Aldailis Echuiré
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11- Passagem pelas montanhas
Na aurora do dia seguinte, Aragorn apressadamente foi acordar a todos para reuni-los a mesa do desjejum. Lá, sentaram e fizeram os planos para sua caminhada.
- Vamos primeiro um pouco a Oeste como Lhûgëa precisa parar em Lórien, e assim vamos seguir um caminho pequeno pelo Anduin um pouco antes das Emyn Muil para pararmos em Rohan. - Aragorn contou.
- Certo!E depois vamos prosseguir andando até Minas Tirith e ficar lá por um tempo? - Sam perguntou
- Sim, pelo menos é o que planejamos antes de partir para o Condado. - Aragorn respondeu.
- Bem...Depois vou voltar para o Condado, afinal, vou ter que reconstruir minha estalagem... - Alda suspirou.
- Eu pretendo passar um tempo mais extenso em Minas Tirith, para conhecer melhor a cidade. Ithilien estava linda quando partimos, e acho que passarei um tempo lá também. - Legolas concluiu.
- Ah, você vai continuar Legolas... - Lhûgëa parou e começou a pensar.
- Na minha opinião, vocês deveriam partir logo. Espero que seu desejo seja não atravessar Moria, mas passar em volta do lado de fora para chegar a Lothlórien. - Elrond aconselhou – Podem se demorar em Lórien, mas não percam a noção do tempo como sempre acontece. Se não, Gandalf pode ficar ligeiramente irritado.
- Talvez sim, talvez não. Ele é tão misterioso que até hoje não sei os motivos que ele fica bravo! - Sam sorriu.
Pararam de conversar e juntaram suas coisas. Sam pegou mais uma corda, antes que esquecesse. Pegaram um cavalo para cada um, e informaram a Elrond que assim que chegassem na parte inferior de Moria iriam mandar os cavalos de volta. Alda foi montada em Arueo, que já conhecia; Aragorn em seu antigo cavalo, Brego, Gimli e Legolas em Filk, Lhûgëa em Retor e Scor (finalmente aceitando um cavalo) montou Rider.
Juntos, partiram rumo a Lórien. No primeiro dia de viagem foram lentamente, sem pressa alguma para chegar lá. Todos iam conversando animadamente sobre assuntos diversos, e Gimli não perdeu a chance de fazer todos darem boas risadas. Todos finalmente pediram para que Alda ou Sam cantasse, e Alda após muita insistência resolveu cantar.
- A música não tem nome, e vou compor agora... - Alda falou, e em seguida com uma entonação forte começou a cantar:
Dias atrás,
Queria voltar pra casa,
Mas não dá mais.
Mas, não posso continuar
assim, pois vou acabar
Triste como sempre.
- Que letra triste...Você se identifica com ela? - Legolas comentou.
- Não é tão triste assim, mas já me senti durante a minha infância. Mas nada a comentar... - Alda respondeu.
- A letra é muito bela e foi escrita por alguém que possui uma inteligência de sábios - Aragorn sorriu - Retrata firmemente o sentido das saudades.
- Era essa a intenção quando a escrevi! - Alda sorriu - Mas não queria falar disso agora!
- Tudo bem, nós entendemos! - Lhûgëa falou – Canta outra!
Quando precisei,
Tu não estavas lá pra me defender.
Foi difícil entender.
Nunca mais,
Ousei dizer que amo você,
Pois você me deixara de lado.
Nada tenho a declarar,
Pois acabo de sonhar:
Comigo e contigo!
Nada entre nós,
Nada pra reclamar.
Nada para brigar.
Ninguém falou. Permaneceram em silêncio por um trecho, até que a curiosidade matou Sam:
- Por que escreveu essa Alda? Você nunca cantou essa lá na Estalagem.
- Eu sei...Mas ela me veio na cabeça agora. Isso foi quando alguns homens chegaram do norte, lembra? Você sabe do resto agora... - Alda respondeu.
- Parece que você não teve muita sorte com os homens, não é? - Gimli perguntou.
- Realmente não tive. Além do mais, quase nunca homens passavam pelo Condado, e quando passavam eram todos grosseiros... - Alda respondeu rindo – Acho que até agora a pessoa da raça dos homens que eu conheci e que é educado e não é grosseiro é o Aragorn.Mas também nunca estive interessada em me dar melhor com eles.Não me entendia com nenhum ser vivo a algum tempo atrás. – ela riu mais - Relacionamentos a maioria das vezes gera decepção...
- Obrigado. - Aragorn interrompeu - Mas acho que Alda não gostaria de comentar muito sobre isso...Se estiver errado me avise.
- Não, pelo contrário! Cante algo alegre para eles, Sam! - Alda empurrou Sam.
Sam cantou uma canção alegre, e Alda aumentou sua velocidade passando a frente dos outros examinando o local. A frente via várias montanhas, e imaginou uma delas sendo Moria. Continuou ainda na frente de todos, mas logo diminuiu a velocidade quando o Sol subiu sobre as cabeças do grupo, demonstrando ser meio-dia.
Pararam para almoçar, e entraram em conversas individuais. Aragorn manteve uma conversa com Alda simpaticamente, evitando comentar de suas músicas ou algo que tivesse passado. Legolas e Lhûgëa conversavam em Quenya. Sam e Scor começavam a se entender e a virar amigos, e Gimli cochilava abertamente. Logo todos levantavam e seguiram a viagem devagar, só conversando.
Foram se aproximando das montanhas para ver o portão de Moria quando chegassem para dar a volta, apesar de saberem que iriam chegar lá a alguns dias de viagem. Alda e Aragorn preferiram manter a retaguarda e Gimli ia guiando todos na frente. Encostaram-se às montanhas por volta das 2 horas, e mantiveram uma velocidade razoável.
Avançaram mais do que o esperado, aproximadamente 10 milhas e pararam para os cavalos descansarem. Alda ficou de fora da conversa dos outros, escovando o pelo de Arueo. Não demorou muito para que Aragorn notasse a distância dela e começasse a conversar:
- Bela tarde está se passando, não acha Alda?
