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[L] [Alassë] [FanFic HP] [ainda s/ título]

Alassë

Pasteleira
[Alassë] [FanFic HP] [ainda s/ título]

Eu espero que ninguém aqui queira me linchar, mas eu gosto de HP também.
Quero que façam seus comentários p/ possíveis mudanças na trama, ok??
Obrigada pela compreensão!
 
Capítulo Um: Livre Novamente

- Não acredito! Não acredito! Praticamente quatro semanas de férias e eu já não estou agüentando mais!!
Harry Potter exclamava isso para si e para sua coruja branca Edwiges, enquanto ouvia os berros e arrotos de seu gordo primo Duda lá embaixo, na cozinha.
Essas férias vinham mesmo se arrastando e Harry não suportava mais a casa onde "vivia". Órfão, vivia com os tios e o primo, que eram o tipo de gente que não toleravam nada de anormal. E Harry era a pessoa mais anormal que eles conheciam. Ele era um bruxo, coisa considerada por eles a pior desonra que alguém poderia ter. Os pais de Harry, Lílian e Tiago Potter, também eram bruxos, motivo pelo qual nunca se pronunciava o nome deles naquela casa.
Outra coisa que deixava Harry mais diferente ainda dos outros, inclusive no mundo dos bruxos, era o fato de ele ter uma cicatriz na testa. Na verdade essa estranha cicatriz em forma de raio era fruto de um feitiço poderoso, conjurado pelo bruxo mais temido dos últimos 50 anos, do qual o menino fora o único que escapara com vida, mesmo sendo um bebê. Esse feitiço foi o mesmo que matou os pais de Harry.
Com 11 anos ele descobriu, por meio do gigante bruxo Rúbeo Hagrid, funcionário da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a forma como seus pais morreram e ele sobreviveu, como, por esse motivo, ele era famoso no mundo dos bruxos, e que, por ser bruxo também, ingressaria na escola de magia.
No decorrer de sua vida na escola, Harry se deparou várias vezes com Voldemort, o malvado feiticeiro que matara seus pais. Quando Harry recebeu o feitiço mortal, algo nele fez esse feitiço ricochetear e atingir Voldemort, que também não morreu, mas ficou reduzido a uma sombra vaporosa, mas tão perigoso quanto antes. Essa sombra se apoderou do corpo de um dos professores da escola e quase conseguiu matar Harry, que escapou por pouco.
Também reencontrou- se com ele no segundo ano. Dessa vez, o diário de Tom Riddle (nome de batismo de Voldemort), que estava carregado de magia negra, fez com que esse menino, memória de Voldemort, na época com 16 anos, saísse do diário para tentar matar Harry, de novo sem sucesso.
Mas a pior de todas as aparições ocorreu no último mês de aulas em Hogwarts, no 4º ano de Harry. Ele fora meio que raptado por um servo de Voldemort, que já se recuperando, fez um poderosíssimo feitiço que o fez voltar a ter corpo e forma como antes. Ele reuniu os Comensais da Morte, seus servos no passado, para que as ondas de mortes de trouxas e semibruxos recomeçassem. Também dessa vez Harry escapou por um triz.
Foi depois desse último encontro que Harry ficou mais apreensivo. O Ministério da Magia não acreditou na história de que o Lorde das Trevas ressurgira e Harry e seus amigos ficaram sozinhos. Ninguém sabia quando eles voltariam a atacar.
No final do ano letivo, Harry voltou à casa dos Dursley, família composta por tio Valter, tia Petúnia e Duda, com sua cicatriz latejando o dia todo. Isso só acontecera quando Voldemort estava por perto ou algo muito ruim fosse acontecer. Esse fato o preocupava. Os Dursley resolveram ignorar de vez o garoto, coisa que no início o agradou. Mas passadas estas três semanas, com a cicatriz doendo, Harry decidira sair de lá - de novo -, mas dessa vez de modo civilizado e esperto.
Já fugira outras vezes da casa dos Dursley, pouco antes dos anos letivos começarem, esta não seria a primeira vez. Do 1º para o 2º ano, os Weasley, seus amigos, o resgataram da prisão que tinha virado seu quarto. Do 2º para o 3º ano, ele fugira usando o Nôitibus Andante, um transporte para bruxos perdidos. Do 3º para o 4º ano, os Weasley o buscaram para ver a Copa Mundial de Quadribol, o esporte dos bruxos, e ficou com eles até o início das aulas. Dessa vez ele pensava em pedir aos Weasley para buscá-lo de Nôitibus. Só não sabia como...
Harry, por acaso, descobrira que a casa dos Dursley era quase tão cheia de feitiços quanto Hogwarts, e que mesmo que Voldemort quisesse, não conseguiria pegá-lo lá.
Portanto ele enfrentava um dilema: ficar seguro na casa dos Dursley, mas deprimido, ou ir com os Weasley, onde todos gostavam dele e correr o risco de Voldemort aparecer a qualquer momento?
Decidiu que falaria com Dumbledore se havia meios de ele ficar seguro na casa dos Weasley, sem risco de ver Voldemort por perto. Depois mandaria uma coruja a seu padrinho Sirius Black, perguntando sua opinião, e só depois perguntaria ao sr. Weasley e ao tio Valter se eles permitiriam.
Pronto! Agora era só escrever as cartas e esperar.
Correu ao seu armário, pegou uns pedaços de pergaminho, e escreveu uma carta, o mais formal que conseguia, perguntando a Dumbledore se havia meios dele ir passar as férias com os Weasley. Queria por tudo essa permissão. Tinha que pensar em um bom, bom não, um ótimo argumento para convencer o diretor.
Resolveu perguntar que tipo de feitiços tinha na casa dos Dursley e se esses feitiços poderiam ser executados para proteger a casa dos Weasley. Parecia uma boa idéia. Escreveu:

