• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

~Konnichiwa!! Emigração Japonesa~

Artanis Léralondë

Ano de vestibular dA
Eu estava estudando sobre a emigração japonesa e, achei uma matéria super legal sobe o assunto.Então, resolvi compartilhar com vocês :lily:

O início

Revista Cultura Japonesa

brasil_imigr_japonesa14.jpg


A imigração japonesa no Brasil começou no ínicio do século XX, como um acordo entre o governo japonês e o brasileiro, pois o Japão vivia desde o final do século XIX uma crise demográfica enquanto que o Brasil necessitava de mão-de-obra para a lavoura do café.

A população japonesa do Brasil está estimada em um milhão e quinhentas mil pessoas, sendo a maior população nipônica fora do Japão.

O começo

O primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes japoneses foi o Kasato Maru, em 18 de Junho de 1908, no Porto de Santos. Trazia 165 famílias, que vinham trabalhar nos cafezais do oeste paulista.

Diário de bordo relata os 52 dias de viagem no Kasato Maru

continua em...http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/geografia_do_brasil/populacao_imigracao_japonesa/brasil_imig_japonesa_1_inicio
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Eu achei bem linda essas duas histórias, confesso que deu vontade até de chorar ^^''

Vidas paralelas

brasil_imigr_japonesa7.jpg


"Meu pai herdou muitas terras do meu avô, mas herdou as dívidas também. Eu era criança e me lembro de que ia sempre gente em casa fazer cobrança – meu pai abaixava a cabeça, triste. Um dia, um amigo dele foi visitá-lo e ele ficou contente. O amigo o convidou para vir para o Brasil. Disse que ele iria juntar bastante dinheiro e conseguiria pagar as dívidas. Meu pai ficou animado, mas meu avô, não. Ele não queria que meu pai vendesse as terras. E minha avó tinha medo de que o filho morresse no navio e jogassem o corpo dele no mar. Ficou aquela discussão: vai, não vai. Até que minha mãe se cansou e falou para o meu pai: ‘Nós temos seis crianças aqui. Você pega as três maiores, leva com você para trabalhar no Brasil e junta o dinheiro para pagar nossas dívidas. Enquanto isso, eu fico aqui, cuidando dos três pequenos e das terras’. "Nós fomos. Saímos do porto de Kobe e viajamos muitos dias. Tudo era novidade. Em Los Angeles, ficamos dois dias parados. Um grupo de negros foi lá para olhar a gente. Nós nunca tínhamos visto negros de verdade. Eles ficavam olhando espantados para nós e nós olhando espantados para eles. Foram 52 dias de viagem antes de chegar ao Porto de Santos. De lá, fomos para uma fazenda em Araçatuba, para colher café. O trabalho era duro. Toda noite, falávamos para o nosso pai: ‘Quando vamos voltar? Quando vamos ver a mamãe?’. A última vez que vi minha mãe foi na despedida, no porto de Kobe. Quando meu pai conseguiu juntar dinheiro para voltar, estourou a guerra. Os aviões não saíam do Brasil e as cartas pararam de chegar. Ficamos muitos anos sem notícias do Japão. Quando a guerra acabou, minhas duas irmãs já haviam se casado aqui no Brasil. Meu pai, então, disse: ‘Você volta comigo. Eu trouxe três filhas para o Brasil, tenho de devolver pelo menos uma para a sua mãe’. Só que, uma semana antes de o avião partir, um parente falou que eu não iria conseguir casar no Japão: tinha sido criada de forma diferente no Brasil e já tinha 18 anos. Era melhor me deixar aqui. Meu pai perguntou se eu queria ir ou ficar. Escolhi ficar porque já gostava do Mário (nome brasileiro adotado por seu marido, o também imigrante Atsushi Kamimura). "Casamos em 1955. Quando nasceram os dois filhos, deixamos o sítio e fomos para a cidade, para eles poderem estudar. Eu não queria que eles fossem como nós. Meu marido comprava verdura na cidade e ia de bicicleta vender nos sítios que só plantavam café. Com o tempo, conseguimos montar uma mercearia. Eu agradeço muito aos nossos fregueses, eles foram muito bons para nós. Graças a eles, pudemos juntar dinheiro para pagar o estudo dos filhos. O mais velho passou na faculdade de engenharia e o mais novo na de arquitetura. As duas eram em São Paulo e a de engenharia era particular. Então, tinha de mandar bastante dinheiro para eles, e só a mercearia não dava. Por isso, meu marido comprou uma Kombi e começou a vender verdura de porta em porta. Ele ia às 3 da manhã fazer compras na Ceasa. Deixava uma parte na quitanda para eu vender e levava o resto na Kombi. Trabalhava até as 10 da noite – sábado, domingo, feriado e Natal, não tinha descanso. Nossa maior vontade era formar os nossos filhos. E conseguimos. Eles terminaram a faculdade, casaram, tiveram filhos. Há três anos, o mais novo foi nos buscar em Araçatuba e comprou este apartamento para nós em São Paulo. Eu sou muito feliz. Agradeço a Deus por ter vindo para cá. No Japão, quando a gente é pequeno, os pais combinam com quem nós vamos casar. E estava combinado que eu iria casar com o meu primo, que morreu muito cedo. Então, hoje eu já seria viúva! Em vez disso, casei com o Mário e tive essa família. Deus foi muito bom para mim."