- Sim, muito bela! Seu esplendor reluz sobre os picos das montanhas a nossa volta. - Alda respondeu – E ligeiramente no pelo branco de Arueo...É tão macio que poderia ficar horas escovando-o e nem perceberia o tempo passar.
- Realmente parece um pelo muito macio e sem nós - Aragorn comentou – Posso escová-lo um pouco?
- Claro! - Alda pegou uma escova e passou a Aragorn - Logo partiremos de novo, não é? Quanto pretende andar ainda hoje?
- Pelo menos mais umas cinco milhas antes da noite se aprofundar. - Aragorn calculou, escovando o pelo de Arueo - Mas se não conseguirmos não há problema algum. Devemos partir em meia hora.
- Tempo suficiente para que os cavalos e nós mesmos descansemos. - Alda sorriu - Se quiser descansar vá, não se preocupe comigo.
Aragorn fez uma pequena reverência, mas continuou escovando Arueo. Em meia hora estavam todos montados em seus cavalos e devagar iam avançando.
Conversavam e riam como se nada de ruim pudesse acontecer e caminharam mais três milhas antes do crepúsculo. Mesmo após o anoitecer, conseguiram caminhar mais duas milhas antes de parar para dormir. Fizeram uma ceia razoável e dividiram os horários. Alda e Lhûgëa não teriam que vigiar essa noite, aproveitando para dormir mais um pouco. Mas, ao contrário de Lhûgëa, Alda não dormiu e sentou-se ao lado de Aragorn que cumpria seu turno.
- Não consigo dormir. - Alda disse.
- Eu também não, por isso pedi para que Gimli passasse seu turno para mim. - Aragorn respondeu.
- Então eu acho que vou cumprir os turnos contigo e ver se consigo dormir depois. – ela disse - Pois agora, acho que nem com alguma erva eu ia adormecer.
- Por que se preocupa tanto, Alda? - Aragorn perguntou.
- Não me preocupo, só não consigo dormir. - Alda respondeu. - Nada mais que insônia.
- Concordo com você nesse ponto. - Aragorn respondeu - E é melhor ter sua companhia do que vigiar só.
- Obrigado Aragorn. - Alda sorriu - Isso me faz sentir melhor.
- Que bom que ajudei em alguma coisa! - Aragorn riu.
- Como se você já não tivesse ajudado em outras coisas, não é mesmo? - Alda riu.
- Não, não ajudei em nada até agora! - Aragorn respondeu.
- Imagine...Não me ajudou quando voltei da “caçada orc” nem ajudou Elrond a proteger sua casa...Você já ajudou muito apesar de não ver. - Alda disse.
- Bem, se for levar essas em consideração, então talvez eu tenha feito algo além do que penso agora.- Aragorn disse, rindo novamente.
- Tenho direito de perguntar no que está pensando? - Alda perguntou.
- Yé - respondeu Aragorn em élfico - Ni mel elyë.
- Ni acca – Alda respondeu
Alda repousou cuidadosamente sua cabeça no ombro de Aragorn e juntos observaram as estrelas. No fim do turno de Aragorn, Alda dormira antes que Aragorn acordasse Legolas. O outro, colocou a cabeça dela cuidadosamente na relva macia, e sentou-se ao lado, ficando sem dormir durante a noite.
Na aurora do segundo dia desde Valfenda, Sam, que havia feito o último turno acordou todos. Aragorn tinha conseguido fechar os olhos durante o turno de Legolas, e agora preparava algo para comer no desjejum. Comeram rapidamente e voltaram a seguir caminho, agora um pouco mais rápido. Aragorn, Alda e Lhûgëa apostaram uma corrida até um conjunto de pequenos morros, e Alda surpreendentemente ganhou. O prêmio era uma noite sem ter de fazer o turno de vigia, mas Alda não gostou muito e passou o prêmio para Sam.
- Ele merece mais...Ele viu a aurora nascer hoje, sabem? - Foi o motivo que ela alegou.
Continuaram correndo um pouco, e logo que passaram esses morros, aumentaram a velocidade em direção do Bruinen. Lá, todos beberam água abundantemente sem se demorar, e continuaram a cavalgada. À uma hora da tarde chegaram ao pé de um morro que tinha um vale no meio. Como Moria não tinha nenhum, acharam que seria mais sábio passarem por ali, e caso não saíssem antes da aurora passariam a noite abaixo das pedras.Diminuíram a velocidade e passaram a tomar mais cuidado por onde andavam.
- Façam silêncio... Estamos passando pelas Montanhas Sombrias...orcs ainda moram aqui... - Aragorn lembrou.
Seguiram no vale numa velocidade razoável e logo o crepúsculo chegava e eles já estavam abaixo das montanhas. Pararam e acenderam um fogo baixo, temendo os seres malévolos das montanhas. Esquentaram um pouco a comida que trouxeram de Valfenda e apagaram a sua única fonte de calor. Sem conversar nem nada, todos se juntaram com seus cobertores e procuraram se esquentar da melhor maneira possível.
- Vamos demorar quanto tempo para sair daqui? - Alda perguntou baixinho para Aragorn que estava a seu lado.
- Aproximadamente cinco dias se continuarmos neste ritmo. Sei que é mais do que levaríamos se entrássemos em Moria – Aragorn adicionou - Mas prefiro demorar mais a ser atacado por Balrogs e orcs.
- Ouvi em uma história dos eldar que os Balrogs foram feitos por um ex-Valar, um dos criadores de Arda, Melkor que chamavam de Morgoth... - Alda comentou.
- Sim, foi ele mesmo. - Aragorn respondeu - Ele acabava com tudo que os outros Vala faziam na terra-média, por isso eles se mudaram para Valinor.
Ninguém disse mais nada durante a noite escura e fria que se seguiu.Na aurora congelante e chuvosa do dia seguinte levantaram rapidamente sem nem comer seu amado desjejum. Aragorn ficou parado em pé por um tempo até que quase desistiu de tentar enxergar por sobre a névoa espessa que estava em volta do grupo. Mas Scor, hábil nesse tipo de terreno e tempo, falou claramente:
- Devemos ir encostados às montanhas, quando passarmos por uma inteira essa névoa vai ter sumido, mestre Aragorn!