Caro Diretor Alvo Dumbledore,

Como vai o senhor? Espero que bem e com poucas preocupações. Eu estou escrevendo para te fazer algumas perguntinhas, se não for atrapalhar. Eu fiquei sabendo, naquele encontro com o Lorde das Trevas, que aqui na casa dos Dursley ninguém conseguiria pôr as mãos em mim, já que a casa está cheia de feitiços. É verdade? Outra coisa, seria bom se a Toca tivesse uns feitiços assim, pois o Sr.Weasley não teria problemas com os Comensais da Morte, já que vai nos ajudar contra o Você-Sabe-Qu.... quer dizer, com o Voldemort. Claro que não deveriam ser retirados os feitiços da rua dos Alfeneiros nº 04, para a segurança dos Dursley. O que acha, diretor?
Outra coisa, se a casa dos Weasley puder ser protegida, eu poderia passar as férias lá? Acho que eu ficaria melhor na companhia de bruxos.
Pense na minha proposta,
Grato,
Harry Potter


Perfeito!!! Ficara boa até demais. Foi até Edwiges para que esta lhe fizesse o favor de entregar a carta.
- Edwiges, pode me entregar essa carta o mais rápido que puder? Mas não se canse muito, pois terá que entregar mais uma depois dessa, hein?Toma.... vai logo.
E lá se foi a coruja.


Harry foi até a cozinha e deu uma olhada no que seus 'parentes' estavam fazendo. Tinha que deixá-los de bom humor, ou pelo menos calmos, para dar uma notícia daquelas proporções e mencionando tantos bruxos (palavra proibida na Rua dos Alfeneiros, nº 04). Duda, como sempre, estava de olho na geladeira, mas como estava de regime, esta estava trancada. Tia Petúnia preparava uma salada de frutas básica para o jantar (para todos colaborarem com a dieta de Duda) e Tio Válter estava lendo seu jornal
"Melhor esperar o término da "janta" para falar com eles. Até lá Edwiges provavelmente já terá voltado com a resposta" pensou Harry.
Dito e feito, quinze minutos depois Edwiges voltava com uma carta no bico. A carta tinha o selo de Hogwarts e Harry percebeu ser a resposta de Dumbledore. Abriu rapidamente o envelope e leu:

Caro Harry,

Eu estou muito bem, obrigado. Respondendo a sua pergunta, é verdade sim, a casa de seus tios tem vários feitiços que impedem qualquer um de te machucar enquanto estiver aí. Bom, essa sua idéia de colocar feitiços na casa do Sr. Weasley não é má, já que se os Comensais da Morte resolverem invadir a casa, conseguirão facilmente. Mas eu precisarei de outros bruxos poderosos para me ajudar a enfeitiçar a casa e, logicamente, de uma autorização do Sr. Weasley antes. Por mim, você pode sim passar as férias lá, desde que seus tios permitam. Tudo bem? Avise seu padrinho dessa sua idéia e pergunte a ele se concorda. Eu pedirei ao Sr. Weasley para lhe enviar uma carta dizendo se você pode ou não ir para lá, OK?
Cordialmente,

Alvo Dumbledore,
Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts


- Legal! Aposto como meu padrinho e o Sr. Weasley vão deixar! Quanto ao tio Válter, bom, eu me viro com ele.
Enquanto a coruja tomava água e descansava da viagem, Harry já escrevia uma carta para Sirius Black, pedindo sua opinião.
- Edwiges, dá para levar só mais essa? - a coruja fez uma careta de desgosto - Por Favor! Aí nós vamos passar o resto das férias na casa do Rony! É bem mais legal. Lá você vai ter como companhia o Hermes, a Píchi e o Errol. OK?
E lá foi, de novo, a coruja com a carta no bico.
Quase no mesmo momento, Tia Petúnia gritou lá de baixo que o "jantar" estava pronto. Era quase a hora de falar com eles. Desceu silenciosamente as escadas. Não queria chamar atenção para não atrapalhar a curta refeição. Comeu tudo o mais rápido que conseguiu; passava, sem fazer cara feia, tudo o que Duda pedia; não sorria nem encarava ninguém. Foi a refeição mais tranqüila daquela casa!
Quando Tio Válter colocou o último pedaço de fruta na boca todos já haviam terminado de comer. Rispidamente Tia Petúnia mandou Harry tirar os pratos da mesa. Enquanto fazia isso, Harry olhava várias vezes para a cara gorda de Tio Válter, esperando que este tirasse os olhos do jornal e virasse para ele. Depois de uns cinco minutos - Harry estava demorando o máximo que conseguia para tirar a mesa - finalmente ele olhou para o menino:
- Que demora é essa para tirar quatro pratos de comida? Ande
logo antes que eu me irrite!
- Ahn....Tio..., tenho uma coisinha para falar para você. Hoje a minha coruja me trouxe um bilhete, sabe? Lá do diretor da minha escola - os bigodes de Tio Válter se contraíram um pouco -. Então, tem umas coisas que aconteceram enquanto eu estava lá e que não foram boas. Por exemplo, um colega meu de escola morreu.
Nesse momento Tio Válter arregalou os olhos e Tia Petúnia e Duda, que não estavam prestando atenção, pararam o que estavam fazendo e olharam para Harry, com os olhos também arregalados. De repente, Tio Válter deu uma alta gargalhada, o que também espantou Tia Petúnia.
- Claro. Eu sabia que numa escola dessas, se é que podemos chamar de escola, aconteceriam coisas anormais. O que houve com esse garoto? Tomou uma poção envenenada? Há,há,há!
Harry se controlou, e disse calmamente:
- Não, ele não tomou uma poção envenenada. O homem, quer dizer, o bruxo que matou meus pais foi quem matou meu amigo. Bem, esse bruxo também quase me matou, e não sei porquê está me perseguindo, mas agora que ele ficou forte de novo, assim que descobrir onde estou, vai vir aqui e acabar comigo e com todos que estiverem no caminho dele.
Diante desse relato, Tio Válter perdeu o senso de humor e gritou:
- Você vai sair AGORA dessa casa! Não vai pôr em perigo a minha família! Pegue todas as suas coisas! Não quero nenhum resquício de que houve outra pessoa morando nessa casa!
- Você chegou exatamente aonde eu queria. Andei pensando nisso e acho que vou para a casa dos Weasley, onde ficarei mais seguro. Vou mandar uma mensagem a eles dizendo que nessa noite mesmo embarcarei no ônibus em direção a sua casa. Todos estão de acordo?
- Vá agora mesmo! Quero dormir essa noite sem ter você como vizinho de quarto! - gritou Tio Válter.
- Beleza! - disse Harry alegre. E subiu para arrumar suas coisas.