JAPÃO

...Sakurai Yanai, que tinha 7 anos quando Kinko partiu. Sakurai permaneceu com a mãe no Japão, onde mora até hoje. Aqui, as irmãs contam suas vidas – de um lado e de outro do mundo

brasil_imigr_japonesa8.jpg




"Eu era muito pequena quando meu pai foi embora com minhas irmãs para o Brasil. Por isso, não fui me despedir deles no porto de Kobe. A única coisa de que me lembro é que, quando minha mãe voltou do porto, me trouxe uma mochila de presente. Era uma mochila de ir à escola. Acho que era para eu não ficar triste. Morávamos com os meus avós, pais do meu pai. Quando ele foi para o Brasil, os meus avós ficaram doentes. Então, minha mãe, que trabalhava no campo, plantando arroz, tinha de cuidar da plantação, dos filhos e dos meus avós. Naquele tempo, não existia máquina, era tudo na mão. E o único homem forte que havia na casa tinha ido embora. Ela era obrigada a dar conta de tudo sozinha. Sofreu muito. Meu pai disse que voltaria depois de um ano. Só que veio a guerra, atrapalhou tudo, e ele demorou nove anos para vir para casa. Durante a guerra, não pôde mandar cartas para nós. Minha mãe ficava muito amargurada, porque não sabia o que estava acontecendo com ele e com as outras filhas. Eu me lembro que, daqui de casa, dava para ver a fumaça das bombas que caíam em Koriyama. Comida não tinha muita. O arroz que nós plantávamos, o governo confiscava. Ia tudo para os militares. O que sobrava era batata, abóbora. Quando não tinha arroz, o militar levava também as batatas e as abóboras. Aí, minha mãe pegava umas raízes na mata e fazia sopa para nós. "Só depois de a guerra terminar é que começaram a chegar cartas do Brasil de novo. Como faltava tudo aqui, às vezes meu pai mandava também sapatos e balas para nós. No dia em que ele voltou, nós estávamos esperando em casa com festa. Eu me lembro que estava na cozinha, ajudando a preparar a comida, quando ele apareceu na porta. Tomei um susto. Como só via meu pai nas fotos, pensava que ele era muito grande. Mas quando ele entrou, com uma porção de malas em volta, parecia tão pequeno!

"Eu me casei logo depois que ele voltou. Naquele tempo, não tinha namoro, os pais é que resolviam com quem nós iríamos casar. Meu pai viu meu futuro marido e gostou dele. Achou que era uma pessoa de bom coração e eu me casei. Durante o dia, meu marido trabalhava com leite e eu ficava em casa cuidando dos filhos. No fim da tarde, quando ele voltava do trabalho com o leite, íamos juntos para o campo: plantávamos trigo, cevada, milho. Tivemos três filhos. Meu marido não queria que eles trabalhassem no campo. Muitas famílias naquele tempo não deixavam o primeiro filho estudar, porque pensavam que ele tinha de continuar o trabalho dos pais na lavoura, mas meu marido achava diferente. Ele falou que agricultura não tinha futuro e que todos os filhos tinham de ganhar educação. Hoje, uma filha trabalha no banco, outra é contadora e o mais velho trabalha numa empresa em Koriyama.