- Tem certeza disso, Scor?- Alda perguntou esperançosa.
- Sim, tenho certeza, Alda! Vamos, você vem comigo? - Scor colocou-se a frente e apontou.
Aragorn ficou receoso e não se moveu. Alda não hesitou em seguir Scor encostada na parede. Lhûgëa seguiu-os, e Legolas foi atrás dela. Aragorn, desistindo da idéia de ficar, disse a Gimli e Sam para irem na sua frente e seguiu na retaguarda.
Foram bem mais devagar do que gostariam, mas numa velocidade considerada rápida para um vento que quase os fazia levantar do chão. Apesar de não terem visto, o Sol já estava sobre eles e o meio-dia estava marcado nos estômagos de todos. Quando Sam ia reclamar que nem o desjejum fizeram, a montanha foi ficando “redonda”, e a medida que andavam sentiam-na menor. Assim meia-hora depois passaram pela primeira montanha das quatro que deveriam. Deram mais três passos e toda a névoa desapareceu, mas a chuva ainda caia em gotas enormes. Fizeram uma pausa para almoçar, e logo voltaram a caminhar. Foram andando cada vez mais rápido à medida que seus olhos voltavam a enxergar, e antes do crepúsculo já haviam andado ¼ da segunda montanha.
Assim que o dia virou noite, pararam, esquentaram a comida em uma pequena fogueira, protegendo-a da chuva, e em seguida deixaram que a água a apagasse, comendo e se juntando de novo como no dia anterior. Alda e Aragorn fizeram o primeiro turno enquanto os outros dormiam.
- Por que ficou receado quando Scor tentou ajudar-nos? - Alda perguntou.
- Não sei, mas pareceu-me impossível que ele pudesse enxergar isso. - Aragorn respondeu – Mas depois fui e estou aqui, não é mesmo?
- Sim, isto é verdade... - Alda respondeu - Mas se eu não tivesse ido atrás do Scor e os outros não tivessem me seguido seria o contrário, não acha?
- Você está certa... - Aragorn respondeu - Deveria ter acreditado em Scor, ele não fez nada além de tentar nos ajudar.
- Bem...você deveria aprender a confiar nas pessoas. Às vezes faz bem. – Alda aconselhou.
Aragorn nada respondeu e continuaram em silêncio após isso. Nenhum dos dois queria dormir, portanto, deixaram os outros dormirem, sem precisar vigiar.
A aurora do dia seguinte foi mais clara que a do dia anterior, mas ainda chuvosa. Seguiram lentamente, indo atrás de Scor que entendia bem até demais sobre as montanhas. Passaram pela segunda montanha às duas horas, e andaram mais um pouco antes de parar para almoçar.
Dessa vez fizeram uma fogueira e deixaram-na acesa, já que de dia não haveria problema, pois os orcs das montanhas só saem de noite. Todos se uniram em volta da mesma, e pela primeira vez em dois dias conversaram e riram tanto quanto o tempo que tinham permitiu. Voltaram a andar uma hora depois, e iam a passos lentos, mas seguros. Aragorn ia à frente junto com Scor, Alda e Lhûgëa iam conversando atrás e Gimli, Sam e Legolas na retaguarda, cantando.
Andaram mais duas horas após o crepúsculo, e pararam abaixo de uma rocha, podendo acender uma fogueira e deixá-la acesa. Aragorn e Alda foram dormir antes de todos, visto que na noite anterior não adormeceram nem por um instante. Legolas ia fazer o turno a noite inteira por conta própria e sentou-se à frente da fogueira observando tudo com seus olhos élficos.A noite passou fria como o gelo, mas calma e sem interrupções para os que dormiam.
Legolas acordou todos lentamente na aurora do dia seguinte, mais clara que o dia anterior e menos chuvosa.Andaram mais rápido, e até o meio dia conseguiram andar metade da terceira montanha, a segunda maior. Pararam para almoçar com a fogueira brilhando e esquentando-os, fazendo todos demorarem a comer e beber, e só partiram uma hora depois.
Continuaram seu caminho com Scor à frente, Lhûgëa e Legolas atrás dele, Gimli e Sam, e na retaguarda Alda e Aragorn. Todos conversavam em voz baixa, e iam andando rápido na medida do possível. Quando a montanha começou a diminuir, a trilha ficou mais estreita, obrigando-os a andar em fila Indiana. Scor ia à frente, até que, três horas após o crepúsculo ele não agüentou mais andar, e tiveram que parar no fim da terceira montanha. Lhûgëa montou guarda, observando tudo em volta no espaço estreito onde estavam.
Passaram uma boa noite, e a aurora do dia seguinte foi clara e sem chuva. Tomaram o desjejum e voltaram a andar, agora com menos pausas, pois a velocidade diminuía a cada passo que davam. Continuaram andando, mesmo após o meio-dia, sem almoçar. Estavam no começo da quarta montanha, que seguia superando todas as outras em sua volta. Ao crepúsculo, não passaram nem um quarto da montanha, e esse era seu quarto dia nelas. Sam ficou acordado para vigiar após a janta, e os outros logo adormeceram.
A aurora do quinto dia foi boa, clara sem nenhum risco de chuva. A passagem estava limpa, e seguiram o mais rápido que seus pés podiam andar. Atingiram a metade da montanha às três horas da tarde, mas nem por isso pararam: Se fosse possível, a próxima parada seria só fora daquelas montanhas. Por isso aumentaram o passo, e no crepúsculo já podiam ver a relva verde do lado de fora das montanhas. Agora foram definitivamente correndo, e chegaram no lado de fora das montanhas à noite. Acamparam lá mesmo, com Gimli de vigia, e todos se acomodaram na relva macia dormindo.
Gimli acordou todos um pouco antes da aurora, quando avistou um Rio ao longe.
- Calma Gimli...Não é o Veio de Prata, é o Rio de Lis. Se eu fosse você, esperava um pouco e beberia a água do Anduin. - Aragorn falou levantando-se – Vamos tomar o desjejum e direcionarmos para o Sul...
