada do rei, e o Regente deveria fazer sua escolha: ou entregava o Cetro ao Novo Rei, ou enfrentava os rebeldes.

Todos os regentes ao assumir o trono faziam um juramento solene: entregariam o poder ao rei, se houvesse a revolta de exatamente um terço da população e houvesse a tempestade. Como isto nunca aconteceu, os Regentes passaram a ficar menos cautelosos, e deixavam-se levar pelo orgulho de poderem estabelecer uma nova Linhagem de Reis. Pois a profecia dizia que ele chegaria na época do trigésimo regente, e isso parecia muito longe para todos. Afinal, os regentes pertenciam à uma linhagem bastante longeva, com até mesmo membros de duzentos anos de idade.

Os Regentes então, a partir do vigésimo primeiro, que se chamava Rerian III, passaram a traçar planos para quando o rei aparecesse. Planejavam um ato de extrema traição ao juramento: queriam, ao ver a chegada do rei, confrontar o seu exército, de um terço da população, com seus dois terços. Afinal de contas, tinham o dobro da força, e não precisariam de tanta cautela como as profecias diziam. Assim, os Regentes Imorianos começaram a se tornar levemente mais independentes, e até a provocar os outros reinos Imersos, reivindicando território com eles.

Nossa história conta grande parte da história do trigésimo Regente, e de como caiu. Não serei extremamente cauteloso com suspenses, pois esta é uma história que tem um fim conhecido: o desaparecimento dos atlantes. E foi aí, neste ponto da nossa época, que houve a Primeira Diáspora Grega, que também foi a Primeira Diáspora Atlante, por causa dos eventos que se seguirão. E quanto ao Atlante do título, esperem grandes feitos envolvendo seu nome, que foi chamado de Eressalis, o Que Foi E Não Foi, como foi chamado pelos outros atlantes ao final dos tempos.

Juramento dos Regentes:
“Prometo cumprir minhas obrigações divinas para com o povo que me elegeu, e prometo entregar incondicionalmente todo meu poder e também o Cetro ao Rei que se seguirá, caso este apareça em meu mandato. Assim juro e firmo, neste dia de 785 Imória, dezessete de hulis”.
Cópia fiel do juramento do oitavo regente, Grerinus II
 
Ficou mesmo, infelizmente. Mas na verdade é mais parecida com Atlântida, que era uma lenda bem mais antiga que Tolkien.

E neste meu O Atlante a realidade se mistura com a ficção, e então parece que o que o narrador fala é verdade.

Já leu os capítulos II e III?
 
Acabei de ler a parte III, mas não entendi uma coisa, que rei é esse que vai voltar? Se todos morrerão no dia Ruína, menos os barcos comandados por Rerian? Sera que outros sobreviveram mas ficaram vivendo no mar?
 
Os atlantes sobrevivem a grandes profundidades, mas os que ficaram na ilha morreram. Mais informações nos capitulos próximos.
Por enquanto, a primeira batalha da guerra que se tanto falou no prefácio começou!

Capítulo IV – A Torre de Lorin

Era na época do trigésimo Regente de Imória. Todos comentavam sua coroação, que fora há cinco anos. Mas há um motivo para tal alvoroço depois de cinco anos passados. Um motivo que parecia jogar todos os imorianos contra si mesmos: o Regente Grerinus V havia renunciado ao juramento, a pedido de seu pai, que no leito de morte pediu-lhe para que iniciasse uma nova linhagem de reis. Ele, compadecido da posição do pai, resolveu abolir o juramento e proclamar-se rei de Imória. E todos consideravam este um ato bastante perigoso e inconseqüente, pois as previsões diziam que o rei voltaria no quinto ano do governo do trigésimo regente, que era Grerinus V. As opiniões se dividiam: de um lado os que queriam o Novo Rei, e do outro os que queriam que o Rei Antigo assumisse o trono. Estes eram muito mais misticistas que os primeiros, pois acreditavam em profecias há muito ditas.

Entre os primeiros incluíam-se os senhores da casa de Lorin, a maior cidade de Imória fora a capital. Estes eram descendentes do Antigo Rei, mas consideravam que ele não viria, pois era uma lenda há muito desconsiderada. Mesmo com o reino em decadência, alguns ainda esperavam o retorno do rei, pois este parecia ser a solução dos problemas. Assim como D. Sebastião, a gente simples continuava a acreditar na lenda e cria que o Herdeiro de Imor, como era chamado o rei, seria o redentor da raça, e viria para dar a glória mais uma vez para o reino de Imória.

Em Lorin havia uma pequena torre que era a primeira linha de defesa dos imorianos contra ataques de fora. E o que se esperava era justamente uma guerra, preste a explodir entre Imória e Ferínia. Este era o reino mais próximo de Imória, e pretendia começar uma guerra por dois motivos: um, na última vez que entraram em combate a derrota de Ferínia foi por demais vergonhosa para que não houvesse vingança; e dois, o Rei Thetis XX queria o enfraquecimento gradual de Imória, mas com a declaração de coroação de Grerinus V o reino começou a se fortalecer. Então, era imperioso atacar para recuperar o orgulho ferido e para ganhar a soberania sobre aquele território.

Nos primeiros dias após o aniversário da coroação de Grerinus V, a torre de Lorin foi reforçada com seiscentos soldados. Agora, contava com mil e quinhentos militares na base da Torre. O ataque era iminente, e os generais presentes conversavam um tanto aflitos:
- Não sabemos qual o tamanho da força que se aproxima – disse o general Hulis – mas mesmo assim poderemos nos defender até chegarem reforços.
- Não creio – replicou o general Losmir. – Provavelmente estarão em maior número que nós. Os batedores falavam em quatro mil soldados. Resistiremos ao ataque por mais que venham, com quatro mil, cinco mil, cem mil! Seremos honrados e lutaremos até que o sangue se esvaia de nossas veias. Nos falta a esperança, mas a coragem é o que nos vale, e esta a última que morrerá.
- Capitão! Capitão! – era o grito de um simples garoto que o interrompia.

Era o sinal do alarme, e ele disse o efetivo de Ferínia: seis mil soldados.

O general Hulis fez uma prece.
 
embora ninguém tenha lido, e eu tenha tentado fazer suspense, aqui vai:

Capítulo V – Escuidare Sonoris

A batalha acontecia do mesmo modo que em terra firme entre homo sapiens, era feroz e sem limites.
O ataque inicial dos ferínios partiu do extremo oeste, vindo do próprio reino de Ferínia sem escalas. Começou na muralha que circundava a torre, e esta era bravamente defendida pelos imorianos. Para distrair a atenção dos soldados imorianos, os ferínios fizeram ataques de longa distância superficiais diretamente à torre. Flechas acertaram vários soldados que estavam dentro da torre. Mas eles tinham a vantagem da altura e poderiam lançar suas próprias armas. Várias lanças surgiram então das extremidades e aberturas da torre. Foram lançadas ferozmente para baixo, e acertaram dezenas de soldados ferínios. Mas eles morriam, e outros lhes tomavam as lanças, usando-as contra os próprios imorianos.

A batalha em frente do portão principal da muralha continuava indefinida. Apesar do maior número os ferínios não estavam tão furiosos quanto os imorianos. Estes se esqueciam de qualquer cautela e iam logo para cima dos oponentes. Morriam, sim, mas morriam matando pelo menos cinco. Uma particularidade que devo incluir: o soldado Lusisd foi um dos mais ferozes; usou sua espada contra um ferínio e o matou, levando em seguida um golpe. Este foi rebatido por seu escudo, que ele logo usou para atacar o outro atacante. Derrubou-o sobre a ponta da espada de um outro inimigo, que ficou impotente contra o golpe de Lusisd. Depois deste rasgo de ferocidade, vinte e dois ferínios cercaram o pobre Lusisd. Este, mesmo cansado foi de uma valentia incrível: atingiu mortalmente oito dos vinte soldados que lutaram com ele, pois dois foram atacar outro defensor da torre. Depois disso foi atingido por uma flecha. Mesmo assim acertou outros cinco inimigos, até o décimo quarto vir com um grande escudo e derruba-lo. Quando este estava prestes a descer-lhe a lâmina cruel, Lusisd foi mais rápido e retirou-lhe o braço com sua espada. Pegou então um arpão próximo dele, ao chão e apunhalou o agora maneta soldado. Foi morto, pois não lhe restavam mais forças, e o sangue do ferimento da flecha jorrava aos borbotões.

