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[L] Fui no shopping, tomei um suco e voltei pra casa.

Qual o melhor?


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    549
Só respondendo uma dúvida que surgiu e que pode ser de outros usuários também (embora a coisa me pareça bem óbvia):

Esse tópico não tem como ficar no padrão do CdE, uma vez que todos estão livres para postar o conto. Seria impossível colocar no título o nome de todos os participantes.

Por isso segue assim como a brincadeira proposta tempos atrás com o desafio de poesias.

Espero que tenham entendido :)

E que o Knolex, o Ka Bral e o Vela parem de enrolar e postem logo :gotinha: :obiggraz:
 
Fui no shopping, tomei um suco e voltei pra casa

Saí de casa, sem motivo e sem rumo definido. Não sabia pra onde deveria ir, para onde eu queria ir, e mais, por que deveria ir a algum lugar. Embora as outras pessoas que caminhavam na rua provavelmente tivessem seus afazeres e suas vontades em mente, aparentavam a mesma letargia que eu enquanto andavam. Rua a rua, esquina a esquina, sempre no mesmo ritmo mecanizado e indiferente a tudo. Paro num sinal e vejo um ônibus passar. As pessoas que olham pela janela ddele muito vêem, mas pouco enxergam. é como se o mundo todo estivesse tomado por uma atitude sufocantemente blasè.

Continuo meu caminho e chego no shopping. As pessoas param em cada vitrine como se buscassem algo para fazer. Dando uma atenção tão falsa quanto a simpatia das atendentes. A música ambiente é tão vaga quanto a expressão dos que circulam pelo shopping. A iluminação tão artificial quanto suas motivações de estarem ali. É como se a indiferença do mundo que vi no caminho estivesse colocada no seu habitat ideal.

Paro num fast-food qualquer da praça de alimentação e peço um suco de laranja, pelo qual pago um preço absurdamente caro. Por que estar ali? Por que pagar tanto por um copo de água com um discreto sabor de laranja, que sequer deveria ser chamado de suco? No fim, vejo que gastei tempo, dinheiro e ações sem ter feito nada de fato.

Passei toda essa longa caminhada até o shopping (e durante meu passei nele) pensando no estado de completa desatenção e desperdício dos momentos, e na prática, fui praticamente do que mais busquei analisar e criticar. Tudo o que eu queria era dormir até mais tarde, mas aparentemente isso seria um desperdício enorme de tempo útil. Como fui idiota! Pra que largar mão da disposição e do prazer que eu teria após um longo sono vespertino, se no fim desperdicei meu tempo de forma ainda mais inútil.

Joguei aquele copo de líquido fétido no lixo e dei as costas àquele shopping. Não prestei mais atenção naquelas pessoas. Elas não me interessavam. Eram meras distrações para que eu não visse que o indiferente era eu. Indiferente ao que eu queria. Eu queria só dormir, e pra isso resta um tempo. Voltei pra casa, e enfim fiz o óbvio, e obedeci a minha vontade.
 
Hm... Ficou estranho, cara. Não entendi pq ele comprou o suco e foi ao shopping se a visão dele era assim tão diferente. :eek:
 
Então realmente você não entendeu, uma vez que ele deixa claro que tava mais preocupado em buscar o que fazer do que fazer o que queria, e só percebe ao tomar aquela porcaria de suco sem gosto que custou muito. É como se ele finalmente entendesse o porquê daquela estranheza desinteressante dele desde que saiu de casa.
 
A narração está ótima, mas eu só fui entender agora que você falou... Acho que estava com sono (desculpa básica para qualquer burraldice) :mrgreen:

Está bom, ainda mais se você for ver o tema dele. É realmente difícil criar uma saga épica emocionante com esse tema lindo ^^
 
Acho que vou mandar mp pro Kabral e pro Vela... aposto que eles também esqueceram :gotinha:

Muito bom texto Knolex... tem duas frases que não me fazem sentido no penúltimo paragrafo.

"(e durante meu passei nele)"

"fui praticamente do que mais busquei analisar e criticar"

Parece que falta algo a ser indicado nestas frases. O que seria? :wink:
 
Acho que seriam:
"(e durante meu passeio nele)"
"fui praticamente mais do que busquei analisar e criticar"

:think:

Acho que o que falta é revisão mesmo :mrgreen: :lol:
 
A seguna acho que é falta de revisão.. a primeira faltou o "o" de passeio mesmo...
depois corrijo. :mrgreen:
 
o Vela me disse que tinha esquecido... e que vai escrever, mas já tá sem a motivação de quando a idéia surgiu... já o Ka Bral, disse que ia escrever em casa pra passar a limpo na NerdHouse... nunca mais o vi online....
 
Bom, eu tô escrevendo meu pequeno testinho... Daqui a pouco eu posto....


Voltei, e taí... Num liga não, é meu primeiro testinho aki !...

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“I love you baby, and if I had a chance I need you baby...”

Acordou sobressaltado. Uma das coisas que não conseguia entender era como ainda se sujeitava a acordar com esse despertador esdrúxulo, totalmente avesso à sua personalidade. E ainda aquela música. Aquela música o havia perseguido durante toda a semana. Por considerar todo e qualquer tipo de barulho insuportavelmente ignóbil corria dos sons como se corresse de seu passado. Mas aquela música...

Passou as mãos pelos cabelos: sedosos, macios, de um preto profundo e abismalmente belo. Tinha uma beleza fria, constantemente gélida, que, para observadores mais atentos, lembrava vagamente a beleza de animas empalhados. Belo, mas estranhamente longe da vida.

Era um dia comum. Bebeu seu café preto como num dia comum, leu as notas policiais do jornal como num dia comum, tomou seu banho como num dia comum, se vestiu como num dia comum, trancou o apartamento como num dia comum, saiu de casa como num dia comum.

Andava pelas ruas da cidade como se alheio a tudo. Um transeunte despercebido poderia tomá-lo como obra de sua imaginação, tal a falta de interação com que seguia. Diria-se inane, fora de alcance, um ser sem rastros, um ser sem identidade, um ser que não exprime mudança nenhuma ao ambiente em que transita. Era como se ele não estivesse ali, e era como ele desejava que fosse. Não fazer parte da vida era o que ansiava, como quereria o contrário?

Diminuiu o passo e adentrou em um Shopping. Ainda tinha muito tempo de sobra. Ajustara o despertador para ter no mínimo 2 horas a mais. Numa loja de conveniências comprou pasta de dentes, ração para seu hamister Dobby, cola “Super Bonder”, biscoitos amanteigados, Trident e um picolé. Desde criança amava coisas geladas. Morria por um sorvete, brigava por um cubo de gelo, matava por um picolé. Picolé, sim. Se deleitava com cada mordida, cada azedo provocado pelo sabor, cada gotinha com uma paixão e devoção incríveis. Nada tomava tanto dele como o ato de chupar um picolé.

Parou em uma farmácia. Gostar de gelado não era algo sem preço. Estava a muito com aquela gripe chata, arrastada, que insistia em incomodar por mais algum tempo indeterminado. Era o terceiro charope que comprava essa semana. “Charope”, dizia o vendedor, “Não deveria experimentar algo mais forte?”. Se precisasse de algo mais forte, pediria por. Mas não dizia nada. Nunca dizia nada. Simplesmente conservava sua imparcialidade.

O tempo passa devagar quando se está fora do mundo. Todo o que reservara duas horas para fazer não tinha lhe tomado mais que 40 minutos. Já estava acostumado com isso mas nunca mudava seus hábitos. Até apreciava certo tempo diário sem planejamento algum. Fazia coisa não usuais, fora de sua rotina. E hoje, iria tomar um suco. Em uma pequena lanchonete natural pediu um suco de açaí. Em pé (nunca se sentava), olhava o vaivém das pessoas. Olhava mas não via. Tudo aquilo era tão pequeno e insignificante que não absorvia nem um minuto de sua atenção. Olhava para o nada e pensava em nada. Talvez se fosse ao cinema hoje...

Transcorridos alguns minutos foi ao estacionamento. Não demorou muito a encontrar o carro que desejava. Eram tão previsíveis os idiotas. Não sabia quem era, só sabia a placa do carro. E lá, encostado ao carro ao lado esperava o desafortunado dono. Dali a não mais que 2 minutos uma mulher ruiva e espetacularmente bonita se aproxima do carro. “Me desculpe, seu carro está muito próximo ao meu, estava esperando para que você saísse primeiro.”, “Claro, só um minut...” Mas já era tarde. Ela nunca mais deixaria aquela garagem com vida. Com um fio de náilon extremamente fino enforcara quase até a degola aquele pescoço tão branco e tão imaculado... Agora a beleza jazia no chão. Fria como a dele, morta como a dele. Mas ele não via isso. Não via porque beleza era algo que não conseguia enxergar.

Voltou para casa como viera. O cinema não mais parecia atraente, seu estômago agora revirava. “Maldito suco de açaí!”.

Era um dia comum. Abriu a porta como num dia comum, tirou os sapatos como num dia comum, deitou na cama como num dia comum.

Matara. Matara com a consciência limpa de uma criança, matara com o desinteresse de quem toma um café, matara como quem respira! E agora, com o rádio ligado e aquela estranha música tocando, dormia de novo.

“I love you baby, and if I had a chance I need you baby...”

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Bem, até a próxima!


Obs, olha que bunitinhu! Mensagem 1001!
 
Gostei de sua ficção, Elenwe... só fica meio estranho seu desejo por pessoas bonitas, quando este não é o foco, e no caso do rapaz, acabaria com certeza quebrando toda a lógica posterior do texto sobre o fato de ele passar desapercebido (se todo mundo não podia deixar de perceber o maravilhoso cabelo negro dele, por mais que ele se fizesse zé ninguém seria ilógico ninguém perceber ele... :wink:)
 
Primula disse:
Gostei de sua ficção, Elenwe... só fica meio estranho seu desejo por pessoas bonitas, quando este não é o foco, e no caso do rapaz, acabaria com certeza quebrando toda a lógica posterior do texto sobre o fato de ele passar desapercebido (se todo mundo não podia deixar de perceber o maravilhoso cabelo negro dele, por mais que ele se fizesse zé ninguém seria ilógico ninguém perceber ele... :wink:)

Não é desejo por pessoas bonitas Prímula... Um personagem não é bonito nem feio devido ao foco da história, se não há alguma intenção por parte do autor ele é bonito ou feio por acaso. Eu pus ele bonito porque eu queria uma coisa meio distante, vazia, tipo uma estátua ou coisa do tipo. Essa contradição entre o cabelo não passar despercebido e ele passar despercebido depois foi um lapso. Eu comecei a descrevê-lo e viajei um pouco. Mas eu queria que ele fosse frio e alheio a tudo, daí ele passar despercebido. Ele só não fazia parte... Vô dar umas modificadas nessa descrição ...

Brigadinha pelas dicas ^^
 

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