- E Gimli, nossas garrafas estão cheias...Acho que dá pra ir até Lórien antes de necessitar beber água do Anduin! - Lhûgëa disse animada.
Tomaram um rápido desjejum e começaram a andar no começo da aurora. Aragorn estipulou que chegariam a Lórien em dois dias se parassem para dormir apenas algumas horas, e assim, seguiam a um passo largo e rápido.Foram rumando em direção ao Sul, observando o Vale de Lis que agora estava bem próximo. Seguiram rápido e não pararam para almoçar, tendo começado a avistar uma floresta à frente.
- Nesse ritmo parece que iremos chegar lá hoje! - Alda comentou.
- Com certeza, mas só se não pararmos até chegar lá... -Aragorn começou.
- Então não há problemas! - Gimli disse sorridente – Nenhum de nós parece cansado! Vamos lá, vamos lá!
E com essas palavras voltaram a andar. Em meia-hora avistaram o Rio Veio de Prata, e continuaram andando, agora mais rápido na esperança de comer uma ceia em Lórien. Chegaram a Lórien alguns minutos depois, e um elfo desceu do seu flet na árvore. Reconheceu Aragorn, Legolas, Gimli e Lhûgëa e foi cumprimentá-los.
- Aragorn Elessar, rei de Gondor! Como é bom vê-lo de novo! - Apertou a mão de Aragorn - Legolas e Lhûgëa! Não sei por que não me espanto que os dois estejam aqui! Gimli, filho de Glóin! Que surpresa vê-lo de novo! Hoje a Senhora autorizou sua entrada sem vendas...Oh sim, mestre Samwise, amigo de Frodo! Lembro-me de você também! - virou-se para Alda e Scor - Mas vocês, eu jamais vi por aqui.
- Sou Scor, um Storm! Decidi me juntar a eles, para ver se dou menos azar! - Scor lamentou.
- Sou Aldailis Echuiré, da Estalagem Trodo do Condado. Nunca vim por essas áreas, mas meu sonho era conhecer Lothlórien e Valfenda.Chame-me de Alda, por favor.- Alda fez uma reverência.
- Muito prazer, Alda e Scor...Vamos, a Senhora os aguarda! - O elfo apontou para uma trilha.
Seguiram por ela maravilhados, até chegarem aos pés de um belo mallorn. Uma escada desceu, e eles começaram a subir. Alda estava maravilhada com aquilo tudo, e não conseguiu ir sem observar tudo em volta.Ela ia à frente de Aragorn, que educadamente deixava-a parar para observar o lugar. Logo alcançaram o flet mais alto, e lá Galadriel e Celeborn os receberam.
- Vocês, Sam, Aragorn, Gimli e Legolas, já passaram por dias bem piores que esses e tiveram uma recepção agradável, então não vejo por quê agora seria diferente, já que os tempos até estão melhores. - Disse Celeborn.
- Obrigado, meu Senhor. - Legolas fez uma reverência. Galadriel encarou todos um a um, até que somente Aragorn, Legolas e Lhûgëa suportaram.
- Todos estão muito famintos e cansados... - Galadriel desviou o olhar de todos – Podem descer e descansar a vontade, com uma ótima ceia.
Todos agradeceram ao Senhor e a Senhora, e Lhûgëa os conduziu para seu próprio flet. Ele ficava em um dos galhos mais baixos do mallorn do Senhor e da Senhora, e lá, eles cearam e foram descansar. Alda sentou-se na ponta do flet e ali ficou parada, sem dormir. Aragorn, que havia ficado mais um pouco conversando com a Senhora, desceu e sentou-se ao lado dela.
- Sabe, Aragorn, sei que vai achar besteira, mas me senti desconfortável com o olhar da Senhora. - Alda disse.
- Todos se sentem assim na primeira vez que vêem a Senhora Galadriel. - Aragorn respondeu.
- Ela entrou na minha cabeça e me disse algumas coisas...Uma era para ficar de olho com a passagem por Fangorn, que é para onde vamos, passando por Isengard e chegando a Rohan... - Alda disse.
- A Senhora disse a mesma coisa para mim, e tenho certeza que para os outros também. – Aragorn comentou - Mas pode relaxar hoje, Lórien é muito bem protegida. E se já está duvidosa da Senhora, caso ela chame-a para ver em seu espelho, recuse-se.
- Por que, o que esse espelho mostra? - Alda ficou curiosa.
- Ele pode mostrar coisas que já passaram, coisas que estão ocorrendo e algumas coisas, que podem acontecer. - Aragorn respondeu sorrindo.
- Então é melhor eu ir dormir um pouco...Nós vamos passar muito tempo aqui? - Alda perguntou.
- Provavelmente sim, e Lhûgëa provavelmente irá permanecer aqui. - Aragorn respondeu – Ao menos que ela deixe o coração comandar a si própria.
- É...Mas tem vezes que as pessoas trocam o cérebro pelo coração, ou o coração pela razão. – Alda disse - Mas isso não vem ao caso agora...Boa noite, Aragorn!
Passaram aproximadamente três dias em Lórien, até que todos decidiram partir. Lhûgëa disse que já descia para dizer adeus, e chamou Legolas para uma conversa particular. Enquanto isso, os outros iam dizer Adeus para a Senhora e para o Senhor de Lórien, e depois se sentaram na relva macia esperando os dois elfos. Demorou um pouco até que Legolas e Lhûgëa descessem do flet. Eles vieram de mãos dadas, e Alda já foi lamentando-se:
- Ah Lhûgëa, queria que você fosse conosco! - Alda suspirou.
- Eu também, sabe? - Lhûgëa comemorou rindo - Por isso eu vou! Aí depois nós podemos voltar juntas, o que acha Alda?
- Ótima idéia! Que bom que você vai conosco! - Alda comemorou.
Partiram rápido, pretendendo chegar a Fangorn para ver os ents de barco em 2 dias. Partiram pelo Rio Veio de Prata bem perto de onde ele deságua no Anduin. Foram em duplas ou trios, indo Aragorn e Alda no barco da frente, Legolas, Lhûgëa e Gimli no do meio e Sam com Scor no da retaguarda.
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Hey! A segunda parte vem dak 4 caps, essa daki vai ateh o 15...^^'
Na aurora do dia seguinte, Aragorn apressadamente foi acordar a todos para reuni-los a mesa do desjejum. Lá, sentaram e fizeram os planos para sua caminhada.
- Vamos primeiro um pouco a Oeste como Lhûgëa precisa parar em Lórien, e assim vamos seguir um caminho pequeno pelo Anduin um pouco antes das Emyn Muil para pararmos em Rohan. - Aragorn contou.
- Certo!E depois vamos prosseguir andando até Minas Tirith e ficar lá por um tempo? - Sam perguntou
- Sim, pelo menos é o que planejamos antes de partir para o Condado. - Aragorn respondeu.
- Bem...Depois vou voltar para o Condado, afinal, vou ter que reconstruir minha estalagem... - Alda suspirou.
- Eu pretendo passar um tempo mais extenso em Minas Tirith, para conhecer melhor a cidade. Ithilien estava linda quando partimos, e acho que passarei um tempo lá também. - Legolas concluiu.
- Ah, você vai continuar Legolas... - Lhûgëa parou e começou a pensar.
- Na minha opinião, vocês deveriam partir logo. Espero que seu desejo seja não atravessar Moria, mas passar em volta do lado de fora para chegar a Lothlórien. - Elrond aconselhou – Podem se demorar em Lórien, mas não percam a noção do tempo como sempre acontece. Se não, Gandalf pode ficar ligeiramente irritado.
- Talvez sim, talvez não. Ele é tão misterioso que até hoje não sei os motivos que ele fica bravo! - Sam sorriu.
Pararam de conversar e juntaram suas coisas. Sam pegou mais uma corda, antes que esquecesse. Pegaram um cavalo para cada um, e informaram a Elrond que assim que chegassem na parte inferior de Moria iriam mandar os cavalos de volta. Alda foi montada em Arueo, que já conhecia; Aragorn em seu antigo cavalo, Brego, Gimli e Legolas em Filk, Lhûgëa em Retor e Scor (finalmente aceitando um cavalo) montou Rider.
Juntos, partiram rumo a Lórien. No primeiro dia de viagem foram lentamente, sem pressa alguma para chegar lá. Todos iam conversando animadamente sobre assuntos diversos, e Gimli não perdeu a chance de fazer todos darem boas risadas. Todos finalmente pediram para que Alda ou Sam cantasse, e Alda após muita insistência resolveu cantar.
- A música não tem nome, e vou compor agora... - Alda falou, e em seguida com uma entonação forte começou a cantar:
Dias atrás,
Queria voltar pra casa,
Mas não dá mais.
Mas, não posso continuar
assim, pois vou acabar
Triste como sempre.
- Que letra triste...Você se identifica com ela? - Legolas comentou.
- Não é tão triste assim, mas já me senti durante a minha infância. Mas nada a comentar... - Alda respondeu.
- A letra é muito bela e foi escrita por alguém que possui uma inteligência de sábios - Aragorn sorriu - Retrata firmemente o sentido das saudades.
- Era essa a intenção quando a escrevi! - Alda sorriu - Mas não queria falar disso agora!
- Tudo bem, nós entendemos! - Lhûgëa falou – Canta outra!
Quando precisei,
Tu não estavas lá pra me defender.
Foi difícil entender.
Nunca mais,
Ousei dizer que amo você,
Pois você me deixara de lado.
Nada tenho a declarar,
Pois acabo de sonhar:
Comigo e contigo!
Nada entre nós,
Nada pra reclamar.
Nada para brigar.
Ninguém falou. Permaneceram em silêncio por um trecho, até que a curiosidade matou Sam:
- Por que escreveu essa Alda? Você nunca cantou essa lá na Estalagem.
- Eu sei...Mas ela me veio na cabeça agora. Isso foi quando alguns homens chegaram do norte, lembra? Você sabe do resto agora... - Alda respondeu.
- Parece que você não teve muita sorte com os homens, não é? - Gimli perguntou.
- Realmente não tive. Além do mais, quase nunca homens passavam pelo Condado, e quando passavam eram todos grosseiros... - Alda respondeu rindo – Acho que até agora a pessoa da raça dos homens que eu conheci e que é educado e não é grosseiro é o Aragorn.Mas também nunca estive interessada em me dar melhor com eles.Não me entendia com nenhum ser vivo a algum tempo atrás. – ela riu mais - Relacionamentos a maioria das vezes gera decepção...
- Obrigado. - Aragorn interrompeu - Mas acho que Alda não gostaria de comentar muito sobre isso...Se estiver errado me avise.
- Não, pelo contrário! Cante algo alegre para eles, Sam! - Alda empurrou Sam.
Sam cantou uma canção alegre, e Alda aumentou sua velocidade passando a frente dos outros examinando o local. A frente via várias montanhas, e imaginou uma delas sendo Moria. Continuou ainda na frente de todos, mas logo diminuiu a velocidade quando o Sol subiu sobre as cabeças do grupo, demonstrando ser meio-dia.
Pararam para almoçar, e entraram em conversas individuais. Aragorn manteve uma conversa com Alda simpaticamente, evitando comentar de suas músicas ou algo que tivesse passado. Legolas e Lhûgëa conversavam em Quenya. Sam e Scor começavam a se entender e a virar amigos, e Gimli cochilava abertamente. Logo todos levantavam e seguiram a viagem devagar, só conversando.
Foram se aproximando das montanhas para ver o portão de Moria quando chegassem para dar a volta, apesar de saberem que iriam chegar lá a alguns dias de viagem. Alda e Aragorn preferiram manter a retaguarda e Gimli ia guiando todos na frente. Encostaram-se às montanhas por volta das 2 horas, e mantiveram uma velocidade razoável.
Avançaram mais do que o esperado, aproximadamente 10 milhas e pararam para os cavalos descansarem. Alda ficou de fora da conversa dos outros, escovando o pelo de Arueo. Não demorou muito para que Aragorn notasse a distância dela e começasse a conversar:
- Bela tarde está se passando, não acha Alda?
- Sim, muito bela! Seu esplendor reluz sobre os picos das montanhas a nossa volta. - Alda respondeu – E ligeiramente no pelo branco de Arueo...É tão macio que poderia ficar horas escovando-o e nem perceberia o tempo passar.
- Realmente parece um pelo muito macio e sem nós - Aragorn comentou – Posso escová-lo um pouco?
- Claro! - Alda pegou uma escova e passou a Aragorn - Logo partiremos de novo, não é? Quanto pretende andar ainda hoje?
- Pelo menos mais umas cinco milhas antes da noite se aprofundar. - Aragorn calculou, escovando o pelo de Arueo - Mas se não conseguirmos não há problema algum. Devemos partir em meia hora.
- Tempo suficiente para que os cavalos e nós mesmos descansemos. - Alda sorriu - Se quiser descansar vá, não se preocupe comigo.
Aragorn fez uma pequena reverência, mas continuou escovando Arueo. Em meia hora estavam todos montados em seus cavalos e devagar iam avançando.
Conversavam e riam como se nada de ruim pudesse acontecer e caminharam mais três milhas antes do crepúsculo. Mesmo após o anoitecer, conseguiram caminhar mais duas milhas antes de parar para dormir. Fizeram uma ceia razoável e dividiram os horários. Alda e Lhûgëa não teriam que vigiar essa noite, aproveitando para dormir mais um pouco. Mas, ao contrário de Lhûgëa, Alda não dormiu e sentou-se ao lado de Aragorn que cumpria seu turno.
- Não consigo dormir. - Alda disse.
- Eu também não, por isso pedi para que Gimli passasse seu turno para mim. - Aragorn respondeu.
- Então eu acho que vou cumprir os turnos contigo e ver se consigo dormir depois. – ela disse - Pois agora, acho que nem com alguma erva eu ia adormecer.
- Por que se preocupa tanto, Alda? - Aragorn perguntou.
- Não me preocupo, só não consigo dormir. - Alda respondeu. - Nada mais que insônia.
- Concordo com você nesse ponto. - Aragorn respondeu - E é melhor ter sua companhia do que vigiar só.
- Obrigado Aragorn. - Alda sorriu - Isso me faz sentir melhor.
- Que bom que ajudei em alguma coisa! - Aragorn riu.
- Como se você já não tivesse ajudado em outras coisas, não é mesmo? - Alda riu.
- Não, não ajudei em nada até agora! - Aragorn respondeu.
- Imagine...Não me ajudou quando voltei da “caçada orc” nem ajudou Elrond a proteger sua casa...Você já ajudou muito apesar de não ver. - Alda disse.
- Bem, se for levar essas em consideração, então talvez eu tenha feito algo além do que penso agora.- Aragorn disse, rindo novamente.
- Tenho direito de perguntar no que está pensando? - Alda perguntou.
- Yé - respondeu Aragorn em élfico - Ni mel elyë.
- Ni acca – Alda respondeu
Alda repousou cuidadosamente sua cabeça no ombro de Aragorn e juntos observaram as estrelas. No fim do turno de Aragorn, Alda dormira antes que Aragorn acordasse Legolas. O outro, colocou a cabeça dela cuidadosamente na relva macia, e sentou-se ao lado, ficando sem dormir durante a noite.
Na aurora do segundo dia desde Valfenda, Sam, que havia feito o último turno acordou todos. Aragorn tinha conseguido fechar os olhos durante o turno de Legolas, e agora preparava algo para comer no desjejum. Comeram rapidamente e voltaram a seguir caminho, agora um pouco mais rápido. Aragorn, Alda e Lhûgëa apostaram uma corrida até um conjunto de pequenos morros, e Alda surpreendentemente ganhou. O prêmio era uma noite sem ter de fazer o turno de vigia, mas Alda não gostou muito e passou o prêmio para Sam.
- Ele merece mais...Ele viu a aurora nascer hoje, sabem? - Foi o motivo que ela alegou.
Continuaram correndo um pouco, e logo que passaram esses morros, aumentaram a velocidade em direção do Bruinen. Lá, todos beberam água abundantemente sem se demorar, e continuaram a cavalgada. À uma hora da tarde chegaram ao pé de um morro que tinha um vale no meio. Como Moria não tinha nenhum, acharam que seria mais sábio passarem por ali, e caso não saíssem antes da aurora passariam a noite abaixo das pedras.Diminuíram a velocidade e passaram a tomar mais cuidado por onde andavam.
- Façam silêncio... Estamos passando pelas Montanhas Sombrias...orcs ainda moram aqui... - Aragorn lembrou.
Seguiram no vale numa velocidade razoável e logo o crepúsculo chegava e eles já estavam abaixo das montanhas. Pararam e acenderam um fogo baixo, temendo os seres malévolos das montanhas. Esquentaram um pouco a comida que trouxeram de Valfenda e apagaram a sua única fonte de calor. Sem conversar nem nada, todos se juntaram com seus cobertores e procuraram se esquentar da melhor maneira possível.
- Vamos demorar quanto tempo para sair daqui? - Alda perguntou baixinho para Aragorn que estava a seu lado.
- Aproximadamente cinco dias se continuarmos neste ritmo. Sei que é mais do que levaríamos se entrássemos em Moria – Aragorn adicionou - Mas prefiro demorar mais a ser atacado por Balrogs e orcs.
- Ouvi em uma história dos eldar que os Balrogs foram feitos por um ex-Valar, um dos criadores de Arda, Melkor que chamavam de Morgoth... - Alda comentou.
- Sim, foi ele mesmo. - Aragorn respondeu - Ele acabava com tudo que os outros Vala faziam na terra-média, por isso eles se mudaram para Valinor.
Ninguém disse mais nada durante a noite escura e fria que se seguiu.Na aurora congelante e chuvosa do dia seguinte levantaram rapidamente sem nem comer seu amado desjejum. Aragorn ficou parado em pé por um tempo até que quase desistiu de tentar enxergar por sobre a névoa espessa que estava em volta do grupo. Mas Scor, hábil nesse tipo de terreno e tempo, falou claramente:
- Devemos ir encostados às montanhas, quando passarmos por uma inteira essa névoa vai ter sumido, mestre Aragorn!
