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Saiba mais sobre Kill Bill, o novo filme de Tarantino
Kung Fu, Samurais e sequências animadas marcam um dos filmes mais comentados do momento
Desde 1994 o nome Quentin Tarantino não gera tanto bafafá. Neste ano era lançado Pulp Fiction, filme que Tarantino roteirizou, dirigiu e atuou e que levou o Oscar de melhor roteiro. Nove anos depois, chega Kill Bill, o tão falado quarto filme do diretor - sim, até hoje ele só dirigiu Cães de Aluguel, Pulp Fiction e Jack Brown, mas ele já produziu e atuou em um monte de outras coisas, como Um Drink no Inferno e A Balada do Pistoleiro.
Kill Bill estreou nos Estados Unidos e no Japão no começo de outubro, chegando ao primeiro lugar nas bilheterias. No Brasil, o filme chega só em 9 de janeiro de 2004, mas já é comentado em todos os jornais, revistas e sites especializados. E o que a Henshin tem a ver com isso? Bem, acontece que um dos charmes de Kill Bill é a incorporação de vários elementos orientais. Tanto que o filme possui algumas seqüências animadas, criadas pelo estúdio japonês Production I.G., responsável por animes de alta qualidade como Ghost in The Shell e Jinroh.
Ação e animação
Conta a lenda que dois anos atrás, Quentin Tarantino foi pessoalmente à Production I.G., que fica em Kokubunji, Tóquio, para encomendar o trabalho. Mas o pessoal do estúdio demorou para acreditar que era realmente o próprio diretor. Mitsuhisa Ishikawa, o presidente do estúdio estava inclinado a recusar a proposta porque estavam muitos ocupados na produção do longa-metragem Innocence. Mas Ishikawa mudou de opinião ao ver do que se tratava o filme de Tarantino. "Depois que li o roteiro, senti como se tivesse levado um tapa. A seqüência animada é cheia de ação e violência e senti que Tarantino estava realmente querendo criar um anime e não algo que tivesse uma leve semelhança". Por isso, o pessoal da Production I.G. não mediu esforços para produzir a animação. Até foram chamados artistas de fora do estúdio como Kazuto Nakazawa (trabalhou em El Hazard e Digimon Adventure), na direção, e Yu-u Tajima (desenhista de Detetive de Personalidade Múltipla, Psycho) para integrar a equipe, que contou com 40 animadores trabalhando durante um ano para desenhar quadro a quadro, toda a parte animada.
Depois de todo o trabalho, Tarantino acabou com um filme de três horas e meia e, por decisão da Miramax, teve que dividi-lo em três partes. A primeira delas, que é exatamente a que está em cartaz nos EUA e no Japão, mostra o começa da história de "A Noiva" (Uma Thurman), a ex-assassina profisssional que foi traída pelo seu chefe Bill (David Carradine), levou uma bala na cabeça e, além de ficar em coma, perdeu o seu amor. Ela acorda depois de 4 anos e promete se vingar de Bill. Mas antes terá de enfrentar o esquadrão de assassinos interpretados por Lucy Liu, Darryl Hanna, Vivica A. Fox e Michael Madsen. Enquanto Uma Thurman se veste de amarelo e desce a lâmina para desmembrar seus inimigos, a parte animada do filme conta o passado de O-Ren, inimiga de A Noiva e chefe da gangue japonesa, interpretada por Lucy Liu.
O sucesso de Kill Bill teve um efeito curioso. Duas músicas japonesas usadas no filme voltaram a ganhar destaque depois de 30 anos e serão lançados em CD no dia 17 de dezembro. As duas canções: Shura no Hana (A Flor do Demônio) e Uramibushi (A Canção do Ódio) foram originalmente interpretadas pela atriz japonesa Meiko Kaji em 1973 para serem temas dos filmes interpretados pela própria atriz. Tarantino é fã da atriz-cantora e por isso usou as músicas em Kill Bill.
Ficou curioso para ver qual o resultado da mistura entre Hollywood, Kung Fu e animação japonesa? Bem, o filme mesmo só em janeiro, mas no site oficial do filme (em inglês) é possível assistir ao trailer. Também vale a pena visitar os sites japonês e brasileiro de Kill Bill.