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[L] [Chuck Norris] [Capitulo 1]

Chuck Norris

Usuário
Capitulo 1


Encontro no estábulo


Ravelion sentou-se na cama e espreguiçou. Raios de sol invadiam o quarto através da pequena janela redonda na parede ao lado, que estava aberta. A colcha de cobrir encontrava-se amassada no chão e, logo adiante, não menos desorganizadas, vestes pesadas de guerra acompanhadas de uma espada antiga que começava a enferrujar. As velhas paredes de rocha cinzenta exibiam largas e profundas rachaduras, que talvez significassem que o teto não poderia ser sustentado por muito mais tempo. O chão, feito de rochas semelhantes as da parede, estava parcialmente coberto por um tapete redondo do qual brotavam pelos anormalmente longos e grossos. Um bilhete à mesa-de-cabeceira, preso sob uma pequena estatueta de dragão, informava sobre uma viagem às dez horas da manhã do dia dezessete de novembro. Já passavam das nove horas desse mesmo dia, e assim que percebeu isso, Ravelion deu um salto da cama e correu até a pia. A casa era minúscula. O quarto e o banheiro tratavam-se dos únicos cômodos, que por sinal eram separados apenas por uma cortina verde-esmeralda muito antiga e empoeirada. No centro, logo atrás da porta de madeira, havia uma mesa redonda com jarro azul em cima. Um pouco mais ao lado encontrava-se um enorme armário, cujo interior estava quase totalmente ocupado por trajes rústicos e troféus de caça, atividade que predominava na região.
Ravelion abriu a torneira com pressa e observou a gélida água cristalina escorrer lentamente pela pia, em movimentos circulares. Em seguida, juntou um pouco dela nas mãos e esfregou no rosto repetidas vezes. Pegou a toalha que pendia no gancho ao seu lado e, depois de enxugar a face molhada, fitou-se longamente no espelho a frente. Ele tinha dezessete anos de idade e media cerca de um metro e setenta e cinco. Seus cabelos, lisos e castanhos, dificilmente encontravam-se despenteados, e a coragem emanava de seus olhos cinzentos. A barba, sempre bem aparada, estava em perfeita sintonia com os traços fortes de seu rosto, que eram dignos de um grande guerreiro. Seu excelente porte físico aliado às suas notáveis habilidades com armas fizeram dele o melhor aluno da escola de caçadores de Bryt, e agora que havia acabado de passar com nota máxima nos testes teóricos, partiria para a fazenda de seu professor e padrinho para realizar os testes práticos.
Após tomar um rápido desjejum enquanto se vestia e embainhava a espada enferrujada, Ravelion foi até a mesa-de-cabeceira e pegou o bilhete preso sob a estatueta de dragão. Finalmente, depois de dar uma boa olhada na casa, ele girou com cuidado a maçaneta gasta da porta e saiu. A manhã gélida trouxera consigo um denso nevoeiro que envolvia toda a cidade, e não tardou até uma neblina fina começar a cair. De fato, o tempo estava totalmente diferente do de meia hora atrás, quando Ravelion acordara. Mal era possível enxergar um metro à frente, mas felizmente o caminho até o centro da cidade era familiar e podia ser feito sem