- Tem certeza disso, Scor?- Alda perguntou esperançosa.
- Sim, tenho certeza, Alda! Vamos, você vem comigo? - Scor colocou-se a frente e apontou.
Aragorn ficou receoso e não se moveu. Alda não hesitou em seguir Scor encostada na parede. Lhûgëa seguiu-os, e Legolas foi atrás dela. Aragorn, desistindo da idéia de ficar, disse a Gimli e Sam para irem na sua frente e seguiu na retaguarda.
Foram bem mais devagar do que gostariam, mas numa velocidade considerada rápida para um vento que quase os fazia levantar do chão. Apesar de não terem visto, o Sol já estava sobre eles e o meio-dia estava marcado nos estômagos de todos. Quando Sam ia reclamar que nem o desjejum fizeram, a montanha foi ficando “redonda”, e a medida que andavam sentiam-na menor. Assim meia-hora depois passaram pela primeira montanha das quatro que deveriam. Deram mais três passos e toda a névoa desapareceu, mas a chuva ainda caia em gotas enormes. Fizeram uma pausa para almoçar, e logo voltaram a caminhar. Foram andando cada vez mais rápido à medida que seus olhos voltavam a enxergar, e antes do crepúsculo já haviam andado ¼ da segunda montanha.
Assim que o dia virou noite, pararam, esquentaram a comida em uma pequena fogueira, protegendo-a da chuva, e em seguida deixaram que a água a apagasse, comendo e se juntando de novo como no dia anterior. Alda e Aragorn fizeram o primeiro turno enquanto os outros dormiam.
- Por que ficou receado quando Scor tentou ajudar-nos? - Alda perguntou.
- Não sei, mas pareceu-me impossível que ele pudesse enxergar isso. - Aragorn respondeu – Mas depois fui e estou aqui, não é mesmo?
- Sim, isto é verdade... - Alda respondeu - Mas se eu não tivesse ido atrás do Scor e os outros não tivessem me seguido seria o contrário, não acha?
- Você está certa... - Aragorn respondeu - Deveria ter acreditado em Scor, ele não fez nada além de tentar nos ajudar.
- Bem...você deveria aprender a confiar nas pessoas. Às vezes faz bem. – Alda aconselhou.
Aragorn nada respondeu e continuaram em silêncio após isso. Nenhum dos dois queria dormir, portanto, deixaram os outros dormirem, sem precisar vigiar.
A aurora do dia seguinte foi mais clara que a do dia anterior, mas ainda chuvosa. Seguiram lentamente, indo atrás de Scor que entendia bem até demais sobre as montanhas. Passaram pela segunda montanha às duas horas, e andaram mais um pouco antes de parar para almoçar.
Dessa vez fizeram uma fogueira e deixaram-na acesa, já que de dia não haveria problema, pois os orcs das montanhas só saem de noite. Todos se uniram em volta da mesma, e pela primeira vez em dois dias conversaram e riram tanto quanto o tempo que tinham permitiu. Voltaram a andar uma hora depois, e iam a passos lentos, mas seguros. Aragorn ia à frente junto com Scor, Alda e Lhûgëa iam conversando atrás e Gimli, Sam e Legolas na retaguarda, cantando.
Andaram mais duas horas após o crepúsculo, e pararam abaixo de uma rocha, podendo acender uma fogueira e deixá-la acesa. Aragorn e Alda foram dormir antes de todos, visto que na noite anterior não adormeceram nem por um instante. Legolas ia fazer o turno a noite inteira por conta própria e sentou-se à frente da fogueira observando tudo com seus olhos élficos.A noite passou fria como o gelo, mas calma e sem interrupções para os que dormiam.
Legolas acordou todos lentamente na aurora do dia seguinte, mais clara que o dia anterior e menos chuvosa.Andaram mais rápido, e até o meio dia conseguiram andar metade da terceira montanha, a segunda maior. Pararam para almoçar com a fogueira brilhando e esquentando-os, fazendo todos demorarem a comer e beber, e só partiram uma hora depois.
Continuaram seu caminho com Scor à frente, Lhûgëa e Legolas atrás dele, Gimli e Sam, e na retaguarda Alda e Aragorn. Todos conversavam em voz baixa, e iam andando rápido na medida do possível. Quando a montanha começou a diminuir, a trilha ficou mais estreita, obrigando-os a andar em fila Indiana. Scor ia à frente, até que, três horas após o crepúsculo ele não agüentou mais andar, e tiveram que parar no fim da terceira montanha. Lhûgëa montou guarda, observando tudo em volta no espaço estreito onde estavam.
Passaram uma boa noite, e a aurora do dia seguinte foi clara e sem chuva. Tomaram o desjejum e voltaram a andar, agora com menos pausas, pois a velocidade diminuía a cada passo que davam. Continuaram andando, mesmo após o meio-dia, sem almoçar. Estavam no começo da quarta montanha, que seguia superando todas as outras em sua volta. Ao crepúsculo, não passaram nem um quarto da montanha, e esse era seu quarto dia nelas. Sam ficou acordado para vigiar após a janta, e os outros logo adormeceram.
A aurora do quinto dia foi boa, clara sem nenhum risco de chuva. A passagem estava limpa, e seguiram o mais rápido que seus pés podiam andar. Atingiram a metade da montanha às três horas da tarde, mas nem por isso pararam: Se fosse possível, a próxima parada seria só fora daquelas montanhas. Por isso aumentaram o passo, e no crepúsculo já podiam ver a relva verde do lado de fora das montanhas. Agora foram definitivamente correndo, e chegaram no lado de fora das montanhas à noite. Acamparam lá mesmo, com Gimli de vigia, e todos se acomodaram na relva macia dormindo.
Gimli acordou todos um pouco antes da aurora, quando avistou um Rio ao longe.
- Calma Gimli...Não é o Veio de Prata, é o Rio de Lis. Se eu fosse você, esperava um pouco e beberia a água do Anduin. - Aragorn falou levantando-se – Vamos tomar o desjejum e direcionarmos para o Sul...
- E Gimli, nossas garrafas estão cheias...Acho que dá pra ir até Lórien antes de necessitar beber água do Anduin! - Lhûgëa disse animada.