Harry já tinha empacotado a maioria das suas coisas no seu malão - suas vestes de Hogwarts, sua varinha, seu telescópio desmontável, seus livros, pergaminhos, penas - e estava tentando encaixar seu caldeirão de estanho quando Edwiges adentrou no quarto com uma carta de Sirius Black.

Querido Harry,

Fico contente de você estar bem, e acho interessante a sua idéia de proteger a casa dos Weasley, eles foram muito bacanas em querer nos ajudar. Por mim você pode ir para lá, pois até poderei às vezes te visitar. Eles já sabem da verdade. Eu estou bem, na casa do meu amigo e nós já estamos contatando nossos velhos colegas de escola e espalhando a verdade sobre Pettigrew. Bem, por enquanto é só. Espero que você chegue bem à casa de seu amigo. Tchau.
Sirius


- Legal! Edwiges, nós vamos para a casa do Rony! - disse Harry, dando pulos de alegria.- Agora entre na sua gaiola porque vou ter que trancar você enquanto não chega o Nôitibus Andante, certo?
Rapidamente a coruja obedeceu-o, pois estava muito cansada. Entrou na gaiola, tomou uns goles de água e logo já estava dormindo. Harry terminou de guardar tudo no malão e desceu com ele até o hall, onde deixou-o sem fazer barulho. Subiu de novo ao quarto onde encontrou uma coruja marrom sobre sua cama: Hermes, a coruja de Percy, com uma carta amarrada no pé. Desamarrou-a e leu na carta, enviada por Rony, que seu pai havia deixado ele ir para lá, que Dumbledore e outros bruxos já haviam feito os feitiços e que não tinha sido nem Errol nem Píchi quem ele mandou enviar a carta para que chegasse mais rápido. Eles iriam no Nôitibus Andante e estariam esperando por ele na esquina da rua dos Alfeneiros às nove horas em ponto. Já eram dez para as nove.
Harry guardou a carta no bolso e desceu para avisar que já estava indo. Passou pela cozinha e pela sala dizendo um tchau mal ouvido pelos Dursley, pegou sua mala no hall, abriu a porta e saiu para a liberdade.
 