Todos os soldados viram Lusisd, e quando viram sua queda encheram-se da mais completa coragem. O próprio general Hulis foi para a batalha, e caiu depois de resistir duas horas em frente à muralha. O general Losmir foi tão ou mais corajoso que Lusisd: junto com dois guardas pessoais foi abrindo caminho entre os inimigos ferínios. Matando dezenas até chegar ao fim de sua jornada. Enviou os dois guardas como mensageiros e ficou resistindo para garantir-lhes a missão. E caiu após abater quarenta inimigos. A missão deles que era encontrar os reforços foi rápida: em meia hora os reforços chegaram. E bem a tempo, pois as forças da torre foram reduzidas a apenas trezentos soldados, resistindo a outros dois mil e seiscentos restantes. Os reforços, de dois mil e setecentos soldados assustaram os militares ferínios, que bateram em retirada. O povo imoriano resistira a mais um ataque.

A batalha ficou conhecida como Escuidare Sonoris, os Guerreiros do Destino em nossa língua, nome em homenagem aos mortos: Losmir, Hulis e principalmente o bravo Lusisd, que foi cantado até em tempos bastante depois deste.
 
Comentário da SdL

Green Arrow, o texto é legal sim, mas acho que a guerra foi narrado muito rápido, você poderia ter feito isso em dois capítulos para escrever mais detalhes e ter um suspense legal...
Agora, o que eu particularmente não gosto é o estilo épico de escrever. Por exemplo, " a língua que fora a muito tempo esquecida..." ou "...que foi cantado até em tempos bastante depois deste ... Me parece meio épico demais, não sei....
Mas O Atlante é um conto muito interessante, que poderá se tornar muito bom ainda se for continuado e lermos começo, meio e fim...

P.S : LEIAM AUTUMN LEAF!!!!
 
Comentário SdL

Concordo com o Vince em relação ao estar "muito épico"( :eek: ); mas acho que não é algo tão ruim. Se vc fizer como um relato histórico, pode ficar bom mesmo. Pensando bem, parece ter uma influencia de estilo do relato dos Numenorianos no Silma (ou será que é dos Contos? :oops: ).
 
Bem, gente, o problema comigo é isto mesmo: sou muito exagerado. Mas a rapidez é necessária, pois há muita coisa a ser contada. Meu plano é fazer depois um conto mais elaborado.
 
Capítulo VI – O Senhor e o Cidadão

A notícia da batalha chegou rápido aos ouvidos do Novo Rei Grerinus V, que logo respondeu:
- Nos atacam com ferocidade extrema... Que nossas tropas marchem sobre a terra do inimigo agora sem mais cautela! Houve ataque sem motivo, haverá então uma chacina com motivos; o de vingar nossos mortos. Ordene que nove partes de todo nosso efetivo militar seja enviado para Lorin, e que ela seja o fronte da batalha contra os ferínios!
O mensageiro então saiu, deixando o rei sozinho em seu salão.

Naquele salão Grerinus possuía total privacidade, e falava sozinho:
- Neste mundo não nos é cabida a faculdade de prever as coisas. Quem poderia prever que, assim que o ano da Desgraça dos Regentes chegasse, houvesse tal guerra contra o reino? Talvez seja sinal da tempestade, embora a tempestade sempre chegue despercebida. Não sei, não sei, talvez seja a tempestade.

“Tudo que sempre me foi requerido. A realeza! Oh! Que força é esta, que se arrasta por minhas veias e se mostra total e absoluta, que me impele por caminhos não desbravados? Seria isto a Tempestade? Sim, a tempestade invadindo-me. Não sei se devo falar com tal franqueza, mas sei que agi mal. Devo entregar o poder ao rei. Ele virá. E quando Ele vir, terei que lutar contra meu povo. Isso me desonraria, isso me desonraria demais.”

“Mas ele quer mesmo? Quem é este rei perdido, surgido das lendas, inexistente? Não, não serei escravo de um medo há muito superado. Mais que isso exige a realeza. Serei extremamente fiel, sim, mas a mim mesmo, pois que o mundo nada mais é que o lugar em que vivo, e onde sou rei supremo. O Oceano é pouco para mim, e tenho medo de lendas! Favas! Apenas favas no meio de muita mentira e enganação! Não, não mais considerarei a hipótese por demais sombria de entregar o poder. Não sairei. Não cairei. Não sucumbirei.”

Eis que tocaram o sino de entrada. Ele tocou o de permissão e adentrou um homem bastante simples, acompanhado de duas escoltas. Beijou a mão do rei e falou sofregamente: - O Senhor provavelmente já sabe do que ocorreu... Meu filho...

- Fale, bom homem, quem é teu filho.
- Ele não mais é – respondeu o homem. – Era. Morreu na batalha. Foi por mim chamado de Lusisd, e este foi meu maior mérito diante dele, escolher um nome de rei para um pequeno rei de minha alma.

- O senhor com certeza deu uma boa educação ao filho – replicou o rei -, para que este entrasse no exército nestes tempos tão belicosos.
- Ele era devoto de Vossa Majestade, e me pediu uma coisa na sua última carta, de quando foi enviado para Lorin. Esta carta dizia que, se ele morresse, ele queria que eu tivesse a honra de enterra-lo no Jardim dos Corais, e que eu mesmo jogasse a primeira flor em seu túmulo.

- Este pedido será realizado, em vista do que Lusisd fez por nosso reino. Seu corpo irá para este panteão, e o seu nome será louvado até o fim de meus dias, eu garanto. E tu, meu bom senhor, se tendes no máximo cem anos de vida, considere-se incorporado ao meu exército particular. Vamos vingar o seu filho e os outros mil e duzentos mortos da batalha. Pois a maior delas se aproxima.
 
Alguém está lendo?

Capítulo VII – O Nômade

As defesas do reino de Imória intensificaram-se. Ninguém entrava ou saía do reino sem permissão do rei, e os soldados foram se concentrar em Lorin. E então foram reunidos quinze mil soldados, e eles estavam prontos para a guerra. O próprio rei Grerinus V foi vistoriar as tropas. Elas pareciam bastante animadas com a possibilidade de tentar exercer domínio sobre o território dos ferínios.
- Que Imor nos ajude nesta batalha, e que viajemos sem mais medo de morrer por Imor! – repetiam os soldados como uma oração.

Mas acontece que um atlante errante estava se aproximando de Lorin, e as sentinelas detectaram sua presença. Assim, foi logo interceptado por dois guardas fortemente armados.
- Quem és tu, que viaja sem permissão por nossas terras? – rosnaram ao nômade, que humildemente respondeu:
- Sou um nômade, que viaja através do Sagrado Reino de Imória, e que deseja agora se apresentar ao próprio rei Grerinus V para ser colocado no batalhão em que lutou Lusisd, que vocês devem conhecer. Foi ele o Senhor da Guerra, e foi bravo como poucos. Era meu irmão.
- Serás levado ao general Nubistér, que agora assumiu o comando do batalhão a que se refere – responderam os guardas.

-Bem, senhor Nunisd, é este o nome, não? Pois é, seu irmão foi um soldado valoroso, e mereceu seu lugar no panteão. Sim, com certeza alistaremos sua pessoa, pois tal soldado que foi Lusisd jamais teria um irmão que não fosse a altura. É necessário que tenhamos mais soldados, pois provavelmente os malditos ferínios estarão bem mais preparados. Pois até que foi fácil batalhar contra aqueles soldados mal treinados, mas não mais será.

Como visto, Nubistér simpatizou com a pessoa de Nunisd. Parecia-lhe que seu filho Múrinos estava vivo de novo. Ao ver a saída de Nunisd, apanhou algo em sua mesa. Era um pingente. Ficou olhando para ele, como que hipnotizado. Em seu sonambulismo ficou divagando sobre a batalha Escuidare Sonoris. E então proferiu estas palavras:
- Sim, sim... O rei, com certeza... Só pode ser... Se não, não seria assim... Tão parecido... Tão parecido...
Foi despertado por uma voz bastante grave, do coronel que ele mandara ao rei Grerinus V.
- Senhor General Nubistér, o rei não deseja mais esperar. Vistoriou as tropas, ficou satisfeito e pediu que se fizesse um ataque massivo a base de que partiram os soldados da última batalha. Pede que nenhum ferínio seja poupado.
- Começou – respondeu melancolicamente o general. – Começou, e poucos resistirão. Logo agora...
- Perdi algo, senhor? – perguntou o coronel.
- Não, nada, pode ir. – E ao sair, o coronel pôde ouvir estas últimas palavras:
- O rei... Sim... Só pode ser... Tenho que chamar os deterra... Gabriel... Fátima...
 

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