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[L][Calimbadil][Neopanclasta]

Calimbadil Thálion

We eat the wounded ones
Essa nova história que eu vou começar se passa num ambiente futurístico, em 2150, mas não darei detalhes sobre a situação do planeta agora.
Vou falar primeiro nos neopanclastas, que são um grupo de jovens anarquistas. (jovens de 40 anos, considerando que a expectativa gira em torno de 312 anos) que temem uma situação irreversível de segregação social no ambiente em que vivem, onde por acaso já não existem muitos países, estes sendo apenas 24 unidades federativas subordinadas ao conselho intercontinental, que regula as atividades dos 21 estados terrestres e dos 3 postos avançados lunares, onde a situação é ainda mais crítica.
Nosso protagonista é um homem de 37 anos chamado Adrien, mas que desconhece seu sobrenome, nascido na unidade 20, onde atualmente é a região do norte da Holanda, Adrien é educado por um homem muito velho que guarda relíquias que foram teoricamente exterminadas cerca de 70 anos atrás, livros.
Apesar de haver toda uma propaganda para que as pessoas colaborem com o sistema e denunciem aqueles que passem mensagens subversivas e perigosas, Adrien e seus amigos reuniam-se na casa do velho e estudavam obras de autores esquecidos que eram chamados de iluministas. Assim sendo, tiveram contato com um conceito novo para eles, algo que os iluministas definiam como liberdade, uma palavra que havia sido erradicada até do dicionário.
A partir de um certo momento, Adrien e seus amigos encontraram um livro parcialmente incinerado enquanto vasculhavam os antigos incineradores da cidade de Rotterdam; Er um livro que continha uma filosofia que pregava a extinção de qualquer governo, de autoria de um homem que se autodenominava Biófilo Panclasta.
Assim se tornaram anarquistas como o livro dizia ser aqueles que buscavam a liberdade dos homens em relação aos governos, e formaram uma sociedade secreta.
Se utilizando de tecnologia antiga fornecida e usada pelo velho, os Neopanclastas se protegeram da ininterrupta vigilância do governo e da própria população.
Poucas ações depois, conseguiram achar mais alguns companheiros, os russos Alek Dragonov e Piotr Carpechenko; porém passaram a ser chamados de terroristas e a estar muito expostos, então se mudaram para a zona 21 que ficava na região mais desolada da lua e que sofria mais intensamente a segregação social e é de lá que começo minha história, pois é lá que as ações desse grupo se tornam importantes. Mas por hoje terão de esperar, afinal, eu ainda tenho a liberdade de me recolher depois das 10.
 
Começemos enfim.

Adrien acordou agitado, Suas mãos tremiam; A insolação havia sido muito forte e perturbra seu sono. Sabia que nunca iria se acostumar à vida na lua.
Levantara cerca de uma hora antes do horário que programara, porém nem tentou dormir de novo pois certamente seria um esforço inútil já que as explosões solares ainda estavam muito intensas, até mesmo as paredes da habisfera tremiam.
Saiu de seu casulo, um claustro esquálido de metal polido que servia de quarto e banheiro para os moradores da habisfera, entrou na cozinha e encontrou três de seus companheiros já acordados, pareciam nem ter dormido, suas faces transpareciam que a insolação também os impedira de pegar no sono.
Àquela hora, palavras não saíam, os homens começavam a preparar o desjejum e só trocavam olhares e grunhidos, 10 minutos depois todos já estavam acordados, o café pronto, e nenhum deles concebia como era possível dormir na lua. Adrien deixou sua cadeira cromada e foi desligar o despertador, que ainda demoraria mais de meia hora para tocar,não eram necessário mais ruídos irritantes para desanimarem os camaradas.
Um dos russos, Carpechenko, se dirigiu para um alçapão semi-escondido atrás do gigantesco reciclador de água e desceu para a sala de controle. Sua função era ativar o disruptor, uma estrutura que bloqueava impulsos externos, era o aparelho mais importante daquela habisfera, pois nenhum inimigo do governo precisa que o governo os monitore.
O Russo iniciou o sistema do cubículo e subiu a escada de volta à cozinha, onde todos já comiam seus desjejuns ou terminavam as primeiras tarefas da noite.
 