Capítulo Dois: Um dia diferente

Fazia uma noite fresca e não havia ninguém na rua, o que era uma sorte, pois seria bastante esquisito se alguém o visse saindo com uma coruja numa gaiola e com um malão pesadíssimo. Levou vários minutos até que ele chegasse à esquina devido ao peso carregado. Apoiou seu malão na placa que dizia Rua dos Alfeneiros e segurou a gaiola encima do muro do nº 01.
Não passaram nem dois minutos e ele viu aparecer do nada dois grandes e ofuscantes faróis. Mas os faróis não eram nada se comparados ao resto: um imenso ônibus de três andares, bastante comprido, de cor roxo berrante. Estampava na frente um letreiro que dizia 'O Nôitibus Andante'. O condutor, que Harry lembrava chamar-se Ernesto Prang, abriu a porta deixando sair o Sr. Weasley e Rony, que vieram buscá-lo.
Os Weasley eram uma típica família de bruxos. Rony, seu melhor amigo, era um dos sete filhos de Molly e Arthur Weasley. Gui, o mais velho, com 24 anos, já havia terminado Hogwarts e trabalhava para o banco dos bruxos, Gringotes, no Egito, como desfazedor de feitiços. Carlinhos, também formado, estudava e trabalhava com dragões na Romênia. Percy, outro a ter completado seus estudos em Hogwarts, tinha 19 anos e trabalhava no Ministério da Magia, no Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Os gêmeos Fred e Jorge, ambos com 17 anos, estavam no último ano em Hogwarts e eram muito bagunceiros. Rony, agora com 15 anos estava entrando com Harry no quinto ano em Hogwarts. Por último, a caçula e única filha do casal Weasley, Gina, com 14 anos, entrando no quarto ano da escola de magia. A menina tinha um xodó por Harry desde que o vira no Expresso de Hogwarts, no primeiro ano de escola dele.
- Harry! - disse Rony descendo a escadinha - Que legal você vir com a gente!
- Boa noite Harry! Tudo bem? - disse o Sr. Weasley, um bruxo alto e magro, quase careca, mas com os poucos cabelos que tinha muito ruivos, como os do resto da família. Ele era fascinado pelas coisas dos trouxas (pessoas sem sangue mágico). - Lalau, pode vir nos ajudar com a bagagem?
Então, desceu do Nôitibus um rapaz com uniforme roxo, mesmo tom do veículo. Seu nome era Stanislau Shunpike e Harry já o conhecia da vez que fugira de casa no 3º ano. Lalau ajudou Harry, Rony e o Sr. Weasley a colocar o malão e a gaiola no bagageiro e indicou a cama - sim, a cama. No Nôitibus não havia assentos, apenas camas - de Harry. Ficaria ao lado de Rony no andar de cima.
- Legal aqui, não é? - disse Rony alegre - Você já tinha andado nisso antes, não?
- Já. Mas, eu não tenho de pagar pela viagem?
- Teria sim, se meu pai não tivesse feito isso por você.
- E os outros, não quiseram vir?
- Querer, eles queriam, mas - Rony corou - papai não podia pagar para todos eles.
A família Weasley, apesar de simpática, era bastante pobre e todas as coisas que usavam eram de segunda mão. Harry, para mudar de assunto, comentou sobre a viagem até lá.
- Vocês se lembravam do nome da rua? Não tiveram problemas em vir para cá?
- Problemas, não. Solavancos e dores nas costas sim! Quem será que contratou esse cara? É um barbeiro nato! Todos, sabe o que são todos? Todos os objetos nas ruas têm de desviar dele.
- É. Eu me lembro. Da vez que eu andei também foi assim.
Demorou cerca de uma hora de solavancos e sacolejos até a última pessoa sair do Nôitibus e Lalau vir perguntar onde iriam descer.
- Ottery St. Catchpole, um pequeno povoado um pouco afastado da cidade - disse o Sr. Weasley.
- Estaremos lá em alguns minutos - respondeu o rapaz. Dito isso o Nôitibus deu uma guinada, seguida de um tranco e apareceu perto do morro Stoatshead, de onde, no ano anterior, Harry e os Weasley partiram para ver a Copa Mundial de Quadribol. Em cinco minutos estavam diante da Toca.
- Estão entregues! - exclamou Lalau - Até a próxima! - E entrou no Nôitibus, fechando a porta. Em um piscar de olhos aquele trambolho roxo tinha desaparecido na escuridão.


O Sr. Weasley pegou o malão de Harry, ajudado por Rony, enquanto ele carregava a gaiola com Edwiges.
Ao entrarem na casa, foi a maior festa: os gêmeos Weasley soltaram uns fogos (que eles inventaram), que explodiam várias vezes e de várias cores, dentro de casa, o que fez a Sra. Weasley ralhar com eles e ter que limpar toda a bagunça. Depois, ela pegou a gaiola, colocou perto do poleiro com as duas outras corujas, Hermes e Errol, e soltou Edwiges. Fred e Jorge ajudaram Harry e Rony com a bagagem, levando-a para o quarto de Rony, onde Harry já havia estado duas vezes, em anos anteriores.
- Venham comer! - chamou a Sra. Weasley lá da cozinha.
- Oba! - exclamou Rony. - Quando tem visita ela capricha mesmo na comida!
- Legal. Com os Dursley eu nunca posso comer o que quero. É sempre para o Duda. Pior agora, pois ele ainda está de regime.
- Credo! Vamos fazer uma coisa boa. Vamos comer!
- Vamos! A partir de agora eu estou de férias!
Eles comeram até se estufarem, depois se empanturraram de sobremesa: pudim, bolo, sorvete, etc. Após a farta refeição, os meninos desafiaram Rony para uma partida de xadrez de bruxo. Como já era de se esperar, Rony ganhou as três partidas. Fred foi quem perdeu mais rápido. Rony só precisou de uns sete minutos para, com um peão, dar um xeque mate nele. Depois veio Harry, que depois de quinze minutos teve seu rei comido pelo bispo do Rony. Quem melhor jogou foi o outro gêmeo, Jorge, que demorou cerca de meia hora para perder seu rei para a Rainha do irmão.
Percy, Harry percebeu, só saíra do quarto para jantar, o que fez muito rapidamente, voltando logo depois. Nem para dar-lhe boas vindas na sala ele desceu.
- Rony, - disse ele - onde está o Percy? Ele normalmente gosta de tentar um longo diálogo comigo.
- Ah! Ele está às voltas com outros relatórios para o Ministério, acho eu. Ele tem andado um pouco estranho depois que soube que o Sr. Crouch havia sido assassinado. Ele realmente gostava do chefe dele. O chefe provisório do Departamento de Cooperação Internacional em Magia é um cara chamado Randall Tompkins que não vai muito com a cara do Percy. Talvez ele ache que se trabalhar melhor que o chefe provisório será promovido a chefe do Departamento.
- Randall? Que nome horrível. Hum... E a Gina? Só a vi quando cheguei, na sala. Ela nem desceu para jantar.
- Ih! Dessa eu já não sei. Não deixa que ninguém entre no seu quarto desde que mamãe lhe disse que iríamos buscá-lo na sua casa. Vai ver está preparando um cartão de dia dos namorados atrasado. - disse Rony debochado.
- Muito engraçado, Rony.
Nisso, os gêmeos chegaram perto deles muito animados.
- Querem ir lá fora apostar uma corrida de vassouras? - perguntou Jorge - Vai ser divertido. E para que não haja injustiças, a Firebolt de Harry será revezada. Quem chegar primeiro mais vezes, será o vencedor!
- Ótimo! - responderam Harry e Rony.
- Que ótimo que encontrei vocês todos juntos. - disse a Sra. Weasley, que vinha entrando no quarto. - Assim precisarei dizer "vão dormir já" uma vez só.
- Ah mãe! - resmungou Fred - Nós íamos jogar lá fora.
- Disse bem. Iam. Agora vão para a cama. Se quiserem acordo os quatro mais cedo amanhã e vocês poderão brincar o dia todo lá fora.
Como a Sra. Weasley parecia muito resoluta em sua decisão, eles não tiveram outra escolha além de aceitarem e irem dormir. Harry iria dormir num colchão nos pés da cama de Rony. Depois de trocar de roupa e deitar, Rony dormiu quase imediatamente. Então Harry se levantou e pegou algo em seu malão: um calendário. Riscou mais um dia e contou apenas dois para que chegasse seu aniversário, dia 31 de julho. Será que os Weasley se lembrariam da data? Guardou novamente o calendário e voltou a se deitar. Dormiu pensando no aniversário que chegava. "15 anos", pensou.
Os outros dois dias passaram sem empecilhos. Os garotos passavam o dia no jardim ou nos campos ao redor da Toca, brincando ou voando. Percy continuava "entretido" com o trabalho no Ministério e só saía do quarto para comer. Gina estava acordando bem mais cedo que de costume, tomando café antes dos outros, e parecia querer evitá-los. A Sra. Weasley era a única que entrava no quarto da menina para levar-lhe as refeições. Apenas uma vez Harry cruzou com ela na escada, quando estava voltando para o quarto. Ela ficou vermelha até as raízes dos cabelos e saiu correndo, batendo a porta. "O que ela estará fazendo?", indagou-se Harry.


