[Forfirith][Famigerada Progressiva]
Famigerada Progressiva
Assim que saiu do banho, pegou a toalha e enxugou-se lentamente. Passava o pano pelo corpo, redesenhando suas voltas. Passava a toalha vagarosamente. Observava, cuidadosa.
Depois de enxugar-se, foi para o quarto. A meia-luz deixava no ambiente uma penumbra. A penumbra ocultava as metades dos objetos, revelando apenas metade da vida da mobília do quarto.
Ela seguiu ao guarda-roupa, e abriu a porta com cuidado. Enrolada na toalha, não demorou para escolher sua roupa daquele dia. Sempre ia ao trabalho com a mesma roupa. Não havia o que pensar, nem o que mudar, era daquele jeito. E pronto.
Vestiu as roupas de baixo contemplativamente. Observava o tecido em contraste com sua pele morena. Logo, pegou sua saia, vermelha, abriu o zíper delicadamente, e a vestiu. Vagarosamente. Ajeitou-a nas ancas, organizou os quadris dentro do pano. Buscou com a mão a blusa na prateleira. Vestiu-a também com muito cuidado. Ajeitou os seios e o soutien por dentro da blusa.
Depois de vestida, voltou ao banheiro. Olhou-se no espelho por alguns instantes, e logo buscou sua escova na gaveta. E o secador, no armário embaixo da pia. Muito tempo gastou na escovação dos cabelos, muito tempo. Escovou e alisou os cabelos com muito cuidado. Tinham que ficar perfeitos. As mãos ficaram vermelhas devido ao calor, mas esse era apenas mais um preço a ser pago. Mais um.
Pegou de dentro da bolsa a maquiagem. Passou o batom nos lábios cuidadosamente, sempre admirando com os olhos. Depois, passou a sombra nos olhos. O lápis, o blush, a base. Olhou-se finalmente no espelho contemplativamente. Piscou as pestanas, catou a bolsa e saiu. Ela rebolava.
Não trancou a porta; não era necessário.
Desceu os três lances de escada do prédio, se despediu do porteiro apenas com um aceno. Não dirigiu-lhe o olhar. Passou pela portaria, pela porta, pelo portão, caminhou até a esquina, e encontrou-se com o amante. Seguiu para o trabalho.
Assim que saiu do banho, pegou a toalha, rota, e enxugou-se lentamente. Os hematomas ainda lhe doíam. Passava o pano pelo corpo, redesenhando suas voltas libidinosas. Passava a toalha vagarosamente quando encontrava alguma ferida. Observava, cuidadosa, as chagas espalhadas pelo corpo.
Depois de enxugar-se, foi para o quarto. Apenas a luz do dia iluminava o quarto sem lâmpada, dando-lhe uma meia-luz. A meia-luz deixava no ambiente uma penumbra, que ocultava as metades dos objetos, revelando apenas metade da vida dos objetos velhos e quebrados do quarto.
Ela seguiu ao guarda-roupa, e abriu a porta quebrada com cuidado. Enrolada na toalha, não demorou para escolher sua roupa daquele dia. Sempre trabalhava com a mesma roupa - só tinha aquela combinação. Não havia o que pensar, nem o que mudar, era daquele jeito. E pronto.
Vestiu as roupas de baixo contemplativamente. Observava a renda velha em contraste com sua pele, dando-lhe uma impressão de tinta velha a descascar na parede. Logo, pegou sua saia, vermelha, vulgar, abriu o zíper delicadamente para não estragar o esmalte das unhas, e a vestiu. Vagarosamente. Ajeitou-a nas ancas gordas, organizou os quadris largos demais para o pano dentro da saia, marcando as pernas e as partes. Buscou com a mão calejada a blusa na prateleira. Vestiu-a também com muito cuidado. Ajeitou os seios pobres e o soutien por dentro da blusa de maneira a dar-lhes mais volume.
Depois de vestida, seguiu para o banheiro novamente. Olhou-se no espelho por alguns instantes, e sem gostar do que via, buscou a escova na gaveta. E o secador, no armário embaixo da pia. Muito tempo gastou na escovação dos cabelos ruins. Muito tempo. Escovou e alisou os cabelos com muito cuidado, com paciência. Tinham que ficar perfeitos, e isso demandava tempo. As mãos ficaram vermelhas devido ao calor, mas esse era apenas mais um preço a ser pago. Mais um.
Pegou de dentro da bolsa a maquiagem decadente. Passou o batom vermelho, ordinário, nos lábios finos e feios cuidadosamente, sempre admirando com os olhos. Depois, passou a sombra deselegante nos olhos. O lápis, para contornar as olheiras, o blush, para lhe tirar a tonalidade cadavérica, a base, para tentar esconder as feridas do rosto. Olhou-se finalmente no espelho contemplativamente. Piscou as pestanas, catou a bolsa e saiu. Era feia, e rebolava.
Não trancou a porta pois não era necessário. Ela logo voltaria.
Desceu os três lances de escada do prédio, que não tinha elevador, se despediu do porteiro apenas com um aceno. Não dirigiu-lhe o olhar. Passou pela portaria, pela porta, pelo portão, caminhou até a esquina, e encontrou-se com o amante daquele dia. Voltou para casa para o trabalho.
28/09/2004
Famigerada Progressiva
Assim que saiu do banho, pegou a toalha e enxugou-se lentamente. Passava o pano pelo corpo, redesenhando suas voltas. Passava a toalha vagarosamente. Observava, cuidadosa.
Depois de enxugar-se, foi para o quarto. A meia-luz deixava no ambiente uma penumbra. A penumbra ocultava as metades dos objetos, revelando apenas metade da vida da mobília do quarto.
Ela seguiu ao guarda-roupa, e abriu a porta com cuidado. Enrolada na toalha, não demorou para escolher sua roupa daquele dia. Sempre ia ao trabalho com a mesma roupa. Não havia o que pensar, nem o que mudar, era daquele jeito. E pronto.
Vestiu as roupas de baixo contemplativamente. Observava o tecido em contraste com sua pele morena. Logo, pegou sua saia, vermelha, abriu o zíper delicadamente, e a vestiu. Vagarosamente. Ajeitou-a nas ancas, organizou os quadris dentro do pano. Buscou com a mão a blusa na prateleira. Vestiu-a também com muito cuidado. Ajeitou os seios e o soutien por dentro da blusa.
Depois de vestida, voltou ao banheiro. Olhou-se no espelho por alguns instantes, e logo buscou sua escova na gaveta. E o secador, no armário embaixo da pia. Muito tempo gastou na escovação dos cabelos, muito tempo. Escovou e alisou os cabelos com muito cuidado. Tinham que ficar perfeitos. As mãos ficaram vermelhas devido ao calor, mas esse era apenas mais um preço a ser pago. Mais um.
Pegou de dentro da bolsa a maquiagem. Passou o batom nos lábios cuidadosamente, sempre admirando com os olhos. Depois, passou a sombra nos olhos. O lápis, o blush, a base. Olhou-se finalmente no espelho contemplativamente. Piscou as pestanas, catou a bolsa e saiu. Ela rebolava.
Não trancou a porta; não era necessário.
Desceu os três lances de escada do prédio, se despediu do porteiro apenas com um aceno. Não dirigiu-lhe o olhar. Passou pela portaria, pela porta, pelo portão, caminhou até a esquina, e encontrou-se com o amante. Seguiu para o trabalho.
Assim que saiu do banho, pegou a toalha, rota, e enxugou-se lentamente. Os hematomas ainda lhe doíam. Passava o pano pelo corpo, redesenhando suas voltas libidinosas. Passava a toalha vagarosamente quando encontrava alguma ferida. Observava, cuidadosa, as chagas espalhadas pelo corpo.
Depois de enxugar-se, foi para o quarto. Apenas a luz do dia iluminava o quarto sem lâmpada, dando-lhe uma meia-luz. A meia-luz deixava no ambiente uma penumbra, que ocultava as metades dos objetos, revelando apenas metade da vida dos objetos velhos e quebrados do quarto.
Ela seguiu ao guarda-roupa, e abriu a porta quebrada com cuidado. Enrolada na toalha, não demorou para escolher sua roupa daquele dia. Sempre trabalhava com a mesma roupa - só tinha aquela combinação. Não havia o que pensar, nem o que mudar, era daquele jeito. E pronto.
Vestiu as roupas de baixo contemplativamente. Observava a renda velha em contraste com sua pele, dando-lhe uma impressão de tinta velha a descascar na parede. Logo, pegou sua saia, vermelha, vulgar, abriu o zíper delicadamente para não estragar o esmalte das unhas, e a vestiu. Vagarosamente. Ajeitou-a nas ancas gordas, organizou os quadris largos demais para o pano dentro da saia, marcando as pernas e as partes. Buscou com a mão calejada a blusa na prateleira. Vestiu-a também com muito cuidado. Ajeitou os seios pobres e o soutien por dentro da blusa de maneira a dar-lhes mais volume.
Depois de vestida, seguiu para o banheiro novamente. Olhou-se no espelho por alguns instantes, e sem gostar do que via, buscou a escova na gaveta. E o secador, no armário embaixo da pia. Muito tempo gastou na escovação dos cabelos ruins. Muito tempo. Escovou e alisou os cabelos com muito cuidado, com paciência. Tinham que ficar perfeitos, e isso demandava tempo. As mãos ficaram vermelhas devido ao calor, mas esse era apenas mais um preço a ser pago. Mais um.
Pegou de dentro da bolsa a maquiagem decadente. Passou o batom vermelho, ordinário, nos lábios finos e feios cuidadosamente, sempre admirando com os olhos. Depois, passou a sombra deselegante nos olhos. O lápis, para contornar as olheiras, o blush, para lhe tirar a tonalidade cadavérica, a base, para tentar esconder as feridas do rosto. Olhou-se finalmente no espelho contemplativamente. Piscou as pestanas, catou a bolsa e saiu. Era feia, e rebolava.
Não trancou a porta pois não era necessário. Ela logo voltaria.
Desceu os três lances de escada do prédio, que não tinha elevador, se despediu do porteiro apenas com um aceno. Não dirigiu-lhe o olhar. Passou pela portaria, pela porta, pelo portão, caminhou até a esquina, e encontrou-se com o amante daquele dia. Voltou para casa para o trabalho.
28/09/2004