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[L] [Elanor, a bela] [Pseudo Homem - crônica]

[Elanor, a bela] [Pseudo Homem - crônica]

Não é o ripo de coisa que estou acostumada a escrever, mas estou ensaiando aqui... espero que gostem e reflitam.

O Pseudo-homem

"homem - sm 1. Qualquer indivéduo da espécie animal que apresenta o maior grau de complexividade na escala evolutiva; o ser humano. 2. A espécie humana; a humanidade. 3. Ser humano do sexo masculino; varã; 4. O homem (3) na idade adulta. 5. Adolescente que atingiu a virilidade."
(Dc. Aurélio)

Essa história é sobre um homem chamado Carlos. Homem não: pseudo-homem. Pseudo porque não de pode dizer que Carlos fosse o mais complexo dos animais na escala evolutiva. Tinha 30anos 2 membros superiores, 2 inferiores e 1 no meio. Este o diferenciava do outro ser humano, a mulher. O diferenciava também de Lucinha, menina casta, pura, que conhecera Carlos na escola, ainda aos 15 anos. Namoraram seis anos. Namorico de portão. Carlos se satisfazia e voltava para casa, aliviado. Porém, por intermédio de Dona Santinha, mãe de Carlos, a menina entrou na família no dia 3 de outubro de um ano qualquer, que Carlos não faz questão de lembrar, ao contrário da entusiasmada Lucinha. Lucinha esta, que após descobrir "os prazeres da vida", fugiu com Matoso, o vizinho. Alto, forte, peludo, que ostentava sob o nariz um farto negrume.

Carlos, pouco lamentoso sobre a fuga da mulher, logo esquecera o o corrido e assim como à todas as coisas do mundo, que não lhe proporcionavam prazer algum, dava-lhe "Bom dia" todas as manhãs quando saía para o trabalho. Trabalho este, que tocava o despertador às 7:15, servia-o café às 7:20, dava-o banho às 7:30 e escovava seus dentes às 7:45. Entregava-lhe a pasta preta e vestia-o o terno cinza, conduzindo-o ao trabalho às 7:55. Seu escritório era um pequeno
quadrado onde tinha lugar para dois objetos, um computador e o pseudo-homem. Ao seu redor encontravam-se vários outros cubículos exatamente iguais ao seu, com pseudo-pessoas exatamente iguais à ele, com as mesmas pastas pretas e os mesmos ternos cinzas.

Carlos também tinha um pseudo-amigo. seu nome era Arquimedes, que ao contrário do grego, dizia que dois corpos podem ocupar o mesmo lugar, sim!, "e se não acredita eu te provo na banheira lá de casa." Arquimedes era o maior sábio da física, aquela do segundo andar... loira, alta, cabelos esvoaçantes... E era o mesmo Arquimedes que todos os sábados levava Carlos para os bares do Rio de Janeiro, onde enquanto o primeiro azarava, o segundopedia um "cowboy"e assistia à uma pequena televisão sem som. Quando chegava em casa, sentava-se à frente da tv até cair em um sono sem sonhos.

E assim passaram-se todos os dias de sua vida, dando "bom dia" `ex-mulher, indo ao trabalho, teclando, teclando, teclando... e a luz branca do computador colava em sua retina, e ele dormia em frente à televisão... um sono sem sonhos... e aos sábados, um cowboy '`a la "plin plin"... e toda a sua vida resumia-se à uma caixa preta, e outra branca... ambas quadradas, e toda a usa existência voltava-se para as teclas, e a luz branca do computador colava em sua retina... E os domingos, esses eram uma continuação interminável de orações absurdas que Dona Santinha o obrigava a cantar. Ela vinha todos os domingos, mais para espiar a ex-nora do que para para catequisar nosso pobre Carlos. Mas ele só entendia por "luz branca", a branca luz do computador...

Então um dia o despertador não tocou e ao acordar, Carlos sentiu um odor estranho, mas lhe era suave. Levantou da cama e sentiu-se leve. Os relógios não marcavam hora, andavam rápido sendo as horas minutos e os minutos segundo. Mas Carlos só observava sem nada fazer. Foi até a cozinha e serviu-se o café, e com as mãos próprias do ser, tomou banho. Escovou os dentes, porém não se vestiu. Andou até a janela do quarto. Podia ver os raios purpúreos do agonizante sol. Ouviu o cântaro de um pássaro que abriu seu coração. Havia várias cores, todas as tonalidades daquele cair de tarde... e era como se a luz branca de desprendesse em um prisma de tantas outras cores que não caberiam em seu
pequeno mundo quadrado. Contudo, sua alma aceitava aquele receber transbordante de vida. Não era mais Carlos, e não havia mais a pobre Lucinha, o estúpido Matoso, não existiam o ignorante Arquimedes ou a pequena Santia. Não vivia o próprio sistemático Carlos que agonizava com o sol, e que tornar-se-ia vazio com a noite. O verdadeiro Carlos nasceria com o novo dia, abençoado com o Ser do SER humano.
 
Thrain... disse:
Ficaram bons os primeiros paragrafos, ms no final o kra simplesmente "acorda pra vida"? :|

Não era pra acordar?? Puxa... tinha q ter um final feliz!

Já escrevi essa crônica há algum tempo... relendo-a vejo que podia ter seguido apenas um estilo... bem... falta de experiência.

Valeu pela paciência! :wink:
 

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