Naquela noite, Harry se sentia mais tranqüilo e feliz. Isso se devia por duas coisas: uma, que por estar entre amigos, o fato de sua cicatriz doer não o preocupava tanto e outra porque no dia seguinte seria seu aniversário.
Harry acordou de manhã com o sol no rosto. Rony já havia levantado e aberto a janela. Sentou-se no colchão e pôs os óculos. Deu uma olhadinha ao redor e mirou o espelho interno da porta do armário, que estava entreaberta. "Tenho 15 agora" pensou ele.
Foi nessa hora que Harry percebeu como a Toca estava quieta, sem ruídos de talheres ou pessoas... Isso definitivamente não era normal, principalmente sabendo que Fred e Jorge moravam sob esse teto. "Muito estranho, o que será que houve? Será que todos saíram sem mim? Ou será que os feitiços de Dumbledore não funcionaram?!" Imediatamente ele descartou essa possibilidade. Resolveu investigar.
Levantou do colchão aos pés da cama de Rony e empurrou-o para baixo desta. Trocou de roupa e se preparou para descer. As escadas até a cozinha rangem bastante quando se pisa nelas e Harry gostaria muito que dessa vez elas não fizessem isso. Se por acaso houvesse alguém lá embaixo que não deveria estar, perceberia facilmente a presença dele. Mas, como escadas não obedecem, elas rangeram bastante. Harry, ao descer, dava uma espiada nos outros quartos procurando sinal de vida. Ninguém estava no quarto de Gina, nem de Percy, nem dos gêmeos, nem do Sr. e Sra. Weasley.
Ao pé da escada havia um corredor comprido e estreito, que levava à porta da cozinha. Estava fechada. Chegou até a porta e encostou o ouvido nela, tentando ouvir alguma coisa. Nada. "O jeito é abrir e arcar com as conseqüências", pensou. Girou a maçaneta devagar, e devagar abriu uma frestinha na porta, quando...
- SURPRESA!!!!
A porta abriu violentamente, fazendo com que Harry perdesse o equilíbrio e quase caísse para frente. Ao levantar a cabeça, viu algo que o fez esfregar os olhos, tão inacreditável era: a família Weasley, toda reunida em volta da mesa da cozinha que estava decorada com enfeites, doces e bexigas, todos eles usando chapéus de festa que mudavam de cor quando a pessoa se mexia. Nas paredes, balões de todas as cores e fotos que acenavam e batiam palmas para Harry. Quando ele entrou definitivamente na cozinha, a Sra. Weasley veio até ele e lhe deu um beijo na bochecha, dizendo "Parabéns, querido!", enquanto o Sr. Weasley, que foi quem abriu repentinamente a porta, vinha por trás e lhe colocava um chapéu na cabeça. "Feliz Aniversário", disse ele.
Eles o levaram à mesa, acenderam quinze velas e cantaram "Parabéns a você". Nunca ele havia se sentido tão feliz num aniversário. Sempre o passava na casa dos Dursley, que nunca nem se lembravam e muito menos lhe davam presentes. Nos dois anos anteriores, recebera cartões, presentes e bolos dos amigos e do padrinho, mas uma FESTA, ele nunca teve, muito menos uma surpresa. A sensação de apagar as velas e cortar o bolo era maravilhosa. Adorou a idéia de ter uma festa e desejou outra para o próximo aniversário - mesmo sabendo das mínimas possibilidades de isso acontecer.
Depois veio a hora da entrega dos presentes. Novamente ganhou uma peça de roupa feita pela Sra. Weasley, mas não um suéter - essa ela reservava para o Natal - e sim uma bonita capa de lã vermelha, com um leão nas costas, para os jogos de quadribol que fossem no inverno. Percy, como já era de se esperar, lhe deu um livro intitulado "Pequenos Grandes Bruxos" que (felizmente!) era muito interessante, contando a vida de vários bruxos que foram famosos desde crianças e suas respectivas carreiras futuras. "Para você se espelhar neles, Harry", disse ele. Fred, Jorge e Rony deram um cartão em conjunto, que, dependendo do humor da pessoa que o abrisse, fazia um barulho diferente. Por último veio Gina. Ela, mais encolhida que de costume, veio com um pacote muito bem decorado nas mãos. Ele só imaginou o que poderia ser.
- P..p..parabéns, Harry. - disse ela estendendo-lhe o pacote. Suas mãos estavam visivelmente trêmulas.
- Obrigado! - respondeu ele - O que é? - chacoalhou a caixa perto do ouvido para ver se fazia algum barulho.
- Abra e veja! Eu mesma fiz! - exclamou Gina. E foi o que ele fez. Seu queixo caiu de espanto. Dentro da caixa havia um pomo de madeira, pintado de dourado, com asas de pássaro de verdade. Uma imitação perfeita do verdadeiro Pomo de Ouro.
- Uau, é lindo! Como você fez?
- Gina passou boa parte das férias no quarto estudando transfiguração e levitação permanente de objetos. - disse a Sra. Weasley levantando-se de sua cadeira - Eu a ajudei em alguns detalhes, mas o mérito é todo dela. Com ele você pode treinar a sua posição de quadribol mais facilmente. Ele age como um pomo de ouro de verdade, nós já testamos. Espero que tenha gostado!
- Se gostei? A-d-o-r-e-i! - exclamou Harry - Muito obrigado, Gina! Foi um dos melhores presente que já ganhei!
- Ah! Então foi por isso que você não saía do quarto por nada, não é? - perguntou Rony - Escondeu de todos até hoje! Que espertinha, hein? - e virando-se para Harry - Vamos treinar lá fora? Quem pegar o Pomo primeiro fica com a sobremesa do almoço dos outros! Vamos Fred! Vamos Jorge! Peguem suas vassouras!
Nisso, ouviu-se lá fora Errol gritando como um louco. O Sr. Weasley saiu para ver o que era e viu chegando três corujas pardas, que traziam um embrulho cada amarrado nas pernas.
- Harry, acho que chegaram encomendas para você! - disse o Sr. Weasley entrando com um Errol esperneando de susto; ele continuava parecendo um espanador de pó velho e cinzento. Harry foi até o poleiro das corujas nos fundos da Toca onde estavam as três corujas estranhas. Uma delas tinha um pacotinho onde estavam amarrados cinco envelopes -todos com o brasão de Hogwarts - que Harry imediatamente percebeu serem as listas dos materiais da 4ª, 5ª, e 7ª séries. Ele desamarrou-os do pé dela, que deu um piado de agradecimento e voou.
Dirigiu-se às duas outras. Uma tinha um grande embrulho com um cartão numa letra bonita, escrita em cores diferentes. "Hermione, com certeza", pensou. O outro tinha dois cartões em letras normais, meio garranchosas, acompanhados de um pacote. "Seria de Sirius? Talvez..., mas e esse outro cartão? Não é a mesma letra..." Pegou os cartões e os presentes e despachou as corujas, entrando de volta na cozinha.
- De quem é? - perguntaram todos, em coro.
- Um com certeza é de Hermione. O outro talvez seja do meu padrinho. Mas ele veio com dois cartões. É estranho, não é?
- Bem, abra e leia logo! - exclamou Rony, impaciente.
Harry primeiro abriu o presente de Hermione.
 

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