Tomaram um rápido desjejum e começaram a andar no começo da aurora. Aragorn estipulou que chegariam a Lórien em dois dias se parassem para dormir apenas algumas horas, e assim, seguiam a um passo largo e rápido.Foram rumando em direção ao Sul, observando o Vale de Lis que agora estava bem próximo. Seguiram rápido e não pararam para almoçar, tendo começado a avistar uma floresta à frente.
- Nesse ritmo parece que iremos chegar lá hoje! - Alda comentou.
- Com certeza, mas só se não pararmos até chegar lá... -Aragorn começou.
- Então não há problemas! - Gimli disse sorridente – Nenhum de nós parece cansado! Vamos lá, vamos lá!
E com essas palavras voltaram a andar. Em meia-hora avistaram o Rio Veio de Prata, e continuaram andando, agora mais rápido na esperança de comer uma ceia em Lórien. Chegaram a Lórien alguns minutos depois, e um elfo desceu do seu flet na árvore. Reconheceu Aragorn, Legolas, Gimli e Lhûgëa e foi cumprimentá-los.
- Aragorn Elessar, rei de Gondor! Como é bom vê-lo de novo! - Apertou a mão de Aragorn - Legolas e Lhûgëa! Não sei por que não me espanto que os dois estejam aqui! Gimli, filho de Glóin! Que surpresa vê-lo de novo! Hoje a Senhora autorizou sua entrada sem vendas...Oh sim, mestre Samwise, amigo de Frodo! Lembro-me de você também! - virou-se para Alda e Scor - Mas vocês, eu jamais vi por aqui.
- Sou Scor, um Storm! Decidi me juntar a eles, para ver se dou menos azar! - Scor lamentou.
- Sou Aldailis Echuiré, da Estalagem Trodo do Condado. Nunca vim por essas áreas, mas meu sonho era conhecer Lothlórien e Valfenda.Chame-me de Alda, por favor.- Alda fez uma reverência.
- Muito prazer, Alda e Scor...Vamos, a Senhora os aguarda! - O elfo apontou para uma trilha.
Seguiram por ela maravilhados, até chegarem aos pés de um belo mallorn. Uma escada desceu, e eles começaram a subir. Alda estava maravilhada com aquilo tudo, e não conseguiu ir sem observar tudo em volta.Ela ia à frente de Aragorn, que educadamente deixava-a parar para observar o lugar. Logo alcançaram o flet mais alto, e lá Galadriel e Celeborn os receberam.
- Vocês, Sam, Aragorn, Gimli e Legolas, já passaram por dias bem piores que esses e tiveram uma recepção agradável, então não vejo por quê agora seria diferente, já que os tempos até estão melhores. - Disse Celeborn.
- Obrigado, meu Senhor. - Legolas fez uma reverência. Galadriel encarou todos um a um, até que somente Aragorn, Legolas e Lhûgëa suportaram.
- Todos estão muito famintos e cansados... - Galadriel desviou o olhar de todos – Podem descer e descansar a vontade, com uma ótima ceia.
Todos agradeceram ao Senhor e a Senhora, e Lhûgëa os conduziu para seu próprio flet. Ele ficava em um dos galhos mais baixos do mallorn do Senhor e da Senhora, e lá, eles cearam e foram descansar. Alda sentou-se na ponta do flet e ali ficou parada, sem dormir. Aragorn, que havia ficado mais um pouco conversando com a Senhora, desceu e sentou-se ao lado dela.
- Sabe, Aragorn, sei que vai achar besteira, mas me senti desconfortável com o olhar da Senhora. - Alda disse.
- Todos se sentem assim na primeira vez que vêem a Senhora Galadriel. - Aragorn respondeu.
- Ela entrou na minha cabeça e me disse algumas coisas...Uma era para ficar de olho com a passagem por Fangorn, que é para onde vamos, passando por Isengard e chegando a Rohan... - Alda disse.
- A Senhora disse a mesma coisa para mim, e tenho certeza que para os outros também. – Aragorn comentou - Mas pode relaxar hoje, Lórien é muito bem protegida. E se já está duvidosa da Senhora, caso ela chame-a para ver em seu espelho, recuse-se.
- Por que, o que esse espelho mostra? - Alda ficou curiosa.
- Ele pode mostrar coisas que já passaram, coisas que estão ocorrendo e algumas coisas, que podem acontecer. - Aragorn respondeu sorrindo.
- Então é melhor eu ir dormir um pouco...Nós vamos passar muito tempo aqui? - Alda perguntou.
- Provavelmente sim, e Lhûgëa provavelmente irá permanecer aqui. - Aragorn respondeu – Ao menos que ela deixe o coração comandar a si própria.
- É...Mas tem vezes que as pessoas trocam o cérebro pelo coração, ou o coração pela razão. – Alda disse - Mas isso não vem ao caso agora...Boa noite, Aragorn!
Passaram aproximadamente três dias em Lórien, até que todos decidiram partir. Lhûgëa disse que já descia para dizer adeus, e chamou Legolas para uma conversa particular. Enquanto isso, os outros iam dizer Adeus para a Senhora e para o Senhor de Lórien, e depois se sentaram na relva macia esperando os dois elfos. Demorou um pouco até que Legolas e Lhûgëa descessem do flet. Eles vieram de mãos dadas, e Alda já foi lamentando-se:
- Ah Lhûgëa, queria que você fosse conosco! - Alda suspirou.
- Eu também, sabe? - Lhûgëa comemorou rindo - Por isso eu vou! Aí depois nós podemos voltar juntas, o que acha Alda?
- Ótima idéia! Que bom que você vai conosco! - Alda comemorou.
Partiram rápido, pretendendo chegar a Fangorn para ver os ents de barco em 2 dias. Partiram pelo Rio Veio de Prata bem perto de onde ele deságua no Anduin. Foram em duplas ou trios, indo Aragorn e Alda no barco da frente, Legolas, Lhûgëa e Gimli no do meio e Sam com Scor no da retaguarda.
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Hey! A segunda parte vem dak 4 caps, essa daki vai ateh o 15...^^'