dificuldades. À medida que avançava, as casas ao seu redor, na maioria feitas de rocha ou madeira, tornavam-se mais freqüentes. Nas partes laterais da cidade quase todo o terreno era irregular e, conseqüentemente, as construções também. Era comum ver uma ou duas casas no topo de uma colina e as outras logo abaixo, ou lojas situadas em encostas baixas e íngremes. A rua lamacenta servia de passarela para as numerosas crianças ficarem indo e vindo o tempo todo, enquanto seus avôs recostavam-se sob a relva verde e macia ao lado de suas casas, onde contavam histórias sobre o tempo em que eram jovens e enfrentavam qualquer aventura. No entanto, no centro da cidade tudo era muito mais civilizado. Dificilmente um adulto ou idoso aventurava-se para além de sua varanda, a não ser que fosse para fazer compras. As casas, construídas sob um terreno perfeitamente nivelado, eram indiscutivelmente alinhadas, formando largas avenidas paralelas. Contudo, apesar de parecer muito grande, Bryt era uma cidade bem pequena. Praticamente todos os moradores eram conhecidos, ou pelo menos já haviam se visto no mínimo uma vez. Ravelion não era uma exceção: o rapaz era incrivelmente popular, e seria possível perceber isso se as ruas não estivessem inteiramente desertas devido ao clima.
Depois de quinze minutos de caminhada, tornou-se possível enxergar algumas pessoas caminhado pela larga praça da cidade. Ela era coberta por Nihasts - árvores altíssimas e de tronco extremamente grosso - cujos galhos confortavelmente providos de folhas formavam um grande teto sob a praça. Alguns bancos de madeira arrumados aleatoriamente encontravam-se molhados de orvalho, mas isso não impediu as pessoas de sentarem-se ali para conversar. Em cada canto da praça havia um caminho, e ao seu lado uma pequena placa de madeira indicando onde ele daria. Ravelion passou por ali encharcado e rapidamente dirigiu-se para o caminho da direita, onde após caminhar outros longos minutos chegou a uma rua escura e larga. Nuvens negras pairavam sobre ela, e a única coisa que se encontrava ali eram bares sujos de nomes agourentos, ferreiros mal-humorados e algumas estalagens. Haviam também alguns homens encapuzados que conversavam de maneira sinistra em becos ao longo da rua, enquanto cães moribundos latiam freneticamente. No entanto, dentre as sombrias construções, uma estalagem imensa cujo grande portão de madeira era cercado por muros não menos grandiosos chamava muita atenção. Ela ocupava uma área cerca de dez vezes maior que a da praça, e não media menos de nove metros de altura. Com certeza era muito velha, mas as fortes paredes internas ainda resistiam perfeitamente embora apresentassem algumas rachaduras. Ravelion caminhou rapidamente pela rua, evitando os olhares interessados dos homens encapuzados que começavam a se aproximar dele. Quando chegou a uma pequena escada que antecedia o portão, coberta por um fino teto de palha, sacudiu a cabeça e apressou-se em bater nele para chamar o porteiro. Uma corrente gélida de ar o fez tremer quando olhou para o letreiro a cima, onde lia-se:

Estalagem Espada de Aço

Valor diário: 15 bacos prateados
A entrada de forasteiros é inteiramente proibida durante a noite.
P.S: Caçadores profissionais e estudantes da escola de caçadores de Bryt não pagam por um dia de hospedagem.

Assim que acabou de ler, o portão foi semi aberto pelo porteiro: um homem velho de barba e cabelos compridos, que portava uma expressão extremamente zangada. Porém, antes que ele pudesse resmungar qualquer coisa, Ravelion entregou-lhe o bilhete que pegara na mesa-de-cabeceira. Após aproximá-lo bem perto do rosto e examinar meticulosamente cada palavra, ele, relutante, abriu o portão um pouco mais. Ravelion apressou-se em entrar e cumprimentá-lo, mais o porteiro simplesmente virou as costas e saiu. Ignorando a má educação do homem, ele apenas continuou seu caminho. A estalagem era divida em duas partes: cada uma de um lado da longa passagem que levava à recepção e, uma pouco mais adiante, a um estábulo. Ravelion dirigiu-se à parte direita passagem, cujo estreito corredor possuía cobertura. Ao chegar ali, ele diminuiu o passo e em poucos minutos chegou à recepção. Tratava-se de um cômodo cheio de mesas e papeis, cercado por um balcão redondo no qual apoiava-se um homem entediado. O teto, assim como o da estalagem, era amarelado; e as paredes, também iguais, brancas. O recepcionista, assim que percebeu a chegada de Ravelion, pareceu ligeiramente alegre.
- Oh, eles estão aguardando-o lá no estábulo, rapaz! Já faz um bom tempo que o Sr. Gray e os outros chegaram, e eles pareciam bastante ansiosos. – dizia ele, enquanto abria a porta. – Vamos lá, acredito que você esteja um pouco atrasado!
Ravelion passou pela porta e agradeceu o homem, que por sua vez retirou-se para dentro da estalagem. Aparentemente ele recebera ordens de esperar lá até que todos aparecessem, o que explica sua felicidade com a chegada do último integrante do grupo.
Em fim, depois de uma breve e última caminhada, ele chegou ao estábulo que marcava o fim da passagem. Seis homens montados em cavalos altos e malhados encontravam-se perto de um monte de palha molhada, onde conversavam ansiosos. À medida que aproximava, Ravelion distinguia a voz e o rosto de seus companheiros, mesmo com o nevoeiro atrapalhando-o. Ele sentiu a emoção tomar conta de seu corpo ao imaginar como seria a viagem: dois dias e duas noites, cavalgando em encostas íngremes e caminhos lamacentos, galopando por vastos campos abertos e lutando contra o tempo chuvoso. E quando chegassem; bom, quando eles finalmente chegassem à grande fazenda do Sr. Gray (padrinho e professor de Ravelion), provavelmente uma poltrona confortável de frente à lareira estaria a disposição de cada um, seguida de uma ceia farta. No entanto, o mais importante é que lá eles realizariam os testes práticos, no qual se obtivessem notas satisfatórias, transformar-se-iam em autênticos caçadores profissionais, ou seja, teriam licença para caçar e matar qualquer criatura abominável, ou aptidão para proteger algum senhor rico que sofresse ameaças, ou, em fim, fazer qualquer atividade que um caçador faria. Ravelion era apaixonado por ação e aventuras de alto risco, principalmente se fosse para defender uma cidade, vila ou mesmo toda Phakzan.
Ao se aproximar, todos os olhares fixaram-se nele, e um silencio fúnebre tomou conta do local durante longos minutos. Era uma daquelas horas em que tornava-se notável para qualquer um que algo muito esperado estava para acontecer; algo de extrema importância. Ao fim do que pareceu ser uma eternidade, um senhor idoso com pouquíssimos fios de cabelo desceu do cavalo e caminhou lentamente até Ravelion. Sem sombra de dúvidas tratava-se de um grande guerreiro nos tempos de outrora, e embora seu físico ainda fosse forte e ele conservasse uma altura elevada para sua faixa etária, era possível ver a idade fazendo-lhe efeito. Aquele era ninguém menos que o grande John Yeholl Gray, ou senhor Sr. Gray, como era chamado por todos. Seus feitos incomensuráveis foram de essencial importância para a formação de Phakzan, e em qualquer lugar seu nome era conhecido e respeitado. Seus olhos eram penetrantes e frios para os inimigos, no entanto, seus amigos encontrariam um imenso conforto e segurança neles. Quando ele finalmente falou, o fez com calma, e o som firme de sua voz transmitia tanta confiança que era impossível sentir-se inseguro na frente dele.
- Ah, Ravelion! Meu aluno, meu afilhado... Todos nós estávamos aguardando a sua chegada. Venha, vamos todos entrar. – disse ele, segurando no ombro do rapaz e conduzindo-o para dentro do estábulo coberto. Todos os seguiram. – Infelizmente este estábulo foi o lugar mais adequado para nós nos encontrarmos, por motivos que logo explicarei. Mas antes de tudo, antes mesmo de partirmos para a cavalgada até minha fazenda, onde após realizarem os testes o futuro profissional de vocês será decidido, – e enquanto dizia isso, seu olhar passava de um por um dentre os presentes – quero dar uma palavrinha com todos vocês. Será bem rápido, mas prestem tanta atenção nisso como prestariam em um assunto que colocaria as suas vidas em jogo, pois eu garanto: com toda certeza, não direi nada menos que isso.
 
Re: Capitulo 1 do meu livro - Por favor, leiam e comentem o que quiserem!!!

Ravelion, o lugar mais apropriado para você postar o seu texto é no Clube dos Bardos.
Se tiver dificuldades para se associar a um clube, leia este tópico: Como se Associar a um CLUBE
 
Última edição:
Re: Capitulo 1 do meu livro - Por favor, leiam e comentem o que quiserem!!!

