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[L][Cervus][O Senhor dos Reais]

Edu

Draper Inc.
O SENHOR DOS REAIS
Té Lórdi ofy té Ringues

A Sociedade do Real
Té Felouchips ofy té Ringue​

Nomes próprios, slogans ou logos pertencem a seus respectivos portadores. Alguns trechos desse conto foram copiados de livros de J.R.R. Tolkien, mas com seus sentidos e palavras alterados.​



O SENHOR DOS REAIS TRADUZIDO DO “JORNAL COMUNITÁRIO VILA FELIZ”do Morro Ocidental por Eduardo Furbino. Aqui está contada a história
da Guerra do Real e do Retorno do Rei* conforme vista pelos favelados menos afortunados.​

*Dono do Morro/Boca​

Três Reais para os Reis-Mendigos sob essa Ponte,
Sete para os Senhores-Anões no TV Xuxa aprisionados,
Nove para os Capangas banais fadados ao eterno Dono,
Um para o Senhor do Morro, em seu Trono de prástico,
Nas Terras da Comunidade, onde os Bêbados se deitam.
Um Real para a todos endividar, Um Real para encrencá-los,
Um Real para a todos trazer, e nas Dívidas aprisioná-los,
Nas Terras de Morrordor*, onde os Reais são fabricados.​

*”Casa da Moeda” em bimbarin, uma das línguas dos Mendigos.​


PRIMEIRA PARTE​


PREFÁCIO

Esta história cresceu conforme foi sendo contada, até se tornar a história da Grande Guerra do Real, incluindo muitas passagens da história ainda mais antiga que a precedeu. O conto foi iniciado logo depois que O Robert foi escrito. Bem, este não é só um conto, é um grande relato, e em sua grande parte trata de roberts, seres pequenos e toscos que vivem de mensageiros e enfeites de casa nas Grandes Favelas.
Nota: a visão dos roberts, sendo eles seres de meio metro, não é muito boa (não mesmo!), por isso, aqui consta a visão de um dos anões de Arda.

Dizem que os roberts são seres estúpidos, idiotas, mesquinhos, babacas, esnobes, maníacos por dinheiro, pequenos, magricelas, vermífugos, barrigudos, ladrõezinhos, piolhentos, sarnentos, peludos, cabeçudos, pervertidos, tarados e tão complexos que outras características suas demorariam uma Era dos vacás inteira para serem relatadas.
Os roberts nasceram quando os Donos do Morro precisaram levar, muito rapidamente, recados e mercadorias para outros dos Donos. Naquela época, os dois postes de luz da então pequena vila da Erva-Média, I-Luís, ao norte, e Dumal, ao sul, que foram construídos através de caridade e doação (roubo) do dinheiro do Orfanato, estavam sem energia devido ao perverso dono da Companhia Elétrica de Eletricidade da Erva-Média, Zélkor, que cortara a luz porque queria destruir tudo o que seus técnicos (os V.A.C.Á.S) faziam, e porque era um debilóide à toa, que, de tão complexado, odiava a maioria dos outros vacás, que eram seres muito fortes e formados em criaçãodomundologia, e que construíram muitas das coisas duradouras da Erva-Média, como a Fonte Arrecadadora de Dinheiro e o Arda (sociedade dos “Anões Ridículos e Doidos Anônimos”). A escuridão, então, com o corte da luz, tomou conta da Erva-Média, e os roberts, que podiam ver bem no escuro, foram as opções dos Donos dos Morros para seus mensageiros.
Naquela época, o terrível Senhor do Morro de Morrordor, Çauron, iniciou a falsificação do que seria chamado “Os Reais do Poder”. Com papel celofane (N/A: papel transparente colorido além da conta), que roubou das crianças anãs, ele fez os Sete, e os deu aos Senhores-Anões, pais das crianças, os quais estavam pegando muito no seu pé e falando constantemente frases como: “...vais ficar a sete palmos embaixo da terra!”. E eles, por nunca terem visto tal iguaria, ficaram maravilhados, e, dessa forma, foram seduzidos por Çauron. De papelão, o Senhor do Morro fez os Nove, e os deu a seus Capangas, que tentaram gastá-los comprando cachaça e torresmo, mas os butequeiros não os aceitaram e, dessa forma, os Capangas tiveram que ficar com eles, meio que a contra-gosto. Três Reais não foram feitos, nem tocados, nem maquinados e nem maculados por ele. Esses três foram feitos de latinhas recicladas pelos Reis-Mendigos, que os esconderam da vista de Çauron, pois almejavam vendê-los a um preço legal em um futuro próximo, quando o preço das latinhas subisse. E, por fim, o Um, feito de sacola de supermercado e purpurina dourada, para que durasse mais, foi feito só para ele, e ele o chamou “o Um Real para a Todos Endividar”, e, com ele, por causa da sua bonita aparência, dominou os outros dezesseis, menos os dos Reis-Mendigos, que acharam que a purpurina lembrava comida, e, por isso, ficaram de mau de Çauron..
Mas Çauron foi derrotado logo após falsificar o Um, e justamente pelos moradores da boca (errr... Morro), que, tendo sido desprezados por ele e não sido agraciados com nenhum Real, formaram a Última Aliança entre os Manos e as Minas, e lutaram contra Çauron e seu exército de Homens da Comunidade e suas Uzi. Muitos homens, mulheres, Mendigos e alguns anões pereceram, e no final, o próprio Çauron, protegido por um colete à prova de balas saqueado da PM (na verdade ele comprou de um policial amigo dele, mas eu não disse nada!), saiu para lutar. Foi Manéldur, o nobre padeiro português dono da Padaria Arno & Gordor, que, tendo mãos leves, roubou o Um Real do bolso de Çauron, e arruinou, assim, parte de seu poder monopólico e sedutor para sempre.
E os sábios Mendigos levaram Manéldur até a máquina de xerox de Çauron, onde o Um Real foi falsificado, e só onde pode ser destruído. Mas o coração dos portugueses é muito facilmente corrompido, e Manéldur reivindicou o Real para si, como sendo uma recompensa por ter perdido o jogo do Vasco quando resolveu participar daquele arrastão… quer dizer… daquela Guerra.
Manéldur partiu para a sua padaria, mas quando atravessava a passarela Tirotodahora, foi atingido por uma bala perdida, e o Real escorregou do seu bolso, e naquela Era nenhum outro relato foi escrito a seu respeito.

(Continua...)​
 
Última edição:
SEGUNDA PARTE​

Deu-se, então, que o Real foi encontrado, num futuro distante, pela criatura mais improvável de se imaginar: um robert antigo, de nome Smáugol. Smáugol acabara de ser expulso de sua família, por estrangular seu velho amigo Teddyágol, o Ursinho, simplesmente por esse ter se negado a namorá-lo. Quando Smáugol tentou abusar de Teddyágol, o robert acabou matando-o (sim, Smáugol era selvagem). Este foi o motivo da expulsão do desastrado robert de sua família. “Se você quer ser pervertido, tem que faze-lo direito”, já dizia vovó Smaugina.
Smáugol vagou, então, por toda a Erva-Média, comendo batatas fritas e outras tranqueiras encontradas nas latas de lixo, até que notou algo dourado, brega e feito de plástico jogado em uma delas, perto da passarela Tirotodahora. Ele apanhou o objeto e viu que era uma nota, uma nota muito estranha. Ela era reluzente, dourada… e ele então disse esta memorável frase:
─ Olha… que coisa! Isso deve ter pertencido a um bicha na outra encarnação, porque nunca vi tanta purpurina junta! – Mas, mesmo assim, Smáugol a guardou. Ele pensou que aquilo poderia servir como papel-higiênico num futuro próximo, quando nenhum estivesse disponível.
Mas aquela nota, que Smáugol veio a descobrir depois ser o Um Real, começou a exercer uma influência maléfica sobre o robert, a ponto dele definhar perante ela, dizendo constantemente frases como: “meu preciossso!”, “meu amor, meu preciossso, nós te ama, ssssim!”, “meu papel-higiênico rrrreserva, ssssim! É meu, meu papel! Ganhei depois daquela buxada de booode!”, e outras um pouco mais polidas, mas que, por tal fato, não merecem ser aqui relatadas.
Além da mente, o corpo de Smáugol também definhou. Ele, que antes era um robert piolhento, sarnento, vagabundo e barrigudo, se tornou, também, sujo e imundo, por fora e por dentro. E Smáugol se distanciou de todos os povos, indo morar no esgoto. E lá, pela ausência de sol, sua pele se tornou branca como cera, e seus dentes podres. E ele passou a cheirar a dejetos, e isso o isolou mais dos outros, principalmente dos Mendigos, pois eles pensavam que, por isso, ele tinha o que comer (vai entender esses nobres Mendigos líricos e sábios…).
Smáugol se ausentou do mundo fora do esgoto, e com o Real se casou em sua mente. Não se pode negar que Smáugol era meio gay, porque, em vez de “preciosa”, ele chamava sua esposa de “precioso”. Mas o que Smáugol era ou é não cabe a nós decidir, mas sim aos escritores dos Anais da Comunidade, que gostam de pegar em seu pé e descrevê-lo em seus livros como: “Sr. Smáugol Afeminado, filho de Não-Se-Sabe-Quem, esposo de Preciosinho e pai dos Preciosos Gracinhas”.
Deu-se, então, que um dia Smáugol perdeu, não se sabe como, seu Um Real, e esse foi encontrado por outro robert, Bimbo Nécessaire, que passeava pelas redondezas do esgoto, e que achou o Real interessante e passou a usá-lo como folha para cigarrinhos rápidos, quando não tinha nenhuma disponível. O Real exerceu menos influência em Bimbo do que em Smáugol, porque, na maioria das vezes, ele se encontrava chapado ou fumando um cachimbo de todo o tamanho que soltava bolhas rosas e verdes, o que dificultava o domínio do Real, já que ele, quando não estava largado na sarjeta por causa da bebida, estava soltando suas bolhas, feliz da vida em um canto qualquer.
E é aqui que a nossa história começa, na festa de Bimbo, quando ele comemoraria onze anos, uma idade muito respeitável para um robert.

(Continua...)​
 
Continuando, Elddrini :mrpurple:

Parte I

Uma Fila-Bóia muito esperada e
O Sombra do Passado


No dia em que o Sr. Bimbo Nécessaire anunciou que daria uma festa, muitas pessoas ameaçaram-no se ele não enviasse convites a elas. Por esse fato, o nosso prezado amiguinho teve de convidar todas as famílias da região. Confirmaram presença muitas delas, como os Baggos, os Baloffos, os Tûrkos (que intimaram-no a convidá-los falando algo sobre bombas), os Brande-Nuques (a família mais rica da região), os Pé-na-Cova, os Pés-Horrendos, os Cornointeiros, os Nécessaires e até os Sacola-Nécessaires, famosos por roubar os pertences alheios com nada mais nada menos que… sacolas!
A festa, claro, era dedicada a Bimbo, que comemoraria seu onzécimo aniversário. Tudo fora roubado… quer dizer… arranjado com antecedência. Era costume entre os roberts dar presentes em seu aniversário, e não receber. Por isso, todos os brinquedos foram encomendados da Fábrica de Lembrancinhas VALLE [DE LAS LEMBRANCITAS DEL PARAGUAY], região muito importante que há mais de 500 anos produzia presentes de qualidade, que eram muito bons, conservados e bonitos, como botões, fios-dentais, chicletes mascados e bonecos do Fogão, o Balrog Amigo (e duvidosamente bochechudo), já que a família Nécessaire era, de certa forma, bastante rica.
Como local da festa foi escolhido o quintal da Vizinha, que não deixou que eles se utilizassem dele. Mas os Nécessaires não desistiam facilmente. Eles queriam aquele quintal, e o teriam! Miraculosa e misteriosamente, alguns parentes da Vizinha morreram, e ela anunciou que passaria duas semanas fora de casa, mas que não era para os Nécessaires usarem seu quintal para a festa. Essa parte, me parece, eles não escutaram.

Bimbo chamava aquilo de festa, mas era mais um pancadão do que qualquer coisa. Quando todos os roberts haviam ganhado seus presentes e pegado alguns “emprestado”, começaram a beber, a dançar, a quebrar copos, a xingar, a contar piadas, a virar uns aos outros de cabeça para baixo em latas de lixos, a saquear a casa da Vizinha e outras coisas muito mais interessantes que essas, que fariam até Sauromau rir. Bimbo, então, vendo que tudo era bom, foi descansar com uma “amiga” dentro de casa, voltando tempos depois, quando todos já estavam comendo.
“Discurso! Discurso! Discurso!”, gritaram uns. Outros, mais desgostosos, gritaram outras coisas menos honrosas.
Bimbo, emocionado, disse:

— Não sejam tolos, esta festa não é tão importante a ponto de merecer um discurso!

— Cala a boca e manda a merda do falatório! – Responderam eles.

Bimbo, tirou então um papelzinho do bolso, subiu em uma cadeira e começou a lê-lo:
― Irmãos e irmãs! Vocês que estão aqui, aleluia, sabem que o fim está próximo, glória! Vamos, glória! Dêm-me o vosso dinheiro, irmãos, e encontrarão a vaga no céu! Aleluia! Aleluia! A… não, não é isso. Me desculpem, meus queridos amigos e companheiros roberts… esse é o discurso pra quando eu for virar pastor… – disse Bimbo, envergonhado e raivoso, ao ver que algumas robertas fiéis haviam se ajoelhado e queriam pagar pela tal vaga no céu com beijos nos pés e outras coisas mais que não eram dinheiro. O Sr. Nécessaire não era de se enganar assim tão fácil, e não aceitou.
Bimbo se endireitou na cadeira e procurou outro papel em seu bolso, o do discurso para o aniversário. Encontrou-o e começou a ler:
― Eu tenho três motivos para fazer o que vou fazer. Primeiro: a “amiga” que eu levei lá para dentro, na verdade, tinha coisas esféricas entre as pernas, e eu estou traumatizado até agora por tal acontecimento, portanto o que eu vou falar não tem lógica. Segundo: eu devo o duas vezes a metade de vocês não como gostaria; e estou ameaçado pelo dobro da metade de vocês a metade de um quarto e meio de 23, que vocês nem imaginam a porcentagem do quanto! Por isso, sinto necessidade de cancelar minhas contas na Suíça e partir para um longo, exaustivo e reconfortante exílio. Vou agora! Adeus! “PÁ!”.
 
Nossa.

Que belo texto Cervus. Você mesmo fez?
Pelo o Título do tópico sim. XD

Parabéns cara, gosto de adimirar obras que ralatam a realidade com um boa quantia de humor. Você sobe no rank de qualquer um com isso. ;-)
 
Nossa.

Que belo texto Cervus. Você mesmo fez?
Pelo o Título do tópico sim. XD

Parabéns cara, gosto de adimirar obras que ralatam a realidade com um boa quantia de humor. Você sobe no rank de qualquer um com isso. ;-)


Fui eu mesmo. Tudo fruto de uma mente doentia! :lol:

E obrigado, Asca! Se eu subo no rank, elogios assim me dão força para continuar escrevendo! :mrgreen:
 

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