"Como não tem ninguém mais para cuidar das terras, elas estão largadas. Arroz não tem mais. Eu planto muitas verduras: batatinha, cebolinha, cenoura, cebola, milho, pepino. Gosto muito de plantar, a vida inteira fiz isso! Planto para mim e o que sobra dou para os vizinhos e parentes. Os vizinhos me ajudam a arar a terra. O resto – semear, cuidar, colher – faço sozinha. Meu filho mais velho não quer saber do campo. Ele é um pouco mais novo do que o Sérgio, o caçula da minha irmã Kinko. O Sérgio veio estudar no Japão e ficou um tempo conosco. Trouxe muitas fotos de toda a família e do Brasil. Acho que o Brasil é um país muito grande. E também muito plano. Penso que deve ser parecido com Hokkaido (ilha no norte do arquipélago, com muitas florestas, rios e baixa densidade populacional). Quando penso na minha irmã, Kinko, eu me lembro de nós duas colhendo caqui. Éramos bem pequenas. Eu ficava com o nosso irmão menor no colo, ela balançava a árvore e o caqui caía. Nós sentávamos no chão e comíamos caqui juntas. Era um tempo bom aquele."

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Achei interessante este artigo também, só vou colocar a parte que me chamou mais atenção:

Dos 300.000 brasileiros e descendentes que moram no Japão, quase 15% foram para lá em 1990. Naquele ano, a fila para obtenção de visto japonês começava a se formar em frente ao prédio do Consulado de São Paulo às 3 da manhã e, às 10, dava voltas no quarteirão. Estimulando essa saída em massa, estava, do lado do Japão, a nova lei de imigração que estendia a permissão de trabalho naquele país para filhos e netos de cidadãos japoneses. Enquanto isso, o Brasil vivia o Plano Collor, que, ao tungar poupanças e fazer ruir negócios, teve, para muitos nipo-brasileiros, o efeito de um pontapé. Assim, solicitado de um lado e empurrado de outro, um punhado de descendentes de japoneses se mandou para o outro lado do mundo. De 1989 para 1990, o número de brasileiros no Japão aumentou 288%.

Daí, fiquei pensando, a ilha não vai suportar tanta gente!
Só que estamos falando de japoneses, a raça inteligente xD
Então...

Hoje, é certo que esse ciclo se aproxima do fim. O motivo principal é que, em breve, não haverá mais no Brasil descendentes de japoneses aptos a trabalhar como operários no Japão. Boa parte dos nisseis e sanseis – filhos e netos de japoneses – não é mais tão jovem assim para decidir recomeçar a vida tão longe. Já os yonseis, descendentes de quarta geração, estão legalmente impedidos de substituir os atuais dekasseguis (que também vão envelhecer e se aposentar), porque a lei japonesa concede visto de trabalho apenas a descendentes de japoneses até a terceira geração. Por causa disso, embora a população de brasileiros no Japão continue aumentando, em breve ela atingirá o seu teto e se estabilizará. Uma parte ficará, então, definitivamente no arquipélago. Lá, produzirá descendentes que chamarão o Japão de terra natal – e, para eles, o Brasil será aquele país distante, onde tudo começou.

Legal o fim do artigo.
Eles podem vir só como turista mesmo, pois, acho difícil quererem vir pra cá, ao passo que tem uma vida estável e bacana lá.
^^
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Eu só fui uma vez pra Maringá no Paraná e já me assustei com a contia de japonês nas ruas, imagina só nessas outras cidades...

Paraná: o lado oriental do sul do Brasil
Jornal O Estado de São Paulo


O norte do Paraná tem algumas características marcantes: altas temperaturas no verão, uma terra fértil e densa que tinge as roupas brancas de vermelho e a forte marca da cultura japonesa, estabelecida a partir dos anos 1930, quando os imigrantes começaram a chegar ao Estado. São várias as cidades da região que exibem olhos rasgados em grande quantidade, mas Assaí, a 49 quilômetros de Londrina, é especial. Surgiu unicamente em função dos imigrantes e, ao lado de Bastos (SP), é o município com maior proporção de japoneses, porcentual que chega a 15% da população.
A ampliação da colônia no Paraná está diretamente relacionada às restrições do plantio do café no Estado de São Paulo. Embora desde 1913 a região de Cambará já contasse com uma Vila Japonesa, foi somente após a queda da Bolsa de Nova York, em 1929, que as companhias de imigração começaram a olhar para fora do território paulista.

