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[L] [Fëaruin A.][Ironicamente Irônico]

Fëaruin Alcarintur ¥

Alto-rei de Alcarost
[Fëaruin A.][Ironicamente Irônico]

Antes de tudo, queria dizer que isso nada mais é que um estória da vida.

Não procuro nenhum pretensão, e usei uma linguagem bem simples, até mesmo para não ser mal compreendido nesse sentido. Essa história eu vou postar à medida que for escrevendo, sem pressão. Espero que gostem.
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Ironicamente Irônico

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Introdução

Você já parou pra pensar em que tudo que acontece ao seu redor, parece sempre estar acontecendo contra você? Que não importa o quão válido seja determinada ocorrência, sempre virá uma outra que invalidará a anterior? Quão forte acha que é, na capacidade de agüentar as mudanças da vida, radicais ou não? Até onde acha que pode chegar, em situações extremas? Tudo muda, nada permanece. Tudo que vem, um dia se vai. Nada é para sempre. Quão perturbador... Afinal, no fim, de nada valem os genitores, pois sentado numa rocha está o Destino, abraçando a Ruína, a Desgraça e a implacável Morte, que a tudo destrói.

Mas o amanhã sempre pode ser recheado de surpresas. Quanto mais programado se for, mais essa liberdade, e a beleza da curiosidade se esvai. Até que finalmente, mergulha-se numa odiosa rotina. Os tempos são difíceis. A passagem dos tempos é difícil. Muito sofrimento passa, e novas dores tomam seus lugares, ao passar de cada primavera. Crescer não é nada fácil. E assim como a planta que germina, cresce e morre, as amizades podem sofrer com a passagem do tempo, e a falta de cuidado pode fazê-la se esvaecer por completo. É algo fora do seu controle.
Você não pode controlar tudo ao seu redor.

Mas será esse motivo para se desistir de algo? Ou será um motivo para se reerguer a cada queda, um motivo para enfrentar as conseqüências de cada malfadada e patética tentativa de fazer com que o mundo se curve perante a você, estufar o peito a cada pedrada que a ironia da vida arremessa contra nós? Devemos rastejar e nos submeter, ou enfrentar, aprender com os erros e nos arriscar a sermos imponentemente grandiosos, ou pateticamente ridículos?

Eu não tenho a resposta. Nem ninguém, além de você mesmo.
 
Ironicamente Irônico
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Capítulo 1 - Arauto Anti-tédio


Era mais uma nova sexta-feira à noite. Já havia passado das dez da noite, e na impaciência de uma ligação de algum dos amigos, Marcus ligou a televisão, na esperança de espantar o tédio. Deitou-se no sofá de dois lugares, ergueu o controle remoto da televisão e se pôs a clica-lo. Passou por inúmeros canais do serviço a cabo, e nada de muito interessante ele conseguiu captar com os olhos sonolentos. Passou pacientemente pelos canais de filmes, e resolver largar o controle quando notou que passava um de seus clássicos da comédia favoritos: o humor de boas risadas do Mounty Python e seu Em Busca do Cálice Sagrado, e o melhor, ainda estava no começo! Marcus então abriu um discreto sorriso de satisfação; afinal, era uma de suas comédias favoritas; esticou suas pernas, que até estalaram pela falta de movimento, ajeitou-se no humilde sofá, abriu um bom pacote de bolachas e pôs-se a assistir.

Passara-se aproximadamente quarenta minutos de estória quando a campainha tocou. Marcus não se preocupou, pensando, em meio ao riso: "Alguém vai atender". Continuou assistindo, mas nem um minuto passou quando entrou no aposento o pai de Marcus.

- É pra você - afirmou o pai, no mesmo momento em que uma figura alta e esguia, de cabelos compridos alourados adentrava o recinto, seguindo o pai de Marcus. Vestia uma calça jeans surrada e uma camiseta preta, com a insígnia do Black Sabbath. Era Paulo, um dos melhores amigos do rapaz, e a quem ele recorria em dúvidas musicais.

Aqui é preciso que se diga rapidamente que Paulo fora quem vendera a Marcus sua primeira guitarra, e quem lhe ensinou as primeiras notas. Enfim, continuando...

- C.aralho, ainda bem que você tá aqui! - exclamou Paulo - Preciso da sua ajuda! - virou-se para a tevê - Putz, esse filme de novo? - riu-se como um abobado que era.
- Opa, diga aí meu velho.- disse Marcus, chamando pela atenção de Paulo, que por alguns segundos se perdera na tevê.- Qual o problema?
- Meu, tô com um problemão. O seu amp tá aqui? - indagou o afobado Paulo.
- Tá sim. - volveu Marcus - Por quê?
- Tem jeito de emprestar? A gente tá tocando lá no Bar Bar e o meu fudeu, tá dando uns mal contatos, acho que queimou, hehehe. - Paulo falava num tom irônico, e um tanto hilário.
- Vocês tão tocando lá?- respondeu Marcus, num tom de irritação propositalmente fingida - Podia chamar hein? Tô morrendo de tédio aqui. Pode pegar o meu amp, claro.
- Valeu! Você salvou minha pele cara.- disse Paulo, satisfeito. - Tá a fim de ir? Tô com as duas guitarras lá, você pode fazer um som com a gente, em algumas músicas.
- Claro que eu vou. Vai levando o amp pro carro, vou trocar de roupa.

Não foi surpresa alguma a disparada de Marcus para o quarto, tanto que não se notou alteração na face de esforço de Paulo, que carregava com dificuldade o pesado amplificador de guitarra, até a porta de entrada.

Marcus retornou rapidamente, o comprido cabelo escuro preso em forma de rabo de cavalo, uma camiseta preta, com as inscrições Ozzy Osbourne e a imagem duma das capas dos cds do mesmo; uma bermuda comprida de cor bege, um par de meias numa das mãos e na outra um par de tênis que pareciam botas de trilha, amarronzadas. Sentou-se numa cadeira e pôs a vestir o par de botas. Amarrou rapidamente os cadarços, e apanhou sua carteira, o relógio de pulso e sua chave da casa. Bradou um "Pai, tô saindo!", e os dois camaradas saíram pela porta-de-correr, que fechou com um sonoro "clang!". Marcus abriu o portão, e os dois caminharam até o carro de Paulo, um Uno vermelho. Ele já se sentia satisfeito por ter saído um pouco de casa e aliviado o tédio.

A noite era fresca e tranqüila, o céu estava estrelado, e a rua estava um tanto deserta. O tipo de noite que agradava a Marcus, quando ele queria sentar com os amigos, tomar uma boa cerveja e ouvir um bom rock n' roll.Entraram no veículo, bateram as portas e afivelaram os cintos de segurança. Com habilidade, Paulo manobrou o carro e saiu pela rua.

Rapidamente chegaram ao recinto intitulado Bar Bar. À frente do estabelecimento, notava-se uma boa multidão de jovens, como sempre acontecia, já que a maioria fazia questão de ouvir à música das bandas que tocavam lá, mas se recusavam a entrar pelo valor da consumação e pelo couvert artístico. E esse não era problema para Marcus no caso, já que a banda em questão era de seus amigos. Assim, entraria livre dos preços obrigatórios, como muitas vezes fazia com outras bandas também. É bom ter contatos.

Marcus e Paulo saíram do carro e esticaram os braços. Abriram o porta-malas e pegaram o amp. Entraram. O Bar Bar é aquele tipo de bar de rock em que a banda fica logo na sua cara, sem nenhum palco nem nada, e a maioria do pessoal ficava sentado nas mesas. Um tanto pequeno, é verdade, às vezes até espremido, mas um tanto aconchegante, de certa forma.

Enquanto Paulo ligava o amplificador, Marcus cumprimentava os outros membros da banda. Primeiro foi ao vocalista, um loiro de cabelos curtos um pouco fora de forma; um tipo bonachão e engraçado, e orgulhoso vestia sua camiseta do Guns N' Roses. Era o Duda, o que Marcus melhor conhecia da banda, à exceção de Paulo, com quem estudara junto. Em seguida foi cumprimentar Rodrigo, encarregado da bateria. Um rapaz de cabelos negros e razoavelmente longos. Era o mais jovem da banda, apenas quinze anos. Marcus o conhecia bem, pois estudara junto com o irmão mais velho dele, e morava demasiadamente próximo do jovem músico. Rapidamente cumprimentou Dedão, o baixista, que era alto e tinha cabelo curto, e Henrique, o tecladista, de pele bem pálida e cabelos curtos, com um pequeno cavanhaque pendurado no queixo. Cada um dos cumprimentos não passou muito de um mero "Fala rapá, beleza??" por parte de Marcus, e as respostas foram quase todas um "Fala aí Marcão! Beleza velho?!", à exceção de Duda, que fez questão de ressaltar, em meio à risos, a burrice de Paulo ao estragar o amplificador. O que rendeu boas risadas aos seis camaradas; Paulo incluso. Fazia parte do jeitão de Duda.

Paulo então terminou de ligar tudo, e Marcus sentou-se num canto bem em frente aos companheiros. Pediu uma cerveja, que logo veio. Deu o primeiro gole quando seus amigos tocavam as primeiras notas de um verdadeiro clássico: Black Dog, do Led Zeppelin. Ajeitou-se na cadeira, e pensou consigo mesmo: "Será uma bela noite".
 
WOW que legal!!!
A introdução é mto rox!! E vc conseguiu dar um estilo à fala dos personagens completamente diferende ao da narração!!
Adorei!!
 
PERFEITO!!!!!
Amei!!!
consegui viver cada momento!
ta bem explicado e num ta cansativo de le...!!!ta bem real isso.... gostei muitaum !
ta otimo!!!!
num vejo a hr de le o resto :)
fikei curiosa agora em saber o q rolou na noite q vc toco no Bar Bar

:)
Parabens Marcus ;)
escreve bem rapah ;)!!!!
continue assim

bjos mil
 
Comentário da SdL

Olha Fearuin, bom mesmo seu conto. Eu curti bastante o estilo dos diálogos, que são bem próximo do q agente fala no dia a dia coloquial.
E, só pra encher o saco, Bar Bar? Que nome é esse?
 
Ah, valeu por ler e opinar Vinci. Os diálogos a intenção é justamente essa; dar uma certa proximidade de quem lê com o que está lendo.

Quanto ao nome, ha ha, não me pergunte. Esse Bar existe (ou melhor, existiu, pois fechou). O nome completo era Bar Bar e Afins. Vê se pode? :obiggraz:
 
Comentário SdL

Compreensão do texto e pontos positivos : gostei muito mesmo da introdução. Você lida com um tema que eu considero extremamente interessante, que é a discussão de até que ponto o ser humano é o senhor do seu destino, até que ponto ele é forte o suficiente para fazer frente às correntes que o impelem numa direção contrária a seus desejos. Você sugere também que talvez o ser humano não seja forte o suficiente para enfrentar essas forças, mas os simples desafio, ou seja, o simples fato de o homem ousar enfrentar forças tão maiores do que ele, já confere ao ser humano uma dignidade ímpar por esse ato singular, quase heróico. Gostei especialmente desse trecho:
Mas será esse motivo para se desistir de algo? Ou será um motivo para se reerguer a cada queda, um motivo para enfrentar as conseqüências de cada malfadada e patética tentativa de fazer com que o mundo se curve perante a você, estufar o peito a cada pedrada que a ironia da vida arremessa contra nós? Devemos rastejar e nos submeter, ou enfrentar, aprender com os erros e nos arriscar a sermos imponentemente grandiosos, ou pateticamente ridículos?
Muito legal :)
Vou deixar para comentar em detalhes a história mais para frente, quando você postar outros capítulos. Até agora, dois amigos (Marcus e Paulo) se encontraram e saíram juntos. Chegaram a um bar e encontraram outros colegas.

pontos negativos: Acho muito cedo para fazer qualquer crítica mais consistente. Vou só mencionar uma impressão. Você cria um certo contraste entre narrador e personagens. Estes têm uma linguagem bem informal e aquele é razoavelmente formal. Tome um pouco de cuidado com isso. O contraste em si não é um problema, mas pode soar estranho se for exagerado. Por exemplo: você usa o verbo "adentrar" (por que não simplesmente entrar?). Adentrar, na minha opinião, é um verbo exageradamente formal para aquele contexto.

O texto no conjunto está muito bom. Parabéns.
 

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