Gostei, Ravelion! Tá bem descritivo! (puxa! vc tem o mesmo nome do seu personagem! hehehehe!)

Continue! A história promete!
 
Re: Capitulo 1 do meu livro - Por favor, leiam e comentem o que quiserem!!!

Capitulo 1


Encontro no estábulo


Ravelion sentou-se na cama e espreguiçou. Raios de sol invadiam o quarto através da pequena janela redonda na parede ao lado, que estava aberta. A colcha de cobrir encontrava-se amassada no chão e, logo adiante, não menos desorganizadas, vestes pesadas de guerra acompanhadas de uma espada antiga que começava a enferrujar. As velhas paredes de rocha cinzenta exibiam largas e profundas rachaduras, que talvez significassem que o teto não poderia ser sustentado por muito mais tempo. O chão, feito de rochas semelhantes as da parede, estava parcialmente coberto por um tapete redondo do qual brotavam pelos anormalmente longos e grossos. Um bilhete à mesa-de-cabeceira, preso sob uma pequena estatueta de dragão, informava sobre uma viagem às dez horas da manhã do dia dezessete de novembro. Já passavam das nove horas desse mesmo dia, e assim que percebeu isso, Ravelion deu um salto da cama e correu até a pia. A casa era minúscula. O quarto e o banheiro tratavam-se dos únicos cômodos, que por sinal eram separados apenas por uma cortina verde-esmeralda muito antiga e empoeirada. No centro, logo atrás da porta de madeira, havia uma mesa redonda com jarro azul em cima. Um pouco mais ao lado encontrava-se um enorme armário, cujo interior estava quase totalmente ocupado por trajes rústicos e troféus de caça, atividade que predominava na região.
Ravelion abriu a torneira com pressa e observou a gélida água cristalina escorrer lentamente pela pia, em movimentos circulares. Em seguida, juntou um pouco dela nas mãos e esfregou no rosto repetidas vezes. Pegou a toalha que pendia no gancho ao seu lado e, depois de enxugar a face molhada, fitou-se longamente no espelho a frente. Ele tinha dezessete anos de idade e media cerca de um metro e setenta e cinco. Seus cabelos, lisos e castanhos, dificilmente encontravam-se despenteados, e a coragem emanava de seus olhos cinzentos. A barba, sempre bem aparada, estava em perfeita sintonia com os traços fortes de seu rosto, que eram dignos de um grande guerreiro. Seu excelente porte físico aliado às suas notáveis habilidades com armas fizeram dele o melhor aluno da escola de caçadores de Bryt, e agora que havia acabado de passar com nota máxima nos testes teóricos, partiria para a fazenda de seu professor e padrinho para realizar os testes práticos.
Após tomar um rápido desjejum enquanto se vestia e embainhava a espada enferrujada, Ravelion foi até a mesa-de-cabeceira e pegou o bilhete preso sob a estatueta de dragão. Finalmente, depois de dar uma boa olhada na casa, ele girou com cuidado a maçaneta gasta da porta e saiu. A manhã gélida trouxera consigo um denso nevoeiro que envolvia toda a cidade, e não tardou até uma neblina fina começar a cair. De fato, o tempo estava totalmente diferente do de meia hora atrás, quando Ravelion acordara. Mal era possível enxergar um metro à frente, mas felizmente o caminho até o centro da cidade era familiar e podia ser feito sem dificuldades. À medida que avançava, as casas ao seu redor, na maioria feitas de rocha ou madeira, tornavam-se mais freqüentes. Nas partes laterais da cidade quase todo o terreno era irregular e, conseqüentemente, as construções também. Era comum ver uma ou duas casas no topo de uma colina e as outras logo abaixo, ou lojas situadas em encostas baixas e íngremes. A rua lamacenta servia de passarela para as numerosas crianças ficarem indo e vindo o tempo todo, enquanto seus avôs recostavam-se sob a relva verde e macia ao lado de suas casas, onde contavam histórias sobre o tempo em que eram jovens e enfrentavam qualquer aventura. No entanto, no centro da cidade tudo era muito mais civilizado. Dificilmente um adulto ou idoso aventurava-se para além de sua varanda, a não ser que fosse para fazer compras. As casas, construídas sob um terreno perfeitamente nivelado, eram indiscutivelmente alinhadas, formando largas avenidas paralelas. Contudo, apesar de parecer muito grande, Bryt era uma cidade bem pequena. Praticamente todos os moradores eram conhecidos, ou pelo menos já haviam se visto no mínimo uma vez. Ravelion não era uma exceção: o rapaz era incrivelmente popular, e seria possível perceber isso se as ruas não estivessem inteiramente desertas devido ao clima.
Depois de quinze minutos de caminhada, tornou-se possível enxergar algumas pessoas caminhado pela larga praça da cidade. Ela era coberta por Nihasts - árvores altíssimas e de tronco extremamente grosso - cujos galhos confortavelmente providos de folhas formavam um grande teto sob a praça. Alguns bancos de madeira arrumados aleatoriamente encontravam-se molhados de orvalho, mas isso não impediu as pessoas de sentarem-se ali para conversar. Em cada canto da praça havia um caminho, e ao seu lado uma pequena placa de madeira indicando onde ele daria. Ravelion passou por ali encharcado e rapidamente dirigiu-se para o caminho da direita, onde após caminhar outros longos minutos chegou a uma rua escura e larga. Nuvens negras pairavam sobre ela, e a única coisa que se encontrava ali eram bares sujos de nomes agourentos, ferreiros mal-humorados e algumas estalagens. Haviam também alguns homens encapuzados que conversavam de maneira sinistra em becos ao longo da rua, enquanto cães moribundos latiam freneticamente. No entanto, dentre as sombrias construções, uma estalagem imensa cujo grande portão de madeira era cercado por muros não menos grandiosos chamava muita atenção. Ela ocupava uma área cerca de dez vezes maior que a da praça, e não media menos de nove metros de altura. Com certeza era muito velha, mas as fortes paredes internas ainda resistiam perfeitamente embora apresentassem algumas rachaduras. Ravelion caminhou rapidamente pela rua, evitando os olhares interessados dos homens encapuzados que começavam a se aproximar dele. Quando chegou a uma pequena escada que antecedia o portão, coberta por um fino teto de palha, sacudiu a cabeça e apressou-se em bater nele para chamar o porteiro. Uma corrente gélida de ar o fez tremer quando olhou para o letreiro a cima, onde lia-se:

Estalagem Espada de Aço

Valor diário: 15 bacos prateados
A entrada de forasteiros é inteiramente proibida durante a noite.
P.S: Caçadores profissionais e estudantes da escola de caçadores de Bryt não pagam por um dia de hospedagem.

Assim que acabou de ler, o portão foi semi aberto pelo porteiro: um homem velho de barba e cabelos compridos, que portava uma expressão extremamente zangada. Porém, antes que ele pudesse resmungar qualquer coisa, Ravelion entregou-lhe o bilhete que pegara na mesa-de-cabeceira. Após aproximá-lo bem perto do rosto e examinar meticulosamente cada palavra, ele, relutante, abriu o portão um pouco mais. Ravelion apressou-se em entrar e cumprimentá-lo, mais o porteiro simplesmente virou as costas e saiu. Ignorando a má educação do homem, ele apenas continuou seu caminho. A estalagem era divida em duas partes: cada uma de um lado da longa passagem que levava à recepção e, uma pouco mais adiante, a um estábulo. Ravelion dirigiu-se à parte direita passagem, cujo estreito corredor possuía cobertura. Ao chegar ali, ele diminuiu o passo e em poucos minutos chegou à recepção. Tratava-se de um cômodo cheio de mesas e papeis, cercado por um balcão redondo no qual apoiava-se um homem entediado. O teto, assim como o da estalagem, era amarelado; e as paredes, também iguais, brancas. O recepcionista, assim que percebeu a chegada de Ravelion, pareceu ligeiramente alegre.
- Oh, eles estão aguardando-o lá no estábulo, rapaz! Já faz um bom tempo que o Sr. Gray e os outros chegaram, e eles pareciam bastante ansiosos. – dizia ele, enquanto abria a porta. – Vamos lá, acredito que você esteja um pouco atrasado!
Ravelion passou pela porta e agradeceu o homem, que por sua vez retirou-se para dentro da estalagem. Aparentemente ele recebera ordens de esperar lá até que todos aparecessem, o que explica sua felicidade com a chegada do último integrante do grupo.
Em fim, depois de uma breve e última caminhada, ele chegou ao estábulo que marcava o fim da passagem. Seis homens montados em cavalos altos e malhados encontravam-se perto de um monte de palha molhada, onde conversavam ansiosos. À medida que aproximava, Ravelion distinguia a voz e o rosto de seus companheiros, mesmo com o nevoeiro atrapalhando-o. Ele sentiu a emoção tomar conta de seu corpo ao imaginar como seria a viagem: dois dias e duas noites, cavalgando em encostas íngremes e caminhos lamacentos, galopando por vastos campos abertos e lutando contra o tempo chuvoso. E quando chegassem; bom, quando eles finalmente chegassem à grande fazenda do Sr. Gray (padrinho e professor de Ravelion), provavelmente uma poltrona confortável de frente à lareira estaria a disposição de cada um, seguida de uma ceia farta. No entanto, o mais importante é que lá eles realizariam os testes práticos, no qual se obtivessem notas satisfatórias, transformar-se-iam em autênticos caçadores profissionais, ou seja, teriam licença para caçar e matar qualquer criatura abominável, ou aptidão para proteger algum senhor rico que sofresse ameaças, ou, em fim, fazer qualquer atividade que um caçador faria. Ravelion era apaixonado por ação e aventuras de alto risco, principalmente se fosse para defender uma cidade, vila ou mesmo toda Phakzan.
Ao se aproximar, todos os olhares fixaram-se nele, e um silencio fúnebre tomou conta do local durante longos minutos. Era uma daquelas horas em que tornava-se notável para qualquer um que algo muito esperado estava para acontecer; algo de extrema importância. Ao fim do que pareceu ser uma eternidade, um senhor idoso com pouquíssimos fios de cabelo desceu do cavalo e caminhou lentamente até Ravelion. Sem sombra de dúvidas tratava-se de um grande guerreiro nos tempos de outrora, e embora seu físico ainda fosse forte e ele conservasse uma altura elevada para sua faixa etária, era possível ver a idade fazendo-lhe efeito. Aquele era ninguém menos que o grande John Yeholl Gray, ou senhor Sr. Gray, como era chamado por todos. Seus feitos incomensuráveis foram de essencial importância para a formação de Phakzan, e em qualquer lugar seu nome era conhecido e respeitado. Seus olhos eram penetrantes e frios para os inimigos, no entanto, seus amigos encontrariam um imenso conforto e segurança neles. Quando ele finalmente falou, o fez com calma, e o som firme de sua voz transmitia tanta confiança que era impossível sentir-se inseguro na frente dele.
- Ah, Ravelion! Meu aluno, meu afilhado... Todos nós estávamos aguardando a sua chegada. Venha, vamos todos entrar. – disse ele, segurando no ombro do rapaz e conduzindo-o para dentro do estábulo coberto. Todos os seguiram. – Infelizmente este estábulo foi o lugar mais adequado para nós nos encontrarmos, por motivos que logo explicarei. Mas antes de tudo, antes mesmo de partirmos para a cavalgada até minha fazenda, onde após realizarem os testes o futuro profissional de vocês será decidido, – e enquanto dizia isso, seu olhar passava de um por um dentre os presentes – quero dar uma palavrinha com todos vocês. Será bem rápido, mas prestem tanta atenção nisso como prestariam em um assunto que colocaria as suas vidas em jogo, pois eu garanto: com toda certeza, não direi nada menos que isso.

Está muito bom!!!:yep: :D :joy: :obiggraz:

Cavaleira Negra
 
Re: Capitulo 1 do meu livro - Por favor, leiam e comentem o que quiserem!!!

olha só kra..
está mto bom msm!!
continue escrevendo ...tenho certeza q vai virar um ótimo livro!!

Namárië
 

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