Com o incidente financeiro internacional, o governo paulista proibiu o plantio de pés de café e os grandes capitalistas japoneses que investiam em atividades agrícolas começaram a comprar terras no Paraná e a revender aos imigrantes. Assim, em 1932, surge Assaí, inicialmente batizada como núcleo Três Barras. A opção pelo novo nome não poderia ser mais apropriada: Assaí quer dizer sol nascente.

Assim como encontraram dificuldades ao chegar a São Paulo, os imigrantes do norte do Paraná também tiveram de exercitar a alma de desbravadores. Logo de início, o caminhão que a Companhia de Imigração Bratac utilizava para transportar pessoas, ferramentas e mantimentos foi solicitado pelo governo paulista, por conta da Revolução de 1932. A única saída era usar carroças e carros de boi, que tornavam tudo mais lento e cansativo.

Entre os anos de 1932 e 1939, chegaram 365 famílias de imigrantes a Assaí, mas não eram pessoas vindas diretamente do Japão. A grande maioria já conhecia o modo de vida brasileiro e tinha um histórico de trabalho em fazendas de São Paulo.

Esse é o caso, por exemplo, dos Koguishis, que desembarcaram no Brasil em 1930, ficaram cinco anos trabalhando nas fazendas de Cafelândia (SP) e depois foram para Assaí, precisamente para a comunidade rural do Palmital. "Meus pais nasceram em Mie-Ken, mas eu nasci aqui. Todos os meus sete irmãos e eu. No começo a vida era difícil, tinha de caminhar 10 quilômetros até o comércio mais próximo. E na mata tinha onça", recorda Cairo Koguishi, de 65 anos. "Meu avô guardava a espinha de peixe para cozinhar com o arroz, pois só tinha carne seca para comer."

continua em ...http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/geografia_do_brasil/populacao_imigracao_japonesa/brasil_imig_japonesa_5_parana

Curitiba também tem bastante, nunca me esqueço quando quis comprar um pastel no centro e a mulher que vendia era descendente de japonês, misturava português-japonês, e eu, um pouco surda, não entendi nada XD
Mas, consegui comprar \o/
Façanha maior foi quando eu e a minha mãe queríamos comer sopa em um domingo à noite..(!)encontramos um lugar, era especializado em comida tailandesa, os donos tailandeses xD só falavam em tailandês xD² ...até q eles nos deram o cardápio, porém, as comidas estavam todas com nomes típicos em tailandês, só vinha em português os ingredientes dos pratos, na seção sopas, pedimos uma..porém, eu esperta, falei o nome, ao invés de mostrar qual a sopa que queríamos que era de frango,e eles confundiram e a que veio era de polvo..gente, sopa ruim, comemos para não fazer desfeita =S
só, mais tarde, chegou a mulher do caixa que conversava com os clientes, e perguntou se nós queríamos alguma coisa e que era para desculpar que ela tinha ido ao banheiro x)
Daí, só pedimos um suco de laranja para disfarçar o gosto xD
Mas, eles foram bem simpáticos =D~

Baibai :tchauzim:
 
Legal essa matéria! XD, acho que esse ano, todos os que estão na escola/faculdade/wtv devem ter estudado um pouquinho da cultura japonesa. Eu tenho vontade de aprender a falar japonês e um dia, quem sabe, morar no Japão! :dente:
 
Liv disse:
Legal essa matéria! XD, acho que esse ano, todos os que estão na escola/faculdade/wtv devem ter estudado um pouquinho da cultura japonesa. Eu tenho vontade de aprender a falar japonês e um dia, quem sabe, morar no Japão! :dente:

Eu tb quero aprender a falar japonês, eu acho tão legal =D
Viver no Japão deve ser uma experiência bem legal, é um povo que traz uma grande carga de conhecimento tanto na tecnologia, mas principalmente, sobre a vida ^^
E eu acho tão linda aquelas cerejeiras, quando as flores estão florescendo/caindo *__*

histor91_6cerejeiras.jpg

cerejeiras.jpg

BXK38850_bosque-das-cerejeiras-garca-sp800.jpg
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo