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Jun Kyonase e Hikojiro Kyonase ("Yume: A Lenda da Energia Interior") - Parte 3

[align=justify]Um quarto amplo cercado por paredes emolduradas por madeira branca e papéis enegrecidos, iluminado por quatro lanternas, todas ornamentadas com a gravura de um dragão prateado e dispostas nos quatro cantos do quarto. Apenas um tatame duplo arrumado ao centro complementa a decoração local. Neste, um casal de crianças desperta de seu profundo sono. Já recuperadas e com ataduras cobrindo os ferimentos e lesões de seus corpos, além de roupas limpas. Ambas encontram-se sentadas, de mãos dadas e observando o ambiente ao seu redor.
- Onde estamos, one-san? - indaga o menino, agora com uma feição mais firme, tanto física quanto espiritualmente.
- Ainda não sei, Hiko. - responde a menina, também mais amadurecida. - Só o que me lembro é de termos sido encontrados por algumas pessoas as quais, ao que aparenta, tiraram-nos de nossa vila.
- E quem são essas pessoas?
- Também não sei responder isso. Apenas lembro de um homem que parece ser o líder deles.
Ao término dessa frase, a porta do quarto é aberta demonstrando a silhueta de uma pessoa trajando vestimentas aparentemente nobres, compostas por um longo hakama, um wagi com uma espécie de jaqueta por cima e um tipo de manto longo sobreposto, como se fosse uma capa, completando o visual imponente daquela figura.
- Que bom terem despertado, minhas pequenas dádivas divinas! - era a mesma voz ouvida pela garota antes de adormecer. E, com isso, ela não mais tinha dúvida de que aquele era o homem que os salvara. - Não precisam ficar amedrontados com minha presença, pois, agora, encontram-se em um lugar seguro. - completa o homem de voz imperativa.
Com um misto de receio e segurança, os irmãos se entreolham e a garota arrisca uma pergunta:
- Sumimasen, mas quem é o senhor?
Imperceptível ao casal de crianças, um sorriso sarcástico desenha-se nos lábios do homem que os observa para dar aval à resposta que se segue:
- Ora, sou vosso salvador, aquele que os tirou da morte para terem a vida que desejam e conseguirem o poder necessário para alcançarem o objetivo de seus caminhos... - uma breve pausa é feita enquanto o olhar daquele estranho fita os olhares assustados das duas crianças e, com uma voz ainda mais imperativa, acrescida de um tom mais sério e forte, termina: - ...a vingança!
Nesse momento, as lanternas do recinto se apagam enquanto os olhos do homem tornam-se brilhantes, completamente prateados com os glóbulos oculares brancos e as pupilas em forma felina negras. O quarto desfaz-se tendo suas paredes tomadas de cima a baixo por uma energia prateada, dando lugar a um amplo salão acinzentado, com fileiras de pilastras em ambos os lados, sendo estas também prateadas, cada uma contendo o símbolo do equilíbrio – TAO – esculpido por toda sua extensão. Ninjas uniformizados até o rosto com vestimentas negras contendo detalhes cinzas encontram-se sentados em hiza, enfileirados lateralmente à frente das colunas. O teto do local é praticamente inexistente em uma estrutura concreta, pois o que o compõe é um acúmulo de nuvens enegrecidas formando um tipo de névoa acinzentada, enquanto o chão, também enegrecido, possui um enorme símbolo do TAO encravado, justamente onde se encontram os dois irmãos, agora abraçados. À frente deles, um altar com apenas um degrau sustenta uma enorme estátua gigante de dois dragões orientais entrelaçados, sendo um deles negro e o outro branco, ambos com suas cabeças direcionadas para os irmãos, contendo, cada um, em suas bocas abertas, uma esfera acinzentada.
Ante a estátua, dois garotos, aparentando seus 10 anos de idade, estão posicionados, de pé. Apesar de trajarem o mesmo tipo de vestimenta e serem gêmeos, um deles possui o cabelo negro com uma mecha frontal branca, traja uniforme negro com detalhes brancos e tem feição serena e abstrata. Já o outro possui cabelos brancos com mecha frontal negra, uniforme branco com detalhes negros e feição séria e firme. Entre eles e o casal de irmãos está o salvador deste, posicionado frontalmente para o mesmo. Seu manto cinza cobre por completo seu corpo, inclusive a cabeça, deixando-o ser reconhecido apenas por seus olhos demoníacos e por sua voz gravemente assustadora:
- À partir desta data, vocês dois, meus pequenos deuses, são os mais novos membros do grande exército dos tempos. Sejam bem-vindos ao lar do deuses no mundo, o clã dos Ninjas Kamiyama!
Com essa finalização, o olhar do pequeno casal de irmãos é penetrado pelo vigoroso olhar de seu mais novo "pai" e suas visões se desfazem em energia prateada...
E assim, inicia-se a nova Vida dos irmãos Kyonase.
Muito ainda por aprender e experimentar; muitas alegrias e sofrimentos ainda a serem vivenciados, porém, o que mais eles teriam a perder?...
...Só o Destino dirá!
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VOCABULÁRIO (Termos Japoneses):

Hakama: calça de kimono mais larga, semelhante a uma "saia", que esconde melhor o moviomento das pernas, muito comumente usada por samurais.

Wagi: "Camisa" do kimono, geralmente aqueles usados em artes marciais japonesas (judo, karate etc).

Sumimasen: Desculpe-me / Perdoe-me / Com licença, no caso, usado como, "Perdoe-me".

Hiza: joelho, no caso, a forma japonesa tradicional de sentar.[/align]
 

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