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[L][Angellore Daemon][De Lydia e Vollshtar]

Autor: Angellore Daemon
Gênero: Epilogue [não é bem gênero, mas explica melhor!]
Título: De Lydia e Vollshtar
Comentário: Escrevi esse texto para explicar a ligação da minha personagem com o personagem de um amigo meu num jogo de lobisomens =D


Lá estava eu, caminhando novamente pelas fantasmagóricas ruas londrinas a procura de mais vítimas, quando vejo um tipo exótico a caminhar solitariamente na escuridão. Ele não tinha uma pele alva como a minha, nem seus olhos emitiam o brilho azul dos meus, eram de um negro profundo, brilhante, vivo. Os cachos que emolduravam seu rosto lembraram-me as crianças que às vezes brincam em frente ao meu casarão, tão doces, tão puras, tão angelicais. Logo que bati os olhos percebi que seria ele a vítima daquela noite.

Aproximei-me furtivamente daquela estranha figura, sem dela tirar os olhos. Era algo absolutamente novo, até mesmo pra mim e meus 200 anos de existência - ah, lembro-me de quando achava que 200 anos era muito tempo e de quando ainda lamentava a morte de meu tão amado Mathew.

Saltei de um antigo telhado e em segundos estava de pé na frente daquela criatura. Ele se assustou, como se assustaria qualquer um em tal situação.

- Que faz você, estranho, andando sozinho pelas ruas de Londres? Não sabe que é perigoso?

Se recompondo do susto, ele responde:

- Há mais perigo para você, bela dama, do que para um homem feito como eu, que já enfrentou coisa muito pior que um punhado de ratos e alguém que salta de telhados.

Essa frase em particular me irritou profundamente, como pode ele dizer que eu, Lydia, sou apenas alguém que salta de telhados??? Pretendia mostrar misericórdia, mas este foi um pedido de morte.

- Pois então você acha que sou apenas isso? Uma saltadora de telhados? Vejamos então quem é o homem feito aqui, estrangeiro burro.

Nesse momento as nuvens deixaram à mostra a lua cheia, que irradiando seu poder em raios prateados dava força às criaturas, me transformei.

De dama a monstro. Em alguns instantes aquele homem era puro terror, até mesmo sua pele colorida desbotara. Mas não havia escapatória, ele ofendera Lydia.

Dilacerei sua carne até quase matá-lo, mas no último instante pensei: que mal maior posso causar a este desgraçado do que subordiná-lo a mesma maldição que me aflige? Pois que viva eternamente a servir quem lhe deu o dom.

Levantei-me de sobre o corpo ensangüentado, agora quase sem forma e sem vida, não podia deixá-lo ali.

Como alguém que carrega uma formiga, levei-o até meu casarão e lá limpei seus ferimentos com a água fervente da chaleira, que sofra as dores que eu um dia sofri.

Deixei-o no mais escuro e úmido quarto até que tivesse condições de agir por si mesmo, e então descobri quem realmente era aquele de quem quase tirei a vida.

A extremamente rápida cicatrização lupina fez com que praticamente não houvesse marcas daquela fatídica noite, estas ficariam guardadas apenas na memória de cada um de nós.

Sob a luz da lamparina que instalei no quarto, pude examinar melhor aquela pessoa que já não me era tão estranha, e que fazia até parte de meu cotidiano - sim, limpar feridas e cuidar de um dilacerado fazia parte do meu cotidiano. Suas feições ficaram ainda mais belas depois de tudo aquilo, como é possível? Devo estar delirando.

Quando recuperou a fala - não havia arrancado suas cordas vocais por completo - contou-me sua história: filho de um latifundiário no nordeste do Brasil - país esse do qual eu pouco ouvira falar até então -, Vollshtar - sim, este era seu nome - fora exilado de sua terra devido a sua língua ferina - a qual causou sua desgraça, ou benção? - Vagando pelo litoral nordestino como um fugitivo viu uma fragata e nela embarcou, sem saber seu destino, isso não lhe importava naquele momento, queria apenas sair do país o mais rápido possível, onde quer que fosse não sentiria tantas saudades de sua agreste terra natal.

Ao chegar a Londres meu agora hóspede encontrou um mundo que jamais havia imaginado, uma beleza com a qual nem mesmo sonhara, e então algo postou-se em sua frente, não preciso dizer mais nada.

Não sei se foi sua história que derreteu meu coração de gelo ou seus olhos de azeviche que me olhavam com curiosidade, sei apenas que a ele - quem pretendia amaldiçoar com o dom lupino - ensinei todas as artimanhas para sobreviver nesta Inglaterra hostil, neste lugar onde as pessoas não são de todas compreendidas, e ganham a vida como podem.
 
Última edição:
E essa é minha nolyë! :amor:

Tem mais, Angel?

adorei o texto, estou aguardando mais coisas por aqui! =]
 
Muito bom mesmo o texto.

Lembrando que sua fonte não precisa ser branca, o forum converte, tem gente que usa a Skin White do forum e fica ruim de ler.
 

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