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[L] [Forfirith] [solidariedade?]

Forfirith

Usuário
[Forfirith] [solidariedade?]

Bem, esse conto foi escrito pra um projeto que teve na escola, da nestlé.
Por isso não dei nem um título nem nada.Principalmente porque: não acredito em solidariedade.

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Como era velha,fora criada na conformação_O certo era se conformar, até porque não adiantava não aceitar, só seria mais doloroso ir contra o sentido natural das coisas, ainda mais sendo mulher.
Se conformara em ser uma criança sem carinho.Se conformara em se casar com apenas dezesseis anos e com um homem que nunca vira antes.Se conformara em dar à luz à cinco filhos, vendo seu corpo ruir, e o tempo deixar suas cicatrizes em seu rosto.
Se conformara em ver os filhos crescerem, ficarem distantes da família, do lar, do pai e dela.Se conformou em vê-los casar com mulheres frias e magras, e ver cada geração de seu sangue cada vez mais distante.
Se conformava em, velha como estava, ser útil apenas em seu crochê.Fazia crochê em sua cadeira o dia todo.Vez ou outra levantava pra fazer a comida do marido, que tivera derrame a não se mexia direito já há alguns anos.
Se conformou quando não mais precisou dar comida a ele,pois agora, ele é que era comida de vermes no subterrâneo.E de que, então, estava sozinha, e que seu destino dependia de seus filhos, e sabia o que iriam fazer.
Alguns dias depois do enterro, a levaram a um asilo.Era de certa forma lindo, tinha grandes jardins bem cuidados, camas confortáveis e uma cadeira para ela fazer crochê.Mas era carregado de vazio.E mais uma vez, ela se conformou.
Tinha uma televisão na sala do asilo.Sua cadeira ficava ali perto, de onde se sentava dava para ver a TV.Assistia algumas novelas,e gostava dos documentários sobre os sertanejos sem água nem comida que passavam nos jornais.Tanta fome que eles passavam, tanto sofrimento, naquele calor daquele lugar tão longe.
Então o tempo foi passando e carregando a vida dela embora.Foi definhando devagar, sempre fazendo seu crochê.Até que precisava de cadeira de rodas para poder chegar à sua cadeira.
Ela não gostava,mas se conformava.
Ela se dava o direito de gostar da musica de violino que tocavam no pátio uma vez por semana.De ficar em sua cadeira, e continuar a crochetar em sua cadeira, mesmo sabendo que suas mãos já eram fracas e que errava a maioria dos pontos.
Foi então que algumas pessoas passaram a visitar sua morada.Iam algumas vezes por mês,e levavam guloseimas.
Um deles sempre a levava a passear com sua cadeira de rodas no jardim.Achava que velhas gostam de roseiras.Mas ela gostava mesmo era de violetas.Não haviam violetas no jardim do asilo.
Ela e o homem papeavam levemente sobre alguns assuntos abstratos enquanto dividiam os momentos.Ela não prestava muita atenção.Nem nele, nem no jardim.só pensava nas guloseimas à sua espera na mesa da cozinha.
Criou fina e pueril afeição pelo homem que sempre lhe fazia companhia quando ia ao asilo.Acabou por gostar um pouco de ficar com ele, ele lhe lembrava seus filhos, que eram agora só memória.Ele a tratava como mãe, uma vez que era órfão.Aprendera, depois de grande, a ter mãe.
Mas o seu crochê ainda era sua maior preciosidade.
E a velhinha continuou envelhecendo.E num dia, enquanto seu semi-filho a empurrava jardim adentro,faleceu.E seu último pensamento foi direcionado às guloseimas que a esperavam na mesa da cozinha.
 
Hm, achei muito bonito, Forfy. Você tinha me mandado no e-mail e eu tinha lido, mas só agora achei uma oportunidade de comentar.
A idéia é super bonita, eu fiquei pensando no que é a vida dessa velhinha e cheguei a ficar bem emocionado, só que acho te uns errrinhos de pontuação deixam o texto mais difícil de ler... Tirando isso e um pouquinho de gramática, tá muito bom, parabéns! ^^
 
Adorei.... ele passa um clima d paz, de calma, d conformação mesmo...
A conformação não ta só na velhinha, como também no narrador q conta a história dela...

 

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