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Manu M. disse:Somos dois, Brian. Mas me recuso e ler Córtazar em tela, quero papel e tinta por entre os dedos. =)
Brianstorm disse:Ixi, pior que dei uma rápida olhada aqui e parece que ele está esgotado. Ao menos na Saraiva, Submarino e Cultura.
Mas outros dele estão em promoção na Saraiva: http://www.livrariasaraiva.com.br/pesquisaweb/busca/cortazar/?ESTRUTN1=&FILTRON1=X&IMAGE2.X=0&IMAGE2.Y=0&ORDEMN2=E&PAC_ID=25371&PALAVRASN1=CORTAZAR&PAGINA=1&ID=BD0F6AFE7DB021C130A070114&PAC_ID=25371
Eu tenho quase certeza que já vi esse livro na biblioteca... Depois vou conferir lá.
Vinnie disse:Uma namorada me mostrou Cortázar no ano passado. Da aí em diante já li "Histórias de cronópios e fama", Todos os fogos o fogo (contos - SENSACIONAL!) e as Armas Secretas. Nunca li o Jogo da Amarelinha (o único romance dele, certo?). Ficou a impressão de que o Júlio é um dos maiores da obra curta.
Borges, Cortázar & Juan Rulfo a santíssima trindade do conto latino-americano de língua espanhola.
Alguém sabe de mais algum conto do Júlio Cortazar fora os de cima?
Vlw.
Mas você pode comprar em espanhol. Não sei como que está hoje, mas, quando comprei o meu (em espanhol) fiz o pedido e, depois de uns dois meses, chegou.Brianstorm disse:Ixi, pior que dei uma rápida olhada aqui e parece que ele está esgotado. Ao menos na Saraiva, Submarino e Cultura.
Mas outros dele estão em promoção na Saraiva: http://www.livrariasaraiva.com.br/pesquisaweb/busca/cortazar/?ESTRUTN1=&FILTRON1=X&IMAGE2.X=0&IMAGE2.Y=0&ORDEMN2=E&PAC_ID=25371&PALAVRASN1=CORTAZAR&PAGINA=1&ID=BD0F6AFE7DB021C130A070114&PAC_ID=25371
Eu tenho quase certeza que já vi esse livro na biblioteca... Depois vou conferir lá.
rocca disse:Eu gostei muito do primeiro conto de "Todos os fogos o fogo," aquele que fala sobre um congestionamento imenso e de como as pessoas passaram a se relacionar após alguns dias engarrafados.
Opa, valeu pela dica. Porém, ainda não me arrisco ler em espanhol e, felizmente, passei na biblioteca e ele se encontra disponível lá.Valentina disse:Mas você pode comprar em espanhol. Não sei como que está hoje, mas, quando comprei o meu (em espanhol) fiz o pedido e, depois de uns dois meses, chegou.Brianstorm disse:Ixi, pior que dei uma rápida olhada aqui e parece que ele está esgotado. Ao menos na Saraiva, Submarino e Cultura.
Mas outros dele estão em promoção na Saraiva: http://www.livrariasaraiva.com.br/pesquisaweb/busca/cortazar/?ESTRUTN1=&FILTRON1=X&IMAGE2.X=0&IMAGE2.Y=0&ORDEMN2=E&PAC_ID=25371&PALAVRASN1=CORTAZAR&PAGINA=1&ID=BD0F6AFE7DB021C130A070114&PAC_ID=25371
Eu tenho quase certeza que já vi esse livro na biblioteca... Depois vou conferir lá.
Como você disse que tem uma lista de coisas para ler, pode se organizar e, em dois meses, quando "O jogo da Amarelinha" chegar, poderá dedicar um tempinho maior para ele.
rocca disse:Eu gostei muito do primeiro conto de "Todos os fogos o fogo," aquele que fala sobre um congestionamento imenso e de como as pessoas passaram a se relacionar após alguns dias engarrafados.
“Nasci em Bruxelas, no dia 26 de agosto de 1914. Signo: Virgem. Meu planeta é Mercúrio e minha cor é o cinza (ainda que, a bem da verdade, eu prefira o verde). As circunstâncias do meu nascimento não foram extraordinárias, mas um tanto quanto pitorescas: nasci em Bruxelas como poderia ter nascido em Helsinque ou na Guatemala.” Com algumas variações, Julio Cortázar, cujo centenário de nascimento se completa na próxima semana, costumava repetir esta resposta sempre que lhe perguntavam sobre suas origens, lembrando a vinda ao mundo em meio à gritaria provocada pelos obuses do Kaiser Guiherme II durante a ocupação alemã, no início da Primeira Guerra Mundial. “Ironicamente, isso resultou em um dos homens mais pacifistas deste planeta”, brincava o escritor argentino, que morreu em fevereiro de 1984.
Virginiano como Jorge Luis Borges — que publicou pela primeira vez, no final da década de 40, o conto “Casa tomada”, do colega argentino, na revista “Sur” —, não raro, ao falar de si, Cortázar reiterava as características marcantes do signo: a personalidade prática, o espírito crítico, a percepção aguda, o grande poder de observação, a disciplina no trabalho e, principalmente, a busca constante. “Agora sei que não é assim, que Johnny persegue em vez de ser perseguido, que tudo que está lhe acontecendo na vida são azares do caçador, e não do animal acossado”, escreve Cortázar em “O perseguidor”, do livro “As armas secretas”, de 1959.
O conto é uma homenagem ao saxofonista Charlie Parker. Cortázar era um grande fã de jazz e costumava dizer que tentava escrever como um músico que executa um tema respeitando uma série de acordes, com fluência e liberdade criativa, atravessando compassos em diferentes pulsações rítmicas, seguindo um fluxo de improviso para evitar a todo custo a repetição. O jazz, com sua linguagem inventiva, era o parâmetro de criação artística, de busca e rebelião, do autor de “O jogo da amarelinha”, como observa Davi Arrigucci Jr. em “O escorpião encalacrado”.
“Acho que o elemento fundamental ao qual sempre obedeci é o ritmo. Não é a beleza das palavras, a melodia, nem as aliterações (embora às vezes tenha me divertido com elas, seguindo um pouco Mallarmé). O que me preocupa é a noção de ritmo. Para empregar um termo de jazz, o músico o envolve pelo lado do swing, do ritmo. É o que sempre tentei fazer nos meus contos. Tentei que a frase não diga apenas o que quer dizer, mas o diga de um modo que potencialize esse dizer, que o introduza em outras vertentes, não só na mente, mas na sensibilidade”, explicava o autor. “O conto tem que chegar fatalmente ao seu fim, como chega ao fim uma grande improvisação de jazz ou uma grande sinfonia de Mozart. Se não se detiver na hora certa, vai tudo para os diabos”.
(...)
Cortázar era um homem genuinamente apaixonado pelo seu tempo, buscando participar ativamente de tudo quanto possível. Seu interesse estava ali, no presente, e não no passado ou no futuro, apesar de esses dois tempos serem frequentados eventualmente.
Era, também, apaixonado pelas pessoas. Fato comprovado pelos três tomos de correspondência que reúnem suas cartas aos amigos, o carinho e a nostalgia daqueles que o conheceram, os depoimentos de outros escritores, como Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Isso, somado ao fato de ter, de certa forma, desistido do gozo da vida nos dois anos finais, após a morte de seu último amor, Carol Dunlop, forma o registro de um homem demasiadamente humano.
Talvez nessa característica resida a melhor explicação para o fascínio exercido por Cortázar e sua obra.
— Seus livros têm sempre um caráter afetivo, compassivo, solidário e humano que os destacam no meio de literaturas que, num extremo, são frias e distanciadas, e, no outro, são melodramáticas e grandiloquentes — avalia o escritor Bráulio Tavares, destacando ainda outro aspecto. — Suas posições políticas sempre foram muito nítidas e bem argumentadas, e acho que isso somou positivamente ao debate da esquerda no continente. Sua visibilidade na Europa também teve esse lado positivo, de mostrar uma espécie de “Latinoamérica no exílio”. O aspecto lúdico de sua obra, onde a noção de jogo está sempre presente, o aproximou da escrita praticada por grupos como o Oulipo, de experimentadores de literatura combinatória.
Julio Cortázar, o enormíssimo cronópio, morreu no dia 12 de fevereiro de 1984, dois anos após Carol Dunlop, vítima de leucemia. Alguns biógrafos sustentam uma possível contaminação pelo vírus HIV após uma transfusão de sangue, algo que nunca foi provado. “Estou farto do meu corpo. A morte me golpeou no que mais amava e não tenho sido capaz de levantar-me e devolver-lhe o golpe com a simples atitude de voltar a viver. Há momentos em que a única realidade para mim é a tumba de Carol, para onde vou observar a passagem das nuvens e o tempo, sem ânimo para mais nada”, escreveu ele a um amigo.