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Obviamente deviam começar o "dia" de noite, pois as explosões solares e a radiação são muito intensas quando a face da lua está voltada para o sol.
Mesmo assim todos usavam macacões de proteção que só não eram incomodos porque a gravidade era ajustada para que fossem imperceptíveis.
Não se nega que o mundo evoluíra, mas também é inconsestável que a humanidade se afastou da sociedade perfeita, principalmente depois que a espionagem chegou a um ponto em que privacidade se torna algo muito caro e difícil de comprar, pois somente dinheiro não adiantava de mais nada, era preciso a influência. E isso poucos tinham o luxo de conseguir, e esses formavam uma oligarquia plutocrática que jamais saía do poder e era estamental, nepotista e corrupta.
 
Última edição:
Adrien termina uma torrada francesa e olha pra seus companheiros. Tinha certo amor por eles, nada sexual, homossexuais eram perseguidos naqueles tempos e sua própria educação o direcionara contra tal coisa. Era um companheirismo saudável digamos. Observou seus rostos concentrados, não eram, como ele próprio, jovens, todos passaram dos 30 e vários dos 40, mas comparando-se aos mais velhos daquele tempo não passavam de alevinos desgarrados.
Todos ali na habisfera tinham o objetivo de reverter uma situação paranóica que se mantinha há mais de um século, ou pelo menos dar início a uma luta antes que as previsões de Charles Chaplin se tornem concretas, ninguém gostaria de viver os "tempos modernos" e seria ainda pior se os explorados não percebessem tal tragédia. Assim aqueles homens punham suas garras contra o governo, para que esse seja destruído, e que, novamente, o homem possa decidir se entregará novamente sua liberdade, para evitar o "Caos".
 
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Adrien se aproxima de seu casulo e digita um código que logo faz com que uma parede aparentemente sólida se torne semitransparente, ele a cruza tendo seus eletróns característicos já sido identificados pela parede, atingindo um elevador que permite a passagem do homem mediante uma identificação de sua retina e seu espectro craniano, desceu ao subsolo, cerca de 2000 metros abaixo da superfície lunar, a viagem durou cerca de 90 segundos como habitual e após uma nova identificação as portas cromadas do elevador giraram e permitiram que Adrien entrasse numa sala ampla que certamente deixaria louco qualquer fiscal do governo que ali adentrasse, a grã biblioteca de vielegeiste, ou a biblioteca de muitos fantasmas, continha mais de 1 milhão de títulos, sobreviventes das grandes queimas, que há relativamente pouco tempo haviam eliminado todos os livros e supostamente os digitalizado.
Felizmente, poucos anos depois, alguns homens perceberam que vários volumes subitamente desapareciam e decidiram guardar seus livros em locais secretos,
A frente de Adrien estavam guardadas as possses de mais de 1000 homens que foram executados lutando contra a alienação causada pelo governo, e todos os seus nomes estavam gravados numa enorme placa de mármore no centro da biblioteca, e ainda haviam espaços nela, para que os novos mártires pudessem ser lembrados.
 
Última edição:
Era um lugar muito triste, suas estantes de raro ébano comportavam os volumes em fileiras apertadas e no centro haviam mesas de fibra de vidro para que os homens da habisfera pudessem estudar. Ao lado das mesas haviam discos de backup de 4 petabytes, estes discos continham os textos mais acessados e mais importantes da biblioteca, os anarquistas.
Adrien andou devagar pelo piso de mármore negro, suas botas ecoavam irritantes por entre as estantes caladas e atulhadas de livros, sentou-se na primeira mesa e cumprimentou o auxiliar de pesquisa, o Andróide apelidado de Tolstoi. pediu que localizasse textos de jornais da última semana, 10 segundos depois já tinha tudo imprimido em suas mãos, pegou as 100 páginas que cabiam a ele e voltou em direção ao elevador para entregar os outros calhamaços a seus colegas.
 
Sou suspeito aqui, já que gosto muito de ficção :dente:

Gostei da descrição nada agradável de um futuro sem livros e governos totalitários oprimindo a poulação. Bem diferente o modo como acontece o levante dos Anarquistas... um livro de filosofia! Parabéns! Continua a saga de Adrien, Calimba! :clap:
 

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